terça-feira, 3 de junho de 2008

PATRIMÔNIO HISTÓRICO

ESTORIL PASSA POR OBRAS DE RECUPERAÇÃO

Obra faz parte do projeto de requalificação da Praia de Iracema

A prefeita Luizianne Lins assinou mês passado, no Estoril, a ordem de serviço para as obras de recuperação e reforma da edificação. Serão investidos mais de R$ 250 mil na obra, que, junto a outras ações da Prefeitura de Fortaleza na Regional II, contribuirá para a requalificação da Praia de Iracema. A obra, inclui, entre outros itens, a recuperação de revestimentos de piso, teto e paredes, esquadrias, recuperação da coberta, demolições de acréscimos na edificação original, melhoria das condições de acessibilidade, incluindo plataforma e banheiro para pessoas com dificuldade de locomoção.

A recuperação do Estoril deve ser concluída em 150 dias. A partir daí, o local será novamente aberto ao público, para retomar seu papel de ponto de encontro da boemia cearense.

A obra e resgate do Estoril enquanto patrimônio cultural material e imaterial de relevância simbólico afetiva para a comunidade faz parte do macro-projeto de Requalificação da Praia de Iracema, que, por sua vez, integra o Plano de Metas de Fortaleza (Plamefor). Ao todo, no processo de requalificação, serão investidos mais de R$ 30 milhões na Praia de Iracema.

Durante o evento no Estoril, também ocorrerá a posse dos representantes do Conselho Municipal de Proteção ao Patrimônio Histórico-Cultural (COMPHIC), criado por meio da Lei 9.347/2008, em vigor desde o dia 1º de abril. O COMPHIC normatiza os mecanismos de proteção ao patrimônio histórico-cultural e natural de Fortaleza e será formado por 17 representantes de entidades representativas da sociedade civil.

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- A edificação original foi construída na década de 1920, erguida em taipa (processo de construção bastante comum na região). Na década de 1990, o antigo edifício foi substituído por uma réplica em alvenaria devido ao desabamento após uma forte chuva. O prédio, coberto por telha marselha, possui dois pavimentos e uma torre. Todo material de acabamento e adorno do imóvel veio da Europa.

- Na Segunda Guerra Mundial (anos 40), a família Porto arrendou a residência para norte-americanos que instalaram, no local, um cassino para a diversão de oficiais. Com o fim da Guerra, a "Vila Morena", como era chamado, foi arrendada por portugueses. O local passou a funcionar como bar e restaurante e foi rebatizado de Estoril (nome de uma cidade portuguesa). O local era conhecido espaço de debates políticos, fato que o tornou alvo de especial atenção para o governo durante o período da Ditadura Militar.

- Funcionando como local de encontro da boemia fortalezense, a trajetória do Estoril se confunde com a própria história da Praia de Iracema. O Tombamento Municipal do imóvel se deu através da Lei n° 6.199, de 19 de setembro de 1986.

Serviço:
Estoril
Rua dos Tabajaras, 397
Praia de Iracema

Contatos:
Lia Parente 3105-2717/ 8897-0581
Coordenadora do projeto de Requalificação da Praia de Iracema

Cristiane Rodrigues 3105-2717/ 8804-3652
Assessoria de Comunicação Plano de Metas de Fortaleza (Plamefor)



Arquivo Público ganha edital nacional para preservação de acervo

Concorrendo com mais de 3.500 projetos em todo o País, o Arquivo Público do Estado do Ceará (APEC) foi contemplado com R$ 202 mil por edital do Conselho Federal Gestor do Fundo de Direitos Difusos, do Ministério da Justiça. O projeto pretende melhorar as condições operacionais do Arquivo Público, incluindo parâmetros de preservação do seu acervo documental e a facilitando do acesso ao material.
Manuscritos importantes da época Colonial e Imperial do Estado, produzidos entre os anos de 1700 e 1889, serão digitalizados e disponibilizados em CD-ROM. Também será preparada uma edição impressa do material. Entre o material, estão o Registro de Correspondência da Câmara Municipal de Aquiraz (1700 – 1850); o Livros de Registro de Autos de Querela e Denúncia da Capitania do Ceará (1840 – 1880); e o Livros de Registro de Patentes Imperiais passadas por D. Pedro I (1823 – 1824).
O diretor do APEC e autor do projeto, Márcio Porto, explica que a digitalização do acervo é importante para facilitar a pesquisa e ajudar na sua conservação desses documentos, evitando que os mesmos sejam manuseados. Também será melhorada a catalogação e preservação do acervo, com a aquisição de um arquivo deslizante, que, segundo Márcio Porto, facilita o armazenamento dos arquivos e o acesso aos mesmos.
O Arquivo Público possui mais de 2 quilômetros de documentos, sendo os mais antigos datados de 1700. Atualmente, todo o acervo está sendo re-catalogado e adaptado às novas Normas Brasileiras de Descrição Arquivística.
Histórico. Criado em 1916, o Arquivo Público funcionava na Biblioteca Pública do Estado tendo, a partir de 1921, feito parte da Secretaria do Interior e Justiça. Em 1968, vinculou-se à Secretaria da Cultura do Estado, tendo percorrido vários prédios antes de instalar-se, em 1993, na sede atual. O prédio que abriga hoje o Arquivo Público foi construído em 1880 pela família Fernandes Vieira. O Solar dos Fernandes é um casarão em estilo neoclássico, característico do século XIX, com 15 janelões no térreo e 19 sacadas no pavimento superior, que foi recuperado pela Secretaria da Cultura do Estado.
Exposição. No próximo dia 23, entra em cartaz no Espaço Cultural do Ministério da Fazenda em Fortaleza a exposição “O Ceará de Portos Abertos - Documentos Manuscritos do Século XIX das Alfândegas de Fortaleza e Aracati.” A exposição é uma parceria entre a Secretaria da Cultura – Secult, por meio do Arquivo Público do Ceará, e a Superintendência Regional da Receita Federal no Ceará, e retrata o bicentenário da família real portuguesa no Brasil. Ela fica em cartaz até dia 27 de junho.

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