Felipe Cazaux, referência do Rock independente
Conhecido da cena rock independente brasileira, o paulista radicado no Ceará Felipe Cazaux tem longa estrada e é referência da música no Brasil. Duas expressões se alinham no projeto de Felipe, guitarrista que já acompanhou os principais nomes do Blues brasileiro e é reconhecido nacionalmente como um dos grandes talentos do país: a energia e versatilidade. Atualmente fazendo sucesso com a banda Mad Monkees, Felipe Cazaux foi uma das atrações do Festival Canoa Blues 2022, em dezembro. Confira a entrevista com Felipe Cazaux.
DIVIRTA-CE - Como e com quantos anos você iniciou sua relação com a música? Quando você decidiu viver da arte? Antes de receber o primeiro cachê, pensou em ter outra profissão? Ou faz algo além de ser músico?
FELIPE CAZAUX - Iniciei na música bem jovem, cantei em coral infantil e comecei no violão na adolescência. Aos 18 anos, resolvi ser músico por profissão, na época já tocava em bares e eventos com a Double Blues e comecei a ganhar alguns cachês. Pensei em várias profissões, mas nunca exerci nada fora da música. Além de tocar, também produzi shows e sou professor de guitarra.
DIVIRTA-CE - Você é paulista, já percorreu o Brasil e outros países com shows, mas vive em Fortaleza há muitos anos. Como é sua relação com Fortaleza e os artistas da cidade?
FELIPE CAZAUX - Eu amo Fortaleza, as pessoas me recebem e me tratam tão bem, que fica difícil não querer ficar aqui. Acho a cidade maravilhosa em seus aspectos naturais e na facilidade de acessar as belezas do interior, poder estar próximo de outras cidades incríveis e locais paradisíacos. Sempre me dei muito bem com os artistas, músicos, produtores e agentes culturais da cidade, busco somar no que for preciso, pois avançar as pautas culturais do nosso estado é algo que valorizo demais, pois ajuda muitos talentos que circulam por aqui.
DIVIRTA-CE - Você é referência no Blues e Rock brasileiro. Dividiu o palco com vários artistas nacionais e internacionais entre eles: John Primer, James Wheeler, Jefferson Gonçalves, Flávio Guimarães, Andreas Kisser, Scott Henderson, André Matos e outros. Quais suas influências na música atualmente? Qual o show mais memorável? Já passou por alguma situação inusitada ou inesquecível com algum artista que admira?
FELIPE CAZAUX - Atualmente gosto muito do guitarrista Gary Clark Jr., Alabama Shakes e Black Pumas. São artistas mais "novos" que trazem um sabor muito legal ao Blues e nova soul music, gosto muito de black music no geral. Ao lado de ídolos acho que o show mais memorável foi com Andreas Kisser, pois sou fã do sepultura desde muito jovem, e aí lembro também de algumas situações onde ele me elogiou, como numa entrevista na rádio 89fm, para o programa dele e numa participação que fiz ao lado dele na virada cultural em 2008, quando o mesmo me convidou ao palco pra uma canja. Andreas é um dos maiores músicos do nosso país e tenho orgulho de conhecê-lo.
DIVIRTA-CE - Você começou sua carreira em bandas como Double Blues e atualmente está na Mad Monkees, que começou em 2015, e atualmente é destaque na cena Rock, com músicos talentosos e elogiados pela crítica. Quais as maiores dificuldades de ter um grupo de rock independente e ser um artista local no Ceará?
FELIPE CAZAUX - Acho que a maior dificuldade de qualquer banda de rock atualmente é porque o estilo não está no auge, muito pelo contrário. Mas assim como o Blues, não deixa de ser um estilo de nicho, que sempre terá seu público. Acho que a banda tem um reconhecimento bacana dentro da cena e consegue atingir público no Brasil todo, esperamos que a situação financeira e cultural do país melhore para podermos voltar a rodar mais estados. Não me vejo como artista local, acho que já passamos essa barreira há anos, pois temos público consumidor do nosso trabalho em diversos estados do Brasil, o que acontece é que Fortaleza é minha base, de moradia e de produção artística, por consequência onde faço pequenos shows para pagar as contas, como qualquer trabalhador precisa pagar. Mas em questão artística esse lance de artista local, já foi há muito superado, a gente sabe da qualidade do show que entregamos e o público e os contratantes também.
DIVIRTA-CE - Como foi sua apresentação no Canoa Blues, aqui em Fortaleza, em Dezembro? E sua história com o Festival de Canoa Quebrada?
FELIPE CAZAUX - Foi incrível poder revisitar meu show de Blues num festival como o Canoa Blues, com um público que conhece meu trabalho solo. Como nas outras 2 vezes que participei, espero animar a galera e ter uma resposta positiva. Esse ano voltamos a fazer festivais, participando do Pipa Bossa & Jazz no Rio Grande do Norte e do Lençóis Jazz e Blues no Maranhão. O repertório está pronto e vamos botar quente na galera do Canoa Blues. Esse show será em trio, como já é de costume nos meus shows solos autorais, estarei com Ricardo Pinheiro na bateria, lendário membro dos Renegados e no baixo, Renato Cazzolli completa o time. O baixista mora em Fortaleza há pouco tempo, mas tem larga experiência ao lado do guitarrista Gustavo Cocentino, que também já participou do festival e reside em Natal.
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