quinta-feira, 21 de dezembro de 2023

DIVIRTA-CE entrevistou Renato Teixeira, um dos maiores compositores da história da música brasileira, que estreou novo programa "Balaio l", aos domingos na TV Cultura

Renato falou sobre seu clássico "Romaria" e outros sucessos, sua relação com a TV, a situação atual da cultura brasileira, shows inesquecíveis e outros assuntos da vida e carreira 
Renato Teixeira, um dos maiores nomes da música brasileira, estreia um novo programa no próximo domingo , chamado "Balaio", na TV Cultura, junto com seu filho Chico Teixeira. Na entrevista para o Jornal O Estado e blog DIVIRTA-CE, Renato destaca momentos da carreira, bastidores do clássico "Romaria" e outros sucessos, a história e importância da música caipira, além de falar sobre sua relação com a TV, cultura brasileira, shows inesquecíveis, o primeiro livro que irá lançar aos 78 anos, de poesia e outras novidades. O programa "Balaio" terá como primeiro convidado o cantor e compositor Almir Sater, e será transmitido aos domingos, a partir das 9h. Cada episódio promete uma viagem musical pela diversidade dos ritmos e estilos, com encontros especiais e inusitados. Renato Teixeira expressou sua ansiedade pela estreia do programa, destacando a importância da música boa para o povo brasileiro. O vice-presidente da Fundação Padre Anchieta, Enéas Pereira, ressaltou que o programa é uma proposta respeitosa ao Sr. Brasil, mas com uma abordagem diferente. O Balaio terá dois momentos que se completam: um bate-papo para descobrir as histórias por trás das canções e momentos musicais com parcerias surpreendentes e interpretações inéditas dos grandes sucessos da MPB. Essencialmente musical, a nova atração promete trazer novidades a cada programa, desde lançamentos até revelações musicais inesperadas. “Muitos perguntam se Renato e Chico vieram para substituir o Boldrin. Não. Pessoas como Boldrin, Inezita, Fernando Faro ou Abujamra são insubstituíveis não só na história da TV Cultura como no coração dos brasileiros. Balaio, com Renato Teixeira e seu filho Chico Teixeira, é uma outra proposta. Respeitosa ao Sr. Brasil, mas diferente. Tomara eles tenham o mesmo sucesso e carinho do público que outros nomes tiveram em nossa emissora”, afirma Enéas Pereira, vice-presidente da Fundação Padre Anchieta.
O programa mostrará como as histórias dos apresentadores e seus convidados se esbarram e se unem através de suas raízes musicais, com a apresentação de encontros inesquecíveis. “Estou absolutamente ansioso pela estreia do Balaio. O povo brasileiro está precisando muito de música boa“, diz Renato Teixeira. Leia a Entrevista.

DIVIRTA-CE- Você tem uma forte ligação com o seu filho Chico Teixeira, que segue os seus passos na música e na televisão. Você vai estrear no domingo (10/12) o programa Balaio, na TV Cultura, ao lado dele. Como é trabalhar com o seu filho e o que o público pode esperar desse programa?
RENATO TEIXEIRA - Eu e Chico realmente temos uma ligação forte. Ele começou a tocar muito criança ainda, me ajudava nos shows a fazer um pouco de serviço de road, afinar os instrumentos, então ele cresceu dentro da minha banda, até que uma hora ele começou a virar músico da banda. E depois de músico da banda ele começou a tocar o PP barco dele e se desvinculou para poder fazer a carreira dele. Chico tem feito coisas interessantes, muitos discos, muitos trabalhos de nível altíssimo, que eu gosto muito, até fazendo novelas, com a participação dele na novela Pantanal. Fomos convidados eu e ele para sermos apresentadores do programa Balaio, pela TV Cultura. Eu acho, assim, uma coisa deliciosa, porque qualquer pai gosta de viver momentos junto com seus filhos, entendeu? Então, sobre esse aspecto, é muito interessante e muito compensador e muito gostoso de se viver, né? Está sendo uma coisa deliciosa essa experiência de fazer o programa com ele. Já fizemos alguns, já percebi que ele leva jeito, que ele sabe conduzir as coisas também com muita esperteza e com muita personalidade. Então, está tudo muito bonito.

DIVIRTA-CE - Considerado um dos maiores nomes da música regional brasileira, com canções que retratam a cultura e a identidade do povo caipira, o que a sua música Romaria, que foi um grande sucesso na voz de Elis Regina, em 1977, e se tornou um clássico da MPB, representa na sua carreira? Como foi a sua reação ao ouvir a interpretação de Elis e como foi o processo de composição dessa canção?
RENATO TEIXEIRA - Quando a Elis gravou Romaria, já há alguns anos eu vinha tentando viabilizar novamente a música da cultura dos caipiras, que é uma cultura muito rica, que não são só as duplas, não é só Mazaropi, é também Tarsila do Amaral, Guimarães Rosa, Monteiro Lobato. A cultura acadêmica dos caipiras é muito forte, muito poderosa e muito importante para a cultura brasileira. Então eu sempre achei que essa música, naquele momento que eu comecei a tentar reanimá-la. Ela estava passando por um momento de encerramento de ciclo, um ciclo maravilhoso, onde tem uma história com personagens maravilhosos da música brasileira, como o Raul Torres, o Tonico e Tinoco, o Tião Carreira e o Pardinho, gênios da música, o João Pacífico. Marlindo Pinto, Anacleto Rosas, uma multidão de grandes artistas que só não tiveram visibilidade maior porque naquele momento da história musical do Brasil, a Rádio Nacional do Rio de Janeiro, por representar a capital da República e ter uma penetração muito grande no Brasil todo, promovia mais a prima e irmã da música caipira, que é o samba, entendeu? Então, foi só uma questão de logística e de condições da época, a gente não tinha uma penetração tão grande da comunicação no Brasil todo como tem hoje, entendeu? Então, esse universo era que eu queria não apenas ressuscitar, mas reaproveitar de alguma maneira, porque eu sou do interior, fui criado no interior, essas coisas, e consigo compreender o que significa você viver num lugar onde as pessoas falam porta, porteira, entendeu? Costumes diferentes, uma relação mais íntima com a terra, mais afetiva com o que a terra produz. Essas coisas todas que eu compreendo bem. Então foi isso que eu quis fazer. Consegui fazer a primeira tentativa de fazer uma releitura da música dos caipiras, da cultura caipira. Já produzi logo Romaria. Foi talvez a primeira que eu consegui fazer com essa nova proposta. Passaram-se três anos até que a Elis ouviu e gravou. Então eu também acho que a Elis, além de todas as coisas importantes que ela fez pela música brasileira, ela ajudou o povo brasileiro a entender que o caipirismo é uma coisa positiva, que o caipirismo é uma ação cultural muito forte, muito representativa e muito importante. Foi essa sensação que eu senti quando a Elis gravou. Quando eu ouvi a primeira vez, eu falei, não acredito, será que é isso mesmo? Será que ela falou isso? Sou caipira? E ela tinha dito com todas as palavras e com todo o talento dela. Então, isso ajudou também a dar um novo rumo para essa música que hoje já faz parte do repertório do gênero brasileiro. Você vê que tem as duplas modernas vieram depois que a Elis bateu a varinha mágica. E eu ajudei ela a fazer isso com a criação da música. Então, olha que momento importante e significativo para um autor como eu, que vive da música, que trabalha pela música e que tem planos para a música que eu faço. Muito bom esse momento da minha vida.

DIVIRTA-CE - Você já fez shows memoráveis em vários lugares do Brasil e do mundo. Qual foi o show mais marcante da sua carreira e por quê? Qual lugar que você nunca se apresentou,  mas gostaria de fazer um show?
RENATO TEIXEIRA - Eu já fiz muitos shows pelo Brasil todo, alguns memoráveis, outros nem tanto, até decepcionantes, mas nunca por culpa minha, por culpa do mercado e das condições que oferecem para a gente trabalhar. A gente sempre procura fazer o melhor possível. Eu trabalho com iluminador há 20 anos, com operador de som há 20 anos também, a minha equipe é bem antiga e conhece bem o assunto, sabe se virar muito bem nos momentos de dificuldades. Eu já cheguei a tocar em um lugar onde não havia, por exemplo, iluminação, não havia luz e o meu iluminador, que é o mestre do assunto, porque além de iluminador é meu produtor, que é o Luciano Costa fez um cenário maravilhoso, ele foi na cidade, comprou velas e fez um cenário lindo. E o show foi um dos mais bonitos, acabou revertendo a coisa. Então, essa vontade de fazer um show bonito tem ajudado muito para que a gente possa passar por condições difíceis de reverter. Esse ano foram mais de 100 shows. Então, você chegar no final desse ano, e fazer um show em Cuiabá, com a Orquestra da Universidade do Mato Grosso, de jovens, todos exímios músicos, e foi um momento maravilhoso. Tinha 15 mil pessoas, eu com a orquestra, não teve uma trave, foi tudo certo do começo ao fim. Foi um momento muito bonito, inesquecível. Tiveram outros, mas só para citar um deles, eu cito esse mais recente que está aí na minha memória. E o lugar que eu gostaria de fazer um show é o lugar que eu ainda não fui, não sei quais os lugares que eu não fui, mas qualquer lugar que eu não fui, eu gostaria de ir de alguma forma, porque é muito bom você conhecer o seu país, sabe? Eu conheço todos os estados do Brasil, eu procuro entender como eles pensam. O Ceará, por exemplo, eu tenho uma forte ligação com o Ceará, primeiro pela minha amizade de começo de carreira com o Belchior e depois com o Fagner, de quem eu sou parceiro, estou com dois discos aí, já com o Fagner, é um parceiro querido, um grande artista, um dos maiores cantores do mundo, na minha opinião. A minha relação com a Melinha, com esse pessoal do Ceará, sempre fui muito chegado a eles, sempre tive um carinho muito grande por eles. Enfim, essa é a minha missão, de procurar interagir com os artistas dos outros estados para compreender. melhor o Brasil. Então eu gostaria sim de ir numa cidade que eu ainda não fui. Todas. Que eu ainda não fui.

DIVIRTA-CE - Você compôs a música Rapaz Caipira como uma crítica à atual música sertaneja de consumo, fazendo renascer a expressão “música caipira”. Você já disse em entrevistas que é um defensor da música de raiz, caipira, que ainda sobrevive apesar dos desvios da música sertaneja. Como você vê o cenário atual da música sertaneja e o que você acha que falta para valorizar a música caipira? Como foi a repercussão dessa música e qual foi a sua intenção ao compô-la?
RENATO TEIXEIRA - Amúsica Rapaz Caipira tem um significado interessante, porque naquele comecinho, sabe, ainda quando a Eliz acabou de gravar Romaria, a coisa estava começando a mudar, quando Caipira estava deixando de ser um xingamento, para ser um elogio, porque representa o amor à terra, à vida campestre, ao que o Brasil tem de melhor, que é o seu imenso território, as suas várias opções, um país silvestre, bonito, então foi uma tiração de sarro mesmo. O cara que tem preconceito é um egocêntrico, sabe, ele se acha melhor que tudo, ele acha que ele é o dono da verdade, sabe. O mundo já andou muito, já evoluiu muito e a gente precisa entender que preconceito é uma bobagem, é uma coisa muito pessoal e muito insignificante, que só traz prejuízo, não acrescenta nada e não resolve nada. Então eu fiz essa música, era quase que uma tiração de sarro, e que, de uma certa forma, joga uma luz sobre esse pessoal todo, esses artistas todos da música caipira. Eu não sou um defensor, eu não sou um cara que luta pela música de raiz, eu acho que não existe música de raiz. Porque a música caipira, eu acho que era música de quintal, era o pessoal da roça sentava no quintal e tocava e cantava as coisas deles, que não tinha nada a ver com o que tocava no rádio, o que eles ouviam nos discos, no cinema, que ainda era uma coisa muito incipiente. Então era uma música de quintal que um dia, um artista brasileiro, que era um líder espírita e um advogado muito expressivo, Cornélio Pires, muito ativo e muito empreendedor, porque o pai dele tinha uma olaria na cidade de Tietê, aqui em São Paulo, ele, observando essa música de quintal, resolveu trazer e gravar isso. No início, as gravadoras diziam que isso não podia ser gravado porque era música de quintal e que não tinha público para isso, mas ele foi corajoso, ele bancou, ele foi o primeiro artista independente do Brasil, porque ele comprou os discos e foi lá, gravou, acertou com a gravadora, que era a Continental, que vendeu para ele uma quantidade de cópias. Alguns meses, a gravadora não dava conta de tanto que eles tiveram que produzir música de quintal, que era, na verdade, a música caipira, agora só que com formato diferente, já cantando em dupla, porque lá no quintal eles cantavam em dupla, violão e viola, porque a viola precisa do violão para se assentar, para ficar mais confortável, criou até uma vestimenta, aproveitou o cantar dos caras, mas também aproveitou o humor deles. Cornélio Pires é um personagem maravilhoso nessa história toda. Então, essa música não é uma música qualquer, é uma música muito poderosa, muito significativa e muito influente. Logicamente que, como todos os gêneros, às vezes ela está bem, às vezes ela está mal, passamos períodos ruins, períodos onde ela está tendo essas duplas sertanejas... hoje tem uma questão, eles trabalham mais numa questão funcional, que é para atender produtos, para atender interesses do mercado, de vender isso ou aquilo. Então ela é muito importante, às vezes passa por maus momentos, mas de vez em quando ela dá uma recuperada forte, como ela deu quando apareceu Almir Sater tocando aquela viola maravilhosa, quando aparece Boldrin, quando Inesita se afirma como uma grande artista brasileira, quando a Elis grava Romaria, tem momentos em que ela se afirma. 

DIVIRTA-CE - Você já participou de vários programas de televisão, como o Tom Brasileiro, na Rede Record, em 1990, e o Som Brasil, na Rede Globo, em 2012. Como você vê o papel da televisão na divulgação da música brasileira? 
RENATO TEIXEIRA - Eu sou de uma geração muito ligada à televisão. A minha cidade, Taubaté, produziu Celly Campello. A gente estudava no mesmo colégio, ela era um pouco mais velha, eu estudava no ginásio, ela já era do normal, de uma fase mais à frente. A Celly mudou os rumos da música brasileira porque ela foi a nossa primeira grande artista da televisão, com a imagem, com esses negócios. Então, a minha geração tem uma ligação muito forte com a televisão. Eu, quando vim para São Paulo, fui direto, já comecei a trabalhar, fui contratado pela recém-inaugurada TV Bandeirantes, aqui em São Paulo, depois fui para a Tupi, enfim, tive uma relação forte com a televisão. Tive programas na Record e depois no Canal Rural. Participei ativamente do Som Brasil, do programa da Inezita Barroso, do programa do Boldrin, sempre, e agora fui convidado na TV Cultura, que tem uma tradição de música de qualidade nos horários das nove da manhã, já é uma coisa muito antiga deles, são décadas fazendo boa música nesse horário. Estou muito feliz com esse momento de poder continuar atuando na televisão. A televisão para mim é uma coisa muito natural, eu me relaciono muito bem com ela, então para mim está sendo um momento muito interessante. 

DIVIRTA-CE - Como você, que lança discos desde 1969, viu a revolução da música através da internet?
RENATO TEIXEIRA - A música e a internet são um encontro marcado, um encontro que já estava no radar, porque a música, toda vez que surge alguma coisa nova, algum meio de comunicação novo, a primeira coisa que eles chamam é a música, porque a música é uma coisa que todo mundo canta, todo mundo gosta de música, a música faz parte da humanidade, ela é o som da humanidade
O som, nós temos a fala e a música, porque a fala é cantada, então faz parte do ser humano a música, a música nasce com a gente, alguns são mais afinados, outros menos, e outros que não tem afinação nenhuma, mas todo mundo gosta de música, então a internet quando surge, nos ajudou muito porque nos livrou um pouco daquela coisa viciante que tinha se tornado as gravadoras, que contratava o artista, que pagava muito pouco, que decidia pelo artista, que dizia esse sim, esse não. Então a internet democratizou o mercado, tanto que surgiram artistas por tudo quanto é lado. Eu costumo dizer que hoje tem alguns artistas que você nunca ouviu falar e que estão fazendo shows pelo Brasil todo, ganhando cachês imensos, colocando centenas de milhares de pessoas na sua frente que a gente nunca ouviu falar. Isso é o que a internet proporciona para a classe musical que, logicamente, está batendo palma. Está batendo palma em pé para a internet. Ela nos liberou, ela democratizou o mercado para que todos possam se manifestar. E também não aceite esse argumento que não tem muita coisa ruim no mercado. Tem músicas que eu não gosto, mas tem outro que gosto, porque não tem música feia. Tem música que a gente não gosta, mas outros gostam. Então, o bonito da música é isso, que ela é abrangente, ela vem de diversas maneiras, ela vem bem construídas, mal construídas, construídas com conhecimento, construídas sem conhecimento, mas a internet é generosa, a internet é mãe, entendeu? Então, ela abre as porteiras para que todo mundo possa mostrar o seu trabalho e a população possa decidir. Logicamente que as decisões coletivas passam pelo nível cultural e educacional de uma sociedade, entendeu? Se você tem uma sociedade que está com dificuldades no ensino, na cultura, nesse negócio, o que ela consome condiz com a sua condição cultural, mas isso já não é nosso assunto, entendeu? Eu não trafego por outros assuntos que não sejam a música, entendeu? Então, o que nos estão dando é isso. O que estamos oferecendo para esse mercado que nos dão é esse tipo de música. Então tá tudo certo.

DIVIRTA-CE - Você tem uma carreira consolidada e reconhecida, com mais de 50 anos de trajetória em múltiplos talentos, na música, literatura, cinema, TV. Além do novo programa de TV, tem novidades do Renato Teixeira ator? Pretende lançar um novo livro? Quais são os seus projetos futuros e quais são os seus sonhos como artista?
RENATO TEIXEIRA - Bom, as novidades da carreira são sempre... a gente vive de criar novidades, né? Cada música que nasce é uma novidade. Eu ainda não lancei livros, mas vou lançar um livro de poesia agora. Eu só estou esperando a minha filha, Isabel Teixeira, que é uma atriz que hoje é reconhecida no Brasil todo pelo talento dela e pelo trabalho que fez Maria Bruaca na novela Pantanal. Ela, na verdade, além de atriz, ela é uma editora, ela tem uma paixão por esse lado editorial, de fazer livros, de fazer esses negócios. Então ela que está montando os meus livros de poesia. Como ela está fazendo uma novela agora, Elas por Elas, que toma muito tempo dela, a gente deixou para o ano que vem lançar o meu livro, logo no começo do ano, porque a novela vai até março. Então, a partir dali, ela já vai começar a montar o meu livro, porque é uma das especialidades dela. Eu faço questão que seja ela, porque vai ser o meu primeiro livro, um livro de poesia, montado e desenhado pela minha filha. Vai ser um prazer imenso para mim. Então, esse é um dos projetos. Já estou no segundo, porque agora não tem mais CD, são de dez em dez, já estou na segunda fase das dez músicas com o Fagner, já estamos lançando outro trabalho nas plataformas. Estou fazendo muita coisa também com outro parceiro querido, que é o Antônio Adolfo, que é um outro tipo de visão da música. Com o Fagner, por exemplo, ele me manda as melodias, e ele é um magnífico melodista, e eu coloco letra. Com o Antônio Adolfo, eu mando a letra para ele e ele coloca a melodia, que é outra mágica que nem ele sabia que ele era tão bom nisso, então é maravilhoso. E tenho, fazendo agora, um trabalho que estou apaixonado por isso, que é junto com o sanfoneiro Cezinha, lá de Recife, que é um mestre da sanfona, e que a gente está achando, conversando com ele, a gente resolveu que precisava dar uma chacoalhada no forró, porque o forró está muito docinho, o forró está muito bebê, cheio de nhe-nhe-nhe. E o forró não é isso só, o forró de Luiz Gonzaga, que é poderoso, que fala que o Rio São Francisco foi bater no meio do mar, essas imagens fortes, bonitas, de um povo que está vivendo uma experiência incrível, que está começando a sentir o progresso chegar com muita força, e com uma cultura maravilhosa para ser exibida e manifestada. Aguarde.

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