terça-feira, 3 de junho de 2008

CRÔNICAS


MAIO DE 68: EXPLICADO A NICOLAS SARKOZY

MAIO DE 68: EXPLICADO A NICOLAS SARKOZY é composto de textos escritos em parceria por André e Raphaël Glucksmann, pai e filho respectivamente. O pai é um dos mais renomados filósofos franceses da atualidade; o filho, um jornalista da nova geração. No livro, eles constroem um diálogo entre a geração que participou diretamente do Maio de 68 e a atual. Será que alguma parte de 1968 ainda respira, atua e vive em 2008? A França e o mundo mudaram depois dos famosos “acontecimentos de Maio”: o gaullismo e o comunismo não dominam mais os pensamentos e a cena política, o Muro de Berlim e as torres gêmeas de Manhattan foram abaixo, a Guerra Fria terminou, as guerras quentes do pós-comunismo ocuparam seu lugar, um terrorismo niilista ameaça todos os quadrantes, a aids açoita o planeta, a Europa democrática está em parte reunificada, dois genocídios, no Camboja e em Ruanda, agravaram as responsabilidades de uma incorrigível humanidade, o euro substituiu o franco, a esquerda tomou o poder para depois perdê-lo, os ex-revolucionários viraram moderados.

MAIO DE 68: EXPLICADO A NICOLAS SARKOZY nasceu em 2007, quando, em um comício político, Nicolas Sarkozy pediu que os franceses não se prendessem à herança de Maio de 68. Assistindo ao comício estavam André e Raphaël. Para Raphaël, que sempre ouvira o pai defender os movimentos de maio, foi uma surpresa que André, mesmo tendo ouvido a exortação do então futuro presidente da França, tenha continuado a apoiar sua candidatura. Para André, é possível ser favorável a Maio de 68 e a Sarkozy, romper com trinta anos de negação da política e dos valores universais da França sem, no entanto, deixar de considerar e debater um dos movimentos mais importantes da história política francesa.

Com base no diálogo entre os autores, MAIO DE 68: EXPLICADO A NICOLAS SARKOZY mostra uma França que precisa lutar contra discriminações racistas e sociais e o desemprego, e que tenta conciliar os ideais de 1968 com a chegada ao poder de um governo de direita, liderado por Nicolas Sarkozy.

Nascido em 1937, filósofo, André Glucksmann multiplicou as ações em favor dos direitos humanos. Publicou La Cuisinière et le mangeur d’hommes (1975), Les Maîtres penseurs (1977), Cynisme et passion (1981), O discurso do ódio (2004).

Nascido em 1979, Raphaël Glucksmann, jornalista, membro fundador da associação Études Sans Frontières, realizou documentários políticos: Tuez-les tous!, sobre o genocídio de Ruanda, e Orange 2004, sobre as revoluções democráticas no Leste Europeu.





Um retrato bem humorado dos italianos

A Itália é uma droga suave, vendida em pacotes repletos de pôr-do-sol, olivais, massas, limoeiros e vinho. A bota também é um labirinto. É sedutora, mas complicada. Na Itália, pode-se andar em círculos durante anos a fio. E isso, naturalmente, é muito divertido. Enquanto se esforçam para achar uma saída, muitos recém-chegados recorrem às opiniões de visitantes anteriores. Gente como Goethe, Stendhal, Byron e Twain. Esses autores ainda são citados, como se nada tivesse mudado. Não é verdade. Algumas coisas mudaram. O problema é descobrir o quê.

Colunista do prestigiado Corriere della Sera, Beppe Severgnini percebe como poucos a alma dos italianos. Em A CABEÇA DO ITALIANO, ele reúne observações sagazes sobre seus compatriotas. E afirma: mesmo com todos os problemas, a Itália está longe de ser infernal. Tem estilo demais para isso. Também não é um céu, claro, porque é excessivamente indisciplinada. “Digamos que a Itália é um purgatório excêntrico, cheio de almas orgulhosas, atormentadas, cada uma convencida de que tem acesso direto ao chefe”, brinca.

Por dez dias, Beppe Severgnini viajou de Milão à Toscana, da Sicília à Sardenha, mostrando algumas características muito peculiares dos italianos. Os lugares são apenas uma desculpa para pequenos tratados sobre praias, restaurantes, celulares, aeroportos, condomínios, piazzas, jardins e escritórios. Tudo salpicado por observações inteligentes e estatísticas reveladoras. “A Itália é a única oficina do mundo que pode produzir ao mesmo tempo Botticellis e Berlusconis. Quem mora na Itália vive dizendo que quer sair, mas quem sai só pensa em voltar”, argumenta Severgnini.

Quase todos os relatos modernos sobre o país se enquadram em duas categorias: ou são crônicas de um caso de amor ou diários de uma decepção. Com humor e autocrítica, Bernegini consegue criar um estilo próprio: A CABEÇA DO ITALIANO foi publicado em vários países e conquistou a crítica, com matérias em diversos veículos importantes.

Beppe Severgnini é colunista de um dos maiores jornais da Itália, o Corriere della Sera, e foi correspondente da revista The Economist de 1993 a 2003. É autor do best seller internacional Ciao, America! e reside em Crema, nos arredores de Milão.

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