terça-feira, 3 de junho de 2008

MÚSICA

A volta por cima


A cinqüentona Cyndi Lauper coloca todos para dançar em novo CD

A bonita envelheceu: está na casa dos cinquentinha e, finalmente, atenta para o que acontece ao seu redor. Quem pensava que a cantora Cyndi Lauper - que teve seu auge na new wave dos anos 80 - estava paradíssima, está muito enganado. Cyndi ataca outra vez, voltando ao colorido forte com o ótimo "Bring Ya To Bring" (Sony BMG), que promete eletrizar as pistas de dança.

Por um bom tempo a querida Cyndi, que em certa época foi declarada a herdeira de Madonna, perdeu-se na loucura, se dizendo descendente de bruxas medievais, participando de rituais nada ortodoxos. Defendendo um fenimismo arraigado, fruto de relações mal sucedidas, ela circulou o mundo vendo seu pedestal ruir em uma pretenciosa música pseudo-engajada.

Agora é diferente. Ela volta ao seu passado e todas as músicas, sem excessão, são um delicioso convite para dançar. A diversão em Bring…é garantida. Com produção de Max Martin, Basement Jaxx e Scumfrog, todas as músicas deste novo CD vem com toque de maturidade. A que mais explicita isso é “Raging Storm” onde ela filosofa sobre problemas sociais, a indústria de celebridades e ainda dá uma alfinetda em Britney. Um dos pontos altos é o single “Same Ol’Story” em que ela chama todos à liberdade repetindo que as velhas paixões (aquelas bem fortes e que matam no peito) são o grande estorvo de nossas vidas quando decidem, do nada, retornar.
Outro ponto alto do disco surge com seu flerte com o eletro, como em “Echo” e “High and mighty”, que abrem o CD com sussurros. A voz dela continua a mesma. Fina, aguda, alta e capaz de dar os melhores saltos de um ponto a outro sem nenhuma timidez. Cyndi volta na melhor peformance mostrando que para cantar é preciso ter garganta. A turnê de “Bring Ya To The Brink” inclui o Brasil, Cyndi dará o ar da graça por aqui de 11 a 19 de novembro: Belo Horizonte, São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba e Porto Alegre. Bem que as produtoras cearenses poderiam incluir Fortaleza no roteiro.




O que a bossa nova canta de novo
Música e alquimia têm muito em comum. Ambas são de tradição antiga e lidam com o mágico. A duas trabalham com elementos diversos e suas transformações e, mais que tudo, demandam conhecimento e paixão. Devem ter existido muitos alquimistas de pouca prática que morreram envenenados após uma mistura bizarra de substâncias no afã de provar o elixir da vida. Na música, a coisa não parece tão perigosa assim, mas boas transformações, daquelas em que metais inferiores viram ouro, são raras. Aí reside o grande mérito do primeiro trabalho do projeto Bossa Project. O sonho antigo de uma excelente dupla musical – Bettina e Eddy Marcos – em transfigurar canções pop de várias épocas e estilos, conferindo a elas uma cara brasileira, alegre e sofisticada, que só a bossa nova consegue dar.

Experimentar coisas diferentes, como na alquimia, pode levar a resultados explosivos, como aconteceu no início dos anos 80, quando Louis Clarke conduziu a Royal Philharmonic Orchestra com peças clássicas ao ritmo da disco music na série Hooked on Classics. Ou na década seguinte (sem tanto alarde) quando o heavy metal do Mettalica foi executado pelo Apocalyptica, um quarteto de violoncelos. Essa alquimia musical nem sempre é fácil. No caso do Bossa Project, além de complicado, foi um feito inédito. A idéia foi tomando forma a partir de 2005, quando Bettina, cantora e professora de técnica vocal, conheceu Eddy Marcos, um violonista e maestro com uma carreira musical extensa, chegando a trabalhar com o cantor Fábio Jr. e Don Costa, arranjador e regente da banda de Frank Sinatra.
“O trabalho de pesquisa foi detalhado,” Bettina conta. “Chegamos a trabalhar cerca de 80 músicas”. Catorze delas foram selecionadas para o homônimo álbum de estréia. A faixa de abertura já dá pistas de que fizeram a escolha certa de repertório. O violão de Eddy Marcos ao fundo, e sempre presente em todas as canções, pontua “Can’t Take My Eyes Off You”, um dos maiores sucessos de Frank Valli, com dezenas de covers posteriores, de Pet Shop Boys a Lauren Hill. A música seguinte, “Cry Me A River”, originalmente composta para Ella Fitzgerald e que também teve muitas versões, ganha aqui a sedosa voz de Bettina acompanhada do trompete de Walmir Gil. O Bossa Project consegue alegrar a melancólica “The Fool on the Hill”, dos Beatles, com uma cadência mais forte e a presença da cuíca tocada por Luiz Guello como se o morro da canção estivesse mais perto da gente. Ela volta mais adiante em “Moon River”, clássico de Johnny Mercer e Henri Mancini, quando o rio citado mais parece a Cidade Maravilhosa embalada pelo piano de Evaldo Soares. Outra em que a cuíca marca presença é “Nobody Does It Better”, tema do filme 007 – O Espião que Me Amava. Dá até para imaginar como seria a aventura no Brasil. Algumas faixas, como o jazz de Cole Porter “I’ve Got You under My Skin” ou mesmo a romântica “The Shadow of Your Smile” (ganhadora do Grammy em 1965), são fáceis de serem imaginadas como bossa nova. Ainda assim, o Bossa Project confere identidade própria às versões. Enquanto a primeira ganha ares de um Brasil jovial e ingênuo dos anos 60, a segunda é repertório certo de qualquer piano-bar de qualidade. Outras músicas, na grande maioria sucessos da década de 70, deram bem mais trabalho. “Foi um processo de desconstrução e reconstrução de arranjos”, Eddy confessa. “Tiveram algumas músicas que não entraram nesse repertório porque senti que nenhum arranjo feito para bossa nova caiu bem nelas. Pelo menos até agora”. “Could It Be Magic?”, hit de Barry Manilow, sofreu uma belíssima transformação com o contrabaixo de Itamar Collaço ganhando destaque. O mesmo aconteceu com “You Are Everything”, sucesso do duo Marvin Gaye & Diana Ross, e “How Deep Is Your Love”, dos Bee Gees. Esta última, uma das melhores do disco, Bettina consegue torná-la mais suave ainda, mais uma vez acompanhada de perto pelo contrabaixo. Outras que ganham muito no quesito suavidade são “Unbreak My Heart” (sucesso da cantora Toni Braxton), “Where Is the Love” (originalmente interpretada pelo dueto de Roberta Flack e Donny Hathaway) e “Per Amore” (a mais nova do repertório, lançada por Andrea Bocelli em 1997). Bossa Project, o disco, termina com o ótimo saxofone de Vitor Alcantara acompanhando Bettina em uma versão de “I Will”, dos Beatles. Remete ao futuro e o que a dupla que comanda o Bossa Project planeja. “A idéia é estender o conceito nos próximos trabalhos”, Eddy revela, “e mostrar as possibilidades do gênero, que não é estagnado nem para poucos.”A bossa nova já foi usada na música pop de várias maneiras, agora é a vez de ela se utilizar do pop em muito bom proveito.




Artista/Artist
Disco/Album
Gravadora/Label

05

01

Ana Carolina

Multishow Ao Vivo Ana Carolina – Dois Quartos

Sony BMG

08

02

Ivete Sangalo

Ivete no Maracanã – Multishow Ao Vivo (MusicPac)

Universal

03


03

Ivete Sangalo

Perfil

Universal/Som Livre

02


04

Victor & Leo

Ao Vivo em Uberlândia

Sony BMG

04

05

Madonna

Hard Candy

Warner

06

06

Vanessa da Mata

Sim

Sony BMG

13

07

Cidia e Dan

Duetos Românticos 2 – Ao Vivo

Som Livre

16


08

Renato Russo

Nova Série Bis

EMI

15

09

Gonzaguinha

Série Bis (duplo)

EMI

25

10

Aline Barros

O Melhor da Música Gospel

LGK/Som Livre






O sucesso do rock latino vem do méxico: Maná

De uma bem-sucedida turnê, surge um novo registro. "Arde El Cielo" é o disco ao vivo que a banda mexicana Maná acaba de colocar no mercado. O novo trabalho é uma amostragem do que foi a turnê de "Amar És Combatir", CD de inéditas lançado em 2006 e que faturou o Grammy de melhor disco latino de rock, vista por mais de 2,5 milhões de pessoas.
Gravado em dois dias no Coliseo José Miguel Agrelot, em Porto Rico, o show é abastecido por 12 canções que passeiam pelos sete discos de estúdio já lançados pelo grupo. "Déjame Entrar", "Labios Compartidos", "Vivir Sin Aire", "Bendita Tu Luz", "Mariposa Traicionera" e "Rayando El Sol" são alguns dos hits compilados ao vivo.
O Maná é uma das bandas responsáveis por colocar o rock e o pop latino na boca do povo. Eles são uma espécie de U2 de Guadalajara: têm uma legião de fãs que os sustentam fielmente, mesclam o repertório com músicas de amor e de engajamento político, cultivam uma pose quase ultrapassada de popstar e divulgam a consciência social de paz no mundo.
A experiência acumulada nos mais de 20 anos de estrada faz com que Fher Olvera (voz), Sérgio Vallin (guitarra), Juan Diego Calleros (baixo) e Alex "El Animal" González (bateria) tenham pleno domínio dos segredos do palco e do público. Por isso "Vivir Sin Aire" é acompanhada em coro pelos fãs e "El Rey" ecoa os gritos de uma platéia ensandecida.


O disco traz ainda duas inéditas registradas em estúdio: a faixa-título e "Si No Te Hubieras Ido", uma versão mais pop e acessível para a gravação brega do conterrâneo Marco Antonio Solís. O projeto sai em duas versões: CD simples e disco duplo (CD/DVD, com as mesmas faixas).
Todos os ingredientes que formam o ecletismo do Maná estão presentes neste trabalho: rock, pop, reggae, ritmos afro-latinos, guitarras com wah-wah e discursos contundentes. Apesar de conter poucas faixas, "Arde El Cielo" dura 1h19, já que a maioria das músicas têm cerca de seis minutos. Algumas delas, inclusive, integram também o primeiro disco ao vivo da banda, de 2004.
"Arde El Cielo" tem suas funções: para a banda, eternizar o ótimo momento da carreira; para o público do Coliseu, ser uma lembrança do espetáculo em Porto Rico. E para os demais fãs, serve apenas como item de colecionador. É o Maná fazendo mais do mesmo.




Mangueira se despede de Jamelão


O corpo do sambista Jamelão foi enterrado pouco antes do meio-dia deste domingo (15), no cemitério São Franscisco Xavier, conhecido como cemitério do Caju, na zona norte do Rio. Durante o enterro, centenas de integrantes da Mangueira e amigos do sambista bateram palmas, emocionados, em homenagem ao artista. O caixão foi enterrado ao som de "Exaltação à Mangueira", música cantada pelos presentes.
O corpo deixou a quadra da Estação Primeira de Mangueira, onde foi velado desde as 18h de ontem, por volta das 10h30 deste domingo (15). José Bispo Clementino dos Santos morreu neste sábado (14), aos 95 anos, de falência múltipla dos órgãos, na Casa de Saúde Pinheiro Machado, onde estava internado desde a última quinta.




Em seu novo DVD, Ney Matogrosso documenta o show "Inclassificáveis"


No decorrer do roteiro de aproximadamente hora e meia de espetáculo, o artista usa a linguagem pop-rock para enfatizar o perfil mutante de sua peculiar obra de intérprete.
Veterano transgressor no recatado panorama da música popular brasileira, Matogrosso ignora fronteiras entre diferentes estilos musicais por meio de um repertório variado, que destaca a versatilidade de seu canto.
"Inclassificáveis" --primeiramente show, depois álbum e agora DVD-- tem espinha dorsal baseada nos temas "O Tempo Não Pára", "Mal Necessário", "Ode Aos Ratos", "Divino Maravilhoso" e a faixa-título. É uma espécie de divisor de águas em sua carreira, devido às variadas conexões com os primórdios de sua trajetória solo, sem sucumbir ao ranço passadista --das referências de pop-rock latinas tão entranhadas em suas performances até às interpretações comoventes de baladas e canções mais delicadas com as quais se notabilizou.
Pois, apesar do enfatizado verniz roqueiro dos arranjos executados por seu sexteto, formado por Emilio Carrera (piano, teclado e direção musical), Júnior Meirelles (guitarra, violão e vocal), Carlinhos Noronha (baixo e violão), Sérgio Machado (bateria), Felipe Roseno (percussão) e DJ Tubarão (percussão e toca-discos), o cantor se sai melhor justamente nos temas de andamento mais lento do roteiro de 20 canções, como atestam suas interpretações para "Ouça-me" (Itamar Assumpção e Alice Ruiz), "Mente, Mente" (Robson Borba) e "Veja Bem, Meu Bem" (Marcelo Camelo), entre outras.
No entanto, o melhor de seu trabalho não se restringe à emoção com a qual se apropria de temas alheios, mas sim na ênfase das sutilezas das canções por meio de seu registro de contratenor -- incomum ao sexo masculino.
Como seus shows são espetáculos com forte apelo audiovisual, o tradicional animal de palco que freqüentemente incorpora em cena --misto de homem e bicho-- desta vez assume a persona de um deus inca, por meio de alegorias propostas por figurino assinado pelo estilista Ocimar Versolato e cenografia a cargo do carnavalesco Milton Cunha.
Tal mise-en-scène confere ao DVD importância maior do que a de mero registro ao vivo de um disco, pois retrata dignamente a exuberância de um de nossos artistas mais completos, por meio das infinitas metamorfoses de sua personalidade camaleônica --sempre impetuosa, mas ainda mais veemente em seus shows.





A boy band disfarçada de roqueira McFly lança no Brasil um CD de hits


Com a decadência das boy bands britânicas Take That e Blue e da irlandesa Westlife, uma parcela do mercado fonográfico europeu, formada pelas garotas que não resistem a um rostinho bonito, ficou sem ter para onde olhar. Mas que tal, meninas, uma boy band turbinada, tocando instrumentos reais e com atitude rock'n'roll? Eis aqui, sob encomenda, a banda inglesa McFly!A aprovação foi imediata. Logo no primeiro disco, os garotos bem alimentados foram empurrados para o topo da parada britânica, tornando-se a banda mais jovem a atingir a posição.Mas nem mesmo a histeria feminina justifica o lançamento dessa coletânea, que reúne faixas lançadas em apenas três discos, e que fazem parte de um repertório iniciado somente há quatro anos, cheio de pastiches do rock pop dos Beatles e do Queen, com leves toques do punk rock do Green Day e com sonoridade e letras à la emocore. Os tempos são outros, mas os boys...




Chico César e seu "Forró y Frevo"
O cantor e compositor Chico César mergulhou no espírito de duas principais festas populares nordestinas (o carnaval e os festejos juninos) para criar um disco alegre, no qual o foco encontra-se na força dos ritmos que animam essas festas: o frevo e o forró. E ainda no diálogo que esses ritmos têm naturalmente com bits universais: o xote com o reggae, o frevo e o arrasta-pé com o ska. No que se refere especificamente ao frevo, uma novidade: a junção da linguagem das orquestras de metais de Pernambuco com a guitarra baiana dos trios elétricos da Salvador dos anos 70, em que a folia estava sob o comando de Dodô e Osmar.
Para buscar uma sonoridade universal, Chico César convidou BiD, com quem divide a produção do álbum, e Mário Caldato Jr, responsável pela mixagem. O tempero nordestino fica por conta da presença de músicos da Paraíba, da Bahia e de Pernambuco. Entre eles, o grande Armandinho e seu pau elétrico (homenageado no disco) e Spock e sua orquestra (representando a renovação do gênero pernambucano. Entre os convidados, a voz do frevo Claudionor Germano, um verdadeiro mito que segue cantando com voz firme como nos velhos tempos da gravadora Rozemblit. Dominguinhos empresta sua voz e sanfona na música “Deus me Proteja” e Seu Jorge é o convidado em “Dentro”.
O disco é composto basicamente de inéditas do próprio Chico César, com apenas uma regravação: a "Marcha da Cueca", do já falecido e também paraibano Livardo Alves ("Eu mato, eu mato quem roubou minha cueca pra fazer pano de prato...). Um disco leve para tocar nas ruas e nas pistas, com forte apelo regional e internacional. Para levantar a poeira e o astral, inspirado no saudável estado de espírito com o qual o povo nordestino encara e faz suas festas.
BiD e Mario Caldato Jr possuem currículos invejáveis. Multi-instrumentista, compositor, DJ, arranjador e produtor musical, BiD é responsável pelo disco de ouro “Afrociberdelia” de Chico Science & Nação Zumbi - e por trabalhos de artistas como Funk como le gusta, Seu Jorge, D2, Pavilhão 9, Mundo Livre S/A, DaWeasel (PORT), Fernanda Abreu, Planet Hemp, Jorge Benjor, Otto e o diretor Walter Salles Jr., entre outros. Mario Caldato Jr, brasileiro radicado nos Estados Unidos, é produtor desde 1984. Entre álbuns e remixes, produziu Beastie Boys, Marisa Monte, Marcelo D2, Super Furry Animals, Beck, John Lee Hooker, Soulfly, Moby, Jack Johnson, Bjork, Seu Jorge, Mundo Livre, Bebel Gilberto, Molotov, Blur e Yoko Ono, entre outros.




TIHUANA aproveita sucesso de Tropa de Elite

Muro de concreto é bom de derrubar! Tihuana, o pau vai quebrar! Por que será que o quinteto carioca (que inclui um argentino, um paulista e um baiano, e é radicado na paulicéia), ouvido em todo o mundo no filme “Tropa de elite” demorou tanto a capitalizar em cima do Capitão Nascimento e seus fanfarrões? Muito simples: eles estavam ocupados trabalhando. O entrosamento e a competência que se ouvem neste “Tropa de elite ao vivo”, primeiro DVD do grupo, são fruto de cerca de 140 shows por ano, que vão de grandes festivais a festas nos interiores do Brasil e do exterior. Depois de uma década e de cinco discos de estúdio, nada mais natural, com ou sem a ajuda da Faca na Caveira, que Egípcio (voz e violão), Román (baixo e voz), Leo (guitarra e voz), Baía (percussão e voz) e PG (bateria) mostrassem o que fizeram e aprenderam em um caprichado DVD ao vivo. Gravado no Kazebre, hoje o principal point do rock na Zona Leste de São Paulo, em dezembro de 2007, à frente de um público alucinado -- com uma forte presença feminina, que canta tudo a plenos pulmões --, “Tropa de elite ao vivo”, dirigido por Santiago Ferraz, resume bem a festa que os cinco e seus convidados são capazes de organizar, com sua mistura de rock, rap, reggae e sons latinos. A bagunça começa com o sucesso “Praia nudista”, versão de “Nude beach”, um reggae ensolarado e bem-humorado, que já deixa o público no ponto.
Quem não conhece o Tihuana (talvez alguém que tenha passado os últimos dez anos numa caverna, quem sabe?) tem a essência do som da banda resumida nas canções seguintes: a interpretação emocionada e sincera, além de afinadíssima, de Egypcio, a base firme e criativa de Román e PG (lá se vão décadas desde que os meninos começaram a tocar juntos, na banda Ostheobaldo), a guitarra de Leo, onde o som encontra um porto seguro, ora pesada, ora discreta, e o molho de Baía estão em “Na parede do quintal”, na bela “Que vês?” (olha o rock latino aí, quando será que o Brasil vai se ligar?), em “De longe” e em mais uma de sabor latino (andino, mais especificamente, com a participação de Ramón, o Índio, no charanga e na quena, aquela flautinha peruana), “Por que será?”. Esta última tem a participação do primeiro convidado especial da banda, Zeider, cantor da banda Planta & Raiz. Assim como o Tihuana, ao longo dos anos, encontrou um som próprio a partir de tantos e tão diferentes elementos, segue o show, viajandão e bem-humorado em “Eu vi gnomos” e no clássico “Clandestino”, versão da canção do mestre Manu Chao; mais emocionado e sério em “Um dia de cada vez” e “Renata” (bela parceria da banda com Belex, que tem como espinhoso tema a prostituição infantil, abordada de modo delicado e poético), até que, não tem jeito, o bicho começa a pegar.A roda de pogo se abre ao som de “Bote fé”, um hardcore sem noção (no melhor dos sentidos) em que a banda tem o reforço de Di Ferrero e Gee Rocha, do NX Zero.
O suor mal começou a jorrar quando o Tihuana oferece um refresco (no pior dos sentidos), “É guaraná”, pérola escondida de seu primeiro disco, mais pedrada na testa, seguida pelo clássico dos clássicos do pogobol roqueiro brasileiro, “Pula!”, que faz tremer o chão da Zona Leste. Mais convidados aparecem para que a coisa fique séria de vez: diretamente da Rocinha, os MCs Junior e Leonardo aparecem para mostrar como se faz um funk de responsa, o standard “Rap das armas” (aquele mesmo do parapapapapapapapapá...). Além de levar o povo ao delírio com o refrão, o Tihuana entra aos poucos na canção, que começa apenas com os dois MCs e o DJ JF e acaba com a união definitiva do morro com a guitarra. Para terminar, o Zero Dois André Ramiro (o Matias de “Tropa de elite”) se une à banda para o hino brasileiro de 2007. Osso duro de roer. “Pula, filha da pula!”, ordena ele, rapper talentoso, como se precisasse.Além de um show redondo, para se colocar no comando repeat do DVD, o disquinho traz os clipes de “Ela se foi” e “Outra história”, além do making of “Medo e delírio na estrada”, dirigido por Dino Dragone, que poderia ir para os cinemas. O filme mostra a última semana do Tihuana antes da gravação do DVD, os ensaios com os convidados (é claro que um passa mal, outro não aparece...) e um fim de semana enlouquecido de shows, até dois na mesma noite, em cidades distantes 200km uma da outra.



Álbum reúne duetos célebres ou inusitados

O lançamento Grandes Encontros do Samba reúne alguns dos mais interessantes duetos já registrados em diversos álbuns do gênero. Algumas parcerias são inusitadas, como a que uniu o tradicional grupo paulista Demônios da Garoa a Ivete Sangalo para a gravação do samba mais conhecido de São Paulo, Trem das onze – faixa que fecha o novo disco. Outras são saudosas. É o caso da canção Tiro ao Álvaro, gravada em 1982 por Elis Regina e Adoniran Barbosa, que também está na compilação.

O álbum traz outros encontros que valem ser relembrados. Fez sucesso em 1999, a afinidade dos Zecas, Pagodinho e Baleiro, que gravaram juntos Samba do Approach para o disco do maranhense, Vô imbola. Outra inusitada reunião que deu certo foi a de Alcione e Cássia Eller em Não deixe o samba morrer. Cássia revelou-se talentosa e visceral também na interpretação de sambas. Mais conhecidas, e tão especiais quanto, são as faixas Alguém me avisou, em que Caetano reverencia Dona Ivone Lara, e Bagaço da Laranja na qual Zeca Pagodinho presta homenagem à partideira Jovelina Pérola Negra.

Memorável, a diva do samba Clementina de Jesus dividiu com Milton Nascimento a canção Circo Marimbondo. Clara Nunes cantou Coisa antiga com Roberto Ribeiro, no disco Clara Nunes Com vida. Ambas foram selecionadas para o álbum Grandes Encontros do Samba.




Fábio Jr entre mulheres

Após dez anos, o especial “Fábio Jr, & Elas”, gravado pela TV Record, é finalmente lançado em CD e DVD. O programa que ficou marcado na lembrança dos brasileiros traz um dos maiores nomes da música brasileira, acompanhado por vozes femininas bem conhecidas pelo público.

As convidadas são Elza Soares (Seu Melhor Amigo), Angela Maria e Cauby Peixoto (Alma Gêmea), Adriana Calcanhotto (Mentiras), Elba Ramalho (Ai que Saudade d’oce), Patricia Coelho (Enrosca), Leila Pinheiro (Sentado à Beira do Caminho), Paula Toller (Nada por Mim), Sandra de Sá (Caça e Caçador), Vânia Bastos (Sorri), Joyce (Compromisso), Fat Family (Não Me Condene), Fafá de Belém (Sem Limites para Sonhar), Zélia Duncan (Eu Me Rendo), Joana (Quando gira o mundo), Roberta Miranda (Volta ao Começo) e Fernanda Abreu (Na Canção). Para fechar o DVD, um dos maiores sucessos de Fábio, “Pai”, a única música que ele canta sozinho no especial.



Fall Out Boy recorre a Michael Jackson em disco ao vivo

Em evidência na cena emo, por conta do sucesso de seus dois últimos álbuns, From Under the Cork Tree (2005) e Infinity on High (2007), o grupo norte-americano Fall Out Boy recorre a um hit de Michael Jackson em seu registro ao vivo Live in Phoenix, recém-lançado no mercado brasileiro pela Universal Music nos formatos de CD e DVD (capa à esquerda). Um cover de estúdio de Beat It promove o disco. Já o DVD rebobina o roteiro integral do show captado em junho de 2007, no Cricket Pavillion, em Phoenix (EUA). Além dos 22 números do show, há clipes de músicas dos dois últimos álbuns da banda e takes de bastidores. Live in Phoenix saiu em 1º de abril nos Estados Unidos, terra natal do quarteto, queridinho dos emos. **


Charlie Brown ganha 'Perfil'

Centrado na figura polêmica do vocalista Chorão, o grupo Charlie Brown Jr. - um dos mais populares da segunda metade dos anos 90 - ganha coletânea na série Perfil, da gravadora global Som Livre. Atualmente com formação bem diversa da original, a banda de Santos (SP) tem 16 hits reunidos em compilação que oferece boa amostra de seu mix de rock, reggae e rap. Eis as 16 faixas do CD Perfil Charlie Brown Jr., que reúne gravações de todas as fases do grupo, hoje sem tanto peso no mercado de disco:
1. O Coro Vai Comê 2. Tudo que Ela Gosta de Escutar 3. Proibida pra mim 4. Zóio de Lula 5. Te Levar Daqui 6. Rubão: o Dono do Mundo 7. Hoje Eu Acordei Feliz 8. Papo Reto (Prazer É Sexo, o Resto É Negócio) 9. Champanhe e Água Benta 10. Lutar pelo que É meu 11. Ela Vai Voltar (Todos os Defeitos de uma Mulher Perfeita) 12. Senhor do Tempo 13. Pontes Indestrutíveis 14. Não Viva em Vão 15. O que Ela Gosta É de Barriga 16. Uma Criança com seu Olhar

O pop 'inglês' de Tiago Iorc

Nascido em Brasília (DF), mas criado na Inglaterra, Tiago Iorc afirma que pensa e sonha no idioma falado no Reino Unido. O que justifica seu hábito de compor em inglês. De mudança para o Rio de Janeiro (RJ), depois de ter vivido entre Rio Grande do Sul e Curitiba (PR), Iorc está lançando, pelo selo Som Livre Apresenta, seu primeiro CD, Let Yourself in. Com 11 faixas, o disco reúne oito músicas de autoria de Ior - entre elas, Nothing But a Song, também incluída em versão acústica - e covers de Ticket to Ride (música dos Beatles regravada pelo duo The Carpenters) e My Girl (sucesso do grupo The Temptations em 1964). Embora ainda desconhecido do público, Iorc tem sido ouvido quase diariamente por milhões de brasileiros, pois a Som Livre incluiu a faixa Scared na trilha sonora internacional da novela Duas Caras. A música costuma ser tocada em cenas que envolvem o casal Marconi Ferraço (Dalton Vigh) e Sílvia (Alinne Moraes). Já Nothing But a Song é ouvida na trilha de Malhação. ****



Disco nacional da 'Noviça' segue trilha original

Musical de Richard Rodgers & Oscar Hammerstein II, The Sound of Music estreou na Broadway em 1960 e, cinco anos depois, chegou aos cinemas no filme que, no Brasil, se chamou A Noviça Rebelde. Muito do êxito da peça e do filme se deveu à sedutora trilha sonora que rendeu clássicos do gênero como The Sound of Music, My Favorite Things e Edelweiss. Músicas que ganharam fluentes versões em português de Cláudio Botelho para a nova montagem brasileira de A Noviça Rebelde que entrou em cartaz a partir de 22 de maio no Teatro Oi Casa Grande, no Rio de Janeiro (RJ). A trilha sonora do espetáculo já está a venda pela gravadora Sony BMG. O disco brasileiro de A Noviça Rebelde segue o padrão da trilha original, embaralhando temas compostos para o musical e para o filme (há ligeira divergência entre a seleção do teatro e a do cinema). Tanto as versões de Botelho como as orquestrações regidas por Miguel Briamonte não traem o espírito da matriz. A rigor, a julgar pelo CD, o único elemento destoante na montagem nacional é Herson Capri, ator escolhido para interpretar o Capitão Georg Von Trapp, protagonista masculino da história. Sem ter voz talhada para o canto, Capri não valoriza seu números e é pena que um deles, Edelweiss, seja uma das músicas mais sublimes da trilha de Rodgers & Hammerstein. Felizmente, o restante do elenco canta bem. Na pele da noviça Maria Rainer, Kiara Kasso aproveita todas as oportunidades para mostrar sua bela voz. A edição do disco indica uma trilha de sucesso para a montagem de Botelho & Möeller. Que se abram as cortinas e se faça ouvir o som da música! ***



Taubkin traz obra de Chico para mundo infantil

Mestre na arte da composição, Chico Buarque já concebeu músicas que tangenciam o universo infantil. Entre elas, a Ciranda da Bailarina e a valsa João e Maria, parceria com Sivuca não por acaso incluída na seleção feita pelo pianista Benjamim Taubkin para este gracioso 12º volume da série MPBaby. No disco, editado pela gravadora MCD, Taubkin procura direcionar a obra de Chico para o mundo das crianças (trata-se do primeiro dos 12 CDs da série a ser dedicado a um compositor). Entre as 14 músicas selecionadas, há A Banda, Carolina, Noite dos Mascarados, Sabiá e Samba de Orly. Além de reproduzir as letras das composições, o encarte traz ilustrações que remetem ao universo do futebol, em alusão à paixão de Chico Buarque pelo esporte. Adultos gostarão. ****


Coletânea faz bater o coração violeiro de Boldrin
Fiel na propagação da genuína música caipira, tanto como cantor e compositor quanto como ótimo apresentador de programas de TV dedicados ao universo ruralista, Rolando Boldrin ganha uma bem-vinda coletânea na série Sempre, da gravadora Som Livre. Já nas lojas, a compilação reúne 13 fonogramas, sendo que sete foram licenciados por companhias como Kuarup, Warner Music, Intercd e Universal Music. Pena que não haja informações sobre a data das gravações. Eis o repertório, que inclui bissexta parceria de Boldrin com o tropicalista Tom Zé (a Moda do Fim do Mundo):
1. Vide, Vida Marvada (Rolando Boldrin)2. Meu Caboclo (J. Lourival e S. de Almeida)3. Eu, a Viola e Deus (Rolando Boldrin)4. Moda do Fim do Mundo (Tom Zé, Rolando Boldrin e Valnez Zanick)5. Amanheceu, Peguei a Viola (Renato Teixeira)6. Cabelos Brancos (Herivelto Martins e Marino Pinto)7. Cabocla Tereza (João Pacífico e Raul Torres) - com Jair Rodrigues8. Zé Ponte (Lupicínio Rodrigues e Felisberto Martins)9. Novo Amanhecer (Manezinho Araújo)10. Adeus, Nhô Pai (Rolando Boldrin)11. Rancho da Serra (Blecaute e Herilvelto Martins)12. Coração de Violeiro (Alvarenga e Ranchinho II)13. Acorda, Maria Bonita (Antonio dos Santos) - com Renato Teixeira



Músicas mais tocadas e autores com mais rendimentos do carnaval 2008

De acordo com levantamento realizado pelo Ecad, a música mais executada no Carnaval de 2008 em clubes, casas de diversão, coretos, bailes carnavalescos e eventos de rua foi a famosa marchinha “Cabeleira do Zezé”. Um de seus autores, João Roberto Kelly, é o compositor que obteve o maior rendimento no Carnaval deste ano. Além de emplacar o primeiro lugar do ranking, ele é autor de “Maria Sapatão”, que ficou entre as 10 músicas mais tocadas. No ranking das dez canções mais executadas, as marchinhas dos bons e velhos tempos reinaram absolutas.
Músicas mais tocadas no Carnaval no Brasil, em 2008:
1-Cabeleira do Zezé – João Roberto Kelly / Roberto Faissal
2-Me dá um dinheiro aí – Homero Ferreira / Glauco Ferreira / Ivan Ferreira
3-Mamãe eu quero – Jararaca / Vicente Paiva
4-Marcha do remador – Castelo / Antônio Almeida
5-Jardineira – Humberto Carlos Porto / Benedito Lacerda
6-Teu cabelo não nega – João Valença/ Lamartine Babo / Raul do Rego Valença
7-Cidade Maravilhosa – André Filho
8-Allah-la-o – Antônio Nassara / Haroldo Lobo
9-Saca-rolha – Zé da Zilda/ Waldir Machado
10-Maria Sapatão – Carlos / João Roberto Kelly / Chacrinha / Leleco

Autores com maior rendimento no Carnaval no Brasil, em 2008:
1-João Roberto Kelly
2-Braguinha
3-Haroldo Lobo
4-Carlinhos Brown
5-André Filho
6-Lamartine Babo
7-Manno Goes
8-Durval Lelys
9-Lourenço
10-Castelo

* Os rankings correspondem às músicas tocadas em clubes, casas de diversão, coretos, bailes carnavalescos e eventos de rua.



Sai a relação de bandas selecionadas para a 7ª Feira da Música


Mais de 80 atrações vão se apresentar entre 20 e 23 de agosto em Fortaleza, Ceará
Músicos de 20 estados do Brasil, além do Distrito Federal e do México vão participar da sétima edição da FEIRA DA MÚSICA, que acontece de 20 a 23 de agosto de 2008 em Fortaleza, Ceará. São mais de 80 atrações, que vão se apresentar em palcos no Centro de Negócios do Sebrae-CE, Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura e Poço da Draga, na Praia de Iracema, além do Centro Cultural do Bom Jardim e Shopping Solidário Bomix, ambos no bairro Bom Jardim.
Além dos shows, a Feira da Música promove o VII Encontro Internacional da Música, com oficinas, conferências, entre outras atividades ligadas à música. A indústria de instrumentos, equipamentos, acessórios, gravadoras, produtoras, editoras, distribuidoras, luthiers, entre outras empresas ou profissionais do mercado musical, estarão no Pavilhão de Exposições do Centro de Negócios do Sebrae. Interessados em adquirir estandes devem entrar em contato com a RPS Eventos, em São Paulo. (11)3333.7878 e contato@rpsfeiras.com.br. Informações gerais sobre a Feira da Música: secretaria@feiramusica.com.br, (85)3262.5011. http://www.feiramusica.com.br/. Toda a programação é gratuita.

ATRAÇÕES SELECIONADAS
CEARÁ
Grupo Murmurando
Breculê
Fóssil
Contato Imediato
Red Run
ET Circensis
O Garfo
Comunidade da Rima
Carlança
George Belasco e o Cão Andaluz
Meu Amigo Imaginarium
Encarne
Sambahempclube
Café Colômbia
Mafalda Morfina
Plastique Noir
Fator Resistencia
Dona Lili
The Cooler
Kayangaço
Faculdade Mental
Joseph K?
Dago Red
Moço Velho
Sobrajazz
Reggae Raiz
Kapruk
Dilei
O Quarto das Cinzas
BAHIA
Sovox
A Volante do Sargento Bezerra
ALAGOAS
Orquestra de Tambores de Alagoas
Fator 4
MARANHÃO
Página 57
PARAÍBA
Milton Dornellas
Afro Nordestinos
Burro Morto
Toninho Borbo
PERNAMBUCO
The Playboys
Zé Pilintra
Amps e Lina
Etnia
Coletivo Media Sana
PIAUÍ
Validuaté
Batuque Elétrico
Conjunto Roque Moreira
RIO GRANDE DO NORTE
Di Steffano
Sueldo Soares
Mandumblá
Seu Zé
Carlos Zens e Banda
Valéria Oliveira
SERGIPE
Maria Scombona
AMAPÁ
Marabaixada
Batuquerada
PARA
Madame Saatan
BRASÍLIA
Lucy And The Popsonics
MATO GROSSO
Ebinho Cardoso
GOIÁS
MQN
Violins
Motherfish
TOCANTINS
Boddah Diciro
Mestre Kuka
ESPIRITO SANTO
Tutu Com Ovo - T.C.O
MINAS GERAIS
Falcatrua
Makely Ka
SÃO PAULO
Maurício Caruso
Zero 16
Tita Lima
Júlia Car
Plano Próximo
Rodamundo
Andréia Dias e banda
Izzy Gordon
Trio Carapiá
RIO DE JANEIRO
Os Outros
1+1 Alexandre Cavalo e Christiano Galvão
RIO GRANDE DO SUL
Sistema Falido
PARANÁ
Terra Selta
Estrela Ruiz Leminsk e Téo Ruiz
MÉXICO
Dildo

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