segunda-feira, 11 de agosto de 2008

ARTIGOS


Mobilização contra o desemprego precoce


Susana Penteado*


É muito preocupante o resultado de novíssimo estudo referente ao Brasil, divulgado pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), que indica ser o desemprego, na faixa etária de 15 a 24 anos, 3,5 vezes maior do que o dos trabalhadores adultos. Mais grave é a constatação de que o problema cresce paulatinamente, atingindo sua proporção mais elevada desde o ano 2000. A falta de oportunidades de trabalho para a juventude não atinge apenas os brasileiros, conforme se observa em estatísticas da Organização Internacional do Trabalho (OIT): 44% dos mais de 200 milhões de desempregados no mundo têm menos de 24 anos.

No entanto, a taxa de desemprego dos jovens no Brasil, em relação à população adulta, é uma das maiores entre dez países incluídos na pesquisa do Ipea, ficando em situação mais favorável apenas em relação à Itália (3,9), Suécia (3,8) e Reino Unido (3,6). O fato é que essa situação, nacional e mundial, compromete seriamente um dos mais importantes compromissos da Declaração do Milênio: “Elaborar e aplicar estratégias que proporcionem aos jovens a possibilidade real de encontrar um emprego digno e produtivo”.

Fica muito clara, portanto, a premência de se cumprirem rigorosamente as determinações do decreto presidencial nº 5.598, de 1º de dezembro de 2005, que regulamenta a contratação de aprendizes no Brasil. Mais do que atender ao marco legal, uma obrigação inalienável de pessoas físicas e jurídicas, trata-se de uma atitude imprescindível de responsabilidade com os jovens e o futuro do País. Como se sabe, tendo como base o total de seus trabalhadores cujas funções demandem formação profissional, todo estabelecimento brasileiro é obrigado a empregar número de aprendizes equivalente a cinco por cento, no mínimo, e 15 por cento, no máximo. Estão dispensadas desse compromisso apenas as pequenas e microempresas e as entidades sem fins lucrativos que tenham por objetivo a educação profissional.

Para o cumprimento adequado desse dispositivo, é importante conhecer alguns detalhes do decreto. Um aspecto que causa certa confusão é a faixa etária — 14 a 24 anos — que caracteriza o aprendiz. Desde que o jovem seja contratado com esse status, não há qualquer choque com a idade mínima de 16 anos a partir da qual é permitido o trabalho no Brasil. Também se deve entender que o contrato de aprendizagem é especial, ajustado por prazo determinado, não superior a dois anos.

Outro requisito é que o empregador compromete-se a assegurar ao jovem, inscrito em programa de aprendizagem, formação técnico-profissional metódica compatível com o seu desenvolvimento físico, moral e psicológico. A validade do contrato de aprendizagem pressupõe, ainda, anotação na Carteira de Trabalho e Previdência Social, matrícula e freqüência na escola, caso não haja concluído o ensino fundamental, e inscrição em programa de aprendizagem desenvolvido sob a orientação de entidade qualificada para este fim.

Este último requisito deve ser objeto de especial atenção das empresas, de modo a se garantir toda a segurança quanto à natureza jurídica e legal dos estabelecimentos de ensino profissionalizante. Somente são reconhecidas, para o devido cumprimento do decreto que regulamenta a contratação de aprendizes, entidades, sem fins lucrativos, que tenham por objetivos a assistência ao adolescente e a educação profissional e sejam registradas no Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente. Há algumas instituições, como o CEPRO (Centro Profissionalizante Rio Branco), em São Paulo, que disponibilizam aprendizes para empresas interessadas e são organismos certificadores. Os estabelecimentos do Sistema S são igualmente aptos.

A perspectiva de uma carreira profissional, sem dúvida, é um dos fatores mais importantes para o processo de amadurecimento, desenvolvimento e consolidação da personalidade dos jovens. No Brasil, é superior a um milhão o número de adolescentes que ingressam todo ano no mercado de trabalho. Nossa responsabilidade perante esse contingente de pessoas é imensa. Não temos o direito de lhes transmitir a amarga sensação do desemprego precoce.



*Susana Penteado é coordenadora do Centro Profissionalizante Rio Branco (CEPRO).




Evolução da área de marketing



Elizabeth Campos*




As empresas utilizam e estruturam cada vez mais suas áreas de marketing, principalmente em segmentos que oferecem restrições como o de auditoria. Atualmente é uma realidade mundial.



A cada dia observamos uma evolução na cultura do mundo corporativo no que se refere à importância dispensada ao marketing e à visão empresarial moderna, que analisa a matéria como forma de obter mais e melhores negócios. É uma visão necessária para qualquer corporação – independentemente de tamanho ou do negócio - porém, ainda, infelizmente, não são todas as companhias que praticam. O marketing, assim como tudo na modernidade, também se adapta. O foco da padronização muda e entra em cena a segmentação, com a personalização de produtos. O desafio da área de Marketing nos dias de hoje é identificar as tendências ou microtendências de comportamento, como alguns preferem chamar.



Ao analisarmos um segmento específico, o de auditoria, podemos observar, com grande notoriedade que, nos últimos 10 anos a evolução da prática de marketing corporativo é uma realidade positiva neste setor. Cada vez mais essa área deixa de ser simplesmente fornecedora de anúncios e publicações para ser uma área que acompanha a estratégia da empresa e trabalha voltada para resultados.



Há mais ou menos 10 ou 12 anos as firmas de auditoria faceavam muitas limitações para divulgar seus serviços e sua marca e essa limitação permitiu que as áreas de marketing desenvolvessem outras ações eficazes para se apresentarem ao mercado e conquistarem clientes. Em uma década as firmas de auditoria se organizaram de tal maneira que atualmente contam com estruturas responsáveis não só por padronizações e publicidade, mas também por meios como organização de eventos; coordenação de assuntos de mídia – através de assessoria de imprensa, oferecendo o grupo de executivos da corporação como fontes de informação de credibilidade – planejamento e desenvolvimento de negócios; pesquisas de mercado e de satisfação, comunicação interna, e muitas outras tarefas que fazem com que essa área seja estrategicamente importante para os negócios.



Por outro lado, é importante dizer que, apesar da evolução do mundo do marketing, constata-se que muitas empresas acabam engessando o trabalho do profissional – que é peça chave para a obtenção de resultados dos negócios – exigindo resultados num curto prazo, impedindo que sejam feitos planejamentos estratégicos que, fatalmente, trariam respostas muito melhores do que as conseguidas sob pressão. O trabalho do profissional de marketing não é simplesmente apagar incêndio.



Neste mundo específico da auditoria, assim como em qualquer outro segmento, o foco no mercado é uma evolução do pensamento do marketing corporativo que visa atender às necessidades desse setor e criar diferenciais que permitam visualizar o melhor target, inclusive mudando, se necessário, a cultura da corporação e de seus executivos. No caso de uma multinacional, como a BDO, a organização e as ações têm de ser padronizadas de forma local, regional e globalmente onde se obtém uma troca das melhores práticas, que fortalece a imagem e a marca permitindo diminuição de custos e maximizando resultados.



Neste segmento os grandes players são redes internacionais presentes no mundo todo, que necessitam de padrões e identidade globais, determinados pela matriz, para que a marca seja reconhecida em qualquer país e também pelos clientes. É nesse sentido que, novamente, o marketing local se faz necessário pois é responsável pela aplicação dessa padronização e adaptação de algumas ações necessárias para que atinjam seus resultados. Quem quiser se manter competitivo e olhar para os mercados em franco desenvolvimento com a intenção de localizar possibilidades de negócios, deve investir em marketing.



Resumindo: É notável a evolução da área de marketing nos segmentos de serviços especializados em auditoria, tributos e consultoria, onde cada vez mais se apresenta como uma grande parceira da área de negócios com o objetivo final de atingir mais e melhores resultados.



Elizabeth Campos é diretora de Marketing da BDO Trevisan.

E-mail: elizabeth.campos@bdotrevisan.com.br

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