segunda-feira, 7 de julho de 2008

CINEMA


Jodie Foster volta aos cinemas em filme infantil

Depois de viver uma justiceira em Valente (2007), filme que foi lançado diretamente em DVD no Brasil, Jodie Foster pega leve para encarnar Alexandra Rover, escritora que é uma das protagonistas da aventura infanto-juvenil A Ilha da Imaginação.


O enredo do filme, dirigido por Mark Levin e Jennifer Flackett, baseia-se no livro A Ilha de Nim, da autora canadense radicada na Austrália Wendy Orr.

Alexandra Rover (Jodie Foster) é uma escritora traumatizada, que não consegue sair de casa há meses. Por ironia, ela é rica e famosa justamente pela série de livros que escreveu sobre um grande aventureiro que batizou com seu nome, Alex Rover.

Nesses livros, o protagonista viaja pelo mundo e enfrenta todo tipo de perigos. Bem ao contrário da verdadeira Alex, que se mostra incapaz de ir até a porta de casa recolher as cartas da caixa de correio.

Os livros de Alex têm uma grande fã, que mora numa ilha perdida no Oceano Pacífico. Trata-se de Nim (Abigail Breslin, de Pequena Miss Sunshine), uma garota de 12 anos, órfã de mãe e que mora com o pai cientista, Jack Rusoe (Gerard Butler, de 300).

Por acaso, a escritora, em pleno bloqueio criativo, precisa de informações sobre vulcões - o último local perigoso em que jogou seu herói literário. Como o cientista escreveu um artigo sobre o assunto, que ela leu na Internet, ela lhe envia um e-mail com suas dúvidas, para poder terminar sua história.

Justamente nesse momento, o cientista saiu numa expedição de pesquisa e anda perdido no mar. Ao ler o e-mail para seu pai em que a escritora se identifica como Alex Rover, seu herói preferido, a menina acredita que é ele mesmo quem está escrevendo e pede ajuda.

A idéia de uma criança sozinha numa ilha no meio do oceano mexe com as emoções de Alexandra. A ponto de ela conseguir dominar o medo e preparar-se para uma grande viagem. Funciona bem como recurso cômico o fato de ela conversar o tempo todo com seu alter ego, o personagem que criou.

Dentro de um figurino à la Indiana Jones, Gerard Butler assume também esse papel do herói destemido, que puxa Alex pela mão e a empurra para esta grande empreitada. A moça encara turbulência em aviões, jipes em estradas esburacadas, helicópteros.

No final, vai mostrar-se tão corajosa quanto seu personagem, a ponto de remar um bote debaixo de uma enorme tempestade. Tudo para ajudar a menina desconhecida que pediu seu socorro.

Sozinha na ilha, ambiente que ela conhece como a palma da mão, Nim não se mostra assim tão indefesa. É capaz de subir em rapel num vulcão e muitas outras façanhas físicas para defender sua casa da invasão de um navio cheio de turistas.

Escondida nas árvores, a menina arremessa lagartos sobre o piquenique deles e até arma uma fogueira fumacenta dentro do vulcão, para encenar uma enorme erupção.

Enquanto isso, em alto-mar, o pai corre grande perigo num barco cheio de buracos e cercado por tubarões. Vai ser de grande ajuda um dos mascotes de sua filha, o pelicano Galileu.

Os animais da menina, aliás, são bem originais. Além da ave, ela não larga de um iguana chamado Fred, de uma enorme tartaruga, Chica, e de uma robusta leoa-marinha, Selkie - e que vai dar-lhe uma boa ajuda para espantar os turistas invasores.







"Quis um filme para todos, sem ETs", diz ator de "Arquivo X"


ALERTA: SE VOCÊ É CONTRA "SPOILER" --TEXTO QUE REVELA FATOS CRUCIAIS DE UMA OBRA --, NÃO SIGA EM FRENTE

Ele jura que não é trocadilho infame com o título do filme, mas o ator David Duchovny quer que o interlocutor realmente acredite no que ele fala.

E ele fala pausadamente, os miúdos olhos bem abertos, atentos para a existência de alguma testemunha indesejada, no melhor estilo Fox Mulder.

"Quando lançamos 'Arquivo X - O Filme', fomos instruídos a dizer que quem não era fã da série entenderia tudo, que era uma obra para todos. Mentira, não era coisíssima nenhuma! Quando conversei com Chris e disse que queria muito fazer o Mulder novamente, deixei claro qual era minha maior exigência: que 'Eu Quero Acreditar' fosse, de fato, um filme para todos, sem discos voadores, sem ETs, sem nem mesmo começar com o fim do anterior. Esta é a mais pura verdade, a não ser que eu esteja mentindo novamente, claro", brinca.

Para Duchovny, só haveria sentido fazer um novo filme se ele funcionasse como uma edição luxuosa de uma das primeiras aventuras da série. Não a simples exportação de um episódio para a tela grande, mas a criação de um enredo novo, que focasse a história na relação dos dois personagens seis anos depois do fim da série.

A dupla, aliás, se beija apaixonadamente em uma demorada seqüência do filme.

"Agora ninguém pode mais reclamar. Só acho importante lembrar que Mulder e Scully não estão fadados, creio, a nenhum final feliz, mesmo em virtuais seqüências, que estamos abertos a fazer. Os dois são muito mais interessantes justamente porque são criaturas sombrias. E, para falar a verdade, beijar o David foi muito, muito estranho mesmo", diz Gillian Anderson, antes de uma gostosa gargalhada.

"Aura perdida"

Em seu surto de sinceridade, Duchovny segue lembrando que "nas últimas temporadas, já não agüentávamos mais fazer a série. Acho que o público sabe quando um ator está fazendo algo com paixão. Tem uma aura que havíamos perdido e que tenho certeza absoluta de que está de volta em 'Eu Quero Acreditar'".

Duchovny ainda conta que, apesar do papo-cabeça sobre auras, não é um crente. "Não concordo com a administração de Bush, que resolveu impor a idéia absurda de que conhecimento científico é algo relativo. Por favor, escreva que David Duchovny é um norte-americano que acredita na objetividade." Fica registrado.






O filme é do Coringa
A morte do ator Heath Ledger e sua sinistra interpretação fazem o vilão roubar a cena no novo filme do Batman, "Cavaleiro das Trevas"

Dirigido por Christopher Nolan, o filme questiona a bondade e a perversidade humana e quem traz todas essas discussões para a tela é o Coringa, interpretado magistralmente por Heath Ledger.
O filme é dele. Não tem jeito. O cara rouba a cena. Não existe vilão mais delicioso. É o Coringa que bota fogo na cidade, que joga sujo, que não tem nada a perder, que ri do medo das pessoas e assusta todo mundo.
Em um das cenas, quando o vilão mais temido de Gotham City tem a chance de matar Batman (Christian Bale), ele desiste da idéia: “Eu não quero matá-lo. Você me completa”, diz, justificando que precisa do herói para que sua maldade tenha algum sentido.
O filme tem quase 3 horas de duração (e você ainda quer mais!), as cenas de ação são perfeitas, as explosões do Coringa são divertidíssimas, os socos do Batman vêm com mais força (antigamente ele só apanhava!) e o humor vem na medida certa com os feras Michael Caine (na pele do mordomo Alfred) e Morgan Freeman (como o confidente Lucius).
O filme estréia dia 18 de julho. Leve a pipoca, o refrigerante e toda a sua atenção para o cinema porque a trama vale cada centavo. Se você gosta de filmes de super-herói, vai amar esse novo “Batman - O Cavaleiro das Trevas”. Mas, se você nunca foi muito fã “dessas coisas de nerd”, das dualidades e dos atos heróicos do Homem-Morcego, o Coringa vai garantir o preço do seu ingresso.



"Coringa representa medo da anarquia e do caos", diz diretor de "Batman"

Christian Bale vive personagem pela segunda vez em nova produção
Na última cena de "Batman Begins", o tenente Gordon diz a Batman que suas ações iriam gerar reações em escalada.
"Você veste uma máscara e sai pulando pelos telhados... Veja esse sujeito, tem uma queda pelo teatral, como você. Deixou uma carta de assinatura", diz o policial, mostrando o coringa do baralho. Esse é o ponto de partida para a trama de "Batman - O Cavaleiro das Trevas", que estréia amanhã (18) no Brasil, com 500 cópias (292 legendadas, 208 dubladas) em 520 salas (cerca de um quarto do total do país).
"Essa cidade precisa de uma classe melhor de criminosos, e eu vou dar a ela", diz o já lendário Coringa de Heath Ledger.
Mais do que um caso de ação e reação, o vilão e o homem-morcego são complementares.
"Ele é a resposta lógica ao Batman, que instigou esse tipo de comportamento extremo em Gotham", disse o diretor Christopher Nolan em uma mesa-redonda de jornalistas.
Nesta segunda parte do que deve ser uma trilogia, Nolan criou um sombrio épico criminal, que tem sido comparado a seqüências clássicas como "O Poderoso Chefão 2" e "O Império Contra-Ataca".
"Procurei não fazer conscientemente um paralelo com o mundo real; o filme é ficção e deve funcionar assim. Mas é possível notar nele uma prevalência do medo da anarquia e do caos, representados pelo Coringa, que acho que são medos atuais", disse o diretor.
Nolan ressalta a importância que dá ao realismo da história, não só em termos de filmagem --usando poucos efeitos especiais-- mas também na composição dos personagens. "O que me interessa é a qualidade sombria do Batman como herói. Ele é movido por impulsos muito negativos, tem uma psique que tenta controlar."
Christian Bale diz que foi essa profundidade que o atraiu no personagem. "Ele é bem humano, não tem superpoderes, tem conflitos internos. É altruísta, mas também é tentado pela violência, pela vingança."
Os personagens principais do primeiro filme estão de volta (com Maggie Gyllenhaal no lugar de Katie Holmes como Rachel Dawes). Entre as novidades, o diretor tenta destacar o promotor Harvey Dent, o Duas Caras (Aaron Eckhart).
"O Coringa é o vilão mais espalhafatoso, mas Harvey é um personagem mais convincente, tem uma história completa."
De fato, a narrativa de Dent é mais completa, mas a atuação de Ledger e sua morte por overdose acidental de remédios, em janeiro, colocaram todo o foco em seu Coringa.


''Batman - Cavaleiro das Trevas' nos leva a um mergulho em sua visão sombria do batuniverso'

Aaron Eckhart é Harvey Dent, o Duas Caras

Dentre tantos heróis que voam, soltam raios e derrubam prédios com um peteleco, Batman sempre foi o cara: humano, verossímil, atormentado e impelido por um trauma que poderia acontecer com qualquer um. Com esse mote, arrebanhou gerações de fãs exigentes que, se nos quadrinhos foram brindados com várias obras-primas, no cinema ainda sentiam um gosto que sempre variou da estranheza causada pelos devaneios gótico-carnavalescos de Tim Burton às presepadas sem gás de Joel Schumacher.
Finalmente em 2005, Christopher Nolan fez o favor de perceber o óbvio e dirigir o melhor filme do morcegão jamais rodado. Mas a imersão definitiva na Gotham feia, suja e corrupta criada por Bob Kane e burilada por Frank Miller em seu "Ano Um" estava apenas começando. Em "Batman - Cavaleiro das Trevas", o diretor (e agora co-roteirista) nos leva a um mergulho de cabeça em sua visão sombria do batuniverso. O espectador tem a atenção fisgada pela sequência inicial matadora (com trocadilho) do assalto ao banco e é arrastado cada vez mais e mais para o fundo. Quando percebe, não há volta.
Gary Oldman é o comissário Gordon em 'Batman - Cavaleiro das Trevas'

E se Nolan rege a orquestra, dosando a pirotecnia necessária para um blockbuster com a profundidade que o personagem merecia, o solista é Heath Ledger. Bastou um pouco de maquiagem para o finado incorporar o Coringa monstruoso e sádico que todo leitor de Asilo Arkham pediu ao capeta. Pobre do próximo ator escalado para o papel em uma possível continuação. Oscar póstumo? Se meu voto contasse...
Quanto ao resto do elenco, ninguém faz feio. Christian Bale convence novamente, alternando um Bruce Wayne afetado (difícil não lembrar de "Psicopata americano") com um Batman amargurado pela imagem de vigilante acima da lei. A saída encontrada é apostar as batfichas em passar o bastão para Harvey Dent (Aaron Eckhart), promotor que, junto com o Tenente Gordon (interpretado pelo camaleão Gary Oldman), é a última esperança de tirar Gotham City das garras do crime organizado.

Pôster de 'Batman - Cavaleiro das Trevas'

Destaques também para Michael Caine, mais uma vez impecável como Alfred, Morgan Freeman dando classe ao armeiro Fox e Maggie Gyllenhaal no papel-chave de Rachel Dawes, promotora dividida entre seu amor por Dent e a fascinação por Wayne, que a vê como tábua de salvação uma vez aposentada a capa.
Fica fácil então responder à famosa pergunta do Coringa, que serviu de chamada para as peças publicitárias de pré-lançamento do filme: "Por que tão sério?".
Porque é um filme do Batman, santa paciência! Sempre foi pressuposto que fosse barra pesada, denso e perturbador. Saimos do cinema batendo palmas e esperando ver um batsinal iluminando.


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