Problema não é para ser solucionado
Por Edmar Oneda
Você já deve ter ouvido a expressão “preciso resolver o problema com o meu chefe” ou “preciso resolver o problema da minha família” com freqüência. Estamos sempre procurando soluções para os nossos problemas, acreditando, muitas vezes, que o problema está baseado no outro, ou no externo, e não em nós mesmos.
Percebo que muitas pessoas encaram seus desafios como um problema, como um fardo.
Geralmente estas pessoas verbalizam da seguinte forma: “O meu problema é que...”. Sem contar aquelas que se apegam a situação e chegam a afirmar: “Prefiro morrer a ter que lidar com esse problema.”
Vamos refletir um pouco sobre o assunto.
Os nossos problemas surgem decorrentes da lei de causa e efeito, ou por uma ação natural. Não existe ninguém no mundo que não tenha ou já teve um problema na vida.
Agora que já entendemos que ele é decorrente de uma causa, e na maior parte das vezes por nós criado, podemos encará-lo de duas maneiras: como algo negativo ou de forma positiva. E é nesta afirmação positiva que eu quero que você reflita. Se nós encaramos todo e qualquer tipo de problema como uma forma de aprendizagem, vamos entender a sua essência, a causa.
Talvez cause espanto a minha observação, mas acredito que deveríamos agradecer os problemas que aparecem ao longo de nossas vidas, ao invés de desprezá-los como se fossem algo sem importância, ou pior, algo apenas para nos atrapalhar. Acredito que o problema, assim como a tristeza, nos permite uma maior aproximação com o nosso eu.
Temos uma tendência a não dar importância as nossas dificuldades quando ficamos sensíveis, tristes, reflexivos. Ficarmos sozinhos então, nem pensar! Mas é neste momento que a nossa intuição fica mais evidente, que as nossas reflexões são mais profundas, que os nossos questionamentos tornam-se claros, e é neste momento que temos os “insights”. Se prestarmos bem atenção a nossa voz interior, receberemos todas as informações necessárias para desenvolvermos o nosso aprendizado.
Pare por um instante e reflita! Você já fez alguma reflexão profunda em um momento que você estivesse muito alegre, ou em um momento de grande euforia? É bem provável que você responda que não. Geralmente nestes momentos de reflexão estamos sós, com nós mesmos, com as nossas dores.
Percebi e aprendi que procurar soluções para os problemas é como tomar remédio contra a febre – resolve momentaneamente, mas, sem sabermos a real causa, sem descobrirmos a origem, provavelmente o problema irá voltar.
O aprendizado e a essência do problema é o nosso aprimoramento. Ao invés de você pensar em ter que resolver o problema, comece a pensar em “o que eu tenho que aprender com ele”. Desta forma você se respeita e se eleva emocionalmente e espiritualmente. Perceba a sua volta e veja que as pessoas mais evoluídas são aquelas que aproveitaram para aprender com os seus problemas.
O problema não se resolve por fora, mas sim dentro de você.
Edmar Oneda é Diretor da Academia do Palestrante
www.academiadopalestante.com.br
Humanos e sustentáveis
* Por Regina Migliori
Recentemente um estudo com as baleias orca mostrou sua capacidade de criar e aplicar com sucesso diferentes estratégias para atingir seus objetivos. Ao encontrar um cardume de atuns, as orcas fazem com que os peixes se agrupem com muita proximidade, formando um bloco coeso, para daí desferir golpes certeiros com a cauda, paralisando os peixes que se tornam presa fácil.
Quando perseguem pingüins, sabendo que eles nadam com maior velocidade em águas profundas, as orcas os conduzem para perto da praia, esperando que ali percam velocidade e fiquem ao seu alcance.
Além disso, a orca também apresenta a capacidade de lidar com riscos calculados: sabendo que pode ficar encalhada na areia da praia, planeja seu ataque aos pingüins com precisão lidando com múltiplas variáveis: profundidade do mar, distância da praia, velocidade (a sua e a dos pingüins), e o risco de encalhar.
Como se não bastasse, as orcas educam pelo exemplo, mantendo seus filhotes por perto durante alguns anos. E para nosso espanto, atuam quase que permanentemente em grupos, com uma visível distribuição de responsabilidades em uma equipe de caráter participativo.
Digamos que elas sabem lidar de forma sistêmica com um conjunto razoável de variáveis simultâneas, conseguem manter a equipe atuando de forma participativa, mantêm o foco, criam estratégias, monitoram as diversas etapas do processo de execução, e obtêm sucesso atingindo objetivos comuns. Além disso, a orca também sabe como preparar sucessores, distribuir responsabilidades, manter o espírito de equipe, ser flexível e ágil para se adaptar a novas e inesperadas circunstâncias.
Este conjunto de competências faria sucesso entre líderes e gestores tanto na iniciativa privada como na gestão pública, e são muito similares ao conteúdo de inúmeros programas educativos que pretendem estimular lideranças.
Pensar e agir de forma estratégica, lidar com situações inesperadas, interagir com riscos calculados, manter a equipe coesa e ativa em torno de objetivos comuns, monitorar processos, ter velocidade, ser flexível, agir no momento adequado, compartilhar resultados. Estas e muitas outras características alardeadas como indispensáveis às lideranças contemporâneas são colocadas em cheque como exclusividades humanas. Se nos diferenciamos de outros animais em alguma coisa, não são nestes aspectos. Então, o que nos caracteriza como humanos?
Não basta nos definirmos como seres inteligentes, criativos e transformadores da realidade - estas são características que compartilhamos com outras formas de vida na Terra.
O que nos faz humanos é a possibilidade de sermos benéficos, de termos domínio não só sobre a estratégia e a noção de resultado, mas também sobre a responsabilidade na repercussão de nossos atos.
Até onde foi possível perceber, somos a única forma de vida que tem a noção de bem comum: bem do outro, de nós mesmos, e de todas as demais formas de vida no planeta. Esta noção originou o que na atualidade chamamos de sustentabilidade, um compromisso com o bem comum no presente e no futuro.
O que nos caracteriza como humanos é o conjunto de valores que provoca o exercício ético das nossas inteligências, a serviço do bem comum. É potencial benéfico que agrega consciência às nossas competências, e se praticado, pode nos tornar sustentáveis.
* Regina Migliori é diretora da Migliori, empresa de consultoria estratégica que visa despertar e aperfeiçoar a prática da identidade das pessoas, organizações e comunidades, gerando sinergia de esforço, consistência de impacto, e compartilhamento de resultados benéficos. Foi criada em 1992, a partir da atuação empresarial da própria executiva e da sua experiência em diversos campos de conhecimento, tais como: educação, comunicação, relações humanas, valores universais e cultura de paz.
Site: www.migliori.com.br
Por Edmar Oneda
Você já deve ter ouvido a expressão “preciso resolver o problema com o meu chefe” ou “preciso resolver o problema da minha família” com freqüência. Estamos sempre procurando soluções para os nossos problemas, acreditando, muitas vezes, que o problema está baseado no outro, ou no externo, e não em nós mesmos.
Percebo que muitas pessoas encaram seus desafios como um problema, como um fardo.
Geralmente estas pessoas verbalizam da seguinte forma: “O meu problema é que...”. Sem contar aquelas que se apegam a situação e chegam a afirmar: “Prefiro morrer a ter que lidar com esse problema.”
Vamos refletir um pouco sobre o assunto.
Os nossos problemas surgem decorrentes da lei de causa e efeito, ou por uma ação natural. Não existe ninguém no mundo que não tenha ou já teve um problema na vida.
Agora que já entendemos que ele é decorrente de uma causa, e na maior parte das vezes por nós criado, podemos encará-lo de duas maneiras: como algo negativo ou de forma positiva. E é nesta afirmação positiva que eu quero que você reflita. Se nós encaramos todo e qualquer tipo de problema como uma forma de aprendizagem, vamos entender a sua essência, a causa.
Talvez cause espanto a minha observação, mas acredito que deveríamos agradecer os problemas que aparecem ao longo de nossas vidas, ao invés de desprezá-los como se fossem algo sem importância, ou pior, algo apenas para nos atrapalhar. Acredito que o problema, assim como a tristeza, nos permite uma maior aproximação com o nosso eu.
Temos uma tendência a não dar importância as nossas dificuldades quando ficamos sensíveis, tristes, reflexivos. Ficarmos sozinhos então, nem pensar! Mas é neste momento que a nossa intuição fica mais evidente, que as nossas reflexões são mais profundas, que os nossos questionamentos tornam-se claros, e é neste momento que temos os “insights”. Se prestarmos bem atenção a nossa voz interior, receberemos todas as informações necessárias para desenvolvermos o nosso aprendizado.
Pare por um instante e reflita! Você já fez alguma reflexão profunda em um momento que você estivesse muito alegre, ou em um momento de grande euforia? É bem provável que você responda que não. Geralmente nestes momentos de reflexão estamos sós, com nós mesmos, com as nossas dores.
Percebi e aprendi que procurar soluções para os problemas é como tomar remédio contra a febre – resolve momentaneamente, mas, sem sabermos a real causa, sem descobrirmos a origem, provavelmente o problema irá voltar.
O aprendizado e a essência do problema é o nosso aprimoramento. Ao invés de você pensar em ter que resolver o problema, comece a pensar em “o que eu tenho que aprender com ele”. Desta forma você se respeita e se eleva emocionalmente e espiritualmente. Perceba a sua volta e veja que as pessoas mais evoluídas são aquelas que aproveitaram para aprender com os seus problemas.
O problema não se resolve por fora, mas sim dentro de você.
Edmar Oneda é Diretor da Academia do Palestrante
www.academiadopalestante.com.br
Humanos e sustentáveis
* Por Regina Migliori
Recentemente um estudo com as baleias orca mostrou sua capacidade de criar e aplicar com sucesso diferentes estratégias para atingir seus objetivos. Ao encontrar um cardume de atuns, as orcas fazem com que os peixes se agrupem com muita proximidade, formando um bloco coeso, para daí desferir golpes certeiros com a cauda, paralisando os peixes que se tornam presa fácil.
Quando perseguem pingüins, sabendo que eles nadam com maior velocidade em águas profundas, as orcas os conduzem para perto da praia, esperando que ali percam velocidade e fiquem ao seu alcance.
Além disso, a orca também apresenta a capacidade de lidar com riscos calculados: sabendo que pode ficar encalhada na areia da praia, planeja seu ataque aos pingüins com precisão lidando com múltiplas variáveis: profundidade do mar, distância da praia, velocidade (a sua e a dos pingüins), e o risco de encalhar.
Como se não bastasse, as orcas educam pelo exemplo, mantendo seus filhotes por perto durante alguns anos. E para nosso espanto, atuam quase que permanentemente em grupos, com uma visível distribuição de responsabilidades em uma equipe de caráter participativo.
Digamos que elas sabem lidar de forma sistêmica com um conjunto razoável de variáveis simultâneas, conseguem manter a equipe atuando de forma participativa, mantêm o foco, criam estratégias, monitoram as diversas etapas do processo de execução, e obtêm sucesso atingindo objetivos comuns. Além disso, a orca também sabe como preparar sucessores, distribuir responsabilidades, manter o espírito de equipe, ser flexível e ágil para se adaptar a novas e inesperadas circunstâncias.
Este conjunto de competências faria sucesso entre líderes e gestores tanto na iniciativa privada como na gestão pública, e são muito similares ao conteúdo de inúmeros programas educativos que pretendem estimular lideranças.
Pensar e agir de forma estratégica, lidar com situações inesperadas, interagir com riscos calculados, manter a equipe coesa e ativa em torno de objetivos comuns, monitorar processos, ter velocidade, ser flexível, agir no momento adequado, compartilhar resultados. Estas e muitas outras características alardeadas como indispensáveis às lideranças contemporâneas são colocadas em cheque como exclusividades humanas. Se nos diferenciamos de outros animais em alguma coisa, não são nestes aspectos. Então, o que nos caracteriza como humanos?
Não basta nos definirmos como seres inteligentes, criativos e transformadores da realidade - estas são características que compartilhamos com outras formas de vida na Terra.
O que nos faz humanos é a possibilidade de sermos benéficos, de termos domínio não só sobre a estratégia e a noção de resultado, mas também sobre a responsabilidade na repercussão de nossos atos.
Até onde foi possível perceber, somos a única forma de vida que tem a noção de bem comum: bem do outro, de nós mesmos, e de todas as demais formas de vida no planeta. Esta noção originou o que na atualidade chamamos de sustentabilidade, um compromisso com o bem comum no presente e no futuro.
O que nos caracteriza como humanos é o conjunto de valores que provoca o exercício ético das nossas inteligências, a serviço do bem comum. É potencial benéfico que agrega consciência às nossas competências, e se praticado, pode nos tornar sustentáveis.
* Regina Migliori é diretora da Migliori, empresa de consultoria estratégica que visa despertar e aperfeiçoar a prática da identidade das pessoas, organizações e comunidades, gerando sinergia de esforço, consistência de impacto, e compartilhamento de resultados benéficos. Foi criada em 1992, a partir da atuação empresarial da própria executiva e da sua experiência em diversos campos de conhecimento, tais como: educação, comunicação, relações humanas, valores universais e cultura de paz.
Site: www.migliori.com.br
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