sexta-feira, 3 de maio de 2013

CINEMA

Elenco do terceiro "Se Beber, Não Case" participou da pré-estreia no Rio de Janeiro 

Na parte três, não há casamentos nem despedidas de solteiro, mas os problemas continuam para os amigos que bebem demais e esquecem da noite anterior
 

A comédia "Se Beber Não Case", sucesso de público com faturamento de U$ 467 milhões nos cinemas no mundo todo em 2009, tem neste fim de semana sua terceira continuação lançada no Brasil. No novo filme, não há casamentos nem despedidas de solteiro.
No primeiro filme, o público acompanha três amigos que acordam de ressaca em Las Vegas depois de uma despedida de solteiro e percebem que o noivo sumiu. A comédia de erros se desenvolve enquanto eles tentam refazer seus passos na noite anterior para encontrar o amigo.
Na continuação da saga, o grupo ruma para o casamento de um deles na Tailândia, onde tudo dá errado novamente.
Na parte 3, não há casamentos nem despedidas de solteiro, mas os problemas continuam para os amigos que tendem a beber demais e esquecer da noite anterior. Eles caem na estrada em um passeio selvagem, que não sai como planejado. 





O elenco do filme "Se Beber, Não Case 3", esteve no Rio para promover o lançamento, com pré-estreia no Cine Odeon, no centro da cidade. Além do diretor Todd Phillips, estiveram no Brasil os atores Bradley Cooper (indicado ao Oscar deste ano por "O Lado Bom da Vida"), Ed Helms, Justin Bartha e Zach Galifianakis, que no filme interpretam o grupo de amigos conhecido como "Bando de Lobos", além de Ken Jeong (o chinês Senhor Chow) e Heather Graham (a ex-prostituta Jade). A estreia oficial acontece na quinta (30).
Em "Se Beber Não Case 3", o grupo de amigos inicia uma nova viagem que acaba tendo alguns contratempos por conta dos capangas de um traficante (John Goodman). Ele está em busca de Chow (Ken Jeong), que lhe aplicou um golpe milionário. O vilão acredita que o golpista ainda tenha contato com os amigos. Na fuga, o grupo vai para o México e Las Vegas, nos Estados Unidos.
O filme fecha a trilogia iniciada em 2009, sucesso de bilheteria mundial. O roteiro é assinado pelo próprio Todd Phillips, em parceria com Craig Mazin.







Balanço do Festival de Cannes 2013: conheça os filmes vencedores 

No último domingo (26), um dos maiores festivais de cinema do mundo encerrou sua 66ª edição. O Festival de Cannes 2013 teve como grande vencedor o filme La vie d’Adele (A vida de Adèle), uma coprodução entre França, Bélgica e Espanha. Dirigido pelo cineasta franco-tunisiano Abdellatif Kechiche, o filme recebeu a disputadíssima Palma de Ouro do Festival.

La vie d’Adele retrata o vida de duas garotas adolescentes que se apaixonam. Adele (Adele Exarchopoulos) é uma garota que sai com garotos e não questiona sua sexualidade, mas tem sua vida alterada na noite em que conhece Emma (Lea Seydoux), uma jovem de cabelos azuis que faz com que Adele descubra seu desejo por garotas, a fazendo crescer e afirmar-se como mulher. La vie d'adele

La vie d’Adele é um adaptação livre de uma HQ de Julie Maroh e, de acordo com a agência France Press, contém as cenas sexuais mais apaixonantes entre duas mulheres já vistas em Cannes. Kechiche disse, após a exibição do filme em Cannes, que não teve receio de expor o amor lésbico entre duas adolescentes. O diretor acabou conquistando a crítica com um retrato nada caricato e bastante profundo das protagonistas da trama. Rodado em Lille, norte da França, o drama teve os direitos vendidos para um distribuidor americano, apesar das três horas de duração. O título em inglês ficou Blue is the Warmest Colour, referência à cor dos cabelos de Emma.

Steven Spielberg, que liderou o júri desta edição do festival, afirmou que o prêmio é o reconhecimento “pela excelência de três artistas: Adèle Exarchopoulos, Léa Seydoux e Abdellatif Kechiche”. “Nós nos sentimos privilegiados de assistir a esse filme, e não incomodados (…) É a história de um amor profundo, magnífico. O diretor usou uma narrativa ousada. Ficamos encantados com o filme, com as atrizes formidáveis. O diretor permitiu que as personagens realmente ganhassem vida”, declarou Steven Spielberg durante a entrevista coletiva, realizada após a cerimônia de encerramento. “Não é a política que nos influenciou, mas o filme”, ainda declarou Spielberg. As duas atrizes e o diretor agradeceram pela Palma de Ouro extremamente emocionados. Uma triste coincidência: ontem, dia da entrega do prêmio, ocorreu, em Paris, uma grande manifestação contra o casamento homossexual.

Nas outras entregas da noite, os prêmios de melhor ator e atriz ficaram, respectivamente, com o americano Bruce Dern (A separação), por sua atuação em Nebraska, filme dirigido por Alexander Payne (Sideways – entre umas e outras e Os descendentes) , e com a argentina Bérénice Bejo (O Artista), por sua interpretação em Le Passé, do iraniano Asghar Farhadi.
Os irmãos Coen, com sua aguardada obra Inside Llewyn Davis faturaram o Grand Prix. O filme retrata de forma nostálgica e bem humorada a cena musical folk do Greenwich Village, no início dos anos 60. A trama acompanha uma semana desolada na vida do cantor folk Llewyn Davis, que luta para obter reconhecimento (para saber mais clique aqui). Oscar Isaac, que vive o protagonista da trama, subiu ao palco para receber o prêmio.
A nova produção do diretor dinamarquês Nicolas Winding Refn (Drive), Only God forgives, que participou da mostra competitiva de Cannes, foi bastante vaiada na quarta-feira (22) em sua primeira exibição destinada à imprensa. O público não concordou com as cenas de violência, julgadas gratuita, e o preciosismo estético utilizado para explorar uma história dramática. Curiosamente, Only God forgives era um dos mais aguardados filmes desta 66ª edição do festival, tendo em vista que com Drive o dinamarquês levou o prêmio de melhor diretor, em 2011. Protagonizada por Ryan Gosling (que não compareceu ao festival) e Kristin Scott Thomas, o novo longa de Refn conta a história de Julian, que vive em Bangcoc, e vinga o assassinato de seu irmão (para saber mais clique aqui).

Entre os fatos inusitados que marcaram esta edição do Festival está a prisão de um homem na última sexta-feira (17) por dar tiros com balas de festim na Orla de Cannes. Os tiros fizeram com que os atores Christoph Waltz e Daniel Auteuil saíssem correndo assustados, interrompendo uma entrevista ao vivo que ambos concediam ao Canal+, da TV francesa.



Veja a lista completa dos premiados do 66º Festival de cinema de Cannes:
Palma de Ouro (coletiva): Abdellatif Kechiche (diretor), Adèle Exarchopoulos e Léa Seydoux (protagonistas) por A vida de Adèle;

Grande Prêmio : Inside Llewyn Davis, de Joel e Ethan Coen

Prêmio de interpretação feminina: Bérénice Bejo por seu papel em Le passé;

Prêmio de interpretação masculina: Bruce Dern por seu papel em Nebraska;

Prêmio de melhor diretor: Amat Escalante por Heli;

Prêmio de melhor roteiro: Jia Zhangke por Tian Zhu Ding (A touch of sin);

Prêmio do Júri: Like Father Like Son, de Hirokazu Koreeda;

Câmera de Ouro: Ilo ilo, de Antony Chen (Cingapura);

Palma de Ouro de curta-metragem: Safe de Byoung-Gon Moon (Coreia do Sul)

Mostra ‘Um Certo Olhar’

Prêmio ‘Um Certo Olhar’: L’image manquante, de Rithy Panh.

Prêmio do Júri de ‘Um Certo Olhar’: Omar, de Hany Abu-Assad.

Prêmio melhor diretor de ‘Um Certo Olhar’: Alain Guiraudie, por L’inconnu du lac.

Prêmio do futuro: Fruitvale Station, de Ryan Coogler.

Prêmio de interpretação: Karen Martínez, Brandon López e Rodolfo Domínguez, protagonistas do filme La jaula de oro, de Diego Quemada-







Robert Redford volta à ativa com filmes politicamente engajados
 

Filme “Sem Proteção”, que está em cartaz no Kinoplex UCI Ribeiro Iguatemi, é uma das estreias da semana
 

O filme "Sem Proteção" não teve um grande impacto quando lançado, há um mês, nos Estados Unidos. Rendeu apenas US$ 4 milhões (R$ 8 milhões) e não recebeu boas críticas. O filme, no entanto, marca o renascimento de Robert Redford, 76, que não aparecia à frente das câmeras desde "Leões e Cordeiros", de 2007. A partir desse filme, em que também atua como diretor, Redford começa a retomar seu lugar na cultura pop, como fez a partir do fim dos anos 1960 com "Butch Cassidy" (1969) e "Todos os Homens do Presidente" (1976). "Não trabalhava como ator porque não me queriam", afirmou à Folha, no último Festival de Veneza, no qual lançou "Sem Proteção".


No longa, que tem fotografia do brasileiro Adriano Goldman, ele interpreta um ex-militante do grupo radical americano Weather Underground, que queria derrubar com bombas o governo dos EUA, em protesto contra a guerra do Vietnã, em 1968. Procurado por roubo e assassinato, o personagem de Redford some do mapa e só é encontrado anos depois, pai de família e longe de protestos.
Quando a polícia descobre a identidade do ex-ativista, ele sai em fuga perseguido pelo FBI e por um repórter investigativo (Shia LaBeouf). O personagem reflete o engajamento político do criador do festival de Sundance (dedicado ao cinema independente), que costuma contribuir para entidades como o Comitê de Ação Política do Sindicato dos Diretores. "Eu morei anos na França e isso me fez ter uma visão crítica do meu país. Há muita coisa errada nos Estados Unidos." Oito meses depois dessas palavras, Redford participa do Festival de Cannes, que acaba neste domingo. Ele foi aplaudido de pé por sua performance solitária em "All Is Lost", de J.C. Chandor ("Margin Call"), sobre um velejador lutando contra um naufrágio.
Filme diferente, mas mesmo discurso. "Algumas coisas se perderam nos EUA. Nossa crença tem sido abatida por escândalos como Watergate. E não terminou. Há uma América que ninguém vê por baixo da propaganda", reclamou. "Decidi que isso será o tema de meus filmes." Será interessante notar o mesmo engajamento nos projetos do novo Redford workaholic. No ano que vem, ele faz um espião em "Capitão América 2: O Retorno do Primeiro Vingador". Em seguida, uma aventura nos Apalaches com Nick Nolte em "A Walk in the Woods".






Os destaques, surpresas e decepções do Festival de Cannes 2013
 

Bertolucci lança versão 3D do clássico “O Último Imperador”, Michael Douglas chora após o câncer e Keanu Reeves estreia como diretor
 

Michael Douglas, que faz um personagem gay casado com Matt Damon, fazendo fotos em Cannes  
O Festival de Cannes, festa do cinema na França, é movido por diversas campanhas de marketing e equipes de assessorias gigantes vendendo filmes. E essas campanhas influenciam a crítica mundial, assim como despertam o interesse do público para as novas produções cinematográficas do mundo todo. Os irmãos Ethan e Joel Coen conseguiram o feito de superar todas as expectativas em torno de seu novo filme: a tragicomédia sobre Llewis Davis (Oscar Isaac, fortíssimo candidato ao prêmio de melhor ator), um músico folk que não consegue emplacar na Nova York dos anos 1960, foi o filme da competição mais aplaudido até agora --vale lembrar que há outros nomes fortes como Roman Polanski e seu "Venus in Furs" e "Only God Forgives", do dinamarquês Nicolas Winding Refn. "Inside Llewyn Davis" não é um retrato da cena liderada por Bob Dylan, apesar de haver uma grande homenagem ao músico no fim do longa e de vários personagens terem versões reais. O longa é a trajetória de Davis em um curto, porém significativo momento de sua vida: seu parceiro de dupla se suicidou e ninguém respeita um cantor folk solo, o que gera sequência antológicas com Justin Timberlake e Carey Mulligan, a dupla comportadinha Jim & Jean.
 

FAVORITOS QUE DECEPCIONARAM - O japonês "Soshite Chichi Ni Naru" ("Tal Pai, Tal filho"), de Hirokazu Koreeda ("Depois da Vida") foi exibido como um possível forte candidato à Palma de Ouro. O que circulava em Cannes era que a história tocante de pais e filhos sensibilizaria o júri liderado por Steven Spielberg, que costuma gostar de longas com temáticas mais juvenis. Mas o que se viu na tela da sala Debussy, no Palais des Festivals, foi apenas desapontamento. Koreeda, aos 51 anos, produziu um filme ultrapassado, repleto de estereótipos. Há um japonês clássico, arquiteto bem-sucedido e workaholic (Masaharu Fukuyama), que trata a mulher (Machiko Ono) como empregada e o filho de seis anos (Keita Ninomiya) como um soldado. O mundo do rígido trabalhador muda quando descobre que o menino não é seu filho biológico, trocado por outro bebê na maternidade. O filho de ligação sanguínea agora está em uma família do interior, humilde, mas feliz. O cineasta japonês poderia tecer mil teses sobre o assunto, da questão educacional à genética, mas preferiu povoar o filme com lições de moral. A plateia, que lotou o cinema, aplaudiu educadamente o longa, mas o ar de decepção estava estampado na maioria dos presentes.
Outro favorito, "Jimmy P.", também decepcionou em Cannes. Dirigido pelo francês Arnaud Desplechin ("Um Conto de Natal"), selecionado cinco vezes para a competição em Cannes, e com uma dupla de atores de primeiro escalão (Benicio Del Toro e Mathieu Amalric), o filme é uma sonolenta terapia intensiva. Del Toro interpreta Jimmy Picard, um índio americano da tribo Blackfoot que sofre terríveis ataques de pânico, cegueira momentânea e dores de cabeça, após ser ferido na Segunda Guerra Mundial. Amalric assume o papel de Georges Devereux, um antropologista húngaro especialista em nativos do novo continente, que é chamado para tratar Jimmy.


O 3D DE BERTOLUCCI - Aos 73 anos, o diretor italiano Bernardo Bertolucci poderia ficar em Roma, "recluso", como gosta de se definir. Ao longo dos anos, construiu clássicos como "O Conformista" (1970), "O Último Tango em Paris" (1972), obras cultuadas por gerações diferentes ("Beleza Roubada" e "Os Sonhadores") e ganhou o Oscar de melhor filme por "O Último Imperador" (1987). Além de não precisar provar mais nada, o cineasta teve problemas com uma cirurgia (que virou três) de hérnia, em 2000, e, hoje, não consegue mais ficar em pé --usa uma cadeira de rodas para se locomover. Ma antes de lançar "Eu e Você", no ano passado, em Cannes, decidiu não deixar o problema tirar sua paixão pelo cinema. Agora, o italiano retorna a Cannes para exibir uma versão em 3D de "O Último Imperador", cuja transposição ele mesmo aprovou. "Eu amo 3D. Já queria filmar 'Eu e Você' em 3D, mas foi impossível porque o processo ainda é muito lento e eu precisava fazer o filme rapidamente", diz o cineasta, um dia depois da apresentação do clássico na Croisette. Bertolucci acredita que a tecnologia usada em seu épico chinês pode ser aplicada a qualquer situação, até num drama sobre o holocausto. "Por que não? Acho pode ser um explícito demais para 3D, mas acho que 'O Último Tango em Paris' funcionaria bem no formato."


“O CAPITAL” DE COSTA-GRAVAS - Constantin Costa-Gavras descarta a bandeira de "cineasta político". "Faço filmes sobre o que vejo", diz. "Mas todos os filmes são políticos. Não há nada mais político do que um filme de super-herói." Com 80 anos de idade e 55 de cinema, ele se tornou conhecido ao filmar o caso real do assassinato de um político grego em "Z" (1969), longa que lhe rendeu o Oscar de filme estrangeiro. Sua vasta filmografia inclui ainda críticas a regimes militares -- "Estado de Sítio" (1972) e "Desaparecido - Um Grande Mistério" (1982)--, mas seu inimigo parece ter trocado as armas pelos labirintos do sistema financeiro. Em 2012, Gavras adaptou o romance "Le Capital", do francês Stéphane Osmont. O resultado, "O Capital", retrata a sobreposição dos bancos à democracia pela perspectiva de um ambicioso executivo e tem previsão de estrear no Brasil no próximo dia 31. Ao tecer um retrato da crise financeira que assola o continente desde 2008, o cineasta greco-francês é enfático: "A Europa se tornou um grande supermercado". Costa-Gavras lamenta os rumos atuais da União Europeia ao lembrar sua chegada à França em 1954, filho de um imigrante que lutara na ala esquerdista da Resistência Grega aos nazistas na Segunda Guerra Mundial (1939-45).


MICHAEL DOUGLAS CHORA DURANTE ENTREVISTA -
A manhã da terça-feira (21) em Cannes pertenceu a Michael Douglas. O ator teve seu nome aplaudido durante os créditos de "Behind The Candelabra", de Steven Soderbergh, no qual interpreta o pianista gay Lee Liberace (1919-1987). Em seguida, em sua chegada 'a primeira entrevista para a imprensa mundial, Douglas foi recebido com aplausos e gritos de "bravo". Mas o momento mais emocionante foi quando começou a explicar seu primeiro contato com o personagem. "Steven me perguntou no set de filmagens de 'Traffic' o que eu achava de Liberace. Eu pensei que ele estava tirando um sarro da minha cara e fiquei meio paranóico. Anos depois, pude fazer...". Neste instante, Douglas, que teve combateu um câncer na garganta e anunciou sua recuperação no ano passado, começou a chorar e lutou conta a emoção para continuar a história. "Me desculpem. Esse filme foi feito logo depois de meu câncer e foi um presente para mim dado por Steven Soderbergh e Matt Damon [que faz o namorado de Liberace]. Serei eternamente grato aos dois por essa dádiva", completou o ator com a voz embargada.  Feito para a televisão porque nenhum estúdio quis comprar a história de amor do pianista, um ícone de extravagância dos anos 70 que vivia com garotos décadas mais jovens e morreu de AIDS, "Behind The Candelabra" foi aplaudido na sessão de imprensa, mas não chega a empolgar para a disputa pela Palma de Ouro. O filme foca na relação de Liberace e Scott Thorson, autor do livro homônimo que escancara todo o narcisismo do pianista mais popular dos Estados Unidos há 40 anos --ao ponto de se apresentar no Oscar em 1982. Douglas é o grande destaque da produção, dividindo cenas de sexo com Matt Damon sem se importar com vaidade e ego --apesar de seu personagem ser puramente ego e vaidade, ele já tinha 56 anos e escondia a calvície com uma peruca e a idade com cirurgia plásticas plásticas brutais. "Quando eu era criança, em Palm Springs, vimos ele do outro lado da rua, com sua roupa brilhante e o cabelo fora de posição. Agora eu entendo o por quê", brinca Douglas. 


KEANU REEVES ESTREIA COMO DIRETOR EM FILME CHINÊS - O ator Keanu Reeves fará sua estreia como diretor de cinema num filme de kung fu, financiado em grande parte pelo governo chinês, chamado "Man of Tai Chi". Reeves, imortalizado como o Neo de "Matrix", a trilogia dos irmãos Wachowski, também terá um papel em seu filme, e o protagonista será ninguém menos que Tiger Chen, que treinou Reeves nas artes marciais para que ele pudesse viver seu personagem mais famoso. O anúncio foi feito em Cannes pelo próprio ator. "Filmes de kung fu são lindos. São exóticos, maravilhosos e poderosos", afirmou. "É como uma brincadeira. Há algo infantil nisso. São lutas falsas --e isso é divertido", disse Reeves, 48. Segundo ele, sua amizade com Chen continuou depois das filmagens de "Matrix", e, por isso, depois que Chen aprendeu a atuar, os dois desenvolveram uma história juntos para filmarem. "Man of Tai Chi" será um filme trilíngue, falado em mandarim, cantonês e inglês. A trama acompanhará um entregador que sabe lutar artes marciais e é morador de Pequim. Manipulado pelo vilão, que será feito por Reeves, o rapaz se envolverá em lutas clandestinas. A estreia chinesa está marcada para julho.
Criado em 1946, sendo um dos mais tradicionais e importantes eventos do cinema mundial, o Festival de Cannes 2013 acontece até o dia 26 de maio, quando serão anunciados os filmes vencedores.






Excesso de estímulos e reviravoltas na trama deixam 'Em Transe' cansativo 

Filme de Danny Boyle é uma das estreias da semana nos cinemas e tem o ator francês Vincent Cassel no elenco
 

Desde que foi saudado como diretor de filmes cheios de energia e irresistível pegada pop, o inglês Danny Boyle seguiu uma trajetória em que uns poucos acertos mal disfarçam suas mancadas. Após ganhar um Oscar de melhor diretor em 2009 com "Quem Quer Ser Um Milionário?", Boyle volta a perder a mão com "Em Transe". O thriller acompanha as reviravoltas que se seguem ao roubo de uma obra de arte durante um leilão. Na confusão, misturam-se um leiloeiro com amnésia, os bandidos e uma psiquiatra gostosona especialista em hipnose.
Para manter o interesse, os roteiristas fazem os suspeitos virarem vítimas e vice-versa a cada dez minutos. O artifício pode parecer estimulante só para quem nunca viu um dos filmes noir feitos na Hollywood dos anos 1940 ou alguns de seus pastiches, com as mulheres de mil faces e os inocentes mais malvados que os vilões. 




 
No esforço de injetar energia e manter o interesse, o filme adota malabarismos visuais e uma cenografia que impressiona os que se encantam com design e estilo. A certa altura, porém, a tendência é provocar cansaço. Como adepto de uma estética hiperbólica, Boyle sempre acreditou que o excesso pode vencer o torpor. Para demonstrar isso, nos últimos vinte minutos do filme, a aceleração da ação e as reviravoltas na trama se acumulam com uma trilha musical que não dá trégua. Nós, coitados, ficamos como o protagonista de "127 Horas", presos numa armadilha e dispostos a arrancar um braço para dar fim à tortura. 




Remake de "A Morte do Demônio" poupa no humor e traz mais sangue

A cabana e o livro malditos do primeiro filme da série "The Evil Dead - A Morte do Demônio" (ou "Uma Noite Alucinante no Brasil"), que fizeram a cabeça de uma geração de aficionados por filmes de horror na década de 1980, retornam em uma versão quase sem humor e ainda mais repleta de sangue no remake "A Morte do Demônio", que está em cartaz nos cinemas de Fortaleza.
O novo longa, dirigido pelo uruguaio Fede Alvarez, traz cinco personagens inéditos que são possuídos por espíritos demoníacos dentro de uma pequena casa escondida na floresta depois de lerem um livro dos mortos feito com pele e sangue humanos. Até este ponto, o enredo é parecido com o da produção realizada em 1981 por Sam Raimi, diretor mais lembrado atualmente por assinar a franquia "Homem-Aranha" estrelada por Tobey Maguire.
Mas o caráter inovador da produção que alavancou a carreira de Raimi dá lugar no remake a um festival tenso de terror, muito mais extremo do que no filme de três décadas atrás. Sem a intenção de reavivar as piadinhas dos personagens e o humor negro que marcou a versão original, o longa de Alvarez leva o espectador ao limite da aflição com membros decepados, inúmeras perfurações de pele e órgãos internos, além de muito sangue -- bastante mesmo, galões do líquido vermelho.
 

TRAILER LEGENDADO DE "A MORTE DO DEMÔNIO"


Outra diferença entre os dois longas está no ritmo das ações, ainda que Raimi seja um dos produtores do remake. Enquanto o novo se preocupa em oferecer ao espectador cenas impactantes sem parar, o longa dirigido por ele há mais de 30 anos mantém o foco no suspense, com mais tempo entre os momentos assustadores para que o espectador possa se recuperar da sequência anterior de órgãos humanos expostos.

Brutal também é a distância entre os orçamentos dos dois filmes. No primeiro, a verba disponível para as filmagens era inferior a US$ 400 mil enquanto o remake foi feito com mais de US$ 15 milhões. Somado o avanço tecnológico de três décadas, o resultado é um remake elegante, filmado em condições muito distintas daquelas encontradas por Raimi em 1981: baixo orçamento, frio intenso na floresta e até mesmo fuga de parte dos atores. Na época, apesar das dificuldades, Raimi apresentou uma fórmula nova para um longa de terror, com ângulos originais de filmagem como a "corrida" com a câmera mata adentro para mostrar o ponto de vista dos espíritos demoníacos enquanto marcham rumo aos habitantes indefesos da cabana. Até mesmo o stop-motion, técnica de animação em que o diretor precisa fotografar quadro por quadro as cenas, foi empregado pelo cineasta na última parte da trama.
Mesmo sem contar com a maior parte dos atores durante os momentos em que os personagens estão "possuídos" -- Raimi precisou usar pessoas diferentes para terminar o longa -- e até mesmo com cenas fora de foco, o esforço do diretor proporcionou um clássico do terror, que resistiu durante muito tempo até que um remake fosse finalmente aceito.
"The Evil Dead - A Morte do Demônio" também serviu para despontar a carreira de Bruce Campbell, um nome que ficou eternamente atrelado aos filmes B de horror. Amigos pessoais, Raimi e o ator já trabalharam em outros filmes nos últimos 30 anos como "Oz: Mágico e Poderoso" e na franquia "Homem-Aranha". Campbell também participou do remake ao lado do colega como produtor.




História de Auguste e Jean Renoir em festival de filmes franceses

Filme conta a história dos últimos momentos da vida artística do pintor Auguste Renoir

A Mostra Varilux de Cinema Francês continua essa semana em Fortaleza sua série de exibições de filmes: o filme “Renoir”, do diretor Gilles Bourdos, é um dos destaques de hoje. A produção relata os últimos momentos da vida artística do pintor Pierre-Auguste Renoir e a relação com seu filho, o futuro cineasta Jean, ambos inspirados pela jovem Andrée. A interpretação de Michel Bouquet, que vive o impressionista, suscitou vários elogios da crítica.
O filme de Gilles Bourdos se passa na casa de Pierre-Auguste Renoir na Côte d'Azur, durante a Primeira Guerra mundial. O pintor, que acaba de perder sua mulher, está no final da vida e prestes a abandonar a pintura. Mas a chegada da jovem Andrée, interpretada por Christa Theret, ascende novamente a flama artístico do mestre, que vê na moça a modelo ideal para suas últimas obras.
A relação musa-artista é perfeita até a chegada de Jean, um dos filhos do pintor, que volta para casa após ter sido ferido durante a guerra. Fascinado por Andrée, por quem se apaixona, o jovem soldado, vivido por Vincent Rottiers, afasta aos poucos a modelo do mestre para aproximá-la cada vez mais de seu sonho : o cinema.
A relação entre pai e filho Renoir já havia sido tema de uma mostra na Cinemateca francesa, em 2005. Mas além do diálogo entre os dois mestres, o filme que estreia essa semana merece destaque pela fidelidade aos aspectos históricos e artísticos da trama. Seguido de perto por Sylvie Patry, especialista da obra do pintor e comissária da exposição “Renoir no Século 20” realizada em 2010 no Grand Palais em Paris, o fita retraça de forma justa e sutil o trabalho do impressionista e dá os primeiros indícios do que se tornaria, um pouco mais tarde, a carreira de Jean na sétima arte.
Do ponto de vista cinematográfico, a produção suscitou aplausos da crítica principalmente pela interpretação de Michel Bouquet que, aos 66 anos de idade, dá vida a um Auguste Renoir radiante no crepúsculo de sua carreira. Confira a programação do Festival Varilux de Cinema:






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