sexta-feira, 3 de maio de 2013

CINEMA NACIONAL

Filme sobre Planet Hemp será gravado ainda em 2013
 

Quem é que joga fumaça pro alto? Planet Hemp! E é justamente eles que serão retratados na sétima arte .  O filme sobre o início do grupo fundado por Marcelo D2 e Skunk, que estava previsto para ser lançado em 2011, ganhou novas datas para as filmagens, programadas para o segundo semestre de 2013. A produção do filme ficou por conta da ”Academia de Filmes” e é dirigido pelo brasileiro Johnny Araújo, que dirigiu também o “Magnata” (2006). O diretor  em declaração, atribuiu o atraso para o lançamento pela dificuldade de arrecadação. “Como todos os filmes aqui, a maior parte dele é de grana de lei de incentivo e tem alguns patrocinadores. Você está falando de um cara superpop, mas não quer dizer que seja um projeto comercial, tão fácil de vender. O mercado está muito focado em comédia romântica ou só humor, as distribuidoras estão naturalmente focando mais nisso. O Planet sempre vai ser um assunto polêmico, até hoje as pessoas ligam o Planet a prisão deles e uma coisa é o Marcelo outra é a banda.”
Em entrevista com a Rolling Stone, Johnny também contou como foi que surgiu o interesse por fazer o filme: “A gente (Marcelo D2 e amigos) estava tomando um chope, cada um contando como começou aí no meio do papo o Marcelo, que estava um pouco emocionado lembrando-se do começo de carreira, falou uma frase que ficou na minha cabeça que é ‘Eu vivo um sonho que não é meu’. Não desse jeito declamado, mas jogado no meio do papo. Aí ele contou como foi o encontro dele com o Skunk, o cara que idealizou com ele o Planet Hemp”. A frase do amigo ficou martelando na cabeça de Johnny, que chegou a conversar novamente com Marcelo sobre o tema, o que o deixou mais admirado ainda com a história da amizade entre D2 e Skunk. “Na verdade, a vontade de fazer o filme veio disso, não de contar a história do Planet Hemp ou do D2, mas a história de uma amizade que deu certo, que colocou o Marcelo no caminho que ele está até hoje.”
Para viver os personagens da trama foram escolhidos os atores Fabricio Boliveira, de “Subúrbia” e “Faroeste Cabloco” para interpretar Skunk, Stepan Nercessian será o pai de Marcelo, João Miguel, de “Estômago” fará o papel de Brennand  e para interpretar a mãe de Stephan, filho do D2, a atriz Nanda Costa, de “Salve Jorge” foi a eleita, sendo inclusive considerada uma das razões pela espera das filmagens, já que Nanda estava em um papel de destaque que exigia uma grande dedicação da atriz.
O filme que recebeu provisoriamente o título de “O Meu Tempo É Agora” e tem inicio em 1990, conta a trajetória de D2 e Skunk, passando por seus trabalhos como camelô e pelo começo da vida musical. A trama envolve também a descoberta de AIDS de Skunk até a morte do vocalista e a gravação do primeiro álbum do grupo, dedicado ao músico, “Usuário”, de 1995.

 



Novo longa de Karim Aïnouz perde boa força poética que apresenta no início

Otto Jr. e Alessandra Negrini em "O Abismo Prateado": filme está em cartaz em apenas uma sessão no Iguatemi
 

Uma cena define bem "O Abismo Prateado": aquela em que Violeta (Alessandra Negrini), a heroína, pedala em sua bike. Por trás, vemos aparecer um carro ensandecido, que passa por ela tão rápido, tão inesperadamente, que o mero susto derruba a bicicleta. O pequeno incidente, apesar da brutalidade, revela algo que é próprio ao filme: a vida é cheia de surpresas. O inesperado é parte dela.
Violeta o experimenta duas vezes em pouco tempo: a primeira é quando se vê abandonada pelo marido (Otto Jr.). Não há prévio aviso, apenas um recado no celular: "Fulana, eu não te amo mais etc.". Então sua vida desmorona.
Até ali tudo parece assentado: o marido, a profissão de dentista, o filho. Tudo no lugar. Mas logo de início sabemos que há uma sombra: há algo de fugidio em sua expressão. O filme trabalha esse momento inicial muito bem: lança suspeitas, cria expectativas. Mesmo a ideia da profissão de Violeta é interessante: o cinema explora pouco essa atividade em que, justamente, o dentista mantém um completo controle sobre seu paciente. Ao mesmo tempo, ver Violeta e o filho de bicicleta, nas ruas do Rio, transmite essa ideia de fragilidade das coisas: tudo é provisório.





Essa tocada forte do início perde em poesia, ao contrário de "O Céu de Suely", do mesmo Karim Aïnouz. Entramos em um filme de uma personagem só. Violeta em três tempos: a busca do marido, a elipse do luto, o inesperado.
Embora desse terceiro estágio o filme retire alguns bons momentos (como o passeio pelo aeroporto deserto), e Violeta, alguns ensinamentos (sobre conviver com a solidão, sobre os motivos dos outros etc.), o fato é que não reencontra mais sua força inicial. Exceto, talvez, no plano final, em que a mulher parece ter, enfim, cumprido sua jornada de dor. Ou não. É um belo plano de Violeta, de costas, afastando-se: é o desconhecido, novamente, que se abre a ela. Ao menos agora ela sabe do que se trata. A música de Chico Buarque ("Olhos nos Olhos") tocada ali a todo vapor pode ser bela, mas desvia o sentido da cena para uma ideia de fim de sofrimento, quase um "happy end", mas não condiz muito com o que o filme desenvolve.






Com bordão "felomenal", "Giovanni Improtta" vira filme com José Wilker
 

O ator cearense estreia na direção com uma nova história do bicheiro que ganhou popularidade na novela “Senhora do Destino” - filme estreia na próxima sexta nos cinemas 


“O tempo urge e a Sapucaí é grande!” – quem não se lembra desse bordão aclamado na época do folhetim “Senhora do Destino”? Na nova comédia nacional "Giovanni Improtta", que tem estreia marcada para o dia 17 de maio, o ator José Wilker leva para o cinema um personagem de sucesso que interpretou na novela exibida pela TV Globo em 2004. Giovanni Improtta, um empresário que deseja ascender socialmente, foi criado pelo escritor Aguinaldo Silva.
Improtta ficou famoso com bordões como "felomenal", "há malas que vêm de trem" e "vou me pirulitar". A primeira aparição do personagem aconteceu nos anos 1970, como um bicheiro em "O Homem que Comprou o Rio". Em 2005, ele aparece novamente no livro de Aguinaldo, "Prendam Giovanni Improtta". Quando as gravações da novela acabaram, Wilker sentiu vontade de dar continuidade ao personagem. “Era um tipo de personagem que na novela era horizontal e que merecia uma certa verticalidade”, explica Wilker.
 

Para tanto, Wilker mergulhou no projeto e decidiu, além de atuar, ser o diretor da obra. Este é o primeiro longa-metragem dirigido por ele. A decisão de ser o diretor do filme veio só depois de Wilker convidar Cacá Diegues, que recusou a oferta dizendo que Wilker conhecia muito mais o personagem e, por isso, deveria assumir a direção. “Ao mesmo tempo, como o personagem na novela fez muito sucesso, muita gente quis se apropriar dele para cinema e teatro. Achei que era injusto comigo e resolvi pedir ao Aguinaldo os direitos para levá-lo ao cinema. Convidei o Cacá para dirigir. Tinha acabado de filmar com ele O Maior Amor do Mundo do Mundo. Depois de umas três semanas o Cacá me chamou para jantar e sugeriu que eu dirigisse. Dizia que eu conhecia muito mais o personagem e a história do que ele”.
Quem for assistir ao filme, esqueça Maria do Carmo (Susana Vieira), Nazaré Tedesco (Renata Sorrah) e companhia. “Giovanni Improtta”, que estreia nesta sexta-feira, não faz referência alguma a “Senhora do destino”. O par do personagem agora é Marilene (Andrea Beltrão). E seus inimigos são outros contraventores que querem ver o dono de escola de samba na pior. A única coisa que se repete é o jeitão do personagem. No elenco, estão também Andrea Beltrão, Gregório Duvivier, Eduardo Galvão e participações especiais de Milton Gonçalves, Paulo Goulart e Jô Soares, entre outros.



  
VEJA O TRAILER DO NOVO FILME


 

AS MÁXIMAS DE GIOVANNI IMPROTTA 
“Esse é um assunto de extrema gravidez”
 

“Enterro sem samba seria funerário”
 

“A morte pode ser fulminante”
 

“Ô, moço, tira o cabacinho do meu suco. Detesto cabaço na minha boca”

“Esse jornal está me defumando!”
 

“Como é que foi me acontecer uma coisa dessas. Matarem esse sujeito logo hoje. É a lei de Smurf!”
 

“É a galinha dos ovos de ouro com registro no Ibama” 





"Não queria fazer um novo 'Cazuza'", diz diretor de filme sobre Renato Russo
 
“Somos tão jovens” é uma das estreias da semana nos principais cinemas de Fortaleza

"Somos Tão Jovens", o esperado filme que conta a juventude de Renato Russo (1960-1996) pouco antes da formação da Legião Urbana, estreia nesta sexta-feiraem Fortaleza. O longa de Antônio Carlos da Fontoura concentra-se nos anos de Russo (vivido por Thiago Mendonça, que interpretou o cantor Luciano em "Dois Filhos de Francisco") de sua formação cultural em Brasília, entre os anos 1976 e 1982. Essa escolha de limitar o alcance da trama de "Somos Tão Jovens" foi proposital. "Quando encontrei Dona Carminha [mãe do líder da Legião] para falar sobre o filme, ela me disse: 'Só não me faça o longa sobre o roqueiro homossexual que morreu de Aids'.", conta o cineasta. "Era exatamente essa minha ideia para o longa. Eu não queria fazer um novo 'Cazuza'. Queria filmar a história de um menino que se reiventava e estava em transição entre a vida adolescente e adulta.
O ponto de suporte da obra é o seu protagonista. Apesar de um início claudicante, Mendonça aos poucos vai dominando o personagem, difícil por várias razões: 1) a fala imposta, quase antipática; 2) a necessidade de cantar e tocar para passar veracidade; e 3) atuar na pele de um dos artistas mais idolatrados do país, uma figura quase messiânica. "Minha relação com Renato Russo era de ouvinte apenas", afirma Thiago Mendonça, que precisou aprender a tocar violão e baixo elétrico em ensaios que iam das 9 da manhã até 7h da noite -além de se mudar por três meses do Rio para Brasília. "Eu tenho amigos e até minha família como loucos pela Legião, mas eu não acho que seria saudável me preocupar com os fãs. Fiz o filme para mim, Fontoura e para Renato Russo."

Apesar da vida do cantor se confundir com a história do próprio rock brasileiro recente, houve espaço para liberdades criativas. O segundo nome mais importante do longa, Ana Cláudia (Laila Zaid, a melhor coisa da produção), que teria uma amizade colorida com Russo, foi inventada. "Ela é um amálgama de várias namoradinhas de Renato. A mãe dele me falou que o encontrava 'a noite com meninas. Ele estava na fase de se encontrar", diz Fontoura. "Eu fui a peça do elenco com mais liberdade, porque era a única que não precisava se basear em uma pessoa de verdade. Li vários livros, tive várias conversas sobre Renato, mas não fiz nenhuma grande pesquisa", completa a atriz.

Entre aparições de vários astros do rock brasileiro dos anos 80, como Herbert Vianna (Edu Moraes, que sempre arranca risadas com sua interpretação do vocalista do Paralamas do Sucesso) e Dinho Ouro Preto (Ibsen Perucci, a cara do líder do Capital Inicial), "Somos Tão Jovens" é um filme para fãs. É todo permeado por canções conhecidas de Renato Russo, seja no comando de sua primeira banda, o Aborto Elétrico, seja em um pequeno período atuando solo. "Seguimos uma ordem cronológica. Cada canção marca um período importante da vida de Renato", explica Carlos Trilha, responsável pela direção musical e que tocava com a Legião Urbana nos anos 1990. Mas existe a adoração um pouco exagerada: o filme é repleto de referências que um dia, supostamente, viram músicas famosas.
Em certas ocasiões, as situações parecem forçadas e viram uma brincadeira digressiva. Na maior delas, aparece um personagem que atrai Renato Russo e os dois saem sem muita explicação para Taguatinga, que seria um tributo a "Faroeste Caboclo". Um pouco mais desse tempo poderia ter sido usado para ir além na vida de um dos maiores nomes do rock nacional. "Somos Tão Jovens" para no primeiro show do grupo no Rio, no Circo Voador. Mas o carisma e as canções da Legião Urbana devem garantir uma bela bilheteria para a biografia de Renato Russo.



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