Filme repete tema de invasão à Casa Branca
Channing Tatum interpreta um jovem agente que se depara com terroristas em 'O Ataque'
Outro dia mesmo vimos a Casa Branca ser invadida por terroristas e um presidente ser salvo por um triz, graças a um segurança em crise que calhou de estar perto na hora certa. O nome do filme, "Invasão à Casa Branca", já dizia tudo. "O Ataque", no original "White House Down", disfarça um pouco no título brasileiro, mas conta a mesmíssima história. O musculoso agora é Channing Tatum, um agente que quer integrar o seleto grupo de guarda-costas do presidente, enquanto na vida pessoal é meio descuidado das funções de pai. No belo dia em que obtém um passe para a filha, uma adolescente "geek" e patriota, visitar a Casa Branca, um bando de vingativos mercenários toma a sede do governo. No alvo, um presidente negro (Jamie Foxx), recurso hollywoodiano para agregar "realismo" à patacoada.
O alemão Roland Emmerich, especialista em blockbusters apocalípticos, dessa vez aprimora seu objeto de destruição favorito, a Casa Branca, que ele já pôs abaixo de modo sempre espetacular nos catastróficos "Independence Day" e "2012". "O Ataque" se passa quase todo nesse cenário, símbolo de poder mas também lugar onde, na ficção, um anônimo visitante pode encontrar e até trocar umas palavras com o presidente. O espaço único traz uma vantagem para o filme, que acaba sendo criativo para brincar de gato e rato em túneis, poços, alcovas e até mostrar uma inacreditável perseguição de carros nos jardins da Casa Branca. Desenvolto nesse ambiente, Emmerich empresta suas habilidades para assegurar o ritmo de fuziladas, explosões, lutas e saltos mortais e manter o público grudado na cadeira até o penúltimo segundo antes de o mundo desaparecer numa hecatombe nuclear.
A dupla Foxx e Tatum compõe o típico par masculino de "buddy movie", em que dois caras aparentemente com nada em comum se multiplicam por 20 para proteger o outro. No lado do mal, James Woods com sua cara pronta de vilão tempera a receita com um toque de humanidade. Na primeira oportunidade, Tatum arranca a camisa social e a gravata e passa a defender os bons vestindo apenas uma camiseta, o que faz dele uma reencarnação tão dura de matar quanto o Bruce Willis de duas décadas atrás. De resto, este é só outro filme de ação seguindo a regra do mais. Os US$ 150 milhões consumidos na produção se materializam na forma de mais "adrenalina", ou seja, mais armas, mais ataques, mais efeitos e mais decibéis.
ENTREVISTA
Após fracasso, diretor fará novo 'Independence Day'
"O Ataque", que está em cartaz nos cinemas de Fortaleza, naufragou nas bilheterias dos EUA
O alemão Roland Emmerich ganhou o apelido de "O Rei do Verão" por causa do sucesso de seus blockbusters no período mais concorrido do cinema americano. Mas o cineasta de "Independence Day" (1996) e "2012" (2009) viu seu "O Ataque" naufragar nas bilheterias dos EUA, rendendo US$ 72 milhões contra um orçamento de US$ 150 milhões. Mas isso não o impede de vislumbrar por que, por exemplo, não foi escolhido para dirigir os novos filmes da franquia "Star Wars".
Você não entrou na moda das sequências e dos super-heróis em Hollywood. Por quê?
Roland Emmerich - Eu não gosto de super-heróis e personagens de quadrinhos. Gosto de histórias originais. Vou fazer um novo "Independence Day", mas a história será radicalmente diferente do primeiro filme.
Então, você não toparia nem os novos "Star Wars"?
Sou muito fã da trilogia original. Por que não me procuraram? Por que diabos escolheram J. J. Abrams? (risos) Acho que sou muito caro para a Disney e eles não teriam condições de me pagar.
"O Ataque" mostra um atentado à Casa Branca poucos meses depois da explosão de uma bomba em Boston.
Olhe, eu já sei qual é a pergunta. Acho que as pessoas normais sabem diferenciar ficção de realidade e isso não prejudicou o filme. Boston foi uma crueldade, pura e simples. O meu filme mostra mocinhos querendo salvar o mundo. Há uma diferença.
Você mora há décadas nos EUA. Já se considera mais americano do que alemão?
Ainda sou um observador de fora. E acho que isso me dá uma visão mais ampla e cara sobre o que posso falar em meus filmes. "O Ataque" é mais "Sete Dias de Maio" do que "Duro de Matar".
Channing Tatum interpreta um jovem agente que se depara com terroristas em 'O Ataque'
Outro dia mesmo vimos a Casa Branca ser invadida por terroristas e um presidente ser salvo por um triz, graças a um segurança em crise que calhou de estar perto na hora certa. O nome do filme, "Invasão à Casa Branca", já dizia tudo. "O Ataque", no original "White House Down", disfarça um pouco no título brasileiro, mas conta a mesmíssima história. O musculoso agora é Channing Tatum, um agente que quer integrar o seleto grupo de guarda-costas do presidente, enquanto na vida pessoal é meio descuidado das funções de pai. No belo dia em que obtém um passe para a filha, uma adolescente "geek" e patriota, visitar a Casa Branca, um bando de vingativos mercenários toma a sede do governo. No alvo, um presidente negro (Jamie Foxx), recurso hollywoodiano para agregar "realismo" à patacoada.
O alemão Roland Emmerich, especialista em blockbusters apocalípticos, dessa vez aprimora seu objeto de destruição favorito, a Casa Branca, que ele já pôs abaixo de modo sempre espetacular nos catastróficos "Independence Day" e "2012". "O Ataque" se passa quase todo nesse cenário, símbolo de poder mas também lugar onde, na ficção, um anônimo visitante pode encontrar e até trocar umas palavras com o presidente. O espaço único traz uma vantagem para o filme, que acaba sendo criativo para brincar de gato e rato em túneis, poços, alcovas e até mostrar uma inacreditável perseguição de carros nos jardins da Casa Branca. Desenvolto nesse ambiente, Emmerich empresta suas habilidades para assegurar o ritmo de fuziladas, explosões, lutas e saltos mortais e manter o público grudado na cadeira até o penúltimo segundo antes de o mundo desaparecer numa hecatombe nuclear.
A dupla Foxx e Tatum compõe o típico par masculino de "buddy movie", em que dois caras aparentemente com nada em comum se multiplicam por 20 para proteger o outro. No lado do mal, James Woods com sua cara pronta de vilão tempera a receita com um toque de humanidade. Na primeira oportunidade, Tatum arranca a camisa social e a gravata e passa a defender os bons vestindo apenas uma camiseta, o que faz dele uma reencarnação tão dura de matar quanto o Bruce Willis de duas décadas atrás. De resto, este é só outro filme de ação seguindo a regra do mais. Os US$ 150 milhões consumidos na produção se materializam na forma de mais "adrenalina", ou seja, mais armas, mais ataques, mais efeitos e mais decibéis.
ENTREVISTA
Após fracasso, diretor fará novo 'Independence Day'
"O Ataque", que está em cartaz nos cinemas de Fortaleza, naufragou nas bilheterias dos EUA
O alemão Roland Emmerich ganhou o apelido de "O Rei do Verão" por causa do sucesso de seus blockbusters no período mais concorrido do cinema americano. Mas o cineasta de "Independence Day" (1996) e "2012" (2009) viu seu "O Ataque" naufragar nas bilheterias dos EUA, rendendo US$ 72 milhões contra um orçamento de US$ 150 milhões. Mas isso não o impede de vislumbrar por que, por exemplo, não foi escolhido para dirigir os novos filmes da franquia "Star Wars".
Você não entrou na moda das sequências e dos super-heróis em Hollywood. Por quê?
Roland Emmerich - Eu não gosto de super-heróis e personagens de quadrinhos. Gosto de histórias originais. Vou fazer um novo "Independence Day", mas a história será radicalmente diferente do primeiro filme.
Então, você não toparia nem os novos "Star Wars"?
Sou muito fã da trilogia original. Por que não me procuraram? Por que diabos escolheram J. J. Abrams? (risos) Acho que sou muito caro para a Disney e eles não teriam condições de me pagar.
"O Ataque" mostra um atentado à Casa Branca poucos meses depois da explosão de uma bomba em Boston.
Olhe, eu já sei qual é a pergunta. Acho que as pessoas normais sabem diferenciar ficção de realidade e isso não prejudicou o filme. Boston foi uma crueldade, pura e simples. O meu filme mostra mocinhos querendo salvar o mundo. Há uma diferença.
Você mora há décadas nos EUA. Já se considera mais americano do que alemão?
Ainda sou um observador de fora. E acho que isso me dá uma visão mais ampla e cara sobre o que posso falar em meus filmes. "O Ataque" é mais "Sete Dias de Maio" do que "Duro de Matar".
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