Novo programa Rumos 2013 quer valorizar arte plural
Eduardo Saron, presidente do Itaú Cultural, adiantou que irá lançar nova exposição em parceria com o Centro Dragão do Mar
O Itaú Cultural anunciou semana passada o lançamento do Rumos 2013, programa de incentivo à produção cultural brasileira que, nesta edição, traz mudanças estruturais e de conceito. "A ideia agora é apostar no risco, nas particularidades de cada tema proposto", comentou Eduardo Saron, diretor do instituto. Com isso, cada participante pode agora definir a forma de participação e desenvolvimento dos projetos. Dessa forma, não será preciso se prender a apenas uma forma de arte - cada projeto poderá ser inscrito em diferentes modalidades.
Também o processo de avaliação será diferente - antes, a comissão era formada por especialistas de cada área. Agora, o grupo é interdisciplinar, ou seja, os gestores do instituto vão palpitar sobre todos projetos, mesmo que não sejam de sua área de especialidade. O primeiro resultado positivo é evitar que determinadas áreas fiquem de fora em algumas edições do Rumos. "Antes, tínhamos que esperar dois ou três anos para abrir espaço para um projeto de dança ou música, por exemplo, e sentíamos dificuldade de apoiar propostas que mesclassem plataformas", observa Saron.
“Conversamos durante um ano e incorporamos nos últimos seis meses indivíduos de diversas áreas para compor uma comissão interdisciplinar. Juntos, depois de muitos encontros, elaboramos o novo Rumos”, contou Saron. A seleção do Rumos não será mais delimitada por expressões artísticas. Agora, ao invés de abrir editais específicos, o programa se transformou em multidisciplinar. “Nós queremos reforçar o fim das fronteiras entre as expressões e também valorizar outros aspectos da cultura. É um reflexo da forma de produção contemporânea. Não necessariamente uma obra pronta é o mais importante. Às vezes é o processo, às vezes é o dialogo, às vezes é a pesquisa envolvida”, afirmou.
A partir desta edição, o proponente será responsável por definir o que precisa para concretizar o projeto e planejar sua realização. “Agora nós não oferecemos modelos de inscrições, oferecemos possibilidades. Vamos apostar no risco, nas complexidades e singularidades de cada trabalho proposto”, completou Saron.
Uma das integrantes da comissão,Valeria Toloi, destacou a importância da interdisciplinaridade na comissão de seleção. “São personalidades de todas as aéreas. Temos gente da economia criativa e até um biólogo na equipe. Em alguns casos, eles participarão como mediadores junto aos artistas. Queremos promover um diálogo maior e podem surgir outras proposições, sugestões e reflexões a partir dos projetos enviados”, acrescentou.
Para Valmir Santos, existe uma “ousadia formal” na proposta do programa, que traz uma relação muito mais autônoma para o artista. “Nós tiramos a rigidez dos formatos e isso revoluciona a liberdade do proponente. Se a gente está em crise com a representação da sociedade brasileira, o novo Rumos está aqui para dar voz a esse novo modelo de relações, os novos modos de criação e apresentação da arte contemporânea”, disse o crítico.
O Rumos 2013 não apresenta um número mínimo ou máximo de projetos e também não há uma divisão geográfica, mas Saron reforçou que o instituto quer olhar e abranger todo o território nacional. Segundo ele, a equipe viajará por todos os estados para divulgar o programa.
Além da reformulação do Rumos, o Itaú Cultural também quer dar luz aos 16 anos do programa e vai chamar, ao longo de 2014, os artistas que já participaram do programa. A proposta é lançar um novo olhar sobre as obras dos selecionados desde a primeira edição. A programação do Rumos Legado será nacional e revisitará alguns artistas, pesquisadores e demais premiados pelo programa desde de 1997. A ideia é promover encontros artísticos, mostras, performances e desenvolver produtos que traduzam este caminho percorrido, entre outras possibilidades. Haverá uma comissão formada por profissionais que tenham afinidade coma história do Rumos que selecionará o conjunto de artistas para representar o mais de mil participantes.
O valor total destacado para 2014 é de R$ 10,5 milhões e servirá tanto para o novo programa como para o Rumos Legado. Os projetos que duram mais de um ano poderão usar os recursos dos próximos editais. O limite por projeto é R$ 400 mil. Segundo Saron, o Itaú Cultural utiliza apenas o artigo 26 da Lei Rouanet no apoio a projetos e grande parte dos recursos da instituição não é de incentivo fiscal. “Como grande parte desses recursos não é da lei, a gente pode desengessar os projetos. Se os recursos do programa fossem todos da Rouanet, a gente não conseguiria encaixar todos os projetos nos artigos específicos. Não usar só a lei de incentivo nos deixa mais soltos para nos deparar com surpresas positivas dentro do Rumos”, afirmou.
Fazendo parte do conselho consultivo da nova Escola de Artes Porto Iracema, Eduardo Saron também elogiou o trabalho feito no Centro Dragão do Mar, e adiantou que irá aumentar ainda mais a relação do Instituto com o Ceará: “Participamos agora na Feira da Música e estaremos inaugurando uma nova exposição no Dragão do Mar”. As inscrições para o Rumos 2013 do Itaú Cultural estão abertas e o prazo final é o dia 14 de novembro. Para se inscrever e obter mais informações sobre o novo Rumos, acesse o site www.rumositaucultural.org.br.
TV DIVIRTA-CE em São Paulo
O blog acompanhou na sede do Itaú Cultural, na capital paulista, o anúncio das mudanças do programa de incentivo cultural Rumos - Confira os vídeos da coletiva
Eduardo Saron, presidente do Itaú Cultural, adiantou que irá lançar nova exposição em parceria com o Centro Dragão do Mar
O Itaú Cultural anunciou semana passada o lançamento do Rumos 2013, programa de incentivo à produção cultural brasileira que, nesta edição, traz mudanças estruturais e de conceito. "A ideia agora é apostar no risco, nas particularidades de cada tema proposto", comentou Eduardo Saron, diretor do instituto. Com isso, cada participante pode agora definir a forma de participação e desenvolvimento dos projetos. Dessa forma, não será preciso se prender a apenas uma forma de arte - cada projeto poderá ser inscrito em diferentes modalidades.
Também o processo de avaliação será diferente - antes, a comissão era formada por especialistas de cada área. Agora, o grupo é interdisciplinar, ou seja, os gestores do instituto vão palpitar sobre todos projetos, mesmo que não sejam de sua área de especialidade. O primeiro resultado positivo é evitar que determinadas áreas fiquem de fora em algumas edições do Rumos. "Antes, tínhamos que esperar dois ou três anos para abrir espaço para um projeto de dança ou música, por exemplo, e sentíamos dificuldade de apoiar propostas que mesclassem plataformas", observa Saron.
“Conversamos durante um ano e incorporamos nos últimos seis meses indivíduos de diversas áreas para compor uma comissão interdisciplinar. Juntos, depois de muitos encontros, elaboramos o novo Rumos”, contou Saron. A seleção do Rumos não será mais delimitada por expressões artísticas. Agora, ao invés de abrir editais específicos, o programa se transformou em multidisciplinar. “Nós queremos reforçar o fim das fronteiras entre as expressões e também valorizar outros aspectos da cultura. É um reflexo da forma de produção contemporânea. Não necessariamente uma obra pronta é o mais importante. Às vezes é o processo, às vezes é o dialogo, às vezes é a pesquisa envolvida”, afirmou.
A partir desta edição, o proponente será responsável por definir o que precisa para concretizar o projeto e planejar sua realização. “Agora nós não oferecemos modelos de inscrições, oferecemos possibilidades. Vamos apostar no risco, nas complexidades e singularidades de cada trabalho proposto”, completou Saron.
Uma das integrantes da comissão,Valeria Toloi, destacou a importância da interdisciplinaridade na comissão de seleção. “São personalidades de todas as aéreas. Temos gente da economia criativa e até um biólogo na equipe. Em alguns casos, eles participarão como mediadores junto aos artistas. Queremos promover um diálogo maior e podem surgir outras proposições, sugestões e reflexões a partir dos projetos enviados”, acrescentou.
Para Valmir Santos, existe uma “ousadia formal” na proposta do programa, que traz uma relação muito mais autônoma para o artista. “Nós tiramos a rigidez dos formatos e isso revoluciona a liberdade do proponente. Se a gente está em crise com a representação da sociedade brasileira, o novo Rumos está aqui para dar voz a esse novo modelo de relações, os novos modos de criação e apresentação da arte contemporânea”, disse o crítico.
O Rumos 2013 não apresenta um número mínimo ou máximo de projetos e também não há uma divisão geográfica, mas Saron reforçou que o instituto quer olhar e abranger todo o território nacional. Segundo ele, a equipe viajará por todos os estados para divulgar o programa.
Além da reformulação do Rumos, o Itaú Cultural também quer dar luz aos 16 anos do programa e vai chamar, ao longo de 2014, os artistas que já participaram do programa. A proposta é lançar um novo olhar sobre as obras dos selecionados desde a primeira edição. A programação do Rumos Legado será nacional e revisitará alguns artistas, pesquisadores e demais premiados pelo programa desde de 1997. A ideia é promover encontros artísticos, mostras, performances e desenvolver produtos que traduzam este caminho percorrido, entre outras possibilidades. Haverá uma comissão formada por profissionais que tenham afinidade coma história do Rumos que selecionará o conjunto de artistas para representar o mais de mil participantes.
O valor total destacado para 2014 é de R$ 10,5 milhões e servirá tanto para o novo programa como para o Rumos Legado. Os projetos que duram mais de um ano poderão usar os recursos dos próximos editais. O limite por projeto é R$ 400 mil. Segundo Saron, o Itaú Cultural utiliza apenas o artigo 26 da Lei Rouanet no apoio a projetos e grande parte dos recursos da instituição não é de incentivo fiscal. “Como grande parte desses recursos não é da lei, a gente pode desengessar os projetos. Se os recursos do programa fossem todos da Rouanet, a gente não conseguiria encaixar todos os projetos nos artigos específicos. Não usar só a lei de incentivo nos deixa mais soltos para nos deparar com surpresas positivas dentro do Rumos”, afirmou.
Fazendo parte do conselho consultivo da nova Escola de Artes Porto Iracema, Eduardo Saron também elogiou o trabalho feito no Centro Dragão do Mar, e adiantou que irá aumentar ainda mais a relação do Instituto com o Ceará: “Participamos agora na Feira da Música e estaremos inaugurando uma nova exposição no Dragão do Mar”. As inscrições para o Rumos 2013 do Itaú Cultural estão abertas e o prazo final é o dia 14 de novembro. Para se inscrever e obter mais informações sobre o novo Rumos, acesse o site www.rumositaucultural.org.br.
TV DIVIRTA-CE em São Paulo
O blog acompanhou na sede do Itaú Cultural, na capital paulista, o anúncio das mudanças do programa de incentivo cultural Rumos - Confira os vídeos da coletiva
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