terça-feira, 3 de novembro de 2009

LIVROS - FICÇÃO

SUCESSO DOS LIVROS DE VAMPIROS

Anno Dracula, de Kim Newman, chega ao Brasil pela Editora Aleph.


Livro subverte a mais conhecida história de vampiros de todos os tempos e cria uma narrativa que mistura personagens reais e fictícios

Em Drácula, obra máxima da literatura vampiresca escrita por Bram Stoker, o temido vampiro é perseguido e derrotado por Van Helsing. Mas e se Drácula tivesse triunfado? Partindo dessa premissa, o autor Kim Newman apresenta em “Anno Dracula” uma original e inusitada versão desse clássico. Nela, o Rei dos vampiros desposa a rainha Vitória e dá início a sua linhagem sombria na Inglaterra do século XIX. Londres passa a viver em uma desordem pública após o casamento real. Os vampiros começam a “transformar” a população e impor o seu império. Em meio a esse cenário, misteriosos assassinatos começam a ocorrer no bairro de Whitechapel. As vítimas, todas vampiras, são brutalmente mutiladas. Aqui o autor, além de modificar as regras do gênero, suprimindo a imortalidade dos vampiros, faz também uma referência direta aos assassinatos cometidos na época por Jack, O estripador.

Os crimes trazem mais tumulto para a cidade, e surgem protestos contra o governo. Todos são imediatamente reprimidos pela violenta guarda Carpatiana do príncipe consorte, em um episódio que fica conhecido como “o domingo sangrento”. Para conter o caos, a Scotland Yard terá que enfrentar as nebulosas noites londrinas atrás do assassino, e para isso contará com a ajuda de Geneviéve, uma vampira aristocrática, e Beauregard, um distinto membro de um clube político secreto. Anno Drácula combina mistério, horror e política, em uma narrativa sarcástica. Com uma apurada pesquisa histórica, a trama apresenta vários elementos do período vitoriano, auge da revolução industrial.

O livro reúne ainda personagens antológicos da literatura e do cinema de horror, como Conde Orlock, do filme Nosferatu e Henry Jekyll, de O Médico e o monstro. Todos dividem o mesmo universo ficcional com personagens reais, como Oscar Wilde e o próprio Bram Stoker. Essa edição brasileira traz um guia inédito de personagens para orientar o leitor.

Lançado com grande sucesso em 1992 na Inglaterra, Anno Drácula – vencedor do prêmio International Horror Guild e finalista do Bram Stoker Award – chega agora ao Brasil como uma decisão participativa dos fãs, que sugeriram sua publicação pelo Orkut, na maior comunidade brasileira de ficção científica, com quase 5500 membros.

Sobre o autor:

Jornalista, crítico de cinema e escritor, o londrino Kim Newman lançou seu primeiro livro em 1985, Ghastly Beyond Belief: The Science Fiction and Fantasy Book of Quotations, um trabalho não ficcional em parceria com Neil Gaiman.

Seu romance de estreia, The Night Mayor, é de 1989, seguido por Bad Dreams (1990), Jago (1991) e, finalmente, Anno Dracula, em 1992, livro que o projetou como autor de horror e ficção.Escreveu também textos de fantasia juvenil sob o pseudônimo de Jack Yeovil e vários contos de ficção científica, publicados em antologias.

O sucesso de Anno Dracula deu origem a duas continuações: The Bloody Red Baron (1997) e Dracula Cha Cha Cha (1998).






2º volume da saga Alma e Sangue, sucesso de público no país

Relançado em agosto desse ano, Alma e Sangue: o despertar do vampiro deu novo fôlego à saga de vampiros escrita pela autora maranhense Nazarethe Fonseca. O livro, que já havia arrebatado o público na primeira edição, ganhou agora novos fãs, que após o fim da série Crepúsculo, estão ávidos por novas histórias de vampiro.

Esse segundo volume é inédito, e a história se passa cinco anos depois, quando a jovem protagonista Kara Ramos retorna à São Luiz e tem o seu diário roubado, colocando em risco o segredo milenar dos vampiros. Kara está em perigo e terá que usar seus novos poderes para lutar contra seus inimigos.

Para tanto, ela contará com a ajuda de Jan e do Rei Ariel Simon, retratado em memórias no primeiro volume, e que aparece agora para lutar pelo seu reino. Um triângulo amoroso surgirá entre eles, complicando ainda mais a trama e criando um cenário de incertezas, onde aliados podem tornar-se inimigos mortais.

O império dos vampiros expande a mitologia que arrebatou os fãs em O Despertar do Vampiro, adicionando um toque de magia e novos personagens ao universo dos vampiros. Mantendo a bem-sucedida receita de misturar ingredientes da literatura vampiresca mundial com cenários bem brasileiros, a autora produz uma narrativa repleta de mistérios e reviravolta. A saga continua em O Pacto dos Vampiros, com previsão de lançamento para o primeiro semestre de 2010.


Nazarethe Fonseca nasceu em São Luís, Maranhão. Começou a escrever aos 15 anos, após um sonho que se tornaria seu primeiro livro, uma trama policial. É autora da saga Alma e Sangue, iniciada com O Despertar do Vampiro, continuada em O Império dos Vampiros e que prossegue em O Pacto dos Vampiros. Publicou contos nas coletâneas Necrópole: Histórias de Bruxaria e Anno Domini. Mora atualmente em Natal, Rio Grande do Norte.







O amor na terra de Ahmadinejad

Escritor iraniano revela como é viver, amar e ser artista em uma das culturas menos compreendidas do mundo


Um dos mais aclamados, talentosos e controvertidos autores contemporâneos, o iraniano Shahriar Mandanipour, premiado, mas também ameaçado e censurado em seu país por causa de sua literatura e atividades políticas, foi proibido de publicar seus livros entre 1992 e 1997, mudando-se para os Estados Unidos em 2006. Qualquer semelhança com seu novo romance não é mera coincidência: Em “Quando o Irã censura uma historia de amor”, o autor acompanha o empenho de um ambicioso escritor iraniano em escrever uma inédita história de amor que passe pelos censores. Um inventivo e sensível triunfo literário que abre uma janela reveladora acerca de como é viver, amar, e ser artista em uma das mais sedutoras, e menos compreendidas, culturas do mundo.
Dono de inteligência maliciosa, Shahriar Mandanipour, o alter ego ficcional do autor, há anos luta contra o Ministério da Cultura e Orientação Islâmica para publicar um livro. Agora, beirando os 50 anos, cansado de suas histórias sombrias e amargas, percebeu que “o mundo real a sua volta tem morte, destruição e tristeza o bastante.” E então resolve escrever uma encantadora história de amor no Irã contemporâneo. Mas em uma sociedade na qual é crime uma mulher caminhar nas ruas ao lado de um homem que não seja seu parente, e na qual os censores do governo inspecionam cada linha digitada, esse será seu maior desafio. Sob os olhos do Sr. Petrovich, o todo-poderoso e onisciente censor do Ministério, ele terá de costurar a trama dos jovens Sara e Dara.
A bela amante de livros e o orgulhoso estudante de cinema apaixonam-se entre as empoeiradas estantes da biblioteca da universidade, onde trocam mensagens codificadas nas páginas de seus livros favoritos. Desafiando o Estado e as próprias famílias, eles se encontram em ruas tumultuadas, cibercafés e viçosos jardins particulares de Teerã.
Escrever livremente sobre os encontros e desejos de Sara e Dara poderia colocar Shahriar em perigo ainda maior do que aquele enfrentado por seus amantes. Vigorosamente, ele rabisca linhas, abandona cenas inteiras e traz à tona os contrastes entre a sensual e gloriosa tradição poética persa e a puritana tirania do Irã atual. Com a escrita repleta de ironia e indignação, Mandanipour lança luz aos paradoxos que envolvem os perseguidos políticos, e celebra o poder libertador da literatura e do amor.

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