terça-feira, 3 de novembro de 2009

CINEMA NACIONAL

Produção da Record terá vilão internacional

A série ‘A Lei e o Crime’, que conseguiu bons números de audiência na TV, chegando a atingir média de 20 pontos, vai ser produzida para o cinema com ambições internacionais. “Começamos a filmar em abril e vamos viajar para Estados Unidos e México. Pretendemos que o vilão no cinema seja um ator americano de grande repercussão”, adianta o diretor Alexandre Avancini. Na história, esse vilão será um assassino profissional.

Sucesso de Ibope, série policial da Record, com Ângelo Paes Leme, vai virar filme: orçamento previsto é de R$ 5 milhões

A trama do filme, que está sendo escrita por Marcílio Moraes, se passa dois anos depois da prisão de Nando, interpretado por Ângelo Paes Leme, o protagonista da série na TV. O diretor, na verdade, pretende manter o mesmo elenco televisivo formado por Caio Junqueira, André Ramiro, Raquel Nunes, entre outros.
Para produzir a obra, Avancini calcula que o orçamento vai ser de R$ 5 milhões. “É um bom valor para filme nacional. Agora estamos na fase de captação dessa quantia”, avisa.







Semana do Filme Nacional acontece até quinta-feira em mais de 50 cidades do País

Moradores de mais de 50 cidades de 16 estados do Brasil têm até quinta-feira, dia 26, para aproveitar a segunda edição da campanha Semana do Filme Nacional. Por apenas R$ 6 (inteira) e R$ 3 (meia) é possível assistir, nas salas que aderiram à promoção, a mais de 20 longas-metragens brasileiros lançados em 2009, como ‘Besouro', ‘Hotel Atlântico', ‘Se Eu Fosse Você 2', ‘Divã', ‘O Menino da Porteira', ‘A Mulher Invisível', ‘No Meu Lugar', ‘Alô Alô Terezinha', ‘Verônica', ‘Salve Geral', ‘Budapeste' , ‘Simonal – Ninguém Sabe o Duro que Dei' e ‘O Grilo Falante e os Insetos Gigantes'.

Realizada pela Agência Nacional do Cinema (ANCINE) em parceria com a Federação Nacional das Empresas Exibidoras (FENEEC), a iniciativa tem como objetivo ampliar a oferta de títulos nacionais e estimular o acesso do público às salas de exibição, com ingressos a preços populares.

"O nosso objetivo é unir forças com toda a cadeia cinematográfica brasileira e incentivar o hábito de ir ao cinema. Este ano o cinema nacional já vendeu mais de 14 milhões de ingressos, o que representa um crescimento de 60% em relação a todo o ano de 2008. Esperamos que a campanha possa contribuir para o aumento da participação de mercado dos filmes produzidos no País”, explica Manoel Rangel, diretor-presidente da ANCINE.

Para saber que cidades e cinemas participam da promoção, o público deverá consultar o hotsite da Semana do Filme Nacional no Portal ANCINE (www.ancine.gov.br). Na página também é possível conferir as peças publicitárias da campanha, como vídeos, cartazes e spots de rádio.







É PROIBIDO FUMAR, de Anna Muylaert, leva 8 prêmios no 42º Festival de Brasília


A cerimônia de encerramento do 42º Festival de Brasília aconteceu hoje, terça-feira, no Cine Brasília, com a exibição do curta Brasília, Capital do Século, de Gerson Tavares, e do longa Brasília a Última Utopia, de Pedro Anísio, Geraldo Moraes, Vladimir Carvalho, Pedro Jorge de Castro, Moacir de Oliveira, Roberto Pires. Na seqüência, foram anunciados os ganhadores do Troféu Candango.


É Proibido Fumar, de Anna Muylaert foi o grande vencedor da noite com 7 prêmios concedidos pelo Júri Oficial: Melhor Filme, Melhor Ator (Paulo Miklos), Melhor Atriz (Glória Pires), Melhor Atriz Coadjuvante (Dani Nefussi), Melhor Roteiro (Anna Muylaert), Melhor Direção de Arte (Mara Abreu), Melhor Trilha Sonora (Márcio Nigro) e Melhor Montagem (Paulo Sacramento). O longa-metragem ainda recebeu o Prêmio da Crítica, de Melhor Filme.



Já o curta-metragem em 35mm Ave Maria ou a Mãe dos Sertanejos, de Camilo Cavalcante, ganhou 3 prêmios pelo Júi Oficial: Melhor Filme, Melhor Fotografia (Beto Martins) e Melhor Som (Nicolas Hallet). Recife Frio, de Kleber Mendonça, recebeu 7 prêmios: Melhor Filme - Júri Popular, Melhor Direção – Juri Oficial, Melhor Roteiro – Juri Oficial (Kleber Mendonça), Prêmio Aquisição Canal Brasil, Prêmio Saruê, Prêmio Vagalume e o Prêmio da Crítica.



Neste ano o Festival ampliou a premiação em algumas categorias. Um total de R$ 470 mil em prêmios foram conferido aos vencedores, sendo R$ 220 mil para longas-metragens em 35mm; R$ 70 mil para curtas ou médias-metragens em 35mm e R$65 mil para os curtas em digital. O Júri Popular premiou dois títulos em 35mm, sendo um de R$ 30 mil para o melhor longa-metragem e um de R$ 20 mil ao melhor curta. O prêmio da Câmara Legislativa, destinado a produções do Distrito Federal, distribuiu R$ 65 mil, sendo R$ 50 mil para longa-metragem, R$ 10 mil para curta em 35mm e R$ 5 mil para um curta digital.



Abaixo segue a lista completa dos vencedores.



PRÊMIOS OFICIAIS - TROFÉU CANDANGO



LONGA-METRAGEM EM 35MM



MELHOR FILME (JÚRI OFICIAL) – R$ 80.000,00

FILME: “É PROIBIDO FUMAR”, DE ANNA MUYLAERT


PRÊMIO ESPECIAL DO JÚRI - R$ 30.000,00

FILME: “FILHOS DE JOÃO, ADMIRÁVEL MUNDO NOVO BAIANO”, DE HENRIQUE DANTAS



PRÊMIO JÚRI POPULAR

MELHOR LONGA-METRAGEM EM 35MM – R$ 30.000,00

E AINDA
PRÊMIO EXIBIÇÃO TV BRASIL
R$ 30 MIL AO MELHOR LONGA-METRAGEM E O TÍTULO PREMIADO INTEGRARÁ A PROGRAMAÇÃO DA EMISSORA.
FILME: “FILHOS DE JOÃO”, ADMIRÁVEL MUNDO NOVO BAIANO, DE HENRIQUE DANTAS



MELHOR DIREÇÃO - R$ 20.000,00

EVALDO MOCARZEL (“QUEBRADEIRAS”)



MELHOR ATOR – R$ 10.000,00

PAULO MIKLOS (“É PROIBIDO FUMAR”)



MELHOR ATRIZ - R$ 10.000,00

GLÓRIA PIRES (“É PROIBIDO FUMAR”)



MELHOR ATOR COADJUVANTE - R$ 5.000,00

BRUNO TORRES (“O HOMEM MAU DORME BEM”)



MELHOR ATRIZ COADJUVANTE – R$ 5.000,00

DANI NEFUSSI (“É PROIBIDO FUMAR”)



MELHOR ROTEIRO – R$ 10.000,00

ANNA MUYLAERT (“É PROIBIDO FUMAR”)



MELHOR FOTOGRAFIA – R$ 10.000,00

GUSTAVO HADBA (“QUEBRADEIRAS”)



MELHOR DIREÇÃO DE ARTE – R$ 10.000,00

MARA ABREU (“É PROIBIDO FUMAR”)



MELHOR TRILHA SONORA – R$ 10.000,00

MÁRCIO NIGRO (“É PROIBIDO FUMAR”)



MELHOR SOM – R$ 10.000,00

E AINDA

PRÊMIO DOLBY: CONSISTE NA LICENÇA PARA USAR O SISTEMA DE SOM DOLBY (EQUIVALENTE A QUATRO MIL DÓLARES).

MIRIAM BIDERMAN, RICARDO REIS E ANA CHIARINI (“QUEBRADEIRAS”)



MELHOR MONTAGEM - R$ 10.000,00

PAULO SACRAMENTO (“É PROIBIDO FUMAR”)



CURTA OU MÉDIA-METRAGEM EM 35MM



MELHOR FILME (JÚRI OFICIAL) - R$ 20.000,00

FILME: “AVE MARIA OU A MÃE DOS SERTANEJOS”, DE CAMILO CAVALCANTE



PRÊMIO JÚRI POPULAR

MELHOR CURTA-METRAGEM EM 35MM – R$ 20.000,00

E AINDA

PRÊMIO MEGACOLOR/ ESTUDIOS MEGA

R$ 8.000,00 EM SERVIÇOS DO ESTUDIOS MEGA E R$10.000,00 EM SERVIÇOS DO MEGACOLOR

FILME: “RECIFE FRIO”, DE KLÉBER MENDONÇA



MELHOR DIREÇÃO – R$ 10.000,00

KLÉBER MENDONÇA FILHO (“RECIFE FRIO”)



MELHOR ATOR – R$ 5.000,00

ELENCO MASCULINO DE “A NOITE POR TESTEMUNHA” (ALESSANDRO BRANDÃO, ANDRÉ REIS, DIEGO BORGES, IURI SARAIVA E TÚLIO STARLING)



MELHOR ATRIZ – R$ 5.000,00

MARIAH TEIXEIRA (“ÁGUA VIVA”)



MELHOR ROTEIRO – R$ 5.000,00

KLÉBER MENDONÇA FILHO (“RECIFE FRIO”)



MELHOR FOTOGRAFIA – R$ 5.000,00

BETO MARTINS (“AVE MARIA OU A MÃE DOS SERTANEJOS”)



MELHOR DIREÇÃO DE ARTE – R$ 5.000,00

VICENTE SALDANHA (“OS AMIGOS BIZARROS DO RICARDINHO”)



MELHOR TRILHA SONORA – R$ 5.000,00

MARCUS SIQUEIRA E THIAGO CURY (“A NOITE POR TESTEMUNHA”)



MELHOR SOM – R$ 5.000,00

NICOLAS HALLET (POR “AVE MARIA OU A MÃE DOS SERTANEJOS” E “AZUL”)



MELHOR MONTAGEM – R$ 5.000,00

GUILE MARTINS (“BAILÃO”)







CURTA-METRAGEM DIGITAL



MELHOR FILME (JÚRI OFICIAL) – R$ 15.000,00

“ENSAIO DE CINEMA”, DE ALLAN RIBEIRO



MELHOR DIREÇÃO – R$ 10.000,00

MAURÍCIO OSAKI – “LEMBRANÇA”



MELHOR ATOR – R$ 5.000,00

JOÃO VÍTOR D’ALVES – “OBRA-PRIMA”



MELHOR ATRIZ – R$ 5.000,00

LARISSA SARMENTO – “MAS NA VERDADE UMA HISTÓRIA SÓ”



MELHOR ROTEIRO – R$ 5.000,00

THEREZA JESSOURON – “DOIS MUNDOS”



MELHOR FOTOGRAFIA – R$ 5.000,00

PIERRE DE KERCHOVE – “LEMBRANÇA”



MELHOR DIREÇÃO DE ARTE – R$ 5.000,00

HENRIQUE DANTAS – “APREÇO”



MELHOR TRILHA SONORA – R$ 5.000,00

VÍTOR ARAÚJO – “DOIS PRA LÁ, DOIS PRA CÁ”



MELHOR SOM – R$ 5.000,00

RENATO CALAÇA – “DOIS MUNDOS”



MELHOR MONTAGEM – R$ 5.000,00

JIMI FIGUEIREDO – “QUASE DE VERDADE”




OUTROS PRÊMIOS

CÂMARA LEGISLATIVA DO DISTRITO FEDERAL

Exclusivo para produções do Distrito Federal

O júri celebra o aumento da produção e elevado nível da qualidade dos filmes concorrentes. Tal quadro nos levou a sugerir nos próximos anos que a premiação se estenda a técnicos e atores. Neste ano o júri inova ao conceder dois prêmios especiais para homenagear a produção local. São eles:

Pelo trabalho pioneiro no desenho de som e finalização, constante em vários filmes no decorrer da história do cinema brasiliense e nesse festival presente em sete filmes. o júri homenageia DIRCEU LUSTOSA

Por sua participação em vários filmes de Brasília como roteirista, produtor e ator nesse ano visto no filme Galinha Preta e também por estar na vanguarda do trabalho social, do cinema e da fé, o júri homenageia RONALDO D’ OXUM.


CÂMARA LEGISLATIVA DO DISTRITO FEDERAL
Melhor longa em 35mm R$ 75.000,00
E ainda Prêmio Quanta

R$ 10.000,00 em equipamentos de iluminação e maquinaria

FILME: “PERDÃO MISTER FIEL”, DE JORGE OLIVEIRA

CÂMARA LEGISLATIVA DO DISTRITO FEDERAL
Melhor longa em 35mm R$ 35.000,00
2º lugar em classificação

FILME: “O HOMEM MAU DORME BEM”, DE GERALDO MORAES

CÂMARA LEGISLATIVA DO DISTRITO FEDERAL

Melhor média ou curta em 35mm R$ 20.000,00
E ainda Prêmio Quanta

R$ 8.000,00 em equipamentos de iluminação e maquinaria

FILME: “VERDADEIRO OU FALSO”, DE JIMI FIGUEREDO

CÂMARA LEGISLATIVA DO DISTRITO FEDERAL

Melhor média ou curta em 35mm R$ 10.000,00
2º lugar em classificação

FILME: “DIAS DE GREVE”, DE ADIRLEY QUEIRÓS


CÂMARA LEGISLATIVA DO DISTRITO FEDERAL

Melhor filme Digital R$ 10.000,00
E ainda Prêmio Quanta

R$ 4.000,00 em equipamentos de iluminação e maquinaria

FILME: “EL CINE NO MUERTO”, DE ANDRÉ MIRANDA



AQUISIÇÃO CANAL BRASIL

Cessão de um Prêmio de Aquisição, no valor de R$ 10.000,00, ao Melhor Curta 35mm selecionado pelo júri Canal Brasil.

FILME: “RECIFE FRIO”, DE KLÉBER MENDONÇA

PRÊMIO DA CRÍTICA - TROFÉU CANDANGO

Melhor longa 35mm

FILME: “É PROIBIDO FUMAR”, DE ANNA MUYLAERT

PRÊMIO DA CRÍTICA - TROFÉU CANDANGO

Melhor curta em 35mm.

FILME: “RECIFE FRIO”, DE KLÉBER MENDONÇA



PRÊMIO ABCV DF 2009

Troféu conferido pela Associação Brasiliense de Cinema e Vídeo do Distrito Federal ao Melhor Curta em 35mm do Distrito Federal.

FILME: “SENHORAS”, DE ANDRIANA VASCONCELOS



PRÊMIO VAGALUME

Troféu conferido por integrantes do projeto Cinema para Cegos, da Diretoria de Inclusão Sociocultural, da Secretaria de Cultura do DF

Melhor Longa 35mm.
FILME: “FILHOS DE JOÃO, ADMIRÁVEL MUNDO NOVO BAIANO”, DE HENRIQUE DANTAS


PRÊMIO VAGALUME

Melhor Curta 35mm

FILME: “RECIFE FRIO”, DE KLÉBER MENDONÇA


PRÊMIO SARUÊ

Conferido pela equipe de cultura do jornal Correio Braziliense.

PELO ARREBATAMENTO QUE A EXIBIÇÃO PROVOCOU NOS ESPECTADORES, PELA ORIGINALIDADE E CRÍTICA SOCIAL CONTIDAS NA OBRA E PELA PRESENÇA VIBRANTE DE DONA LIA DE ITAMARACÁ NA TELA DO CINE BRASÍLIA, A EQUIPE DE CULTURA DO CORREIO BRAZILIENSE DESTINA O PRÊMIO SARUÊ AO CURTA-METRAGEM RECIFE FRIO, DE KLEBER MENDONÇA FILHO.


MARCO ANTÔNIO GUIMARÃES - TROFÉU CANDANGO

Conferido pelo Centro de Pesquisadores do Cinema Brasileiro para o filme que melhor utilizar material de pesquisa cinematográfica brasileira.
FILME: “FILHOS DE JOÃO, ADMIRÁVEL MUNDO NOVO BAIANO”, DE HENRIQUE DANTAS










Funcionário modelo

Em São Paulo para seu oitavo longa, no qual vive um personagem gay, Cauã Reymond diz que os bailes de debutante o livraram de peças caça-níqueis e que o dinheiro dos comerciais o permite fazer cinema com cachês simbólicos



"Bem-vindo ao nosso filme e a São Paulo", diz o diretor Toni Venturi a Cauã Reymond, no segundo andar de um antigo depósito de equipamentos eletrônicos na Barra Funda, alugado como base de produção pela equipe de "Estamos Juntos", próximo trabalho do cineasta. O ator espera sua vez para ganhar o figurino e a maquiagem de seu personagem, Murilo, um DJ e produtor gay que é uma das figuras centrais do longa.



Revelado em 2002, quando estreou em "Malhação", na Globo, Cauã já contabiliza, aos 29 anos, mais filmes do que novelas no currículo: oito contra seis. Em 2009, apareceu na tela grande como coadjuvante em "Divã", de José Alvarenga Jr., e "À Deriva", de Heitor Dhalia, e como o protagonista de "Se Nada Mais Der Certo", de José Eduardo Belmonte, no qual interpretou um jornalista em crise em meio a vários problemas financeiros. "O desejo de fazer cinema sempre existiu. O que não tinha eram convites", diz. Sem citar nomes, afirma que os diretores, "com certeza, torciam o nariz" para o jovem galã da televisão.



"Quando você faz TV e não começou no teatro nem no cinema, é mais difícil virem os convites para os bons projetos." No auge do sucesso em "Malhação", ele foi campeão de cartas da Globo e "teve que segurar a onda" para rejeitar convites que não tinham "nada a ver": peças que reuniam os atores do seriado no palco, buscando fisgar o público juvenil. "A galera quer se juntar para ganhar um dinheiro e eu não tenho preconceito, não. Eu mesmo fiz muito baile de debutante, jabá. Se não tivesse feito, também iria querer um pé de meia e poderia entrar em uma peça dessas para juntar um pouco mais de dinheiro. Mas teria deixado de fazer projetos que me permitiram amadurecer". Cauã conta que chegou a fazer presença VIP, ou seja, aparecer em uma festa em troca de cachê, em três cidades diferentes em uma mesma noite. "Várias vezes, o motorista pegava no sono e eu tinha que assumir a direção", lembra. Atualmente, ele chega a ganhar R$ 30 mil para ir a um camarote no Carnaval.



Um segurança acompanha o ator pela quadra que separa o QG do filme do clube Berlin, onde ele filmaria cenas em que se apresenta como DJ. "Não quero a casa inteira brincando nem paquerando o Cauã. Senão eu tiro do set", diz Toni Venturi às figurantes, na pista de dança. "Aqui não é o Cauã, é um cara chamado Murilo, uma biba que gosta de bibas." "É uma menina!", completa o ator.



Para viver o DJ gay, Cauã visitou points GLS de SP, como a boate The Week. Na balada, foi abordado por um homem, acompanhado do namorado. "Ele me disse: "Sou homossexual e trabalho no mercado financeiro. Retrata a gente legal, não vai fazer uma bichinha quá, quá, hein?". O cara me deu a maior enquadrada!". Diante da câmera, teve que fazer uma cena sensual com o ator argentino Nazareno Casero, de quem ficou amigo nas filmagens. "Isso facilitou. Eu falava "vou te tocar" e ele respondia: "Pode tocar, Cauá [imitando o sotaque portenho]". Foi homofobia zero. Quem é muito bem resolvido sexualmente não sofre com isso. Quando a pessoa está na dúvida é que fica com medo de despertar algum sentimento." As cenas no Berlin atravessam a madrugada.



Na tarde seguinte, Cauã recebe a coluna no L'Hotel, na região da avenida Paulista, um dos lugares onde gosta de se hospedar em SP. Na van a caminho do set, para no hotel Emiliano, na rua Oscar Freire, para buscar as alianças, que esqueceu durante um trabalho. Ele usa duas. A primeira, de prata, simboliza o irmão, que tem 21 anos e estuda veterinária. "Ele morou comigo nos últimos três anos. Agora que foi fazer faculdade em Teresópolis, a aliança é uma forma de mostrar que, apesar de separados, estamos cada vez mais juntos." A segunda, de ouro, representa "meu relacionamento": o namoro de quase três anos com a atriz Grazi Massafera. "Eu raramente falo sobre isso, hein, cara? A gente tenta manter a relação o mais longe possível [da mídia]."



Embora sempre apareçam juntos nos lançamentos dos trabalhos de ambos, eles evitam, por exemplo, fazer par na publicidade -experiência que Cauã teve com a ex-namorada, a também atriz Alinne Moraes, e prefere não repetir. "Não vou te dizer que, daqui a pouco, se a gente tiver vários filhos e estiver há dez anos casados, que não vamos fazer. Mas trabalhamos muito bem por conta própria", diz.



"Já que você mencionou a Grazi, uma das coisas que prefiro falar sobre a minha mulher é que ela me trouxe calma e mais religiosidade." Católico, Cauã acha que a Igreja deveria "aprovar o uso de preservativos". "É difícil falar contra, porque a Igreja Católica ainda tem uma força muito grande. Meu comercial foi tirado do ar pela associação das avós", diz ele, se referindo aos protestos de telespectadoras contra o anúncio das sandálias Havaianas em que uma idosa sugeria que a neta ficasse com Cauã, mas não para casar -"Estou falando de sexo", dizia ela no filme. "Achei meio hipócrita."



Cauã conta que já se recusou -"agradeci, o que é diferente. Você tem que ser mais educado, não pode fechar a porta"- a fazer um comercial de telefonia em que teria que fingir estar traindo uma namorada. "E olha que estava louco para ganhar aquele dinheiro, porque eu não tinha tanto na época."



Contratado da Globo há sete anos e com o compromisso renovado no início de 2009, depois de "A Favorita", Cauã diz que não ouviria uma proposta da Record porque "ando muito bem" com a rede da família Marinho. "Mas é aquele caso: respeito quem foi. Acho que tem bons atores na Record. Gosto muito do trabalho do Marcelo Serrado." No intervalo da filmagem, na calçada em frente ao set, Cauã questiona o repórter sobre o motivo das perguntas envolvendo seu trabalho em comerciais. "Uma frase bacana que resumiria a questão é que isso [a publicidade] te dá uma base, que proporciona fazer melhores escolhas artísticas. Acho que é por isso que hoje eu consigo fazer tanto cinema."



O primeiro filme, "Ódiquê" (2006), Cauã fez de graça. O inédito "Reis e Ratos", de Mauro Lima, também. "Com cachê simbólico, foram praticamente todos", incluindo "Se Nada Mais Der Certo", rodado em 2007 e que considera um "divisor de águas". "Eu me lembro de um momento, na preparação com o Zé [o diretor José Eduardo Belmonte], em que comecei a ter medo de fumar [para o papel], encarar um personagem brocha e entrar no fracasso que ele vivia. O Zé me disse: "Vem comigo que você vai voltar melhor"."

Nenhum comentário: