quarta-feira, 1 de julho de 2009

PATRIMÔNIO HISTÓRICO

As divas do rádio recebem homenagem no MIS

Ivanilde Rodrigues é uma das divas retratadas em exposição fotgráfica

O Museu da Imagem e do Som do Ceará (MIS-CE), equipamento vinculado à Secretaria da Cultura do Estado do Ceará (Secult), promoveu dia 18 de julho a programação Na Era do Rádio, dentro do projeto MISturas Culturais. Voltada para a população cearense, o Misturas Culturais é uma programação gratuita, realizada todos os dias 18, com intuito de promover o grande acervo do MIS.

> Ayla Maria, Célio Cury e Irapuan Lima

Entre vitrolas e lembranças, o público pode viajar pela história com uma exposição fotográfica catalogada do acervo Nirez, que fica em cartaz até dia 12 de agosto, assiste as exibições do curta-metragem Projeto Fortalezas - 2009, às 9h e 16h. No lançamento da exposição, dia 18, ouve palestra e show.


> Ivanilde Rodrigues e Alan Neto

O Museu da Imagem e do Som fica na avenida Barão de Studart, 410, Aldeota. Informações: 85-3101-1201



III Fórum Estadual de Museus do Ceará começa nesta sexta-feira

Começa nesta sexta-feira, 31 de julho, e segue até sábado, 1º de agosto, o III Fórum Estadual de Museus do Ceará, que terá como principais objetivos a estruturação do sistema de museus do estado – SEM- CE e a deliberação de medidas para adequação das unidades museológicas e dos profissionais da área de museus cearenses às diretrizes instituídas pelo Estatuto de Museus. Também serão discutidas questões relativas à capacitação de profissionais, criação de associações de amigos de museus, preservação e segurança de acervos museológicos, dentre outras. Na sexta, às 14h, o fórum conta com palestra do presidente do Instituto Brasileiro de Museus - Ibram, José do Nascimento Junior, que falará sobre as ações da Política Nacional de Museus.

O evento está sendo promovido pelo Sistema Estadual de Museus do Ceará (SEM/CE), em parceria com a Associação de Amigos do Museu do Ceará (ASMUSCE).

O Fórum acontecerá no Centro Espiritual Uirapuru, Fortaleza-CE. Mais informações no (85) 3101-2610 (85) 8781-9178.




Cortejo pelas ruas do Centro de Fortaleza comemora o Dia do Patrimônio Cultural (30)

Um dos maiores patrimônios de um Estado é sua história. Principalmente a memória das lutas do seu povo e os feitos dos seus heróis. Em comemoração ao Dia Estadual do Patrimônio Cultural, a Secretaria de Cultura do Estado do Ceará (Secult) realiza na tarde de quinta-feira, dia 30, mais uma edição do Cortejo dos Confederados. A ação reúne diversos grupos de cultura e atores cearenses para um cortejo que passeia pelas ruas do Centro e relembra um fato marcante da História do Ceará: a participação na Revolução Republicana de 1824, registrada como Confederação do Equador.

De maneira teatral, festiva, cívica e carnavalizada a marcha dos condenados resgata este fato histórico e exalta as conquistas destes heróis. Assim, o Cortejo seguirá o mesmo trajeto feito antes da execução dos mártires como Padre Mororó, Carapinima, Azevedo Bolão, Padre Ibiapina e Pessoa Anta, executados pelas forças monarquistas por fuzilamento no Passeio Público. Lembrar estes mártires é promover o reconhecimento da população sobre o Ceará, reforçando a identidade e o orgulho do cearense por sua terra.

O cortejo sai às 15h da Fortaleza de Nossa Senhora da Assunção (10ª Região Militar), após uma solenidade militar de degradação dos condenados, execução dos hinos, salvas de canhão, toques de cornetas e fogos de artifício. Deste trajeto segue em caminhada pela Rua General Bezerril, parando para apresentação de Reisado e Capoeira, em cena relacionada com a libertação dos escravos no Ceará, em frente à Igreja do Rosário, na Praça dos Leões. O trajeto continua pela Rua Guilherme Rocha, fazendo o ritual do torém indígena na Praça do Ferreira. Dobrando na Rua Major Facundo acontece mais um auto dos confederados no Sobrado Dr. José Lourenço e o cortejo segue em direção ao Passeio Público, onde haverá a encenação da execução dos heróis da Confederação do Equador, às 18h.

Participarão do Cortejo os grupos Quadrilha Zé Testinha, Maracatu Az de Ouro, Gajaral, Formosura de Teatro, Reisado Nossa Senhora das Dores, Viver Capoeira, índios Pitaguary, Cia Cordapés, Raízes Nordestinas, Escola de Samba Mocidade Independente da Bela Vista, boi do Mestre Zé Pio, Caravana Cultural, Linda Canalha, além dos atores que formam a ala dos condenados e o público do Centro da cidade.

O propósito da ação cultural é reeditar este cortejo para dar conhecimento às novas gerações das idéias dos revolucionários de 1824 que lutaram, não apenas pela causa republicana, mas pela Independência do Brasil, em um dos momentos mais destacados da História do Ceará.

O Cortejo dos Confederados é uma realização da Secretaria da Cultura do Estado do Ceará, com promoção da Aldeia Luz e parceria da Prefeitura Municipal de Fortaleza.

Paradas do Cortejo (Autos)

•15h30 - Fortaleza de Nossa Senhora de Assunção - Solenidade militar de degradação dos condenados, execução dos hinos do Brasil, do Ceará e de Fortaleza com as Bandas da Polícia Militar e dos Bombeiros, salvas de canhão, toques de cornetas e fogos de artifício. Formação e saída do cortejo com fogos e música.

•16h - Praça dos Leões: Apresentação de Reisado e Capoeira. Cena relacionada com a libertação dos escravos no Ceará, em frente à Igreja do Rosário. Manifestações dos confederados, em frente ao Museu do Ceará e ao Palácio da Luz.

•16h30 - Praça do Ferreira: Manifestação dos confederados. Ritual do Torém, feito por Grupos Indígenas, apresentação de Grupos Culturais e encenação com os atores.

•17h - Sobrado Dr. José Lourenço - Encenação do Manifesto dos Confederados;

•18h - Passeio Público: Encenação dos fuzilamentos de Padre Mororó, Ibiapina, Carapinima, Azevedo Bolão e Pessoa Anta, com grupo de atores e grandes bonecos.

Entenda a Confederação do Equador

A Confederação do Equador foi um movimento revolucionário, de caráter emancipacionista e republicano, ocorrido em 1824 no Nordeste do Brasil. Representou a principal reação contra a tendência absolutista e a política centralizadora do governo de D. Pedro I (1822-1831), esboçadas na Carta Outorgada de 1824, a primeira Constituição do país.

Em protesto ao monaquismo autoritário de Dom Pedro I, em 1814, o movimento se formou nos estados Ceará, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Paraíba. Impassíveis às tentativas de negociação do Império, os revoltosos buscaram criar uma constituição de caráter republicano e liberal, além de abolir a escravidão e organizar forças contra as tropas imperiais. No Ceará, sob a chefia de Tristão Araripe instaurou-se um Governo Patriótico e Republicano.

Vencida a revolução pelo Governo monarquista, os principais líderes cearenses - Tristão de Araripe, Padre Mororó, Carapinima, Azevedo Bolão, Padre Ibiapina e Pessoa Anta - foram executados pelas forças monarquistas, em fuzilamentos precedidos por cortejos que saíam da Fortaleza de Nossa Senhora da Assunção, encerrando no então Campo da Pólvora, hoje Passeio Público.

Tristão Araripe e os demais mártires da Confederação do Equador no Ceará ficaram conhecidos como os mais precoces e destemidos heróis patrióticos e republicanos do Estado. De maneira teatral, festiva, cívica e carnavalizada da marcha dos condenados, o Cortejo dos Confederados resgata fatos e exalta as conquistas destes nossos heróis.

Serviço: Cortejo dos Confederados – Cortejo que passeia pelas ruas do Centro Histórico de Fortaleza, iniciando às 15h30min, na 10ª Região Militar e encerrando às 18h no Passeio Público. Informações: 85-3101-6786 (Coordenação de Patrimônio Histórico da Secult).




Responsabilidade social no apoio aos museus

Dimas de Melo Pimenta II



Os museus, em todo o mundo, são um dos principais meios de acesso à cultura, ao conhecimento e à informação histórica, arqueológica, antropológica, artística e biológica. Constituem-se, ainda, em espaços muito democráticos, considerando a sua natureza jurídica, ligada ao Estado e, às vezes, a fundações e ongs´s, tendo, desse modo, os ingressos subsidiados. Isso permite que indivíduos de todas as faixas de renda possam frequentá-los, ampliando sobremaneira sua capacidade de influência.

No Brasil, segundo o Ministério do Turismo, 33 milhões de pessoas visitaram museus em 2008. Observa-se, felizmente, uma evolução nessa saudável tendência, considerando que, em 2003, foram 15 milhões de visitantes. Ou seja, o número mais do que dobrou em apenas cinco anos, evidenciando que os brasileiros descobrem paulatinamente o significado dessas instituições. Vale muito a pena, portanto, estimular cada vez mais o hábito, pois a boa formação cultural é um dos fatores condicionantes ao desenvolvimento nacional e ao aprimoramento de nossa sociedade.

Ante dados tão promissores, justifica-se o apoio que vem sendo conferido pelo setor público, como os R$ 2,5 milhões recentemente destinados pelo Ministério do Turismo ao Ibram (Instituto Brasileiro de Museus), autarquia do Ministério da Cultura criada em maio deste ano. O mesmo se aplica ao Programa de Qualificação dos Museus para o Turismo. No ano passado, a Pasta destinou R$ 2 milhões a esse projeto, contemplando dez instituições. Cerca de R$ 843 mil foram investidos no Rio de Janeiro, incluindo o Museu Nacional de Belas Artes, o Museu Histórico Nacional, o Museu da República e o Museu Castro Maya. Os recursos são investidos em equipamentos e na capacitação dos profissionais. Interessante notar que as capitais candidatas à sede da Copa do Mundo de 2014 serão priorizadas.

Todo esse esforço do setor público é louvável. Os recursos, porém, encontram-se abaixo da significativa demanda de modernizar, ampliar, manter em bom estado os museus e seus acervos, bem como criar novas instituições do gênero. Eis, portanto, uma área inovadora e importante para o investimento do setor privado, no âmbito do indispensável exercício da responsabilidade social.

As respostas da sociedade, escolas, frequentadores em geral, clientes, fornecedores e mídia jornalística são muito gratificantes, conforme podemos constatar no Museu do Relógio Professor Dimas de Melo Pimenta, instalado dentro da indústria Dimep, no bairro de Vila Leopoldina, na cidade de São Paulo. Seu acervo, de aproximadamente 600 peças, é uma verdadeira aula de história sobre a evolução do relógio. Sua criação remonta ao ano de 1950. Durante viagem a Aparecida do Norte, no Vale do Paraíba, o empresário Dimas de Melo Pimenta (1918-1996), fundador da Dimep, adquiriu um relógio de bolso confeccionado em prata lavrada, com mostrador de esmalte decorado. Este foi o primeiro item da coleção que deu origem ao Museu do Relógio, em 1975.

Como ocorre nas áreas da educação, saúde, esportes e lazer, as ações do Terceiro Setor também podem — e devem — contemplar o segmento dos museus. Não necessariamente com a criação de uma instituição própria, mas também por meio do apoio aos múltiplos e importantes estabelecimentos já existentes no Brasil. A responsabilidade social na área da cultura representa um serviço de alta relevância que a iniciativa privada tem condições de prestar ao Brasil, à sociedade, à juventude e às futuras gerações.



*Dimas de Melo Pimenta II, economista, é presidente da Dimep e diretor do Departamento Sindical (Desin) da Fiesp.

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