quarta-feira, 1 de julho de 2009

LIVROS - NÃO-FICÇÃO

Soluções para a América Latina

Em “O estruturalismo latino-americano”, Octavio Rodríguez trata do desenvolvimento dessa corrente da ciência socia

O estruturalismo latino-americano lista e analisa um dos mais férteis desenvolvimentos das ciências sociais do século passado. Movimento com grande aceitação entre especialistas e que interessou os responsáveis por políticas públicas, influenciando um grande número deles. E chamou a atenção d os interessados no desenvolvimento econômico, social e político da região. Como Octavio Rodríguez destaca, os estruturalistas latino-americanos compartilham certas posições metodológicas. O "método" do estruturalismo latino-americano leva especialmente em conta as características reais das situações analisadas, incluindo seus antecedentes históricos relevantes.
Octavio Rodríguez trata o tema e forma lúcida, guiando o leitor, com elegância e efetividade, pelo fascinante processo de cinqüenta anos durante os quais o estruturalismo latino-americano foi tomando forma e rendendo frutos. De acordo com a essência do enfoque, o autor faz freqüentes menções aos mais importantes acontecimentos da realidade latino-americana desse longo período. Em todo o texto, no qual se entrelaçam realidade e teoria, propostas e prática, economia, sociologia e ciência política, o autor usa uma especial capacidade de análise e de síntese que não se vê com freqüência.
Em O estruturalismo latino-americano, Rodríguez ajuda a ver que o aporte do estruturalismo latino-americano vai além do metodológico, já que faz importantes contribuições à teoria do desenvolvimento econômico e social. O estruturalismo latino-americano torna-se decisivo para responder à questão de quais são as principais causas do subdesenvolvimento da região, e à pergunta subseqüente do que se pode fazer para superá-lo. O caráter polêmico dos temas aos quais estas duas perguntas entrelaçadas conduzem, que dá lugar a apaixonadas posições de aprovação ou repúdio, com muita freqüência esconde o fato de que os estruturalistas fizeram contribuições de envergadura para sua discussão e impede com igual freqüência o reconhecimento do caráter científico - e às vezes brilhante - dessas contribuições.
O estruturalismo latino-americano põe isso em relevo, numa contribuição original à literatura sobre o desenvolvimento. *** 3 ESTRELAS/Bom



Amazônia é vida

Obra discute a importância da floresta brasileira e a necessidade de sua preservação

O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) divulgou, em junho, que o desmatamento na Amazônia Legal por corte raso (quando a mata é totalmente removida) ou degradação progressiva atingiu 123 km² no mês anterior (maio). Esse e tantos outros impactos em uma das paisagens mais raras do mundo são reflexos da sociedade atual, interessada no desenvolvimento econômico, mas descuidada com o meio ambiente e com os seres vivos.
Preocupado com a deterioração que ameaça a vida de uma área que representa quase um terço do continente sul-americano, Raimundo Caramuru Barros lança pela PAULUS Desenvolvimento da Amazônia – Como construir uma civilização da vida e a serviço dos seres vivos nessa região.
A obra tem como pressuposto básico apresentar parâmetros para o surgimento de uma civilização oposta à “civilização da máquina ou da matéria inorgânica”, as quais caracterizaram as revoluções industriais lideradas pelos países considerados hoje como os mais desenvolvidos. Entre esses parâmetros estão a infraestrutura de transportes que priorizam os modos aquaviário e aéreo, saneamento básico ajustado às condições amazônicas, recuperação de áreas degradadas, conversão das atividades agropecuárias, entre outros.
Dom Jaime Chemello, Presidente da Comissão Episcopal para a Amazônia da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que escreveu o prefácio da obra, afirma que “o texto desfaz o sofisma de que o embate se situa entre ‘preservacionistas’ e ‘desenvolvimentistas’, buscando estabelecer compromissos entre as duas partes, dentro do lema: desenvolver reduzindo às menores proporções viáveis o impacto negativo sobre o meio ambiente em decorrência desse desenvolvimento.”
A obra é dividida em três partes: na primeira, Barros apresenta os elementos e as ações fundamentais para o progresso sustentável da Amazônia brasileira. Na segunda, são abordadas as características da Terra na sua condição de planeta da vida, e na terceira o autor foca em uma nova leitura sobre a natureza dos seres vivos, suas características, suas funções no planeta, o equilíbrio natural de que necessitam para viver, entre outros aspectos.
Após essa profunda análise, o autor apresenta o “Roteiro estratégico para construir uma civilização da vida”. Trata-se de alguns tópicos, com linguagem simples e objetiva, sobre como lidar com elementos importantes para o desenvolvimento de forma sustentável, por exemplo o combate ao despejo de metais pesados nos rios e reservatórios naturais de água doce e a conversão do modelo de uma agropecuária sustentada pelos agrotóxicos para modelos que desenvolvam processos produtivos a partir da vida.
Desenvolvimento da Amazônia – Como construir uma civilização da vida e a serviço dos seres vivos nessa região faz parte da coleção Temas de Atualidade, que reúne mais de 40 títulos e grandes nomes de autores, como Jung Mo Sung, José Comblin, J.B. Libanio, entre outros.



Aprendendo a gostar de Jesus

Para modificar o conceito sobre Deus é preciso mudar os conceito bíblicos, normalmente generalistas e estereotipados. É preciso aprender a ler a Bíblia nas entrelinhas, com espiritualidade, e não apenas como texto sagrado.

Em Como acreditar em Deus, lançamento da Editora Prumo, pelo selo Prumo Desenvolvimento, o autor Clark Strand, grande estudioso das práticas religiosas ocidentais e orientais, utiliza passagens complicadas e provocativas das escrituras judaico-cristãs para transformar a Bíblia em um manual de libertação para aqueles que buscam por espiritualidade.

A obra apresenta um novo e revolucionário modelo de interpretação da Bíblia e oferece uma visão sem dogmas ou superstições que recupera o sentido de salvação e de crença. Pautado em suas experiências pessoais, incluindo a formação cristã baseada na Bíblia que recebeu ainda criança, os anos como monge budista e a experiência como pai e marido em uma pequena comunidade rural, Stand faz até o mais sutil ensinamento espiritual ser sincero e acessível.



Segundo Strand, o retorno à Bíblia é o mesmo que viajar ao nosso “eu interior”. “Para a maioria dos ocidentais Deus vive na Bíblia. Não podemos modificar nossa idéia sobre Ele sem antes mudar nossos conceitos bíblicos, geralmente generalistas e estereotipados”, diz o autor.

Examinando com perspicácia e seriedade a Bíblia, o autor busca um Deus em que se possa acreditar, não um ser divino intocável e inacessível, mas alguém que faz parte da história da humanidade, um líder condutor das massas miseráveis que perdeu a vida em nome do amor.

Para isso, é preciso aprender a ler a Bíblia nas entrelinhas, com espiritualidade, e não apenas como texto sagrado. Ou seja, a leitura minuciosa, com orientação, é a chave para a interpretação mais abrangente e eficaz, que ajuda na compreensão do grande mistério da vida.

Trata-se de um verdadeiro guia de como acreditar em Deus esmiuçando os preceitos bíblicos, pois aborda a fé universal de maneira aberta e ampla, gentil e original, permitindo que todos — religiosos ou não — possam ter uma experiência diferente e surpreendente com a Bíblia.

Sobre o autor:

Clark Strand é professor de espiritualidade e diretor da Koans of the Bible Study Group, comunidade espiritualista, ecumênica e inter-religiosa. Monge zen budista, é colaborador da revista Tricycle: The Buddhist Review e escreve diversos livros e artigos sobre a prática espiritual. Ele mora em Catskill Mountains, no estado de Nova York, Estados Unidos, com a mulher e filhos. Para mais informações sobre o autor, acesse seu blog: www.wholeearthgod.com

Nenhum comentário: