quinta-feira, 3 de abril de 2008

PATRIMÔNIO HISTÓRICO




Mais de um século de história dos transportes no Ceará é contada em livro da Cepimar



Resultado de uma pesquisa única no Ceará, o livro “De Ônibus – Cento e quarenta anos nas estradas e cidades do Ceará” será lançado pela Federação dos Transportes – Cepimar na quarta-feira (30), às 18h30, no auditório do Sest Senat Fortaleza (rua Dona Leopoldina, 1.050, Centro). A obra é o resultado de dois anos de pesquisa, envolvendo quatro historiadores e sociólogos, e é composta de 239 páginas, com cerca de 480 ilustrações coloridas obtidas junto a acervos públicos e particulares e ordenadas pelo Centro de Documentação e Pesquisa do Transporte do Ceará. O acervo já conta com mais de 50.000 documentos catalogados, entre fotos, recortes de jornais, regulamentos e depoimentos que fizeram do livro uma aventura inédita e acessível a todos os leitores. O professor e pesquisador Gilmar de Carvalho, que presidiu o conselho editorial do livro, assina o prefácio. A coordenação da pesquisa é da historiadora Patrícia Menezes.



O livro “De Ônibus – Cento e quarenta anos nas estradas e cidades do Ceará” consolida um trabalho de pesquisa da história do transporte no Ceará desenvolvido pela Cepimar desde 1999 e que já gerou outros projetos, como o Memorial Fotográfico do Transporte, o Salão do Trabalho em Transporte, a Galeria do Transporte do Ceará e a exposição fixa “Mais de Um Século sobre Rodas”. A publicação resgata histórias de homens e mulheres que se dedicaram a levar pessoas aos seus destinos, através de uma viagem no tempo que acompanha o surgimento dos caminhões mistos, dos paus-de-arara, dos bondes a tração animal e elétricos até chegar aos ônibus que vemos hoje percorrendo as ruas e estradas cearenses. “De Ônibus” preenche uma lacuna na memória do Estado ao relatar esta história, que, como lembra o presidente da Cepimar, David Lopes de Oliveira, foi “construída pelas mãos de gente comum”. O universo da pesquisa vem desde o ano de 1860, chegando até o alvorecer do século XXI.



A obra é dividida em seis partes. No primeiro capítulo, Na estrada, traça-se um amplo panorama do surgimento dos veículos de transporte de pessoas e de cargas, iniciando pelos veículos puxados por burros do século XIX, com a inclusão das primeiras legislações e documentos históricos do setor. Em seguida, com o surgimento das experiências motorizadas, a trajetória começou a migrar para as novidades de conforto e segurança e a tecnologia e prática dos transportadores até os anos de 1990. Para quem acreditava no isolamento do sertão dos primeiros tempos, o livro apresenta uma inesperada e vibrante teia de comunicações, que já atravessava praticamente todo o território cearense a partir dos anos de 1950. O texto traz os desafios dos movimentos terrestres, enfoca a construção de estradas e pontes, as ligações econômicas entre os lugarejos e até mesmo a política nacional de transporte, menina dos olhos dos governos militares na década de 1970.



O capítulo Pessoas e Coisas narra a história de um automóvel curioso, o caminhão-misto, que levava passageiros e cargas e foi presença comum no sertão nordestino em meados do século passado. Já o capítulo Debaixo da Lona trata do caminhão pau-de-arara, que surgiu no Brasil nos tempos do império. Entre as estradas e a cidade, o texto relembra práticas hoje esquecidas de transportar, mas que tornaram possível grande parte das trocas em meados do século XX. O livro mostra o improviso dos pequenos transportadores, que entre os obstáculos tecnológicos e a vocação nômade dos cearenses, criaram veículos rudimentares, mas capazes de levar as mercadorias de pequenos agricultores para as feiras das cidades do interior. A história de São Cristóvão, santo católico considerado protetor de motoristas e viajantes, é contada no capítulo seguinte, O Padroeiro.



Já o capítulo Na Metrópole relata o surgimento do transporte público em Fortaleza e toda a evolução do sistema de transportes da capital até os dias atuais. O texto começa com os preparativos para a instalação da Companhia Ferro Carril do Ceará, de bondes de tração animal, na década de 1870, tempo em que a Capital tomava seu lugar definitivo como centro econômico da província e o transporte era um dos melhoramentos públicos mais sonhados pela população.



Depois dos bondes puxados a tração animal, surge a Fortaleza formosa da belle epóque, movida sobre os trilhos dos bondes elétricos da Light que começaram a circular em 1913. Em “De Ônibus” a cidade aparece múltipla, embalada no vai-e-vem de lojistas, ambulantes, operários e prestadores de serviços de todos os tipos. Entre eles, já nos anos de 1920, os organizados choferes e os operários da Companhia de Bondes, Luz e Força. O movimento de trabalhadores inaugurava novas formas de viver a metrópole, com a diversificação dos espaços e dos trajetos da mobilidade. E se, no final da década de 1920 as pequenas empresas de ônibus lutavam para garantir suas linhas na cidade, a explosão das companhias nos anos de 1950 surge como resposta pouco planejada à retirada dos bondes elétricos de circulação. Novas peças no tabuleiro político da cidade ganham destaque e o transporte público toma lugar nas disputas entre vereadores e deputados. A cidade ganha asfalto, semáforos, e inúmeras tentativas de regular o trânsito.



O capítulo final “O Nascimento da Cepimar” conta como aconteceu a organização do sistema de transportes e o surgimento da Federação dos Transportes - Cepimar, em 27 de abril de 1989. Até a implantação do Sistema Integrado de Transporte, em 1992, “De ônibus” é uma viagem por Fortaleza através das janelas de coletivos. Por elas passam acidentes, congestionamentos, histórias de tarifas e outras. Vale a pena conhecê-la por este prisma.



Medalha Cepimar

Na mesma data do lançamento do livro, será feita a entrega da Medalha Cepimar 2008 a empresários do transporte ou personalidades e instituições que ajudam a construir a história do segmento no Ceará. Serão agraciados este ano: Ludgero Guilherme Costa (Post Mortem); Raul Ribeiro de Sousa (Categoria Pioneiro); Raimundo Feitosa de Carvalho (Categoria Empresário) e Francisco Pessoa de Araújo Neto (Categoria Especial).



Exposição

Também na noite do lançamento do livro, será aberta uma Exposição de Carros Antigos com os seguintes veículos: Ford/Grand Markuis fabricada em 1929 na cor verde; Internacional/Jardineira fabricada em 1946 na cor azul; Chevrolet/C60 de 1974 na cor azul. Os veículos pertencem a particulares e foram cedidos especialmente para a exposição.



Serviço

Lançamento do livro “De Ônibus – Cento e quarenta anos nas estradas e cidades do Ceará”

Data: 30 de abril - quarta-feira

Hora: 18h30

Local: Sest Senat Fortaleza – Rua Dona Leopoldina, 1.050 – Centro .


Outras informações sobre o assunto com a AD2M Engenharia de Comunicação, assessoria de imprensa da Cepimar, pelo fone (85) 3258.1001. Falar com Andréa Gois (85) 8895.6995 ou Mauro Costa (85) 8879.8474.





PREFEITA SANCIONA LEI DE PROTEÇÃO AO PATRIMÔNIO HISTÓRICO-CULTURAL E NATURAL DE FORTALEZA

A prefeita Luizianne Lins sancionou uma lei, a ser publicada no Diário Oficial do Município nos próximos dias, que normatiza os mecanismos de proteção do patrimônio histórico-cultural e natural da cidade de Fortaleza. O grande avanço que a lei traz diz respeito à proteção por meio de registro dos bens culturais imateriais da cidade que até então não eram contemplados pela legislação municipal. A lei institui, além do registro, o Programa Municipal do Patrimônio Imaterial, visando a implementação de política específica desse patrimônio.

São bens culturais imateriais considerados pela lei os saberes (conhecimentos e modos de fazer enraizado no cotidiano das comunidades); as celebrações (rituais e festas que marcam a vivência coletiva do trabalho, da religiosidade, do entretenimento e de outras práticas sociais); as formas de expressão como manifestações literárias, musicais, plásticas, cênicas e lúdicas; e lugares como mercados, feiras, santuários, praças e demais espaços onde se concentram e reproduzem práticas culturais coletivas.

De acordo com a diretora do Departamento de Patrimônio Histórico e Cultural da Fundação de Cultura, Esporte e Turismo (Funcet), Ivone Cordeiro, ao abordar o registro dos bens imateriais a lei amplia o conceito do patrimônio cultural de Fortaleza, valorizando e preservando os costumes e a cultura local. "Esta lei é muito importante porque além de mais atualizada, é mais abrangente que as anteriores. Ela traz à tona a preocupação com a necessidade de proteger o patrimônio da cidade, que já não se limita aos bens materiais, imóveis", afirma.

Além do cuidado com os bens culturais imateriais, a lei regulamenta como deverão ser feitos a partir de agora os processos de tombamento dos bens materiais que serão protegidos pela Prefeitura de Fortaleza. Segundo Ivone, a grande vantagem da lei é esclarecer os procedimentos administrativos relativos à abertura de processos e as competências dos órgãos envolvidos.

Outra novidade é a criação do Conselho Municipal de Proteção ao Patrimônio Histórico-Cultural (COMPHIC), formado por 17 representantes de entidades representativas da sociedade, entre elas o Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB-CE), a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-CE), a Associação dos Geógrafos do Brasil (AGB-CE), a Associação Nacional dos Profissionais Universitários de História (ANPUH-CE), além do governo estadual, por meio das secretarias de Cultura (Secult) e de Turismo (Setur). Esse conselho irá deliberar sobre o tombamento e o registro de bens culturais, além de formular diretrizes para a política de preservação e valorização dos bens culturais e de promover a estratégia de fiscalização da preservação e do uso dos bens tombados ou registrados.

"Todas as instituições que compõem o Conselho terão um canal de diálogo mais estreito com a Prefeitura podendo, assim, discutir mais democraticamente as intervenções a serem feitas. As visões dessas diferentes instituições sobre a cidade vão enriquecer o debate sobre o patrimônio cultural de Fortaleza e vão também respaldar a atuação do poder municipal", diz Ivone.



Mostra Cariri das Artes se despede do Sobrado Dr. José Lourenço

Últimas semanas para conferir a tradição popular do Cariri na IV Mostra Cariri das Artes, em cartaz no Sobrado Dr. José Lourenço (Rua Major Facundo, 154, Centro). A mostra, que inaugurou o novo equipamento do Governo do Estado do Ceará, ocupa os quatro pavimentos com a produção regional de uma das mais destacadas regiões da arte visual cearense.
Denominada “_O Cariri aqui!”, a mostra reúne xilogravura, escultura, pintura, desenho, gravura e peças em cerâmica de mais de 60 artistas da região, selecionados pela curadora de artes visuais, Dodora Guimarães, que visualiza o Cariri cearense como um centro privilegiado de produção e irradiação de arte e cultura.
As visitações são gratuitas, até o dia 13 de abril de 2008, de terça a sábado, de 10 às 19h e aos domingos, de 14h às 18h. As peças expostas estão à venda no local e, seguem para a Juazeiro do Norte onde estarão em exposição e venda da nova sede da Ceart-Cariri, que tem inauguração prevista para abril.
A IV Mostra Cariri das Artes é uma ação cultural do Governo do Estado do Ceará, através da Secretaria da Cultura, com patrocínio da Avon e parceria do Sebrae.
IV Mostra Cariri das Artes - Exposição de artes visuais,em cartaz até 13 de abril, no Sobrado Dr. José Lourenço (Rua Major Facundo, 154). Visitação gratuita, de terça a sábado, de 10h às 19h e aos domingos, de 14h às 18h. Informações: (85) 3254-5542.

Nenhum comentário: