quinta-feira, 3 de abril de 2008

CINEMA NACIONAL


Cauã Reymond filma seu 5o. longa-metragem

Ator interpretará um bar-man no filme "À Deriva" do Diretor Heitor Dhália

Mal terminaram as gravações do filme "Divã" e a estréia de "Falsa Loira", Cauã Reymond se prepara para mais um desafio: integrará o elenco de "À Deriva", filme do consagrado Heitor Dhália de "Nina" e o "Cheiro do Ralo".


Seu personagem na trama será “Hugo”, um bar man que tem um papel estratégico no filme. O ator contracenará com Camila Belle (de 10.000 A.C) , o ator francês Vicent Cassel (marido de Mônica Belucci) e da estreante Laura Neiva. As primeiras cenas foram feitas em Búzios no Rio de Janeiro e o filme tem estréia programada para 2009.




"O signo da cidade" e "Polaróides Urbanas"


“O Signo da Cidade”, com a musa Bruna Lombardi é uma das novidades nacionais nos cinemas de todo Brasil. Por trás de cada janela da gigantesca São Paulo, histórias humanas se enredam numa engenhosa teia, entre acasos, encontros inesperados, desencontros, descobertas e coincidências. Num complexo mosaico de tipos humanos, os personagens descobrem que reescrever o destino não é impossível e que o antídoto para a solidão pode estar na solidariedade. Numa sequência ágil de cenas curtas, o filme atira uns na direção dos outros para deflagrar conflitos e expor feridas – mas também para criar encontros casuais e oportunidades de redenção e salvamento.

Co-produção da Globo Filmes e Coração de Selva (“Antônia”), “O Signo da Cidade” reúne um elenco de peso – além de Bruna Lombardi, tem Juca de Oliveira, Eva Wilma, Denise Fraga, Graziela Moretto, Malvino Salvador, Luis Miranda, Fernando Alves Pinto.

Uma dona de casa entediada e atormentada pela irmã gêmea, uma dondoca deslumbrada, uma atriz decadente com síndrome do pânico, uma psicanalista incapaz de cuidar da própria filha, uma garota disposta a vencer na vida a qualquer preço, um garoto de programa apaixonado: esses são alguns dos personagens de “Polaróides Urbanas”, filme que marca a estréia na direção de Miguel Falabella.

Para representar um painel intenso e divertido das mazelas contemporâneas das grandes cidades, Miguel Falabella reuniu um grande elenco afiado na arte de transitar entre a comédia e o drama: Marília Pêra, Arlete Salles, Neusa Borges, Ana Roberta Gualda, Natália do Vale, Stella Miranda, Marcos Caruso, Otávio Augusto e Juliana Baroni, entre muitos outros.





'A Rinha' retrata universo de playboys que gastam fortunas em lutas clandestinas

Sexo, drogas, violência e dinheiro, muito dinheiro, são os elementos essenciais do novo filme de Marcelo Galvão. O publicitário, que já conseguiu a proeza de realizar um longa com apenas R$ 30 mil reais, o ‘Quarta B’, mais uma vez lança mão de seu bolso e com R$ 250 mil produziu o ousado ‘La Riña’ ou ‘A Rinha’, sobre o universo das rinhas humanas, que estréia nos cinemas no segundo semestre.
Baseado em fatos reais, o filme se passa numa festa clandestina em São Paulo, onde a elite milionária da cidade se encontra numa noite de luxúria regada a drogas, sexo e apostas. “Essas festas existem mesmo. Recentemente, em Osasco, a polícia flagrou um evento desses, onde as pessoas apostavam em rinhas com pessoas”, conta o ator Leonardo Miggiorin.
No longa, ele vive um playboy rico que leva seu próprio lutador para apostar na festa. “O Curly, é um garoto de 20 anos, que se acha esperto e quer se dar bem nesse jogo de apostas de festas clandestinas que as pessoas só sabem pela Internet. Ele chega a apostar a irmã mais nova”, conta o ator. A irmã em questão é Fernanda, vivida pela atriz Maytê Piragibe, que fez sua estréia no cinema. “A Fernanda é uma menina de 16 anos, que cai na festa por acaso, não sabe do que se trata, e toma um susto quando vê aquela loucura toda”, explica Maytê, que diz ter chorado muito durante as filmagens: “Era uma tensão: as lutas eram de verdade. Os lutadores eram profissionais, estão acostumados a se machucar, mas eu ficava estarrecida com aquilo”.
No filme de baixíssimo orçamento, os lutadores foram os únicos que receberam para trabalhar. “Chamei pessoas que conheço. Sou faixa-preta em jiu-jítsu”, diz o diretor, Marcelo Galvão.
Apesar de os atores e a equipe serem brasileiros, o filme é falado em inglês, com alguns diálogos em português e espanhol. “Estou visando o mercado internacional e já tem bastante gente interessada no filme. Vou para o Festival de Cannes (maio) mostrar para distribuidores. Muita gente achou estranho colocar o pessoal para falar em inglês, mas os americanos fazem isso direto. Se ‘Cidade de Deus’ fosse em inglês atrairia mais público”, especula.
O diretor defende a idéia de que o cinema nacional pode ser comercial. “Já que ia fazer um filme com meu próprio dinheiro, quis fazer um que me desse grana. Também quis fugir do tema favela, pobreza... Resolvi falar de dinheiro, carrões, mulheres bonitas”, explica Marcelo, que se inspirou em ‘Amores Brutos’, do diretor mexicano Alejandro González Iñárritu: “Além do tema, a edição também é parecida. São várias historinhas paralelas que se encontram”.
FILME FOI RODADO EM 20 DIAS SOMENTE À NOITE
Foi tentando fazer um longa sobre portadores de Síndrome de Down que Marcelo Galvão acabou filmando ‘A Rinha’. Orçado em R$ 3 milhões, ‘Colegas’ é um sonho antigo do diretor, mas de tanto receber ‘não’ na hora de captar o dinheiro do patrocínio, ele decidiu gerar sua própria receita. “Não adianta ficar como alguns diretores, esperando 25 anos para realizar o filme de sua vida. Para o cinema brasileiro virar uma indústria é preciso que se inove e que as pessoas se movam e ousem”, alfineta.
Marcelo acredita que os R$ 250 mil de ‘A Rinha’, tirados do próprio bolso, logo darão retorno. “A grana toda é minha, então se o filme fizer 100 mil espectadores, já me paguei e ainda tiro um lucro para produzir o meu próximo projeto. Criamos a indústria”, avalia. Mas o orçamento curto também tem suas limitações. “Tive que pensar num roteiro do tamanho das minhas posses. Optei por um cenário único e foram somente 20 dias de filmagens, sempre durante a noite”, conta Marcelo que teve a ajuda dos alunos do curso de Cinema de sua produtora, a Gatacine.



Maré, Nossa História de Amor


Estréia nos cinemas de Fortaleza, São Paulo, Rio de Janeiro, Goiânia, Recife e Salvador, no dia 4 de abril, o mais recente longa-metragem de Lúcia Murat (Brava Gente Brasileira, Quase Dois Irmãos), MARÉ – NOSSA HISTÓRIA DE AMOR, um musical livremente inspirado em Romeu e Julieta e ambientado no Complexo da Maré, no Rio de Janeiro.

Analídia (Cristina Lago) é filha de um dos chefes do tráfico. Jonathan (Vinicius D'Black) é irmão do chefe da facção rival. Separados pelo apartheid das drogas, eles encontram no grupo de dança da comunidade, dirigido por Fernanda (Marisa Orth), um refúgio para o sonho. Livremente inspirada em Romeu e Julieta, a história é um resgate da nossa extrema musicalidade, da atualidade da nossa dança contemporânea e dessa estranha mistura que encontramos hoje nas favelas, onde a violência convive com inúmeras possibilidades artísticas, proporcionadas por projetos sociais.

A cineasta Lucia Murat, que se formou como bailarina clássica ao final da adolescência, conta que há algum tempo pensava em fazer um filme musical que resgatasse a geléia geral brasileira. Com Maré, Nossa História de Amor, se formou um corpo de baile a partir dos vários grupos de dança do Rio de Janeiro, trabalhando, portanto com a nossa diversidade étnica e cultural, mas buscando o mesmo rigor de conjunto de um espetáculo tradicional.

O elenco traz Marisa Orth, Cristina Lago, Vinicius D’Black, Anjo Lopes, Babu Santana, Jefchander Lucas e o grupo Nação Marém, e participação especial de Flavio Bauraqui, Elisa Lucinda e Malu Galli.



A coreografia do musical leva a assinatura de Gaciela Figueroa, com direção de arte Gringo Cárdia.

Maré – Nossa História de Amor participou da seção panorama do Festival de Berlim, e teve sua première internacional no dia 12 de fevereiro, em sala com ingressos esgotados. No Brasil a estréia aconteceu no Festival do Rio, sendo exibido em seguida na 31ª. Mostra Internacional de Cinema de S.Paulo.



Incentivo para novos cinemas

LEI QUER INCENTIVAR ABERTURA DE SALAS DE EXIBIÇÃO EM CIDADES PEQUENAS


A modificação na Lei Rouanet (Lei 8.313/91) que estende o benefício da dedução do Imposto de Renda (IR) para empresários que construírem salas de cinema e teatro em cidades com menos de 100 mil habitantes visa a reverter o atual quadro de concentração de salas de exibição em grandes centros urbanos.
A lei que alterou a Rouanet (Lei 11.646) foi sancionada pelo presidente Lula no último dia 10 e prevê o incentivo tanto para projetos culturais de acesso gratuito para o público como para sessões pagas.
Antes, os contribuintes podiam deduzir do IR valor referente a doações e patrocínios somente para projetos de artes cênicas; livros de valor artístico, literário ou humanístico; música erudita e instrumental; exposições de artes visuais; doações de acervos para bibliotecas públicas, museus, arquivos públicos e cinematecas; produção de obras cinematográficas e de vídeo de curta e média metragem; e preservação do patrimônio cultural.
A Lei Rouanet prevê que o doador ou o patrocinador poderá deduzir, do imposto devido na declaração do IR, 80% do valore destinado ao projeto cultural no caso de pessoas físicas. No caso de pessoa jurídica, a dedução é de 40% do valore referente a doações e 30% se o apoio foi em forma de patrocínio. O valor a ser abatido não pode ultrapassar 4% do valor total do imposto devido no caso das pessoas jurídicas e 6% no caso de pessoas físicas.
Os projetos que podem ser patrocinados são aqueles aprovados pela Comissão Nacional de Incentivo à Cultura (CNIC).




RUA AUGUSTA É PERSONAGEM DE LONGA-METRAGEM

*** dirigido por Francisco Cesar Filho, “Augustas” tem filmagens de 25/03 a 20/04

*** o dramataurgo Mário Bortolotto encabeça o elenco, que tem como atores convidados Milhem Cortaz e Selma Egrei

*** elenco tem participações especiais do grupo Montage, da escritora Clarah Averbuck e do jornalista Alex Antunes, autor de livro que inspirou o roteiro do filme


Baseado em “A Estratégia de Lilith”, livro cult do jornalista Alex Antunes, AUGUSTAS marca a estréia do premiado documentarista Francisco Cesar Filho na direção de longas-metragens e tem suas filmagens de 25 de março a 20 de abril em São Paulo.

O filme narra momentos da vida de um jornalista morador da Rua Augusta, que demitido de seu emprego e de seu relacionamento com a chefe e amante, se embrenha em inusitados universos urbanos: o da prostituição e o dos rituais neo-xamânicos de transe. Em busca das respostas para suas angústias, ele desperta uma voz feminina que passa a aconselhá-lo. E, de quebra, desestrutura completamente seu modo masculino e oportunista de ver o mundo, levando-o a procurar outro tipo de compromisso, mágico e espiritual.

Retratando personagens que transitam, vivem e/ou trabalham na Rua Augusta, o longa é rodado majoritariamente naquela via paulistana.

Na trilha sonora estão clássicos do underground paulistano dos anos 1980/1990 (de autoria de Akira S e As Garotas Que Erraram, Fellini, Voluntários da Pátria, Mercenárias e Harry) em releituras feitas especialmente para o filme por grupos como Vanguart, Montage, Los Porongas, Macaco Bong, Madame Sataan e Lucas Santana, entre outros.

Alex, o protagonista de AUGUSTAS, é interpretado pelo dramaturgo e ator Mário Bortolotto, vencedor do prêmio APCA pelo conjunto da obra e do Prêmio Shell de melhor autor pelo texto "Nossa Vida Não Vale um Chevrolet".

O elenco de AUGUSTAS é composto por nomes da nova geração do teatro e do cinema, como Caroline Abras (considerada a “Chlôe Sevigny brasileira”, duplamente premiada como melhor atriz no Festival Gramado, pelos curtas “Perto de Qualquer Lugar” e “Alguma Coisa Assim”), Georgina Castro (do longa “O Céu de Suely” e da peça “Porão”), Guta Ruiz (da série televisiva “Alice” e dos longas "Fim da Linha" e "Nossa Vida Não Cabe Num Opala") e Maíra Chasseraux (do filme “Onde Andará Dulce Veiga”).

O premiado Milhem Cortaz (dos filmes “Tropa de Elite” e “Carandiru”) e a veterana Selma Egrei (musa dos filmes de Walter Hugo Khouri) são atores especialmente convidados do filme, que conta também com Henrique Schafer (indicado ao Prêmio Shell de melhor ator em 2005 por seu papel na peça “O Porco”), Juliano Cazarré (dos filmes”Meu Mundo em Perigo”, “O Magnata” e "A Festa da Menina Morta"), Ziza Brisola (criadora da Cia. Linhas Aéreas) e Phedra de Córdoba, um famoso travesti cubano, naturalizado brasileiro, que atua no teatro paulistano.

"Augustas" conta ainda com participações espaciais do badalado grupo musical Montage, do DJ Goos (do projeto New Rave Kids On The Block), do vocalisata Ricardo Carneiro (da cultuada banda Mickey Junkies, que recentemente voltou à ativa), da escritora Clarah Averbuck e do jornalista Alex Antunes, autor do livro "A Estratégia Lilith", fonte do roteiro do filme.

O diretor Francisco Cesar Filho é responsável por curtas-metragens documentais que tiveram premiações internacionais e foram exibidos em prestigiosos festivais, como Roterdã, Locarno e Nova York (veja mais abaixo).

“Augustas” tem direção de fotografia de Aloysio Raulino (do filmes “O Prisioneiro da Grade de Ferro”, “Serras da Desordem” e “FilmeFobia”), direção de arte de Rafael Ronconi (dos longas “Antônia” e “Cidade dos Homens”) e produção executiva de Eliane Bandeira (de “A Concepção” e “Meu Mundo em Perigo”).

O filme é realizado pela Anhangabaú Produções, empresa responsável por “Meu Mundo em Perigo” (de José Eduardo Belmonte), vencedor de três prêmios no último Festival de Brasília, pelos curtas “Carmem e Leão” e “O Sonho de Tilden” (este selecionado para o É Tudo Verdade 2008) e pelos longas em finalização “Se Nada Mais Der Certo” (também de Belmonte) e “Dom Quixote do Araguaia”, de Erika Bauer. A produtora roda no segundo semestre deste ano “Tropicália“, longa de Ana Oliveira e Francisco Cesar Filho.


sobre o livro “A Estratégia de Lilith” e seu autor

Recebido pela crítica como sendo “puro transe autobiográfico”, “A Estratégia de Lilith” (Conrad Editora, 2001) transita entre a reportagem e a ficção pop, descortinando universos urbanos do sexo, do transe e da magia. Entre as influências da obra estão Raymond Chandler, Plínio Marcos e Carlos Castañeda.

Crivado de pequenas referências pop, musicais, cinematográficas, literárias e religiosas (Serge Gainsbourg, Jean-Luc Godard, Philip K. Dick, J.D. Salinger, Aleister Crowley), que de alguma maneira agregam fragmentos a um sentido maior e inesperado, “A Estratégia de Lilith” é o primeiro livro de Alex Antunes, que dirigiu a revista Bizz, criou a revista Set e escreveu para os cadernos de cultura da Folha de S.Paulo, O Estado de S.Paulo, Jornal da Tarde e Veja, entre outras publicações. Antunes tabém é músico (Akira S & As Garotas Que Erraram e Shiva LasVegas, entre vários projetos), compositor (de "Atropelamento & Fuga", gravada por Skowa & A Máfia) e produtor de mais de uma dezena de álbuns, como a coletânea “Não São Paulo”, documento do pós-punk paulistano, e os tributos a Arnaldo Baptista (“Saguinho Novo”) e a Luiz Gonzaga (“Baião de Viramundo”).



CURTA "ENTRE ESPELHOS E SOMBRAS" É SELECIONADO PARA O RIOFAN

Filme surrealista será exibido na primeira edição do Festival Internacional de Cinema Fantástico do Rio de Janeiro

"Entre Espelhos e Sombras", curta-metragem no estilo surrealista do diretor independente Dimitri Kozma, acaba de ser selecionado para participar do 1º RioFan - Festival Internacional de Cinema Fantástico do Rio de Janeiro.

No evento, que acontece entre 29 de abril e 11 de maio, o curta vai integrar a mostra "Underground Brasil". Segundo a organização, essa mostra será formada por curtas que suprem a carência de recursos com criatividade e imaginação, mostrando que não é preciso um grande orçamento para se fazer um bom filme fantástico.

"Partimos do desafio de se produzir um curta-metragem surrealista no Brasil com verba mínima e em um curto espaço de tempo. E foi ótimo saber que iniciativas como essa também serão valorizadas no RioFan. A participação na primeira edição do festival representa um passo importante na trajetória de nosso curta", destaca Dimitri Kozma.
Finalizado em 2007, "Entre Espelhos e Sombras" é um filme para ser visto sem as travas psíquicas impostas pela vida em sociedade. O curta mostra a história de um homem à procura de Deus e de uma mulher em busca de respostas, em uma viagem estranha e surreal por entre os abismos da alma humana.
O roteiro de "Entre Espelhos e Sombras" foi escrito por meio de uma técnica chamada pelos artistas surrealistas de "automatismo psíquico", que busca extravasar os impulsos criadores do subconsciente sem o controle da razão. Na composição do roteiro, foram utilizadas apenas algumas anotações de cenas-chave e, em seguida, deixou-se a história fluir como em um sonho, permeado por imagens produzidas pelo subconsciente.

O cinema surrealista tem como principais características a abolição da lógica na produção e a ruptura com a própria linha de compreensão. Dimitri Kozma optou por esse estilo pouco difundido em uma tentativa de romper com o "status quo", o conservadorismo e a obviedade. "Sabia, desde o começo, dos desafios desta empreitada. Gosto do cinema convencional também, não o descarto, mas acredito que é preciso oferecer outras opções que fujam do padrão, quebrem algumas regras", explica.

Inspirado nas grandes obras do cinema surrealista, como o precursor "Um Cão Andaluz", de Luis Buñuel e Salvador Dali, e em alguns trabalhos de Alejandro Jodorowsky e David Lynch, "Entre Espelhos e Sombras" possui componentes de sonhos que se relacionam buscando uma realidade paralela, que valoriza o onírico, os desejos interiores e deixa a imaginação livre. Uma herança simbolista de tristeza e melancolia, bem como elementos da psicologia freudiana, podem ser reconhecidos em diversos trechos. Um dos exemplos é o peixe, um símbolo fálico de acordo com Freud.

Experiência surreal

Segundo Dimitri Kozma, como a maioria das obras surrealistas, "Entre Espelhos e Sombras" corre o risco de ser mal-interpretado, pois demanda certa capacidade de abstração à qual a maioria do público não está acostumada. "Digo acostumada porque todos têm a capacidade de entender e abstrair. A questão é que, como os espectadores recebem tudo de 'mão beijada' nos blockbusters, eles se desacostumaram. Fiz questão de colocar, logo no início do filme, a palavra 'interprete', como um aviso de que aquele não será um filme que já vem mastigado e digerido, que será necessário ligar outra chave na mente para assistir."

Para o diretor, não há uma cultura de se produzir cinema surrealista no Brasil e, sem esta tradição, obviamente não há público interessado. "O filme surrealista é uma experiência muito diferente do convencional, que possui história linear e que obedece a critérios narrativos, como apresentação de personagens, conflito e resolução. No surrealismo, estas barreiras são quebradas e o filme é mais uma experiência audiovisual, um mergulho na mente, num mundo de sonhos, que faz sentido diferente para cada um dos espectadores. É uma viagem pela própria mente", declara Kozma.

Com sua recente obra, Dimitri espera proporcionar uma experiência intuitiva e o espectador deve estar preparado para isso. O objetivo é fazer com que as pessoas reflitam, interpretem e tenham a sua própria versão do filme, uma experiência única e individual. "A tag do filme explica um pouco sobre isso: Uma viagem estranha e surreal por entre os abismos da alma humana. Ao assistir e interpretar este filme, você pode aprender coisas sobre a sua essência e descobrir segredos enterrados que jamais imaginava possuir. Interpretar este filme pode dizer muito sobre você", esclarece o diretor.
Filmagens

Com uma equipe pequena e bem entrosada, o curta-metragem "Entre Espelhos e Sombras" foi filmado na cidade de São Paulo, em dois dias, um tempo curto para o grande volume de cenas. As gravações foram feitas da forma mais natural possível, com interferência discreta nos cenários e evitando modificar muito a luz natural. "Como filmamos em mini-DV, a imagem granula demais em alguns momentos. Trabalhamos esta granulação propositadamente como linguagem. Optamos também por evitar ao máximo o uso do tripé, utilizando, sempre que possível, a câmera na mão", declara Kozma.

Sinopse

Uma viagem estranha e surreal por entre os abismos da alma humana. Ao assistir e interpretar este filme, você pode aprender coisas sobre sua essência e descobrir segredos enterrados que jamais imaginava possuir.
Cuidado! Interpretar este filme pode dizer muito sobre você.

Ficha técnica

ENTRE ESPELHOS E SOMBRAS2007 - Color - Brasil – 19 min 33 segCurta metragem – Fantasia Surrealista

Escrito e dirigido por: Dimitri Kozma

Elenco
Mulher: Simone VazPersonalidade oposta: Maria Claudia KozmaHomem em busca de Deus: Alejandro FerraioloPersonalidade do quarto escuro: Cíntia AlbuquerqueCriança no sinal: Thiago NaritaVultos do quarto: Pamela Jaque, Cíntia Albuquerque, Maria Claudia Kozma

Produção: Dimitri Kozma, Pameja JaqueAssistente de produção: Alejandro Ferraiolo, Cíntia Albuquerque, Maria Claudia KozmaFotografia, câmera e direção de arte: Dimitri KozmaEdição: Dimitri KozmaCenários e locações: Simone Vaz, Pamela JaqueFigurino e maquiagem: Simone Vaz, Maria Claudia Kozma, Pamela JaqueEfeitos especiais: Dimitri KozmaEfeitos sonoros: Dimitri KozmaIlustrações e CGI: Dimitri KozmaMaking of e stills: Alejandro Ferraiolo, Cíntia Albuquerque
São Paulo, Brasil.

Hotsite do Curta:http://orbemidia.com/espelhos/

Assista ao curta online:http://videolog.uol.com.br/video?294931

Link opcional - Dividido em 2 partesParte 1: http://br.youtube.com/watch?v=b6fI-bFDHEUParte 2: http://br.youtube.com/watch?v=-2ViTih1Mro

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