terça-feira, 6 de outubro de 2009

LIVROS - FICÇÃO

A mulher Papa: um segredo que o Vaticano esconde há séculos

Geração Editorial lança no Brasil “Papisa Joana”, o romance da escritora Donna Woolfolk Cross que conta a história da mulher que se disfarçou de homem e chegou a governar a Cristandade por dois anos

Há muitos anos a Igreja Católica tenta negar sua existência, mas as evidências não deixam dúvidas: existiu uma mulher que ocupou o trono papal. Esse mistério do passado e a veracidade sobre a Papisa Joana foram desenterrados pela escritora Donna Woolfolk Cross e transformados num grande romance histórico, que põe por terra a argumentação da Igreja de que essa mulher enigmática seria apenas uma lenda. A pesquisa, que durou mais de sete anos, reuniu todos os fatos conhecidos da vida de Joana, extraídos de documentos raros em inglês, espanhol, francês, italiano e latim. Além disso, num brilhante esforço de reconstituição de época, a autora retrata em “Papisa Joana” como era o século IX, o estilo de vida das pessoas, o preconceito contra as mulheres e a forma de funcionamento do clero.

Joana nasceu em 814, na aldeia de Ingelheim, no mesmo dia da morte do lendário Carlos Magno. O período era conhecido como Idade das Trevas, uma época brutal, de ignorância, miséria e superstição sem precedentes. Não existiam ainda os países europeus modernos, nem seus idiomas, apenas dialetos locais, sendo a língua culta o latim.

Com a morte do imperador Carlos, o Sacro Império Romano degenerou num caos de economia falida, pestes, guerras civis e invasões por parte de viquingues e sarracenos. A vida nesses tempos conturbados era particularmente difícil para as mulheres, que não tinham quaisquer direitos legais ou de propriedade.

A lei permitia que seus maridos batessem nelas, o estupro era encarado como uma forma menor de roubo. A educação das mulheres era desencorajada, pois uma mulher letrada era considerada não apenas uma aberração, mas também um perigo. Não havia para as mulheres outra alternativa a não ser se conformar com as limitações impostas ao seu sexo.

Foi nesse “meio” que Joana cresceu, aprendendo que apenas os homens poderiam conquistar um espaço na sociedade. Decidida, ela corajosamente se disfarça de rapaz quando adolescente, e ingressa num mosteiro beneditino, sob o nome de “irmão” João Ânglico. Graças à sua inteligência e determinação, ela rapidamente se destaca como erudita e médica, até que, sob a ameaça de ter seu disfarce revelado, parte para Roma, onde se torna médico do próprio papa.

Antes, porém, de cumprir seu destino e ocupar ela mesma o mais glorioso trono do Ocidente, Joana precisa superar obstáculos tremendos, como o seu amor pelo conde franco Gerold e as armadilhas do maquiavélico cardeal Anastácio, seu arquirrival.



O livro “Papisa Joana” foi transformado em filme pelo cineasta alemão Sönke Wortmann

Constantin Film, a mesma produtora que fez “O Nome da Rosa”, terminou de filmar “Papisa Joana” em janeiro. O roteiro é baseado no livro “Papisa Joana” da escritora Donna Woolfolk Cross, que vai figurar nos créditos do filme como “consultora criativa”. Donna também assistiu às gravações, que ocorreram na Alemanha e no Marrocos. “Eles precisavam me tirar à força do set no final de cada dia de filmagem. Foi extraordinário observar tanta gente — atores, operadores de câmera, maquiadores, extras, até animais — reconstituindo cenas e diálogos que eu havia escrito na solidão do meu pequeno escritório”, declara entusiasmada à espera do lançamento. A estreia do filme será em outubro deste ano na Europa, e nas telas brasileiras a partir de dezembro. Confira o trailer abaixo, na TV Divirta-CE.




Personagem fascinante
A papisa Joana é um dos personagens mais formidáveis de todos os tempos, e um dos menos conhecidos. Embora hoje negue a existência dela e de seu papado, a Igreja Católica reconheceu ambos como verdadeiros durante a Idade Média e a Renascença. Foi apenas a partir do século XVII, sob crescente ataque do protestantismo incipiente, que o Vaticano deu início a um esforço orquestrado para destruir os embaraçosos registros históricos sobre a mulher papa. O desaparecimento quase absoluto de Joana na consciência moderna atesta a eficácia de tais medidas.




Os segredos do faraó Tutancâmon

Christian Jacq, autor da série Ramsés, mistura história real e ficção em nova obra eletrizante

Cairo, 1951. Faruk, um tirano cruel e corrupto, reina num Egito pós-guerra conturbado e alvo dos desejos de França e Inglaterra. É nesta época que Mark Wilder desembarca no país após convocação por carta anônima. O mais recente romance de Christian Jacq é uma união de história real com ficção, e apresenta ao leitor uma trama inteligente, com um pano de fundo inovador para os romances de suspense: o Egito e suas tradições faraônicas. Depois de muitos thrillers ambientados em Roma, Vaticano, EUA, dentre outros, “Tutancâmon – O último segredo” (Editora Bertrand) se desenrola quase que totalmente num país ainda misterioso para todos nós.
Após ser chamado ao Egito, Mark Wilder toma conhecimento de importante vínculo entre ele e o tesouro encontrado na tumba de Tutancâmon, descoberta em 1922 pelo arqueólogo inglês Howard Carter. Sua missão: encontrar o último segredo de Tutancâmon, um tesouro cuidadosamente escondido pelo próprio faraó, e que vem sendo procurado por séculos. E essa possível revelação poderá mudar a história e as tradições dos povos mais antigos da humanidade.
Auxiliado por Ateya, uma jovem copta por quem se apaixona loucamente, Mark se infiltra num Egito tumultuado, onde a magia benéfica dos faraós está ameaçada de desaparecer, deixando os tempos modernos desamparados diante da influência do Mal.
Christian Jacq é autor das séries Ramsés, A Pedra da Luz, A Rainha Liberdade e Mozart, dentre outros livros, traduzidos para mais de 30 idiomas e presentes nas principais listas de mais vendidos do planeta - o maior bestseller da língua francesa da atualidade. No Brasil, todos os livros do autor foram lançados pela Bertrand. ***




"O Gerente", de Carlos Drummond de Andrade, ganha nova edição pela Editora Record e chega aos cinemas em 2010, com Ney Latorraca no elenco

A primeira edição de O Gerente, publicada em 1945, tinha formato de cordel e, em 1951, foi inserido no livro Contos de Aprendiz, da Editora José Olympio. Agora, uma segunda edição com ilustrações de Alfredo Benavidez Bedoya chega ao mercado pela Editora Record. E em 2010, será lançado o filme homônimo, dirigido por Paulo César Saraceni, responsável pelo premiado curta “Arraial do Cabo”, precursor do cinema novo.

Em O Gerente, Carlos Drummond de Andrade conta a história de Samuel Cardoso, um homem simples, educado e elegante, nascido em Sergipe e morador de Laranjeiras. Todos admiram sua cortesia, especialmente as senhoras.

Ao ser promovido a gerente de banco, viu a quantidade de convites para festas, recepções e outros encontros sociais aumentar. Conversava com todos e tinha uma maneira peculiar de cumprimentar as senhoras e senhoritas que encontrava: beijar-lhes delicadamente uma das mãos. Durante uma recepção, logo após o cumprimento, a mão da anfitriã começa a sangrar. Samuel e um garçom são as pessoas mais próximas e acalmam a senhora. Depois sabe-se que parte de seu dedo fora decepado.

Outro acidente, com as mesmas características do primeiro, coloca Samuel como principal suspeito. Tudo igual: o cumprimento, um contido gemido de dor e sangue, muito sangue. As pessoas se afastam. As senhoras temem encontrá-lo. Mas será que Samuel, um homem normal, seria capaz de fazer isso? Carlos Drummond de Andrade surpreende nessa novela, principalmente pelo mistério e pela fantasia.

Carlos Drummond de Andrade nasceu em 1902 em Minas Gerais. Lançou seu primeiro livro, Alguma Poesia, em 1930. Entrou para o serviço público e se transferiu para o Rio de Janeiro em 1934. Colaborou para os jornais Diário de Minas, A Tribuna, Correio da Manhã, Folha Carioca e Jornal do Brasil, onde encerrou sua carreira de jornalista. Várias de suas obras foram traduzidas para outras línguas, como alemão, inglês, espanhol e francês. Morreu em 17 de agosto de 1987, no Rio de Janeiro, deixando cinco obras inéditas.

Alfredo Benavidez Bedoya nasceu em 1951, em Buenos Aires. Seu trabalho com gravuras em relevo lhe rendeu reconhecimento e diversos prêmios. Em 1999, recebeu a bolsa Guggenheim de Artes Gráficas. Sua obra artística, sempre elogiada pela crítica especializada, já foi exposta em galerias, museus e centros culturais e se encontra em coleções, condensada em quatro livros e acompanhada por textos literários e críticos. ****

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