terça-feira, 6 de outubro de 2009

CRÔNICAS - ARTIGOS

Leia o desabafo da artista e produtora cearense Valéria Pinheiro sobre a situação caótica no entorno do Centro Dragão do Mar

"Prezados amigos,

Estive calada por alguns dias tentando organizar um pensamento que coubesse minha indignação pelas ações que vêm acontecendo na principal área cultural de Fortaleza (Centro Dragão do Mar e entorno).
A partir de uma matéria no Jornal Nacional (TV Globo) onde o teor da materia eram os camelôs e ambulantes de bebidas no entorno do dragão do Mar, que segundo a matéria estariam vendendo de forma ilicita bebidas alcoolicas pra jovens menores, além de estarem com sistema de som em níveis acima do permitido na região, várias ações das entidades públicas como a SEMAM (Secretaria do Meio Ambiente de Fortaleza, cujo Secretário é o Sr. Deodato) começaram um "arrastão" nos arredores do Dragão, levando não só os ilícitos como também Casas e espaços culturais que atuam dentro das leis, pagando seus impostos e agenciando na verdade a verdadeira circulação de cultura nesse arredor do Dragão, fazendo dessa área a de maior concentração de possibilidades de difusão artistica de Fortaleza.
A SEMAM chegou a embargar o Centro Dragão do Mar proibindo de acontecer espetaculos ou shows no palco sob a Passarela, se esse orgão chegou a esse nível, ter EMBARGADO o Café Teatro das Marias não lhe parece nem um pouco uma ação ditadora, incipiente, mesmo sabendo que nós, gestores do Teatro das Marias, nunca havíamos antes recebido qualquer notificação de irregularidade (o educacional do Sr. Deodato me parece precário), até mesmo o maior dos deliquantes tem direito a defesa, nós do Teatro das Marias não tivemos, fomos pegos pelas "costas". Não nos deixaram defesa.
Recebíamos numa terça-feira (20 de outubro as 22:30) no nosso espaço a VII Bienal Internacional de Dança do Estado do Ceará (evento que tem parceria institucional com os governos municipal, estadual e federal), com a participação de vários representantes de instancias importantes da cultura no nosso país, como Funarte, entidades acadêmicas com seus representantes, articuladores culturais de vários estados do Brasil assim como vários artistas de paises como Alemanha, Cabo Verde, Argentina, além de artistas, pesquisadores, criticos e amantes da dança no nosso Estado e tantos outros. Essa noite nós preparamos pra mostrar pros colegas de outros países um pouco de nossa cultura de base, nossas raízes, e o AFOXÉ ACABACA com figurinos ilustrativos da manifestação popular afro-brasileira mostrou um pouco de nossas raizes, em seguida algumas performances com artistas da terra e por fim, um show da Banda Encontros Casuais , que tem como caracteristica vozes e violão e quase nenhuma percussão deveria ter encerrado a noite, mas depois de três musicas desses colegas que compoem o ENCONTEROS CASUAIS adentrou o Teatro das Marias policiais do meio ambiente, fiscais além de policias da ronda, e nos obrigaram a acabar de imediato o show, ou levariam a mim (gestora do local) e o som "presos". Resolvemos parar o show, não que eu não pudesse ir presa, mas estava responsavel pelo som de um amigo (Bebeco) que muito em parceria com nosso movimento de coletivos no Teatro das Marias esteve atuando desde o sábado, quando iniciamos o projeto, na sua terceira edição PRO DIA NASCER FELIZ.
Muita revolta e indignação dos companheiros ali presentes, mas com a calma e força do espaço me coloquei de forma passiva diante dos artistas, pedi desculpas e lhes pedi que fizéssemos o show no gogo e com os instrumentos todos unpluggeds, foi o que fizemos, e aos poucos em torno de 130 pessoas sentaram-se no chão e muito respeitosamente ouviram o show na voz e instrumentos de cordas e harmonicos ali presentes. Confesso que foi lindo, único.
Mas não me conformei com a atuação da SEMAM, ao acabar o show dos colegas e depois que todos sairam me vi sozinha no teatro e pude enfim, chorar.
Um choro de iindignação, de medo, medo de estarmos de volta aos anos da ditadura, onde toda manifestação cultural foi inibida por um sistema ditador, medo de estar diante de um municipio que não tem qualquer entendimento de ações culturais como aquela que acabara de ser manchada com tanta violência.
E pensei: "meu Deus, como uma mãe ensina a um filho, se não chamando primeiro a atenção, ensinando, para so se necessário for, castigar? Pois bem, não tive a chance de aprender com a SEMAM, fui logo castigada, castigada por agenciar um encontro diário com mais de 700 pessoas ávidas por cultura, por encontros, por frestas de humanidade que parece não mais existir nesta gestão municipal, castigada por abrir minhas portas as manifestações de artistas que trabalham em coletivo e num sistema de trocas de fazeres, pois que fique claro, nenhum de nós envolvidos no projeto PRO DIA NASCER FELIZ, recebeu qualquer apoio financeiro pra de forma feliz , comprometida, disciplinada e muito talentosa mostrarmos nossa arte, participamos por entender que está nessa troca de saber e fazer artistico a sedimentação de nossa politica de existência artistica, por entender que espaços como Marias e Bienal Internacional de Dança são instâncias importantes de se fazer parceria, de proporcionar trocas e apontar pra um futuro, anunciar um caminho.....

E agora?
Estamos de portas fechadas, somos UM PONTO DE CULTURA FEDERAL, que abre suas portas ao CAPR, entidade ligada a SEMAS (Secretaria de Assistencia Social de Fortaleza) que trabalha com população de rua e usuários de drogas, numa parceria que em breve completará um ano, numa parceria que navega nas possibilidades de mudanças, de agenciamento de encontros desse elenco com um mundo ludico, onde a droga ali injetada é a endorfina do corpo, onde os sons das balas e alvoroços das ruas dão lugares aos tambores, onde as lutas se transformam em dança e capoeira, onde a voz de forma poetizada é cantada e onde os limites são ultrapassados ou pelo trapezio, tecido ou acrobacia ou mesmo pela rede da internet que os conecta com o mundo os fazendo visíveis.
Fecharam nossas portas, e pra que abramos de novo nos cobram um projeto acustico sofisticado (que custa alguns mil reais e com idicações de engenheiros dados por eles SEMAM, com uma lista de numeros de celulares impressa, vejam bem....) pra receber nossos tambores, quando sequer temos dinheiro pra mantermos o aluguel ou as despesas fixas (os editais que nos garantiam essa ajuda estão em atraso desde de maio de 2009) como trasformar nossa residência de formação artistica num espaço possivel de atuar com dignidade?
A moeda que circula no Café Teatro das Marias é o scambo (nosso UBUNTU) que funciona com trocas e parcerias de fazeres, saberes e sonhos e portanto não tem poder de compra de um projeto acustico, pelo menos por enquanto, e assim temos conseguido nos manter vivos e potentes todo esse tempo.
No entanto nós temos um compromisso com o governo do estado e governo federal de fazermos funcionar nosso ponto de cultura com verba ganha por edital cujas rubricas garantem o pagamento dos oficineiros e equipamentos de multimidia. Um paradoxo isso tudo naõ eh? Ganhamos de uma instancia governamental a possibilidade de funcionarmos com nossos fazeres, onde entre eles está uma lutheria de tambores e percussão, nossa dança é calcada no sapateado, portanto tambem percussiva, e nossa musica é também som, como não fazer som meu Deus?
Temos alvará de funcionamento, temos registro sanitário, pagamos nosso ISS, INSS e todos os impostos que nos são cobrados pra existirmos com dignidade, mas não temos um projeto acustico, eis o problema. E será que precisamos de um projeto acustico? Será se cada espaço cultural ou ponto de cultura desse país pra que exista precisará de um projeto acustico? Será se cobrarão dos índios taperas ou do candomblé de mãe joana, ou do reizado do Mestre Pio também um projeto acustico em seus terreiros?
E o palco sob a passarela do Centro Cultural Dragão do Mar (nosso centro cultural de referência no Estado) também precisará de um projeto acustico?
Talvez precisemos de um projeto de cultura, na sua essencia, dentro de cada secretaria de governo, para que possam entender a força das manifestações e o quanto cada uma delas organiza seu povo o faz forte e pronto pra exercer com cidadania seu papel na sociedade.

Peço a ajuda de toda a sociedade civil deste país, para que em tempos em que os municipios, estado e nação pensam em um projeto cultural possam tambem pensar numa educação de base de entendimento do que é afinal de contas cultura, nós quando sociedade civil somos responsáveis por essa construção, pois que façamos nossa parte.

Vamos reabrir um dia desses nossas portas, e enquanto isso trabalharemos nas ruas, nas praças, nas esquinas de cada canto desta cidade fazendo nossa voz ecoar como vaqueiro que guia sua boiada sem medo de se perder, porque conhece com propriedade cada lugar dessa "manga" de meu deus onde quer fazer chegar sua boiada!
Que venham mais nesse comboio!

Um forte abraço em todos

Valéria Pinheiro
artista cearense



"“o que se denomina invenção é sempre um grilhão auto-imposto” - Nietzsche


Valeria Pinheiro
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NOVA LEI DO ESTÁGIO AUMENTA CONCORRÊNCIA NO MERCADO: PREPARE-SE PARA ENFRENTÁ-LA

* Renato Grinberg

Após um ano de vigor da nova Lei do Estágio no país, o que mudou não foi somente o número de vagas, que registrou queda de 20%, segundo levantamento da Associação Brasileira de Estágios (Abres); mas também a mentalidade das empresas e dos próprios estagiários.

Por conta das alterações ocorridas, surgiram muitas dúvidas quanto ao novo modelo de contratação. E o resultado foi uma temporária paralisação na oferta de novas vagas e até mesmo demissões, pois em muitos casos, levou-se a crer que era mais benéfico para a empresa, por diversas questões, contratar um profissional formado, ao invés de um estagiário.

Em muitos casos, os estagiários que permaneceram nas empresas sofreram diminuição na bolsa-auxílio, compatível com o número máximo de horas semanais que poderiam estagiar, o que corresponde a 20 horas para o Ensino Médio e 30 horas para o Ensino Superior. De acordo com a Abres, hoje apenas 13,5% dos estudantes de Ensino Superior atuam na área de formação, sendo que para o Ensino Médio, o número corresponde a 3%.

Diante deste cenário, é preciso que se tenha a consciência de que a disputa é grande e é preciso destacar-se em meio a tantos candidatos com o mesmo objetivo. Por isso, investir no conhecimento e em qualificações pessoais é fundamental, pois, nesta fase da vida profissional, como não é possível avaliar experiência no mercado de trabalho, o principal elemento é o potencial do candidato para colocar em prática o que viu na faculdade.

Além de tudo isso, também é levado em conta o conhecimento do estudante sobre o que está acontecendo no mundo e na sua área de atuação, habilidade com línguas estrangeiras, ferramentas técnicas, tendências, bom desempenho em trabalhos de equipe, sua vontade de aprender e principalmente sua postura na hora da entrevista.

É muito comum em uma entrevista o recrutador perguntar se o candidato participa de atividades esportivas que envolvem trabalho em equipe ou então a relação dele com os colegas durante a realização de trabalhos acadêmicos. Nesse segundo caso, o que se pretende é descobrir, ainda que de modo superficial e rápido, como a pessoa irá interagir dentro da empresa. Além disso, muitos consultores de RH utilizam testes comportamentais para identificar o perfil do candidato e avaliar se esse perfil está adequado para as demandas da posição.

Uma das grandes reclamações entre os profissionais de Recursos Humanos é de que falta profissionais qualificados para as vagas oferecidas. Isso inclui competências técnicas, emocionais, postura ao se apresentar e, até mesmo, demonstração de lealdade em relação ao local em que trabalha. Vejo diversos estagiários que não ficam mais do que um mês em cada empresa, o que pode dar sinais de instabilidade e falta de comprometimento.

Para driblar os concorrentes em um mercado tão competitivo e exigente, é preciso investir mais em si mesmo, pois o que as empresas precisam é de pessoas preparadas para enfrentar as dificuldades do trabalho e realizar as atividades com bom senso, pro atividade e competência. Seja um estagiário ou um diretor da empresa. Invista seu tempo na elaboração de um bom currículo e preste atenção aos detalhes. Um erro de português no currículo, por exemplo, pode ser fatal, pois demonstra que ou o candidato não sabe escrever direito ou não dá a devida atenção para sua carreira.

Renato Grinberg é diretor Geral do portal de empregos Trabalhando.com.br e especialista em carreiras e mercado de trabalho. Grinberg desenvolveu sólida carreira internacional, tendo trabalhado em empresas como a Sony Pictures e a Warner Bros., nos EUA. Na Warner, foi selecionado para um programa de desenvolvimento de executivos onde apenas quatro profissionais eram selecionados por ano entre centenas de candidatos vindos dos mais prestigiados MBAs americanos. Concluiu seu MBA na University of Southern California – Marshall School of Business, é pós-graduado em Marketing pela University of California - Los Angeles e formado em música e filosofia pela FAAM.



DEUS E EU


Crônica de Ricardo Bessa


Sábado, 23 horas. A Greve de bancos me derrubou. Uma semana triste. Dores no peito sem motivos aparentes. Acho que são os sintomas de meses de tristeza. Repouso.Tantas decepções. Perto de todos mas solitário. De noite sempre resta a companhia de meus livros e travesseiros. E Deus. Deus e eu. As horas passam e tentando cuidar de mim. Vou procurar direcionar minha energia para algo construtivo que possa ajudar alguém. Quando isso era mais presente o retorno era sempre maior. Olho a noite, ouvi trovões. O sinal sempre vermelho da minha janela. Tenho medo que não possa ser uma boa companhia. Ando com Clarice Lispector no peito. Viver é incômodo. Amanha talvez vá ao parque e novas companhias façam bem. Domingo no parque. Sim vai ser bom. Não queria ficar em casa. Mas as forças do destino foram contrárias. Acho até engraçado. Saudades dos amigos distantes. Saudades de rir com Bob. Acho que chove. O cheiro de chuva invade minhas narinas. Lembro dos banhos de chuvas na rua quando era um menino já cheio de ilusões e conflitos. Cresci. Good night. Deus e eu. (ricardoandrebessasocialclub.blogspot.com)




Seus Filhos só têm uma Infância

Eunice Mendes e Lena Almeida
Consultoras Seniores do Instituto MVC
Autoras do Livro “Falar bem é Fácil”
4° edição


Nos seminários que organizo sobre comunicação verbal, sempre tem participante que me pergunta: “O que devo fazer para que meus filhos sejam bons comunicadores?” Muitos profissionais que são considerados excelentes líderes na área empresarial, cobram-se uma participação maior na educação dos filhos. Segundo eles, o trabalho consome muita energia e ao chegar à casa só que resta é cansaço e alheamento. As crianças aprendem também por imitação, e se não tiverem um ambiente afetivo e favorável para a maior proximidade com a família, a comunicação ficará distorcida e até bloqueada.

Para o psicanalista francês Jacques Lacan, o olhar da mãe é o primeiro espelho da auto-imagem da criança. Desde que nasce, o ser humano precisa se sentir-se incluído, sentir-se importante, para construir uma autoimagem positiva. A autorejeição e autoaceitação podem partir da matriz do olhar maternal, e mais tarde, a ausência do olhar afetivo e individualizado poderá causar sérios distúrbios de comportamento.


Crianças que são valorizadas em suas conquistas provavelmente serão adultos mais autoconfiantes, dispostos a ações positivas para superar limites. O inverso poderá causar uma sensação de fragilidade interior e, consequentemente, maior dificuldade para administrar as frustrações.

O que é possível fazer para facilitar o processo comunicativo na educação dos filhos?

Ø Evite frases castradoras, como “Cale a boca, você só fala besteira!; Você é um incompetente! Não presta prá nada mesmo!; Pare de gaguejar!; Por que você não é igual ao seu irmão?; Com essa timidez, você não chegará a lugar nenhum!; Você jamais vai aprender matemática; Você é um desajeitado; faz tudo errado.” Use os erros da criança como uma oportunidade para aprendizagem. Corrija, mas não a ridicularize.

Ø Dependendo da maneira e como a criança absorve essas frases humilhantes, ela pode assimilá-las como verdadeiras e passar a vida, para provar que os pais tinham razão: a profecia negativa que deu certo! Dê feedback com amor: corrigir sim, educar sim, humilhar e rejeitar, NÃO.

Ø As crianças precisam de limites, e não de desamor e constrangimento. Uma educação que privilegia a auto-estima saudável dá atenção às reais necessidades da criança.

Faça programas culturais com seus filhos: veja filmes, peças de teatro, competições esportivas, concertos e exposições. Oriente-os para a importância desses eventos. Ouça as opiniões deles para saber o que eles gostam. Estimule-os a participar de grupos esportivos, escolher o esporte que querem praticar. Prestigie-os.

Ø Leve seu filho com você a uma livraria; ajude-o a escolher um livro, contar o que leu. Forme uma biblioteca que sirva também como fonte de consulta.
Ø Leve para casa jornais e revistas. Comente as notícias em casa.
Ø Leia histórias para os filhos.
Ø Frequente as reuniões da escola, leia as redações que seus filhos escrevem. Participe, integre-se!
Ø Reserve pelo menos duas horas por dia ou os finais de semana para estarem juntos. Preste atenção no que eles dizem, dê-lhes chance de expressar seus sentimentos e necessidades. Quando conversarem, olhe-os nos olhos. Se for explicar algo, fale com clareza, dê exemplos, pergunte se eles entenderam. Seja paciente com o ritmo de aprendizagem de cada um.
Ø Dê a eles um gravador para que se acostumem com a própria voz. Há livros infantis com exercícios para melhorar a dicção e a articulação. Faça esses exercícios com eles
Ø Brinque, permita-se voltar a ser criança.
Ø Procure entender o mundo deles. Utilize a empatia.
Ø Se eles falarem, corrija-os com a forma correta. Mas não na frente de estranhos.
Ø Receba os amigos dos seus filhos em sua casa. Só assim você poderá saber como eles se relacionam na rua e na escola e ajudá-los nas relações interpessoais.
Ø Estimule-os a participar de peças de teatro para se desinibirem e se conhecerem melhor. Sem falar no treinamento de comunicação em grupo.
Ø Tenha gestos, atos e palavras coerentes. Os pais são referências importantes para os filhos.
Ø Primeiro, trabalhe a sua autoestima. Quem respeita e gosta de si mesmo tende a transmitir confiança e credibilidade.
Ø Busque a competência comportamental/emocional. Lapidar as próprias arestas é necessário para a melhor comunicação com os filhos.
Ø Trate seus filhos com respeito e eles farão o mesmo com outras pessoas.
Ø Permita que as crianças perguntem, questionem e tirem suas próprias conclusões. Estimule neles o raciocínio e a reflexão.
Ø Se descobrir que errou ou foi injusto, peça desculpas.
Ø Não minta para as crianças. Diga a elas como está se sentindo.
Ø As crianças precisam saber que os adultos não são mitos nem heróis, mas seres humanos que podem sentir dor. Crianças perceptivas e atentas conseguem ler no nosso corpo o que falseamos por meio da fala.
Ø Não seja irônico. O sarcasmo desqualifica o outro e cria animosidades.
Ø Não chantageie nas comunicações com seus filhos.
Ø Diga a eles como você os vê. Veja se a imagem coincide com a que eles pensam transmitir a você.
Ø Estimule-os a ampliar os próprios limites. Se eles temem algo, aceite o medo deles e ajude-os a vencer a insegurança. Confesse que às vezes você também sente medo, mas nem por isso deixa de fazer o que é preciso.
Ø Estimule a independência de pensar e agir. Procure apoiá-los quando eles se sentirem frágeis para alçar o próprio vôo.
Ø Numa discussão, dê espaço para a criança argumentar. Os filhos aprendem com os pais que a discordância não é uma ofensa pessoal, mas que o entendimento é possível apesar das diferenças individuais.
Ø Procure amar seus filhos incondicionalmente. Tendemos a conviver melhor com espelhos que ressaltem as semelhanças. Em muitos casos, o diferente afasta, agride e desestabiliza o que já está cristalizado internamente.
Ø Se seu filho faz algo que mereça elogios, não os poupe.
Ø !
Ø Demonstre o seu afeto. Alimente a criança com palavras de carinho. Diga-lhe quanto ela é importante para você. Se você expressar claramente seus sentimentos, a criança aprenderá que não tem do que se envergonhar das próprias emoções.
Ø Procure saber como seus filhos o vêem. Como uma pessoa temida ou respeitada? E como eles se sentem na sua presença? Como reagem quando você fala? Esses dados irão ajudá-lo a fazer uma autoanálise da sua atuação como pai e cidadão.
Ø Procure saber quem são seus filhos, o que eles pensam, sentem e desejam. Do que eles gostam e quais são as suas aspirações e frustrações. Ouça-os com interesse. Há muito que aprender com crianças. Normalmente suas idéias não estão cristalizadas e nos ajudam a reavaliar nossas próprias crenças e valores.

Nada garante que essas sugestões irão transformar nossos filhos em bons comunicadores, mas se a metade delas forem aceitas e praticadas, eles se sentirão amados e autoconfiantes.

Compartilhe com seus filhos o que você tem de melhor, pois é isso que eles levarão pelo resto da vida: a ternura, as conversas, a sensibilidade, a cumplicidade, o companheirismo, o abraço, o afeto, a troca, a alegria e a possibilidade de uma comunicação livre, onde cada um se apresenta sem máscaras, sem mordaças e sem medos. Afinal, seus filhos só têm uma infância!

* Título adaptado de uma frase de Regine Brett - 45 lições que a vida me ensinou.


Se necessitar de outras sugestões de pauta, por favor, consulte os links abaixo:


* Meu Amor pelos Livros - Eunice Mendes
* O que é necessário aprender para ter sucesso em vendas? - JB Vilhena
* A Voz que Resolve - Lena Almeida e Eunice Mendes
* Me Desculpe por esse Texto - JB Vilhena
* Realização Pessoal - Denize Dutra
* Gestão do Tempo: Programa maldito? - LA Costacurta Junqueira
* Os Dalits nossos de cada dia - Eunice Mendes



Estamos à disposição para entrevistas, dicas e comentários sobre pautas relacionadas às competências que o Instituto MVC desenvolve para seus clientes. Contamos com uma equipe com mais de 40 consultores que capacitam executivos e gestores em diversas competências, dentre elas Negociação, Vendas, Atendimento ao Cliente, Comunicação Verbal e Escrita, Liderança, Desenvolvimento de Equipes, Gestão de Crises e Processos de Mudança e muito mais. Para conhecer outras competências que o Instituto MVC oferece para seus clientes, basta acessar o link:

http://www.institutomvc.com.br/web-2/Portfolio_MVC.htm




EDUCAÇÃO E AS CRIANÇAS DA GERAÇÃO Z

* Eduardo Shinyashiki

Há anos dedico-me a estudar o infindável campo da educação e, durante esse tempo, observo que outubro é o mês no qual os artigos relacionados às crianças multiplicam-se na mídia, conseqüentemente, ao processo educacional pelo qual passam. Enxergo o lado positivo desse oportunismo: o mês das crianças surge como uma chance para refletir, discutir e ter novas idéias sobre a educação de nossas crianças. Penso em outros tópicos aos quais poderia dedicar essas linhas, o direito ao lazer e a cultura, a existência da pobreza e da violência, mas vou me resumir àquilo que compreendo e que, para mim, é uma das principais soluções para as dificuldades pelas quais nossas crianças passam: a educação.

Para iniciar essa discussão, usarei uma idéia que muitos estudiosos do comportamento humano vêm divulgando nos últimos anos: a Geração Z. Os pertencentes a essa geração, nascidos a partir da metade da década de 90, representam uma promessa de revolução para o futuro. São aqueles que já nasceram sob o domínio da tecnologia e possuem uma aptidão natural para trabalhar com objetos eletrônicos, aprendem rápido como usar DVDs, celulares e computadores. Quais os fatores que influenciam esses jovens da Geração Z? Entre outras características, podemos destacar o mundo globalizado, interconectado e tecnológico em que vivemos, que gera características únicas nas crianças, sendo a principal delas, e que nos interessa para este artigo, a sua integração total à tecnologia.

Vivemos na era do digital. Do reflexo das telas na face de nossos filhos, diariamente imersos no mar infinito da web. Da conexão constante: em casa pelo modem, nas ruas por meio dos celulares e em cafés com redes sem fio (wireless). Nos últimos anos, esse domínio da internet chegou a um dos locais mais protegidos pela sociedade: a escola. De forma tímida, há cerca de uma década atrás, víamos as primeiras aulas de informática: crianças aprendiam a movimentar o mouse, o que era uma CPU e a como salvar uma redação. Hoje, os jovens entram na escola sabendo a diferença entre uma conexão discada e de banda larga, questionando a falta de um mouse óptico e pedindo que a aula de internet seja livre, para acessarem os sites que têm vontade.

Com a internet completamente integrada ao dia-a-dia das crianças, por que não começar a usá-la de forma ativa, integrando-a, também, a rotina escolar? O computador oferece possibilidades infinitas (sim, infinitas como a própria web é) de expansão dos métodos didáticos utilizados em aula. Destaco aqui três idéias interessantes: o uso de comunicadores instantâneos, como o MSN, para a realização de plantões online, alguns dias antes da prova ou da entrega de algum trabalho, ou então, o desenvolvimento de redes sociais e colaborativas para o compartilhamento de informações, como trabalhos e resumos, que seria um misto de Wikipedia e Orkut, no qual os alunos poderiam socializar e navegar pelo conhecimento. Outra idéia seria o uso da conexão na própria sala de aula, para a realização de pesquisas em conjunto com o resto da sala e o professor, um bom momento para o educador tentar substituir o famoso e famigerado copia-e-cola por um método apropriado de pesquisa, de real formação do conhecimento a partir das fontes.

O comunicador instantâneo e a rede social possibilitam um aprendizado contínuo, pois devem ser acessados após o termino da aula, além de divertido, pois aparecem para a criança como um entretenimento e não uma atividade maçante. Já a conexão em sala faz da aula uma atividade ágil, que desperta e responde a várias curiosidades do aluno, na velocidade da internet. Existem muitas outras opções possíveis de interação entre o professor, o aluno e a web. O limite é determinado apenas pela capacidade imaginativa e o conhecimento de informática do educador, que pode negar-se a aproveitar as possibilidades oferecidas pela ferramenta digital ou atualizar-se e encarar de frente o computador, um trunfo didático quando bem aproveitado.

Eduardo Shinyashiki é consultor, palestrante e diretor da Sociedade Cre Ser Treinamentos. Autor do livro Viva Como Você quer Viver, da Editora Gente. Para mais informações, acesse www.edushin.com.br.




Nota das Ongs contra revogação da legislação ambiental brasileira‏

"Em declaração publicada pelo jornal O Globo de terça, 6 de outubro, o presidente Lula diz que não é possível para o Brasil cumprir as metas de desmatamento zero. A liderança do governo levou essas declarações a sério e votou junto com a bancada ruralista na proposta de desmontar a legislação brasileira. Graças à mobilização das ONGs hoje, junto com a Frente Parlamentar Ambientalista, conseguiu-se mais uma vez barrar esta iniciativa, mas é necessário que todos se mantenham mobilizados e que os eleitores lembrem de cobrar atitudes ambientalmente responsáveis dos seus deputados neste momento e sempre." Mario Mantovani, diretor de mobilização da SOS Mata Atlântica.

Nota das Ongs contra revogação da legislação ambiental brasileira

As organizações abaixo assinadas alertam à sociedade brasileira para a gravidade da proposta da bancada ruralista no Congresso Nacional (PLs 1876/99 e 5367/09) que tramita em comissão especial formada por maioria de parlamentares ligados ao agronegócio.

A proposta revoga ou modifica as principais Leis ambientais brasileiras, como o Código Florestal brasileiro, a Lei de Política Nacional de Meio Ambiente, a Lei de Crimes e Infrações contra o Meio Ambiente e a Lei do Sistema Nacional de Unidades de Conservação. Os principais instrumentos de gestão ambiental em vigor como a criação de unidades de conservação, as reservas florestais legais, as áreas de preservação permanente, o licenciamento ambiental, o Conselho Nacional de Meio Ambiente poderão ser revogados ou enfraquecidos para atender exclusivamente por encomenda setorial dos ruralistas.

Às vésperas de uma das mais importantes reuniões internacionais de todos os tempos (Conferência do Clima em Copenhagen em dezembro próximo) que tratará de mecanismos e compromissos com a redução de emissões de gases de efeito estufa a bancada ruralista, com a conivência do governo federal, insiste em colocar em pauta e em ritmo acelerado propostas que põem em sério risco as principais leis brasileiras, em especial a que regulamenta o controle do desmatamento em todos os Biomas brasileiros. Ressalte-se que o desmatamento é responsável por mais de 50% das emissões brasileiras.

As organizações abaixo assinadas pedem ao Presidente da República e ao Presidente da Câmara dos Deputados o empenho necessário para que os Projetos de Lei aqui referidos (PL 1876/99 e 5.367/09) sejam rejeitados, ou que, no mínimo, sejam objeto de amplo debate nacional e tramitem ordinariamente nas comissões temáticas pertinentes viabilizando assim a participação ativa e informada de todos os setores interessados no desenvolvimento sustentável no Brasil.

As principais leis ambientais brasileiras a Lei da Mata Atlântica, a Lei de Gestão de Florestas Públicas, a Lei de Crimes e Infrações contra o Meio Ambiente, a Lei do Sistema Nacional de Meio Ambiente, Lei de Gerenciamento de Recursos Hídricos, Lei de Informações Ambientais e Lei do Sistema Nacional de Unidades de Conservação foram objeto de amplo debate no Congresso Nacional sendo inadmissível que este governo permita modificações de leis tão importantes para o desenvolvimento nacional sustentável sem um amplo e aberto debate nacional.

Brasilia, 06 de outubro de 2009

Associação Preserve a Amazônia

Apremavi

Amigos do Futuro

Conservação Internacional

IPAM

Fundação SOS Mata Atlântica

Gambá – Grupo Ambientalista da Bahia

Greenpeace

Grupo de Trabalho Amazônico

Rede de Ongs da Mata Atlântica

SOS Pantanal

ISA – Instituto Socioambiental

Instituto de Pesqusas Ecológicas

WSPA – Sociedade Mundial de Proteção Animal

WWF



Alvenaria estrutural: vantagens para o construtor e à sociedade

Por Carlos Alberto Tauil

A alvenaria estrutural com blocos de concreto apresenta vantagens muito superiores aos novos concorrentes no mercado, tais como confiabilidade, qualidade garantida por normas, ensaios e pelo Selo da Qualidade, custos competitivos e benefícios à sociedade

O extraordinário crescimento do mercado imobiliário nos últimos três anos tem induzido ao correspondente aumento na demanda por sistemas construtivos que aliem economia e qualidade técnica, sempre de olho na equação final clientes satisfeitos e aumento das margens de lucro apertadas. Afinal, empreendimentos como os desenvolvidos para o programa Minha Casa, Minha Vida, lançado pelo governo federal em março último e que se propõe a construir 1 milhão de moradias num prazo relativamente curto exigem controle preciso de todos os componentes da planilha de custo e, fundamentalmente, a industrialização da construção

Nesses momentos de euforia do mercado da construção, sempre costumam aparecer “soluções milagrosas”, que prometem o melhor dos mundos. Porém, é importante que construtores e incorporadores lembrem-se do velho ditado que diz que “não há bônus sem ônus”. É preciso, portanto, muita cautela e avaliação objetiva dos prós e contras dos sistemas, especialmente daqueles que, ou não foram suficientemente testados ou não têm tradição na cultura construtiva brasileira. Assim como aconteceu no auge do chamado “Milagre Brasileiro”, nos anos 1970 e 1980, com sistemas de fôrmas metálicas como o francês Outinord, agora também essa tecnologia é enxergada por muitos como uma solução. Por isso, é importante fazer um comparativo em relação a um sistema já bastante desenvolvido no Brasil, em todos os sentidos: de normas técnicas, aperfeiçoamento tecnológico, capacitação de mão de obra e, fundamentalmente, que oferece a melhor relação custo/benefício entre todos, de acordo com pesquisadores de universidades e institutos de pesquisa, técnicos e profissionais da construção civil. Esse sistema vem sendo aprimorado desde a década de 1970 e chama-se alvenaria estrutural com blocos de concreto.

Esse sistema construtivo, que utiliza a alvenaria estrutural com blocos de concreto oferece solução eficaz, testada em empreendimentos públicos e privados há mais de três décadas e que, ao longo desse tempo, evoluiu extraordinariamente. Hoje, grandes construtoras e incorporadoras, como Cyrela-Living, MRV , Tibério, TendaGafisa, Cyrela, Even, CCDI-Camargo Corrêa Desenvolvimento Imobiliário, Goldztein, entre diversas outras, de pequeno, médio e grande porte, recorrem ao sistema construtivo de alvenaria estrutural com blocos de concreto para imprimir métodos produtivos industrializados, diminuir cronograma, garantir custos e qualidade.

Flexibilidade, modularidade, componentes industrializados, normalização completa e custos extremamente competitivos caracterizam a alvenaria estrutural com blocos de concreto. Ela hoje tem elevada qualidade e ótima relação custo-benefício, que começam já no projeto arquitetônico, de dimensionamento estrutural e de instalações, específicos para esse sistema. A alvenaria estrutural com blocos de concreto, como o próprio nome diz, dispensa a necessidade de executar pilares e vigas - os blocos já compõem a estrutura de uma casa ou de um prédio. Sua flexibilidade permite o emprego tanto na construção de moradias supereconômicas como de prédios de alto padrão – cerca de 99% dos empreendimentos das companhias habitacionais o utilizam e também lançamentos paulistanos de alto padrão, O desenvolvimento técnico do sistema inclui completa normalização dos materiais (blocos), produzidos com garantia de resistência e uniformidade, por exemplo, e dos serviços envolvidos (projeto, construção da estrutura, execução de instalações e acabamento). Os blocos são fabricados em dimensões modulares que permitem erguer paredes com instalações já previstas e tornam muito simples a colocação de esquadrias pela construção com vãos nas medidas-padrão desses elementos. Há ainda materiais específicos de acabamento, como argamassas prontas, instalações hidrossanitárias modulares e padronizadas, escadas e outros elementos pré-fabricados e equipamentos racionalizadores da construção, como carrinhos para descarregar blocos, carrinho porta-argamassa, gabarito para requadramento dos vãos, cantoneira para cantos internos e externos, entre outros, que fornecem agilidade no cronograma e elevada qualidade aos imóveis.

A somatória desses elementos montou o alicerce para o enorme salto técnico-econômico no sistema construtivo de alvenaria estrutural com blocos de concreto. Estudos realizados por especialistas em construção com alvenaria de renomadas universidades brasileiras, como a Politécnica da USP, Universidade Federal de São Carlos-SP, Federal do Rio Grande do Sul, entre outras, comprovam que a alvenaria estrutural com blocos de concreto permite reduzir o custo das obras em até 30% (em torres de até quatro pavimentos) e 15% (em torres com 20 pavimentos), com ganhos ambientais, por praticamente não gerar rejeitos de canteiro e quase não utilizar fôrmas e escoras de madeira.

Além disso, o sistema de alvenaria estrutural com blocos de concreto tem vantagens comparativas importantes, em relação ao sistema de fôrmas. Ao contrário deste, que exige elevado investimento inicial para compra de todo o sistema, com o construtor correndo o risco de subutilização, posteriormente, a aquisição dos blocos de concreto é sob demanda e a custo imensamente mais baixo. A compra de blocos, assim, pode ser programada e interrompida, em caso de necessidade. O sistema de alvenaria estrutural com blocos de concreto também é forte gerador de emprego, por utilizar mão de obra intensiva, e contribui para a formação de fundos governamentais específicos para a construção de moradias populares, como o do governo paulista, porque paga ICMS – no Estado de São Paulo, um ponto percentual da arrecadação desse imposto vai obrigatoriamente para financiar os conjuntos habitacionais desenvolvidos pela Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU). No total, mais de 400 mil unidades já foram construídas, desde 1986, com esses recursos.

E, fundamentalmente, a construção civil brasileira tem hoje fornecedores de blocos de concreto qualificados, avalizados por instrumentos como o Selo de Qualidade, fornecido sob critérios rigorosos de inspeção pela Associação Brasileira de Cimento Portland, e que vêm investimento cada vez mais na ampliação da produção, com a construção de novas fábricas nas diversas regiões do país. Assim, a alvenaria estrutural com blocos de concreto é a melhor alternativa – para construtores e incorporadores, para seus clientes, que compram qualidade a custos menores, e para a sociedade, pelo seu potencial de emprego e geração de renda.

Carlos Alberto Tauil é arquiteto e diretor executivo da Bloco Brasil (Associação Brasileira da Indústria de Blocos de Concreto)



OS VAMPIROS DA EMPREGABILIDADE


* Renato Grinberg



A Internet é uma realidade nas empresas para diversos tipos de atividades, inclusive recrutamento e seleção de candidatos. Até a década de 1990, grande parte do processo de seleção era feita a partir de uma triagem de currículos impressos, o que gerava uma pilha de papéis e causava grande transtorno aos responsáveis pelo RH. Hoje, como se sabe, tudo ficou mais fácil e rápido com a adesão das empresas ao recrutamento online, seja pelo envio de currículos por e-mail ou então por companhias especializadas no setor que dispõem de expertise e milhares de currículos de profissionais de todo o país em seus bancos de dados. O trabalho feito por elas deve gerar confiança e credibilidade, tanto para os candidatos, quanto para as empresas contratantes. Porém, isso nem sempre acontece.



Recentemente, uma renomada empresa de recursos humanos e recrutamento online que atua no país foi condenada por supostamente ter furtado o banco de currículos de uma concorrente. A legislação online ainda é muito recente e, por este motivo, pode existir muitos pontos de discussão. Mas alguns conceitos são imutáveis independentemente de ser no mundo real ou virtual. Este ocorrido do furto de banco de dados é inadmissível em qualquer situação. Porém, infelizmente, esse não é um caso isolado de comportamento desonesto ou no mínimo antiético no mercado de empresas de recrutamento e seleção.



Há empresas que se aproveitam do momento de fragilidade de uma pessoa desempregada para, literalmente, tirar dinheiro dessa pessoa. Esses “vampiros da empregabilidade” colocam anúncios ou até mesmo ligam para pessoas em busca de trabalho, dizendo que há uma ótima oportunidade de emprego. Essa frase soa como música para quem está em busca de uma oportunidade no mercado ou procura uma recolocação profissional. Então, o próximo passo é pedir para que elas paguem um valor específico apenas para a realização de testes profissionais, com o pretexto de que a suposta empresa que está oferecendo a vaga exige esses testes. Mas, na realidade, nunca existiu vaga alguma e, por mais que os testes feitos sejam legítimos, a premissa para a pessoa realizá-los é falsa e criminosa. Uma atitude desleal com quem está em busca de emprego e dispõe de poucos recursos financeiros.



São as atitudes como essas que chamo de “vampirismo da empregabilidade”, que tornam não só o desafio das pessoas que buscam emprego mais difícil, mas também o das empresas sérias de recrutamento e seleção. O fato de algumas delas não utilizarem a Internet de forma clara, com sites que contenham muitas áreas restritas ou com poucas informações à disposição do usuário, faz com que surja desconfiança por parte dos usuários. Por isso, voltamos à questão da transparência e da credibilidade que uma empresa séria deve passar ao seu público de interesse. Deste modo, é importante procurar conhecê-la bem, assim como o método de trabalho e como funciona o seu processo de recrutamento, seja online ou offline. Respondo abaixo algumas dúvidas freqüentes e dou orientações para que os usuários em busca de oportunidades no mercado de trabalho não sejam enganados.



1) Por que o cadastro do currículo online pede, obrigatoriamente, dados pessoais como RG e CPF?

Isso é necessário para confirmar se essa pessoa realmente existe ou se foi realizado um cadastro falso. Estes dados não são, ou ao menos não deveriam ser, utilizados para nenhum outro fim.



2) Como se pode garantir que as oportunidades divulgadas são reais? Em primeiro lugar, você precisa saber se o portal de recrutamento é confiável. Procure informações sobre ele na Internet, na imprensa e no próprio site. Outro meio de fazer isto é verificar informações sobre a empresa que abriu a vaga, caso o nome dela tenha sido divulgado. Se a desconfiança for grande, entre no site institucional da empresa e ligue para perguntar sobre a oportunidade oferecida.



3) Por que algumas vezes não aparece o nome da empresa contrantante, mas apenas informa que é confidencial?

Isso depende da preferência da empresa de identificar-se ou não. Muitas vezes, as empresas preferem não se identificar para que candidatos não liguem diretamente para ela, pois seus funcionários de atendimento não teriam como lidar com essas ligações. Outras vezes a vaga é confidencial porque a empresa está substituindo algum funcionário.



4) Se me pedirem para pagar uma taxa mínima para eu concorrer a uma vaga, devo fazer isso? Minha recomendação é de nunca aceitar essas ofertas, por menor que seja a taxa, pois é um absurdo alguém pagar para concorrer a uma vaga. Tome cuidado para não cair em uma armadilha e a oportunidade não existir, como comentei anteriormente.



5) Os melhores portais de recrutamento online são aqueles que possuem mais vagas? Não necessariamente. O ponto mais importante para se escolher um portal de recrutamento online é a idoneidade dessa empresa, pois é muito fácil divulgar um grande número de vagas que podem não existir. Procure informações desses portais nas comunidades e fóruns online pois assim você poderá acompanhar o que usuários falam dessa empresa.



Renato Grinberg é diretor Geral do portal de empregos Trabalhando.com.br e especialista em carreiras e mercado de trabalho. Grinberg desenvolveu sólida carreira internacional, tendo trabalhado em empresas como a Sony Pictures e a Warner Bros., nos EUA. Na Warner, foi selecionado para um programa de desenvolvimento de executivos onde apenas quatro profissionais eram selecionados por ano entre centenas de candidatos vindos dos mais prestigiados MBAs americanos. Concluiu seu MBA na University of Southern California – Marshall School of Business, é pós-graduado em Marketing pela University of California - Los Angeles e formado em música e filosofia pela FAAM.

Um comentário:

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