O herói da capoeira
Filme brasileiro "Besouro" leva para as telas lutas elaboradas
Deuses orixás que parecem Xerxes, o rei persa de "300". Lutas em cima de árvores que lembram "O Tigre e o Dragão". E um senso de vingança puramente "Kill Bill". São muitas as referências pop de "Besouro", o filme nacional de maior orçamento a ser lançado neste ano, mas nada mais brasileiro do que seu enredo, com capoeira, candomblé e escravidão. O longa tem estreia no próximo dia 30, em 150 salas de cinema, e vem cercado de expectativas, principalmente após uma popular campanha na internet que atraiu milhares de pessoas para um blog e um canal dentro do YouTube, repleto de vídeos de bastidores e trailers.
"É um fenômeno de internet que nunca aconteceu com um filme brasileiro", diz Paulo Sérgio Almeida, diretor do Filme B, que analisa números do cinema no país. "Tem chance de sucesso, sim, é um filme de ação com as técnicas mais apuradas do mundo. Mas, mercadologicamente, o problema é que se passa no [começo do] século passado e sem ator conhecido." De fato, os três protagonistas são estreantes. Ailton Carmo, 22, é professor de capoeira e guia turístico de Lençóis (BA). Ele faz o vaidoso Besouro Mangangá, um dos maiores capoeiristas da história, que fez sua fama no Recôncavo Baiano, nos anos 20.
No filme, ele tem um melhor amigo, Quero-quero (o também capoeirista profissional Anderson Santos de Jesus), com quem vai disputar o amor de Dinorá (a estudante de teatro Jessica Barbosa). "Tem gente que ainda vê a capoeira como coisa de malandro, como se bandidos estivessem ali", diz Ailton, que tem 16 anos de capoeira e costuma ir à Bélgica para dar aula. "O filme vai ajudar não só a capoeira, mas outras coisas de nossa cultura também, como o candomblé."
Outro estreante no time é o próprio diretor, o carioca radicado em São Paulo João Daniel Tikhomiroff, 59, premiado publicitário com mais de 40 Leões de Ouro no festival de publicidade de Cannes. Filho de um dos dirigentes do estúdio americano Universal no Brasil, ele fez curtas e foi montador quando adolescente, até que, aos 21 anos, foi parar na publicidade para levantar dinheiro para um longa, nunca acabado. Agora, ele se cercou de profissionais conhecidos do cinema para fazer "Besouro", escalando gente como a preparadora de elenco Fátima Toledo, o diretor de fotografia equatoriano Enrique Chediak e o chinês coordenador de cenas de ação Huen Chiu Ku.
"O Brasil não tem tradição de filmes de ação. Então eu fiquei pensando: "Como faz Tarantino nos seus filmes? Como foi feito "Matrix'?". Aí descobrimos os chineses", explica João Daniel, que ainda tem Gilberto Gil assinando a canção-tema do filme. As filmagens foram feitas em quatro locações na Bahia, buscando a natureza exuberante da região, como a turística Lençóis ou Xique-Xique do Igatu, com 360 habitantes.
"Besouro" foi inspirado no livro "Feijoada no Paraíso", de 2004, do cartunista e publicitário carioca Marco Carvalho. A editora Record leva às livrarias nesta semana uma nova edição, com fotografias do filme. "Fiquei fascinado porque o livro é baseado em lendas do Besouro. As pessoas realmente acreditavam que ele voava", diz o diretor. Besouro é um inseto que, por suas características, não deveria voar, mas voa, assim como o capoeirista. A capoeira, luta criada por escravos trazidos ao Brasil, chegou a ser proibida por decreto até os anos 30, quando passou a ser permitida desde que acompanhada por policiais e em lugares fechados. A liberação total só veio nas décadas seguintes e, em 2008, virou patrimônio cultural brasileiro.
O filme estreia na próxima sexta em Fortaleza, no Espaço Unibanco Dragão do Mar
"Ôrí", filme histórico dirigido por Raquel Gerber, entra em cartaz em Fortaleza
Sessões diárias às 17h, no Cine Espaço Unibanco Dragão do Mar – Av. Almirante Tamandaré,310 - Praia de Iracema
Rodado durante 11 anos (de 77 a 88) no Brasil e na África, documentário é fruto do encontro da pesquisa cinematográfica de Raquel Gerber com a pesquisa histórica de Beatriz Nascimento;
Ôrí documenta os movimentos negros brasileiros entre 1977 e 1988, buscando a relação entre Brasil e África, tendo o quilombo como idéia de um contínuo histórico, cujo fio condutor é a história pessoal de Beatriz Nascimento, historiadora e militante, falecida trágica e prematuramente no Rio de Janeiro, em 1995. A comunidade negra aparece em sua relação com o tempo, o espaço e a ancestralidade, através da concepção do projeto de Beatriz que vê o “quilombo” como correção da nacionalidade brasileira.
Ôrí foi concebido em época de grande impacto sócio político e cultural no Brasil. Busca a consciência do homem em relação à História e à reconstrução da identidade. A palavra Ôrí, significa cabeça, consciência negra, e é um termo de origem Yoruba (ref. à África Ocidental).
Ôrí recupera junto aos movimentos negros a imagem do “herói civilizador” Zumbi de Palmares para uma identificação positiva do homem negro na modernidade.
A fotografia é de Hermano Penna, Pedro Farkas, Jorge Bodanzky e outros. Música original pelo percussionista Naná Vasconcelos, arranjos de Teese Gohl; montagem de Renato Neiva Moreira e Cristina Amaral e texto de Beatriz Nascimento.
Ôrí, foi filmado em 16mm, e lançado em 1989. E 20 anos depois é digitalizado pelo Laboratório Estúdios Mega São Paulo para ser relançado nos cinemas por sinal digital Rain, e para todo o sistema educacional brasileiro.
O relançamento de Ôrí propõe uma nova reflexão sobre a nacionalidade no Brasil.
Raquel Gerber
Raquel Gerber, cineasta, socióloga e historiadora, começou as filmagens de ÔRÍ em 1977, quando trabalhava com o fotógrafo e diretor Jorge Bodanzky na Stopsom, em São Paulo, criando um estúdio de som independente para produções documentais em 16mm no Brasil.
Raquel coproduziu, com o diretor Hector Babenco, os filmes O Rei da Noite e Lúcio Flávio, O Passageiro da Agonia; com Jorge Bodanzky, Os Muckers e com Orlando Senna o longa metragem Diamante Bruto. Em 1970 ligou-se à Cinemateca Brasileira e à Paulo Emílio Salles Gomes, vindo a trabalhar com Glauber Rocha entre 1973 e 1980, em pesquisa histórica, que resultou na publicação de três livros sobre o cinema novo, dentre os quais: O Mito da Civilização Atlântica: Gláuber Rocha, Cinema, Política e a Estética do Inconsciente (tese apresentada na USP e na Universidade de Toulouse –Le Mirail, na França em 1982, junto ao Laboratório Identidades Coletivas). Na Cinemateca Brasileira foi membro do Conselho até 2007.
Entre 1970 e 1980 fez crítica de cinema e ensaio para revistas e jornais nacionais e estrangeiros como Argumento, Ensaios de Opinião, Filme e Cultura, Suplemento Cultural de O Estado de São Paulo, Cadernos do 3º mundo e Revista Autrement.
Para realizar o documentário ÔRÍ, trabalhou junto a importantes africanistas e Naná Vasconcelos, percussionista brasileiro, na época radicado em Nova York.
O seu primeiro filme, Ylê Xoroquê (1981), em 16mm, foi muito polêmico entre os movimentos negros no Brasil.
Raquel foi membro do Centro de Estudos de Sociologia da Arte da USP e do movimento Women in Film International com sede em Los Angeles. Também atuou como membro junto à Zebra Network (criada pela C.E.E. para as relações audiovisuais norte-sul).
Em codireção com Cristina Amaral, realizou o curta ABÁ (4’5’’, 1992, 16mm) sobre a religião e a cosmogonia africanas.
É membro colaborador do I.P.N. (Institut des Peuples Noirs), criado em 1990 em Burkina Faso, Ouagadougou, África Ocidental, junto ao P.N.U.D. (Nações Unidas).
Foi curadora de mostras e festivais do cinema afro-brasileiro como o Festival Culturas em Diálogo, para Oikos de Lisboa, quando capital européia da cultura, em 1994; o F.A.N. - Festival Internacional de Arte Negra de Belo Horizonte, em 1995, e o Festival Internacional de Curta-Metragem de São Paulo, em 1997.
Beatriz Nascimento
Nasceu em Aracajú, Sergipe e, no final da década de 1940, migrou com a família para o Rio de Janeiro.
Em 1971 graduou-se em história pela UFRJ e esteve à frente da criação do Grupo de Trabalho André Rebouças, em 1974, na Universidade Federal Fluminense (UFF), compartilhando com estudantes universitários negros do Rio e de São Paulo a discussão da temática racial na academia e na educação em geral, a exemplo da Quinzena do Negro realizada na USP em 1977.
Concluiu a Pós-graduação lato sensu em História na Universidade Federal Fluminense, em 1981, com a pesquisa Sistemas alternativos organizados pelos negros: dos quilombos às favelas.
Seu trabalho mais conhecido e de maior circulação trata-se da autoria e narração dos textos do filme Ôrí (1989, 131 min), dirigido pela socióloga e cineasta Raquel Gerber.
Ao longo de vinte anos, tornou-se estudiosa das temáticas do racismo e dos quilombos, abordando ainda a correlação entre corporeidade negra e espaço e as experiências de longos deslocamentos socioespaciais de africanos e descendentes, por meio das noções de “transmigração” e “transatlanticidade”.
Seus artigos foram publicados em periódicos como Revista de Cultura Vozes, Estudos Afro-Asiáticos e Revista do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, Isto é, Jornal Maioria Falante e Última Hora. Há também registros dela em entrevistas a jornais e revistas de grande circulação nacional a exemplo do Suplemento Folhetim da Folha de São Paulo e Revista Manchete, além de ensaios e poemas inéditos.
Foi recém publicado o livro “Eu sou atlântica” sobre a trajetória de vida de Beatriz Nascimento, pelo Prof. Alex Ratts – Universidade Federal de Goiás, pela Imprensa Oficial do Estado de São Paulo e Instituto Kuanza.
Sinopse
Ôrí, de Raquel Gerber
Brasil, 1989, 35mm, cor, 91’ – Cópia restaurada digitalmente em 2008.
Ôrí é um documento–história sobre os Movimentos Negros no Brasil nos anos 70/80 junto aos ritmos da Diáspora africana. É também o encontro com Beatriz Nascimento, historiadora e militante, que busca sua identidade através da pesquisa da história dos “Quilombos”, como resistência cultural da África do século XV ao Brasil do século XX.
Estas pesquisas revelam a desconhecida História dos povos bantus no Brasil e seu herói civilizador Zumbi de Palmares.
BNDES amplia de R$ 12 milhões para R$ 14 milhões seu apoio ao cinema e anuncia contemplados de 2009
A diretoria do BNDES homologou a lista dos 25 projetos dos gêneros de Ficção, Animação e Documentário, escolhidos por meio do Edital de Seleção Pública de Projetos Cinematográficos 2009. Os contemplados – empresas brasileiras de produção audiovisual, receberão recursos no valor de R$ 14 milhões. Esse total será investido em projetos de Produção e na Finalização de obras audiovisuais cinematográficas brasileiras de longa-metragem, nos gêneros ficção, animação e documentário. (Confira a lista dos contemplados no endereço: www.bndes.gov.br)
A novidade do edital deste ano é que R$ 2 milhões foram reservados exclusivamente para apoiar a produção e finalização de documentários, como forma de incentivo ao segmento, que vem ganhando força na atividade cinematográfica do país.
A seleção dos projetos é realizada por uma Comissão de Seleção formada por 9 membros, sendo 3 do BNDES, 1 indicado pelo Ministério da Cultura/Ancine e 5 integrantes externos contratados entre profissionais de renome do setor audiovisual (produtores, diretores, distribuidores, exibidores, críticos, curadores etc). Após a habilitação pelo BNDES, os projetos se submetem às etapas de pré-seleção e seleção final.
Os apoios são distribuídos a projetos do gênero ficção e animação, com apoio de até R$ 1,5 milhão na categoria Produção. Para a categoria Finalização são destinados até R$ 750 mil. Os documentários recebem até R$ 500 mil na categoria Produção e R$ 250 mil na categoria Finalização.
Foram recebidos pelo BNDES 223 projetos, sendo 124 do gênero ficção. Destes, 103 foram da categoria Produção e 21 da categoria Finalização. Do gênero animação foram inscritos 11 projetos, sendo todos da categoria Produção. O segmento de documentário recebeu 88 projetos, sendo 66 para Produção e 32 da categoria Finalização.
Entre os 25 contemplados, 14 foram são de ficção, 3 pertencem ao gênero animação e 8 são documentários.
Quanto à distribuição regional dos projetos selecionados, observou-se a seguinte proporção: 11 filmes do Rio de Janeiro (44%); 10 de São Paulo (40%) e 4 fora do eixo Rio/São Paulo (16%), sendo 1 de Minas Gerais.
Na distribuição dos 223 projetos inscritos, 84% são de projetos do eixo Rio/São Paulo (45% do Rio de Janeiro e 39% de São Paulo) e 16% de outros Estados, sendo 4% do Nordeste.
Puderam concorrer apenas projetos já aprovados pela Agência Nacional de Cinema (ANCINE) e que já tenham protocolo de registro de emissão e distribuição de Certificados de Investimento Audiovisual na Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Desde 1995 o BNDES patrocina a atividade audiovisual, já tendo aportado mais de R$ 132 milhões em 347 produções cinematográficas. Os recursos são provenientes da aplicação de incentivos fiscais previstos na Lei do Audiovisual.
"Quanto dura o amor", com Danni Carlos é uma crônica da paixao nos tempos modernos
Quanto Dura o Amor?, novo filme de Roberto Moreira, constrói uma crônica das paixões de três personagens que fogem da solidão na cidade. O filme estreia dia 02 de outubro. No elenco: Danni Carlos, Paulo Vilhena, Silvia Lourenço, Maria Clara Spinelli, Leilah Moreno, Gustavo Machado e Fábio Herford.
Trailer: www.cinnamon.com.br/downloads/trailer.mov
A História
Marina, jovem aspirante a atriz, chega a São Paulo cheia de sonhos de independência e realização. Vai dividir um apartamento em um condomínio no coração da cidade com Suzana, advogada solitária e com um quê de mistério. A poucos andares, Jay, escritor de um livro só, procura um sentido para a vida. Na noite, Marina se encanta pela cantora Justine. No Fórum, Suzana e o colega Gil começam um namoro. Na rua, Jay elege para musa a prostituta Michelle. No ritmo impiedoso da cidade, os três vão viver a euforia da paixão e a sua outra face – para descobrir quanto dura o amor.
O Cenário – a cidade
O tom delicado de crônica e os personagens próximos, com dramas facilmente identificáveis por quem vive em uma cidade grande, marcam Quanto Dura o Amor?, segundo longa-metragem de Roberto Moreira. Se em Contra Todos (2003), o premiado filme de estreia do cineasta, a periferia era o epicentro da ação, aqui é num roteiro típico dos jovens adultos de classe média paulistana, dos clubes da rua Augusta ao mar de prédios da esquina das avenidas Paulista e Consolação, que os personagens vivem a descoberta do amor e da decepção, paixão e humilhação, encontros e desencontros.
O elenco
Com produção da Coração da Selva, conhecida por projetos como Antônia, de Tata Amaral (2006) e O Signo da Cidade (2007), de Carlos Alberto Riccelli, Quanto dura o Amor? reúne um elenco de talentos e apostas, arregimentado em meses de testes pela atriz Paula Pretta. “O filme é um ensemble”, diz Roberto. “Aqui, é o conjunto de atores que conta.”
Egressos do teatro paulistano, Silvia Lourenço, de Contra Todos e O Cheiro do Ralo, faz Marina; Fábio Herford é Jay; Gustavo Machado, de Nome Próprio, é Gil. Paulo Vilhena, de O Magnata e Chega de Saudade, vive o dono de boate Nuno. Leilah Moreno, de Antônia, é a irascível Michelle. A cantora Danni Carlos, premiada com um Grammy Latino por seu álbum Música Nova, de 2006, dá vida à também cantora Justine. E a estreante Maria Clara Spinelli empresta a Suzana sua experiência de atriz e de vida.
Trilha Sonora e Danni Carlos
Um dos destaques do filme é a atuação da cantora Danni Carlos, que participou do reality show A Fazenda. Danni interpreta Justine, uma sedutora compositora e cantora da cena underground.
O responsável pela trilha sonora do filme é o maestro e compositor Livio Tratenberg. O repertório inclui versões exclusivas das músicas “High and Dry”, do Radiohead, e dos clássicos “Without You” e “Nature Boy”, todas canções são interpretadas por Danni Carlos.
Premiação
Produzido pela Coração da Selva, Quanto Dura o Amor? foi rodado nos arredores da Av. Paulista e na cidade de Paulínia, onde o longa-metragem recebeu o prêmio de melhor atriz no II Festival Paulinia de Cinema. Duas protagonistas do filme, Silvia Lourenço, que interpreta Marina e Maria Clara Spinelli, que faz o papel de Suzana, foram as premiadas.
Equipe
A construção do tom da interpretação passa pela preparação dos atores, conduzida pelo expert Sergio Penna, do inédito Lula, o Filho do Brasil, de Fabio Barreto, e que também preparou Rodrigo Santoro para Che, de Steven Sorderberg. Ao longo de um mês, eles freqüentaram os ambientes e viveram as situações pelos quais os personagens passariam, experimentando suas emoções antecipadamente.
No mesmo sentido, a direção de arte de Marcos Pedroso, (Madame Satã e Cinema, Aspirinas e Urubus) trabalhou com a idéia de criar ambientes verossímeis sem chamar a atenção para si mesma; e a fotografia de Marcelo Trotta (O Signo da Cidade, Alice – da HBO e Som e Fúria - da TV Globo), buscou equilibrar o desejo de criar uma estética atraente com o registro dinâmico do plano-sequência.
A produtora do filme, Georgia Costa Araujo, e a atriz Silvia Lourenço assinam o argumento que deu origem ao roteiro escrito por Anna Muylaert (O Ano em Que Meus Pais Saíram de Férias) e Roberto Moreira.
“Não queria fazer um filme áspero, árido. Queríamos chegar a algo sofisticado visualmente, mas desde um registro realista”, explica Moreira.
Diretor
Doutor em cinema pela ECA-USP, mestre em história da arte pela Unicamp e professor de dramaturgia no curso superior de audiovisual da ECA-USP, Roberto Moreira fez sua estreia como diretor do longa-metragem Contra Todos (2004), que recebeu 30 prêmios em festivais nacionais e internacionais. É roteirista dos longas Antônia – O Filme (2006) e Um Céu de Estrelas (1996), de Tata Amaral. Pelo último recebeu os prêmios de Melhor Roteiro na APCA e no Festival de Brasília. Foi diretor de alguns episódios das séries de televisão Cidade dos Homens (2005) e Antônia, exibidas na Globo e produzidas pela O2 Filmes. Seus curtas-metragens e vídeos participaram de festivais como Locarno, Oberhausen, Brasília e Gramado. Na Itália, estagiou na Fabrica, instituição do grupo Benetton voltado para pesquisas na área de arte e comunicação.
Produtora
A Coração da Selva foi criada em 2003 pelos cineastas e produtores Geórgia Costa Araújo e Roberto Moreira, com foco em projetos diferenciados, aliando tecnologia e novos formatos de distribuição. Seu primeiro projeto, Contra Todos, dirigido por Roberto Moreira, foi o filme brasileiro mais premiado de 2004, com 28 prêmios em festivais nacionais e internacionais. Antônia – O Filme, dirigido por Tata Amaral, foi a primeira ação da produtora no campo das narrativas expandidas para outras mídias: originou um grupo musical, conteúdo cinematográfico para distribuição on-line e uma série de TV, exibida na Rede Globo. Antônia - O Filme participou dos festivais de Berlim, Toronto, Rotterdam, Havana e Los Angeles e ganhou o Prêmio Petrobras da 30º Mostra Internacional de São Paulo (Melhor Filme - Escolha do Público), em 2006. Em 2007, a Coração da Selva co-produziu com a Pulsar Cinema e a Globo Filmes, O Signo da Cidade, dirigido por Carlos Alberto Riccelli e escrito por Bruna Lombardi. O filme ficou em cartaz por mais de um ano, passou por 16 capitais do país e fez sua estreia internacional no Festival Internacional de Roma, em outubro de 2008.
Tecnologia de alta definição
Quanto Dura o Amor? foi o primeiro longa-metragem brasileiro a utilizar a câmera RED ONE, em formato digital de altíssima resolução (4K), superior ao HD.
SONHOS ROUBADOS, novo filme de Sandra Werneck
Confira na TV Divirta-CE o novo filme de Sandra Werneck
Jéssica, Sabrina e Daiane sonham como qualquer outra jovem do mundo. Moradoras de uma comunidade do Rio de Janeiro, eventualmente se prostituem para sobreviver e satisfazer seus desejos de consumo. No entanto, mesmo nesse quadro de absoluta incerteza e total falta de horizontes, elas teimam em amar, se divertir e sonhar com um futuro melhor.
Rui e Vani buscam novos parceiros para o casamento em ‘Os Normais 2’
Quando o relacionamento está em crise, alguns casais procuram um analista para superar o momento. Já Rui e Vani procuram uma terceira pessoa para salvar o noivado de 13 anos em "Os Normais 2 - A Noite Mais Louca de Todas", filme baseado na série de TV exibida entre 2001 e 2003 na Rede Globo.
Fernanda Torres e Luiz Fernando Guimarães interpretam os personagens do longa, que estreia em cerca de 450 salas nesta sexta-feira (28). Em entrevista em São Paulo, os atores falaram sobre a história, que tem "excitação" como palavra de ordem.
Na trama, Rui e Vani, noivos há 13 anos e morando juntos, percebem que o sexo já não é mais o mesmo e transam muito pouco. Para tentar aquecer a união, ela resolve realizar um sonho de seu amado: um ménage à trois, ou, em bom português, uma transa a três. Daí começa uma ronda em busca de uma mulher para participar da noitada. As possibilidades incluem desde Claudia Raia a Alinne Moraes.
"Vai tudo muito bem até o momento em que percebem que algum dos dois pode se apaixonar por essa terceira pessoa, e acabar com o relacionamento", explica Fernanda. "É quase um filme cabeça. Se fosse francês poderia ter a Catherine Deneuve no papel de mãe, a Juliette Binoche como Vani, e o Vincent Cassel, como Rui", brinca o ator. "Se fosse americano podia ser o Brad Pitt e a Angelina Jolie", dispara a atriz.
Depois de anos longe do casal, os atores contam que entrar no clima não foi imediato. "Num primeiro momento, percebi que ainda não estávamos no tom. O Rui e a Vani são muito elétricos e a gente estava meio lento", confessa Fernanda. "Mas 15 minutos depois, já éramos eles novamente". Guimarães explica que, ao contrário da dupla de atores, os personagens são mais interessantes. "Nós somos tão sem graça. Eles são bem mais divertidos, elétricos, empolgantes".
Brincadeiras à parte, existe uma possibilidade de algum dia o mundo ver um Rui e uma Vani falando em inglês. Segundo o diretor da série e do filme, José Alvarenga Jr, a Rede Globo está em negociação com um canal norte-americano para a venda dos diretos de adaptação do seriado.
TRAILER DO FILME "OS NORMAIS 2"
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Chance de um terceiro filme
"Os Normais 2" chega aos cinemas com a missão de superar a marca de 3 milhões de espectadores alcançada pelo primeiro filme, lançado em 2003. Se depender do casal de atores, o sucesso está garantido. "As pessoas me param na rua e perguntam sobre a Vani e o Rui. Mesmo longe da televisão, o público não se esquece deles", arremata Fernanda.
Aliás, os dois atores já cogitam um terceiro filme já está engatilhado. "Poderia ser no carnaval da Bahia. Rui e Vani poderiam tentar algo com a Ivete Sangalo, num banheiro apertado de trio elétrico", cogita Guimarães. Então, a solução para uma crise matrimonial é mesmo um ménage a trois? "Certamente, uma terceira pessoa pode esquentar as coisas", brinca o ator. Já para Fernanda, uma viagem basta.
A parceria de Guimarães e Fernanda já rendeu muitos frutos, além de "Os Normais". Atualmente, estão em cartaz no Rio de Janeiro com a peça "Deus é Química", escrita pela atriz, que também traz no elenco Francisco Cuoco, o músico Jorge Mautner e Fransergio Araújo, entre outros. "Eu escrevi a peça, mas não sou dramaturga, não sou escritora. Aconteceu, mas não tenho projeto de ficar escrevendo", diz, deixando claro que sua área é atuar.
O sucesso da peça e de comédias brasileiras recentes no cinema, como "Divã", "A Mulher Invisível" e "Se Eu Fosse Você 2", pode ter a ver com o momento de crise do mundo. "As pessoas pagam para rir. Muitas vezes, vão ao cinema para esquecer. Comédias são mais agradáveis", explica Guimarães.
Em "Os Normais 2", além de muitas estripulias, Rui e Vani cantam logo na primeira cena. "Parece um show da Broadway, mas, na verdade, estão num karaoquê de quinta", explica Guimarães. Os atores contam que além de soltar a voz, eles também dançaram na cena. "Até se cogitou usar bailarinos, mas não seriam o Rui e a Vani. Eles têm que ser desafinados e sem muito jeito para dança", conclui Fernanda.
Para encarar essa correria toda é preciso preparo físico. Fernanda explica que serem atores de teatro ajuda bastante. "Além disso, eu faço ioga, pilates, corro. O Luiz Fernando também corre. Somos atores de comédia física. Não somos humoristas de contar piada. Ganhamos a vida aparecendo no cinema de calcinha, sutiã e cueca".
Ascensão do Comando Vermelho está em filme que contracena com presidiáriários reais
Gloria Pires. Atriz faz a mãe de Lula, Dona Lindu, e a filha Cléo Pires faz uma das esposas
Nunca na história deste país a vida de um retirante nordestino eleito duas vezes presidente da República havia sido retratada em filme. Isso começou a mudar, no Agreste de Pernambuco, com o início das filmagens de "Lula, o Filho do Brasil", longa de Fábio Barreto com estreia comercial prevista para janeiro de 2010, ano de sucessão presidencial. Classificado pelo diretor como "um drama épico sobre uma certa família Silva", o filme retrata a vida do presidente e de seus familiares, do nascimento de Lula, em 1945, até a morte da mãe, Eurídice Ferreira de Melo, a dona Lindu, em 1980.
O Bem Amado no cinema
Marco Nanini será Odorico Paraguaçu na nova versão
>>> Cena. Matheus Nachtergale e Marco Nanini nas filmagens do novo "O Bem Amado"
Sucesso nos palcos e na televisão, o personagem Odorico Paraguaçu vai voltar a divertir o público em breve, dessa vez nos cinemas. Começaram as filmagens de "O Bem Amado", de Dias Gomes, com Marco Nanini no papel do prefeito corrupto de Sucupira. Abaixo, uma das primeiras imagens do ator durante as gravações.
Com direção de Guel Arraes (de "Auto da Compadecida", "Lisbela e o Prisioneiro" e "Romance"), o filme deve estrear até o fim do ano, e terá no elenco Matheus Nachtergale, José Wilker, Andréa Beltrão, Zezé Polessa, Edmilson Barros, Tonico Pereira, Drica Moraes, Maria Flor e Caio Blat. Paula Lavigne assina a produção do longa, que tem roteiro de Claudio Paiva e do próprio Guel Arraes. As primeiras cenas da versão para o cinema de "O Bem Amado" foram gravadas na praia do Gunga, no município de Roteiro, a cerca de 50 km de Maceió.
A história de "O Bem Amado" é inspirada na peça "Odorico, o Bem-Amado ou Os Mistérios do Amor e da Morte", escrita pelo próprio Dias Gomes em 1962. O prefeito Odorico Paraguaçu quer inaugurar um cemitério, apoiado pelas irmãs Cajazeiras (Drica Moraes, Andrea Beltrão e Zezé Polessa) e contestado pelo dono do jornal da cidade. Mas como ninguém morre em Sucupira, ele chega a contratar cangaceiro matador para que o cemitério possa ser inaugurado logo.
A novela "O Bem Amado" - a primeira em cores da TV brasileira - foi ao ar em 1973 e tinha no elenco Paulo Gracindo, Lima Duarte e Emiliano Queiroz.
Atores famosos se reúnem no filme-homenagem "Flordelis"
Criado para ser uma homenagem, "Flordelis - Basta Uma Palavra para Mudar" traz no elenco alguns dos rostos mais conhecidos da TV brasileira.
Reynaldo Gianecchini, Aline Morais, Leticia Spiller, Cauã Reimond, Letícia Sabatella, Marcello Antony e Fernanda Lima são apenas alguns dos nomes que participam da produção, dedicada ao trabalho social de Flordelis dos Santos.
Professora pública criada no Jacarezinho (RJ), Flordelis passou sua juventude a ajudar crianças e adolescentes em situação de risco nas periferias cariocas. Muito religiosa (daí a trilha sonora gospel de toda a produção), ela realizava vigílias noturnas para combater a cooptação de jovens pelo tráfico de drogas em comunidades pobres.
No entanto, ela só ficou realmente conhecida em meados da década de 1990, quando albergou como filhos, em uma casa de dois quartos, 37 crianças sobreviventes de uma chacina na estação Central do Brasil. Foi o início de uma perseguição pela polícia e pela assistência social, que procuravam levá-las para abrigos públicos.
O filme, assim, encena as memórias de Flordelis e seus filhos (ao todo ela tem 41 filhos, quatro biológicos e 37 adotados). Curiosamente, apenas ela protagoniza o filme, seja encenando, seja relatando momentos importantes de sua vida.
Todos os demais personagens desta história (exceto pela aparição rápida de sua mãe) são interpretados pelo elenco de famosos, que, em monólogos curtos, personificam as pessoas atendidas por Flordelis.
A escolha, no entanto, compromete a veracidade do que se vê na tela. A desconexão entre a atuação dos atores (muito livres para compor seus personagens) e as histórias que contam causa estranheza. Em muitos casos, as falhas do elenco evidenciam tropeços da direção (de Marco Antônio Ferraz e Anderson Correia). Exemplo disso é o sotaque de alguns atores, que simplesmente desaparece em momentos de maior emoção.
Um outro ponto que incomoda no filme é o fraco trabalho de roteiro, que enfraquece a própria personagem-título. O amontoado de lugares comuns não faz jus a Flordelis, que enfrentava traficantes, polícia e drogados por suas crenças, mas cuja emoção se perde quando lê seu depoimento no teleprompter.
Apesar de seus defeitos, "Flordelis - Basta Uma Palavra para Mudar" é uma dessas produções cuja mensagem está sempre em primeiro plano. No caso, a benemerência. Além de homenageá-la, a obra tem como objetivo ajudar esta grande mãe e seu Instituto Flordelis de Apoio ao Menor (IFAM). Por essa razão, nenhum dos atores cobrou cachê.
Filme brasileiro "Besouro" leva para as telas lutas elaboradas
Deuses orixás que parecem Xerxes, o rei persa de "300". Lutas em cima de árvores que lembram "O Tigre e o Dragão". E um senso de vingança puramente "Kill Bill". São muitas as referências pop de "Besouro", o filme nacional de maior orçamento a ser lançado neste ano, mas nada mais brasileiro do que seu enredo, com capoeira, candomblé e escravidão. O longa tem estreia no próximo dia 30, em 150 salas de cinema, e vem cercado de expectativas, principalmente após uma popular campanha na internet que atraiu milhares de pessoas para um blog e um canal dentro do YouTube, repleto de vídeos de bastidores e trailers.
"É um fenômeno de internet que nunca aconteceu com um filme brasileiro", diz Paulo Sérgio Almeida, diretor do Filme B, que analisa números do cinema no país. "Tem chance de sucesso, sim, é um filme de ação com as técnicas mais apuradas do mundo. Mas, mercadologicamente, o problema é que se passa no [começo do] século passado e sem ator conhecido." De fato, os três protagonistas são estreantes. Ailton Carmo, 22, é professor de capoeira e guia turístico de Lençóis (BA). Ele faz o vaidoso Besouro Mangangá, um dos maiores capoeiristas da história, que fez sua fama no Recôncavo Baiano, nos anos 20.
No filme, ele tem um melhor amigo, Quero-quero (o também capoeirista profissional Anderson Santos de Jesus), com quem vai disputar o amor de Dinorá (a estudante de teatro Jessica Barbosa). "Tem gente que ainda vê a capoeira como coisa de malandro, como se bandidos estivessem ali", diz Ailton, que tem 16 anos de capoeira e costuma ir à Bélgica para dar aula. "O filme vai ajudar não só a capoeira, mas outras coisas de nossa cultura também, como o candomblé."
Outro estreante no time é o próprio diretor, o carioca radicado em São Paulo João Daniel Tikhomiroff, 59, premiado publicitário com mais de 40 Leões de Ouro no festival de publicidade de Cannes. Filho de um dos dirigentes do estúdio americano Universal no Brasil, ele fez curtas e foi montador quando adolescente, até que, aos 21 anos, foi parar na publicidade para levantar dinheiro para um longa, nunca acabado. Agora, ele se cercou de profissionais conhecidos do cinema para fazer "Besouro", escalando gente como a preparadora de elenco Fátima Toledo, o diretor de fotografia equatoriano Enrique Chediak e o chinês coordenador de cenas de ação Huen Chiu Ku.
"O Brasil não tem tradição de filmes de ação. Então eu fiquei pensando: "Como faz Tarantino nos seus filmes? Como foi feito "Matrix'?". Aí descobrimos os chineses", explica João Daniel, que ainda tem Gilberto Gil assinando a canção-tema do filme. As filmagens foram feitas em quatro locações na Bahia, buscando a natureza exuberante da região, como a turística Lençóis ou Xique-Xique do Igatu, com 360 habitantes.
"Besouro" foi inspirado no livro "Feijoada no Paraíso", de 2004, do cartunista e publicitário carioca Marco Carvalho. A editora Record leva às livrarias nesta semana uma nova edição, com fotografias do filme. "Fiquei fascinado porque o livro é baseado em lendas do Besouro. As pessoas realmente acreditavam que ele voava", diz o diretor. Besouro é um inseto que, por suas características, não deveria voar, mas voa, assim como o capoeirista. A capoeira, luta criada por escravos trazidos ao Brasil, chegou a ser proibida por decreto até os anos 30, quando passou a ser permitida desde que acompanhada por policiais e em lugares fechados. A liberação total só veio nas décadas seguintes e, em 2008, virou patrimônio cultural brasileiro.
O filme estreia na próxima sexta em Fortaleza, no Espaço Unibanco Dragão do Mar
"Ôrí", filme histórico dirigido por Raquel Gerber, entra em cartaz em Fortaleza
Sessões diárias às 17h, no Cine Espaço Unibanco Dragão do Mar – Av. Almirante Tamandaré,310 - Praia de Iracema
Rodado durante 11 anos (de 77 a 88) no Brasil e na África, documentário é fruto do encontro da pesquisa cinematográfica de Raquel Gerber com a pesquisa histórica de Beatriz Nascimento;
Ôrí documenta os movimentos negros brasileiros entre 1977 e 1988, buscando a relação entre Brasil e África, tendo o quilombo como idéia de um contínuo histórico, cujo fio condutor é a história pessoal de Beatriz Nascimento, historiadora e militante, falecida trágica e prematuramente no Rio de Janeiro, em 1995. A comunidade negra aparece em sua relação com o tempo, o espaço e a ancestralidade, através da concepção do projeto de Beatriz que vê o “quilombo” como correção da nacionalidade brasileira.
Ôrí foi concebido em época de grande impacto sócio político e cultural no Brasil. Busca a consciência do homem em relação à História e à reconstrução da identidade. A palavra Ôrí, significa cabeça, consciência negra, e é um termo de origem Yoruba (ref. à África Ocidental).
Ôrí recupera junto aos movimentos negros a imagem do “herói civilizador” Zumbi de Palmares para uma identificação positiva do homem negro na modernidade.
A fotografia é de Hermano Penna, Pedro Farkas, Jorge Bodanzky e outros. Música original pelo percussionista Naná Vasconcelos, arranjos de Teese Gohl; montagem de Renato Neiva Moreira e Cristina Amaral e texto de Beatriz Nascimento.
Ôrí, foi filmado em 16mm, e lançado em 1989. E 20 anos depois é digitalizado pelo Laboratório Estúdios Mega São Paulo para ser relançado nos cinemas por sinal digital Rain, e para todo o sistema educacional brasileiro.
O relançamento de Ôrí propõe uma nova reflexão sobre a nacionalidade no Brasil.
Raquel Gerber
Raquel Gerber, cineasta, socióloga e historiadora, começou as filmagens de ÔRÍ em 1977, quando trabalhava com o fotógrafo e diretor Jorge Bodanzky na Stopsom, em São Paulo, criando um estúdio de som independente para produções documentais em 16mm no Brasil.
Raquel coproduziu, com o diretor Hector Babenco, os filmes O Rei da Noite e Lúcio Flávio, O Passageiro da Agonia; com Jorge Bodanzky, Os Muckers e com Orlando Senna o longa metragem Diamante Bruto. Em 1970 ligou-se à Cinemateca Brasileira e à Paulo Emílio Salles Gomes, vindo a trabalhar com Glauber Rocha entre 1973 e 1980, em pesquisa histórica, que resultou na publicação de três livros sobre o cinema novo, dentre os quais: O Mito da Civilização Atlântica: Gláuber Rocha, Cinema, Política e a Estética do Inconsciente (tese apresentada na USP e na Universidade de Toulouse –Le Mirail, na França em 1982, junto ao Laboratório Identidades Coletivas). Na Cinemateca Brasileira foi membro do Conselho até 2007.
Entre 1970 e 1980 fez crítica de cinema e ensaio para revistas e jornais nacionais e estrangeiros como Argumento, Ensaios de Opinião, Filme e Cultura, Suplemento Cultural de O Estado de São Paulo, Cadernos do 3º mundo e Revista Autrement.
Para realizar o documentário ÔRÍ, trabalhou junto a importantes africanistas e Naná Vasconcelos, percussionista brasileiro, na época radicado em Nova York.
O seu primeiro filme, Ylê Xoroquê (1981), em 16mm, foi muito polêmico entre os movimentos negros no Brasil.
Raquel foi membro do Centro de Estudos de Sociologia da Arte da USP e do movimento Women in Film International com sede em Los Angeles. Também atuou como membro junto à Zebra Network (criada pela C.E.E. para as relações audiovisuais norte-sul).
Em codireção com Cristina Amaral, realizou o curta ABÁ (4’5’’, 1992, 16mm) sobre a religião e a cosmogonia africanas.
É membro colaborador do I.P.N. (Institut des Peuples Noirs), criado em 1990 em Burkina Faso, Ouagadougou, África Ocidental, junto ao P.N.U.D. (Nações Unidas).
Foi curadora de mostras e festivais do cinema afro-brasileiro como o Festival Culturas em Diálogo, para Oikos de Lisboa, quando capital européia da cultura, em 1994; o F.A.N. - Festival Internacional de Arte Negra de Belo Horizonte, em 1995, e o Festival Internacional de Curta-Metragem de São Paulo, em 1997.
Beatriz Nascimento
Nasceu em Aracajú, Sergipe e, no final da década de 1940, migrou com a família para o Rio de Janeiro.
Em 1971 graduou-se em história pela UFRJ e esteve à frente da criação do Grupo de Trabalho André Rebouças, em 1974, na Universidade Federal Fluminense (UFF), compartilhando com estudantes universitários negros do Rio e de São Paulo a discussão da temática racial na academia e na educação em geral, a exemplo da Quinzena do Negro realizada na USP em 1977.
Concluiu a Pós-graduação lato sensu em História na Universidade Federal Fluminense, em 1981, com a pesquisa Sistemas alternativos organizados pelos negros: dos quilombos às favelas.
Seu trabalho mais conhecido e de maior circulação trata-se da autoria e narração dos textos do filme Ôrí (1989, 131 min), dirigido pela socióloga e cineasta Raquel Gerber.
Ao longo de vinte anos, tornou-se estudiosa das temáticas do racismo e dos quilombos, abordando ainda a correlação entre corporeidade negra e espaço e as experiências de longos deslocamentos socioespaciais de africanos e descendentes, por meio das noções de “transmigração” e “transatlanticidade”.
Seus artigos foram publicados em periódicos como Revista de Cultura Vozes, Estudos Afro-Asiáticos e Revista do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, Isto é, Jornal Maioria Falante e Última Hora. Há também registros dela em entrevistas a jornais e revistas de grande circulação nacional a exemplo do Suplemento Folhetim da Folha de São Paulo e Revista Manchete, além de ensaios e poemas inéditos.
Foi recém publicado o livro “Eu sou atlântica” sobre a trajetória de vida de Beatriz Nascimento, pelo Prof. Alex Ratts – Universidade Federal de Goiás, pela Imprensa Oficial do Estado de São Paulo e Instituto Kuanza.
Sinopse
Ôrí, de Raquel Gerber
Brasil, 1989, 35mm, cor, 91’ – Cópia restaurada digitalmente em 2008.
Ôrí é um documento–história sobre os Movimentos Negros no Brasil nos anos 70/80 junto aos ritmos da Diáspora africana. É também o encontro com Beatriz Nascimento, historiadora e militante, que busca sua identidade através da pesquisa da história dos “Quilombos”, como resistência cultural da África do século XV ao Brasil do século XX.
Estas pesquisas revelam a desconhecida História dos povos bantus no Brasil e seu herói civilizador Zumbi de Palmares.
BNDES amplia de R$ 12 milhões para R$ 14 milhões seu apoio ao cinema e anuncia contemplados de 2009
A diretoria do BNDES homologou a lista dos 25 projetos dos gêneros de Ficção, Animação e Documentário, escolhidos por meio do Edital de Seleção Pública de Projetos Cinematográficos 2009. Os contemplados – empresas brasileiras de produção audiovisual, receberão recursos no valor de R$ 14 milhões. Esse total será investido em projetos de Produção e na Finalização de obras audiovisuais cinematográficas brasileiras de longa-metragem, nos gêneros ficção, animação e documentário. (Confira a lista dos contemplados no endereço: www.bndes.gov.br)
A novidade do edital deste ano é que R$ 2 milhões foram reservados exclusivamente para apoiar a produção e finalização de documentários, como forma de incentivo ao segmento, que vem ganhando força na atividade cinematográfica do país.
A seleção dos projetos é realizada por uma Comissão de Seleção formada por 9 membros, sendo 3 do BNDES, 1 indicado pelo Ministério da Cultura/Ancine e 5 integrantes externos contratados entre profissionais de renome do setor audiovisual (produtores, diretores, distribuidores, exibidores, críticos, curadores etc). Após a habilitação pelo BNDES, os projetos se submetem às etapas de pré-seleção e seleção final.
Os apoios são distribuídos a projetos do gênero ficção e animação, com apoio de até R$ 1,5 milhão na categoria Produção. Para a categoria Finalização são destinados até R$ 750 mil. Os documentários recebem até R$ 500 mil na categoria Produção e R$ 250 mil na categoria Finalização.
Foram recebidos pelo BNDES 223 projetos, sendo 124 do gênero ficção. Destes, 103 foram da categoria Produção e 21 da categoria Finalização. Do gênero animação foram inscritos 11 projetos, sendo todos da categoria Produção. O segmento de documentário recebeu 88 projetos, sendo 66 para Produção e 32 da categoria Finalização.
Entre os 25 contemplados, 14 foram são de ficção, 3 pertencem ao gênero animação e 8 são documentários.
Quanto à distribuição regional dos projetos selecionados, observou-se a seguinte proporção: 11 filmes do Rio de Janeiro (44%); 10 de São Paulo (40%) e 4 fora do eixo Rio/São Paulo (16%), sendo 1 de Minas Gerais.
Na distribuição dos 223 projetos inscritos, 84% são de projetos do eixo Rio/São Paulo (45% do Rio de Janeiro e 39% de São Paulo) e 16% de outros Estados, sendo 4% do Nordeste.
Puderam concorrer apenas projetos já aprovados pela Agência Nacional de Cinema (ANCINE) e que já tenham protocolo de registro de emissão e distribuição de Certificados de Investimento Audiovisual na Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Desde 1995 o BNDES patrocina a atividade audiovisual, já tendo aportado mais de R$ 132 milhões em 347 produções cinematográficas. Os recursos são provenientes da aplicação de incentivos fiscais previstos na Lei do Audiovisual.
"Quanto dura o amor", com Danni Carlos é uma crônica da paixao nos tempos modernos
Quanto Dura o Amor?, novo filme de Roberto Moreira, constrói uma crônica das paixões de três personagens que fogem da solidão na cidade. O filme estreia dia 02 de outubro. No elenco: Danni Carlos, Paulo Vilhena, Silvia Lourenço, Maria Clara Spinelli, Leilah Moreno, Gustavo Machado e Fábio Herford.
Trailer: www.cinnamon.com.br/downloads/trailer.mov
A História
Marina, jovem aspirante a atriz, chega a São Paulo cheia de sonhos de independência e realização. Vai dividir um apartamento em um condomínio no coração da cidade com Suzana, advogada solitária e com um quê de mistério. A poucos andares, Jay, escritor de um livro só, procura um sentido para a vida. Na noite, Marina se encanta pela cantora Justine. No Fórum, Suzana e o colega Gil começam um namoro. Na rua, Jay elege para musa a prostituta Michelle. No ritmo impiedoso da cidade, os três vão viver a euforia da paixão e a sua outra face – para descobrir quanto dura o amor.
O Cenário – a cidade
O tom delicado de crônica e os personagens próximos, com dramas facilmente identificáveis por quem vive em uma cidade grande, marcam Quanto Dura o Amor?, segundo longa-metragem de Roberto Moreira. Se em Contra Todos (2003), o premiado filme de estreia do cineasta, a periferia era o epicentro da ação, aqui é num roteiro típico dos jovens adultos de classe média paulistana, dos clubes da rua Augusta ao mar de prédios da esquina das avenidas Paulista e Consolação, que os personagens vivem a descoberta do amor e da decepção, paixão e humilhação, encontros e desencontros.
O elenco
Com produção da Coração da Selva, conhecida por projetos como Antônia, de Tata Amaral (2006) e O Signo da Cidade (2007), de Carlos Alberto Riccelli, Quanto dura o Amor? reúne um elenco de talentos e apostas, arregimentado em meses de testes pela atriz Paula Pretta. “O filme é um ensemble”, diz Roberto. “Aqui, é o conjunto de atores que conta.”
Egressos do teatro paulistano, Silvia Lourenço, de Contra Todos e O Cheiro do Ralo, faz Marina; Fábio Herford é Jay; Gustavo Machado, de Nome Próprio, é Gil. Paulo Vilhena, de O Magnata e Chega de Saudade, vive o dono de boate Nuno. Leilah Moreno, de Antônia, é a irascível Michelle. A cantora Danni Carlos, premiada com um Grammy Latino por seu álbum Música Nova, de 2006, dá vida à também cantora Justine. E a estreante Maria Clara Spinelli empresta a Suzana sua experiência de atriz e de vida.
Trilha Sonora e Danni Carlos
Um dos destaques do filme é a atuação da cantora Danni Carlos, que participou do reality show A Fazenda. Danni interpreta Justine, uma sedutora compositora e cantora da cena underground.
O responsável pela trilha sonora do filme é o maestro e compositor Livio Tratenberg. O repertório inclui versões exclusivas das músicas “High and Dry”, do Radiohead, e dos clássicos “Without You” e “Nature Boy”, todas canções são interpretadas por Danni Carlos.
Premiação
Produzido pela Coração da Selva, Quanto Dura o Amor? foi rodado nos arredores da Av. Paulista e na cidade de Paulínia, onde o longa-metragem recebeu o prêmio de melhor atriz no II Festival Paulinia de Cinema. Duas protagonistas do filme, Silvia Lourenço, que interpreta Marina e Maria Clara Spinelli, que faz o papel de Suzana, foram as premiadas.
Equipe
A construção do tom da interpretação passa pela preparação dos atores, conduzida pelo expert Sergio Penna, do inédito Lula, o Filho do Brasil, de Fabio Barreto, e que também preparou Rodrigo Santoro para Che, de Steven Sorderberg. Ao longo de um mês, eles freqüentaram os ambientes e viveram as situações pelos quais os personagens passariam, experimentando suas emoções antecipadamente.
No mesmo sentido, a direção de arte de Marcos Pedroso, (Madame Satã e Cinema, Aspirinas e Urubus) trabalhou com a idéia de criar ambientes verossímeis sem chamar a atenção para si mesma; e a fotografia de Marcelo Trotta (O Signo da Cidade, Alice – da HBO e Som e Fúria - da TV Globo), buscou equilibrar o desejo de criar uma estética atraente com o registro dinâmico do plano-sequência.
A produtora do filme, Georgia Costa Araujo, e a atriz Silvia Lourenço assinam o argumento que deu origem ao roteiro escrito por Anna Muylaert (O Ano em Que Meus Pais Saíram de Férias) e Roberto Moreira.
“Não queria fazer um filme áspero, árido. Queríamos chegar a algo sofisticado visualmente, mas desde um registro realista”, explica Moreira.
Diretor
Doutor em cinema pela ECA-USP, mestre em história da arte pela Unicamp e professor de dramaturgia no curso superior de audiovisual da ECA-USP, Roberto Moreira fez sua estreia como diretor do longa-metragem Contra Todos (2004), que recebeu 30 prêmios em festivais nacionais e internacionais. É roteirista dos longas Antônia – O Filme (2006) e Um Céu de Estrelas (1996), de Tata Amaral. Pelo último recebeu os prêmios de Melhor Roteiro na APCA e no Festival de Brasília. Foi diretor de alguns episódios das séries de televisão Cidade dos Homens (2005) e Antônia, exibidas na Globo e produzidas pela O2 Filmes. Seus curtas-metragens e vídeos participaram de festivais como Locarno, Oberhausen, Brasília e Gramado. Na Itália, estagiou na Fabrica, instituição do grupo Benetton voltado para pesquisas na área de arte e comunicação.
Produtora
A Coração da Selva foi criada em 2003 pelos cineastas e produtores Geórgia Costa Araújo e Roberto Moreira, com foco em projetos diferenciados, aliando tecnologia e novos formatos de distribuição. Seu primeiro projeto, Contra Todos, dirigido por Roberto Moreira, foi o filme brasileiro mais premiado de 2004, com 28 prêmios em festivais nacionais e internacionais. Antônia – O Filme, dirigido por Tata Amaral, foi a primeira ação da produtora no campo das narrativas expandidas para outras mídias: originou um grupo musical, conteúdo cinematográfico para distribuição on-line e uma série de TV, exibida na Rede Globo. Antônia - O Filme participou dos festivais de Berlim, Toronto, Rotterdam, Havana e Los Angeles e ganhou o Prêmio Petrobras da 30º Mostra Internacional de São Paulo (Melhor Filme - Escolha do Público), em 2006. Em 2007, a Coração da Selva co-produziu com a Pulsar Cinema e a Globo Filmes, O Signo da Cidade, dirigido por Carlos Alberto Riccelli e escrito por Bruna Lombardi. O filme ficou em cartaz por mais de um ano, passou por 16 capitais do país e fez sua estreia internacional no Festival Internacional de Roma, em outubro de 2008.
Tecnologia de alta definição
Quanto Dura o Amor? foi o primeiro longa-metragem brasileiro a utilizar a câmera RED ONE, em formato digital de altíssima resolução (4K), superior ao HD.
SONHOS ROUBADOS, novo filme de Sandra Werneck
Confira na TV Divirta-CE o novo filme de Sandra Werneck
Jéssica, Sabrina e Daiane sonham como qualquer outra jovem do mundo. Moradoras de uma comunidade do Rio de Janeiro, eventualmente se prostituem para sobreviver e satisfazer seus desejos de consumo. No entanto, mesmo nesse quadro de absoluta incerteza e total falta de horizontes, elas teimam em amar, se divertir e sonhar com um futuro melhor.
Rui e Vani buscam novos parceiros para o casamento em ‘Os Normais 2’
Quando o relacionamento está em crise, alguns casais procuram um analista para superar o momento. Já Rui e Vani procuram uma terceira pessoa para salvar o noivado de 13 anos em "Os Normais 2 - A Noite Mais Louca de Todas", filme baseado na série de TV exibida entre 2001 e 2003 na Rede Globo.
Fernanda Torres e Luiz Fernando Guimarães interpretam os personagens do longa, que estreia em cerca de 450 salas nesta sexta-feira (28). Em entrevista em São Paulo, os atores falaram sobre a história, que tem "excitação" como palavra de ordem.
Na trama, Rui e Vani, noivos há 13 anos e morando juntos, percebem que o sexo já não é mais o mesmo e transam muito pouco. Para tentar aquecer a união, ela resolve realizar um sonho de seu amado: um ménage à trois, ou, em bom português, uma transa a três. Daí começa uma ronda em busca de uma mulher para participar da noitada. As possibilidades incluem desde Claudia Raia a Alinne Moraes.
"Vai tudo muito bem até o momento em que percebem que algum dos dois pode se apaixonar por essa terceira pessoa, e acabar com o relacionamento", explica Fernanda. "É quase um filme cabeça. Se fosse francês poderia ter a Catherine Deneuve no papel de mãe, a Juliette Binoche como Vani, e o Vincent Cassel, como Rui", brinca o ator. "Se fosse americano podia ser o Brad Pitt e a Angelina Jolie", dispara a atriz.
Depois de anos longe do casal, os atores contam que entrar no clima não foi imediato. "Num primeiro momento, percebi que ainda não estávamos no tom. O Rui e a Vani são muito elétricos e a gente estava meio lento", confessa Fernanda. "Mas 15 minutos depois, já éramos eles novamente". Guimarães explica que, ao contrário da dupla de atores, os personagens são mais interessantes. "Nós somos tão sem graça. Eles são bem mais divertidos, elétricos, empolgantes".
Brincadeiras à parte, existe uma possibilidade de algum dia o mundo ver um Rui e uma Vani falando em inglês. Segundo o diretor da série e do filme, José Alvarenga Jr, a Rede Globo está em negociação com um canal norte-americano para a venda dos diretos de adaptação do seriado.
TRAILER DO FILME "OS NORMAIS 2"
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Chance de um terceiro filme
"Os Normais 2" chega aos cinemas com a missão de superar a marca de 3 milhões de espectadores alcançada pelo primeiro filme, lançado em 2003. Se depender do casal de atores, o sucesso está garantido. "As pessoas me param na rua e perguntam sobre a Vani e o Rui. Mesmo longe da televisão, o público não se esquece deles", arremata Fernanda.
Aliás, os dois atores já cogitam um terceiro filme já está engatilhado. "Poderia ser no carnaval da Bahia. Rui e Vani poderiam tentar algo com a Ivete Sangalo, num banheiro apertado de trio elétrico", cogita Guimarães. Então, a solução para uma crise matrimonial é mesmo um ménage a trois? "Certamente, uma terceira pessoa pode esquentar as coisas", brinca o ator. Já para Fernanda, uma viagem basta.
A parceria de Guimarães e Fernanda já rendeu muitos frutos, além de "Os Normais". Atualmente, estão em cartaz no Rio de Janeiro com a peça "Deus é Química", escrita pela atriz, que também traz no elenco Francisco Cuoco, o músico Jorge Mautner e Fransergio Araújo, entre outros. "Eu escrevi a peça, mas não sou dramaturga, não sou escritora. Aconteceu, mas não tenho projeto de ficar escrevendo", diz, deixando claro que sua área é atuar.
O sucesso da peça e de comédias brasileiras recentes no cinema, como "Divã", "A Mulher Invisível" e "Se Eu Fosse Você 2", pode ter a ver com o momento de crise do mundo. "As pessoas pagam para rir. Muitas vezes, vão ao cinema para esquecer. Comédias são mais agradáveis", explica Guimarães.
Em "Os Normais 2", além de muitas estripulias, Rui e Vani cantam logo na primeira cena. "Parece um show da Broadway, mas, na verdade, estão num karaoquê de quinta", explica Guimarães. Os atores contam que além de soltar a voz, eles também dançaram na cena. "Até se cogitou usar bailarinos, mas não seriam o Rui e a Vani. Eles têm que ser desafinados e sem muito jeito para dança", conclui Fernanda.
Para encarar essa correria toda é preciso preparo físico. Fernanda explica que serem atores de teatro ajuda bastante. "Além disso, eu faço ioga, pilates, corro. O Luiz Fernando também corre. Somos atores de comédia física. Não somos humoristas de contar piada. Ganhamos a vida aparecendo no cinema de calcinha, sutiã e cueca".
Ascensão do Comando Vermelho está em filme que contracena com presidiáriários reais
Com a ajuda de presos atuais — que chegaram a atuar como figurantes — e ex-detentos dos anos 70, a saga de um dos fundadores de facção criminosa do Rio chegará às telas até o fim do ano. Orçado em R$ 4,8 milhões e almejando ser o grande sucesso do próximo verão, o filme ‘400 contra 1 — Uma História do Comando Vermelho’ traz a história de William da Silva Lima, um dos articuladores da organização que nasceu no Presídio de Ilha Grande há mais de 30 anos. O protagonista é interpretado por Daniel de Oliveira.
Para ‘ambientar’ o elenco — que tem ainda Daniela Escobar, Negra Li e Lui Mendes —, desde janeiro várias estratégias foram usadas pelo diretor estreante em longas Caco Souza. Além de ler o roteiro adaptado do livro de William, que dá nome ao filme, os atores dormiram alguns dias na Prisão Provisória do Ahú, em Curitiba, desativada desde 2006 e onde 60% do filme foi rodado.
Eles também conversaram com dezenas de detentos da Colônia Penal Agrícola de Piraquara, no Paraná, e com um dos fundadores do Comando Vermelho, que acompanhou as filmagens para aconselhar a equipe.
“Às vezes, trabalhar com cinema é loteria. A gente espera ter visibilidade para poder discutir o crime organizado. Quero que seja um filme pop”, afirma Caco que, em determinados momentos, só entrega textos para os atores horas antes de gravar.
O projeto de fazer o filme é de 2002. O ponto de partida de ‘400 contra 1’ é o ano de 1974, auge da ditadura militar no Brasil. Presos políticos ignoravam o portão que os separava dos presos ‘comuns’ na galeria B do presídio de Ilha Grande e a mistura incentivou a organização e a disciplina dos detidos que não estavam ligados à luta revolucionária.
Assim nasceu a Falange Vermelha, depois chamada de Comando Vermelho. O título do filme refere-se a um episódio folclórico em que um bandido conhecido como Zé Bigode enfrentou sozinho um cerco de 400 policiais por mais de 12 horas.
“Isso tudo não é mentira, não é cinema americano. É verdade e é no nosso País”, afirma Daniela Escobar, a Teresa, que viverá grande paixão por William no filme. Com a certeza de que contará uma importante parte da história do País, Caco garante que não irá ‘glamourizar’ os bandidos daquela época. É esperar para ver.
Filmagem na providência não foi avisado à PM
Encerradas as cenas de Curitiba, a produção de ‘400 contra 1’ chegará ao Morro da Providência, no Centro do Rio, para filmagens que prometem polêmica. Depois do Carnaval, a equipe garante que conseguirá realizar o trabalho sem problemas no local, já que foi feito acordo com Paulo César Chaves, o PC, que mora até hoje na comunidade dominada pelo Comando Vermelho. Um dos fundadores da facção criminosa, PC chegou a viajar até o Sul do País para prestar uma espécie de ‘consultoria’ aos atores do longa.
“Ele foi muito útil para mostrar como era o dia-a-dia na cela, a conduta dos presos e dos agentes penitenciários. Com ele, também tentamos passar as gírias da década de 70 para os atores usarem o linguajar da época”, diz Caco Souza.
Até agora, a Polícia Militar afirma que não recebeu aviso da produção de gravações no morro. De acordo com a PM, a ajuda da corporação sempre é pedida com antecedência por produtores que necessitam de cenas em favelas. O resto das filmagens de ‘400 contra 1’ no Rio será feita em Ilha Grande.
O último pedido de proteção que chegou ontem à polícia foi do astro Sylvester Stallone, que vai filmar no Rio. Segundo a PM, uma das comunidades mais seguras para realizar gravações seria a favela Tavares Bastos, no Catete, onde fica a sede do Batalhão de Operações Especiais (Bope). O morro Dona Marta, em Botafogo, hoje pacificado, também seria uma opção.
Eles também conversaram com dezenas de detentos da Colônia Penal Agrícola de Piraquara, no Paraná, e com um dos fundadores do Comando Vermelho, que acompanhou as filmagens para aconselhar a equipe.
“Às vezes, trabalhar com cinema é loteria. A gente espera ter visibilidade para poder discutir o crime organizado. Quero que seja um filme pop”, afirma Caco que, em determinados momentos, só entrega textos para os atores horas antes de gravar.
O projeto de fazer o filme é de 2002. O ponto de partida de ‘400 contra 1’ é o ano de 1974, auge da ditadura militar no Brasil. Presos políticos ignoravam o portão que os separava dos presos ‘comuns’ na galeria B do presídio de Ilha Grande e a mistura incentivou a organização e a disciplina dos detidos que não estavam ligados à luta revolucionária.
Assim nasceu a Falange Vermelha, depois chamada de Comando Vermelho. O título do filme refere-se a um episódio folclórico em que um bandido conhecido como Zé Bigode enfrentou sozinho um cerco de 400 policiais por mais de 12 horas.
“Isso tudo não é mentira, não é cinema americano. É verdade e é no nosso País”, afirma Daniela Escobar, a Teresa, que viverá grande paixão por William no filme. Com a certeza de que contará uma importante parte da história do País, Caco garante que não irá ‘glamourizar’ os bandidos daquela época. É esperar para ver.
Filmagem na providência não foi avisado à PM
Encerradas as cenas de Curitiba, a produção de ‘400 contra 1’ chegará ao Morro da Providência, no Centro do Rio, para filmagens que prometem polêmica. Depois do Carnaval, a equipe garante que conseguirá realizar o trabalho sem problemas no local, já que foi feito acordo com Paulo César Chaves, o PC, que mora até hoje na comunidade dominada pelo Comando Vermelho. Um dos fundadores da facção criminosa, PC chegou a viajar até o Sul do País para prestar uma espécie de ‘consultoria’ aos atores do longa.
“Ele foi muito útil para mostrar como era o dia-a-dia na cela, a conduta dos presos e dos agentes penitenciários. Com ele, também tentamos passar as gírias da década de 70 para os atores usarem o linguajar da época”, diz Caco Souza.
Até agora, a Polícia Militar afirma que não recebeu aviso da produção de gravações no morro. De acordo com a PM, a ajuda da corporação sempre é pedida com antecedência por produtores que necessitam de cenas em favelas. O resto das filmagens de ‘400 contra 1’ no Rio será feita em Ilha Grande.
O último pedido de proteção que chegou ontem à polícia foi do astro Sylvester Stallone, que vai filmar no Rio. Segundo a PM, uma das comunidades mais seguras para realizar gravações seria a favela Tavares Bastos, no Catete, onde fica a sede do Batalhão de Operações Especiais (Bope). O morro Dona Marta, em Botafogo, hoje pacificado, também seria uma opção.
Filme sobre a vida do presidente estreia em 2010
Gloria Pires. Atriz faz a mãe de Lula, Dona Lindu, e a filha Cléo Pires faz uma das esposas
Nunca na história deste país a vida de um retirante nordestino eleito duas vezes presidente da República havia sido retratada em filme. Isso começou a mudar, no Agreste de Pernambuco, com o início das filmagens de "Lula, o Filho do Brasil", longa de Fábio Barreto com estreia comercial prevista para janeiro de 2010, ano de sucessão presidencial. Classificado pelo diretor como "um drama épico sobre uma certa família Silva", o filme retrata a vida do presidente e de seus familiares, do nascimento de Lula, em 1945, até a morte da mãe, Eurídice Ferreira de Melo, a dona Lindu, em 1980.
Baseado no livro homônimo da historiadora Denise Paraná, publicado em 1996, "Lula, o Filho do Brasil" tem como protagonista o pouco conhecido ator de teatro Rui Ricardo Diaz.Diaz será um dos cinco "Lulas" que aparecerão no filme. Além dele, interpretarão o mesmo papel um bebê de três meses, um menino de dois anos, outro de sete e um adolescente de 13. Precavida, a produção providenciou ainda mais dois reservas, para o bebê e para o menino de dois anos. As primeiras gravações foram feitas em Caetés (a 250 km de Recife, PE), ex-distrito de Garanhuns, terra natal do presidente.
As cenas iniciais mostram dona Lindu, interpretada pela global Glória Pires, dando à luz o futuro presidente. Luiz Inácio cresce em meio à seca, e a saga dos Silva no Agreste só termina quando Lula, 7, embarca com a mãe e seis irmãos em um pau-de-arara, com destino a São Paulo. A cena da saída, gravada sob o sol forte do meio-dia, foi repetida 12 vezes ontem até ser aprovada.O filme vai mostrar ainda a trajetória operária de Lula e também seus dois casamentos, com Lurdes e Marisa Letícia. Para o papel da primeira mulher foi escolhida a filha de Glória, Cléo Pires. Já a atual primeira-dama do país será interpretada pela atriz Juliana Baroni, ex-paquita Catuxa Jujuba. A previsão é que as gravações terminem no dia 21 de março.
De setembro a dezembro, a obra participará de festivais internacionais e, em janeiro, entrará no circuito comercial. Segundo Fábio Barreto, há possibilidade de lançamento simultâneo na América do Sul. Para ele, a coincidência entre a estreia e o ano eleitoral não passa mesmo disso: uma coincidência. "Vamos mostrar uma história humana, não um filme chapa-branca, feito para puxar o saco do presidente", disse. Eleitora de adversários do presidente nos dois últimos pleitos, Glória Pires confessa que não sabia "nada" sobre a vida de Lula antes do seu engajamento político e que, com o filme, aprendeu a admirá-lo. Para ela, a obra pode, sim, ajudar a consolidar a popularidade do presidente. "Mas não vejo nenhum problema nisso, porque ele já é um fenômeno de popularidade", declarou. Segundo Barreto, a ideia de rodar um filme sobre Lula surgiu desde o início do primeiro mandato do presidente, em 2003.
"Meu pai [Luiz Carlos Barreto, o produtor do longa] é um nordestino também, uma pessoa que veio do Nordeste e venceu no Sul, e viu identificações da vida dele [com a de Lula]", conta o diretor de "O Quatrilho", que ainda acrescentou que a trajetória do presidente é "um manancial de dramaturgia muito forte, muito profundo e denso". Barreto também afirmou que já conhecia Lula e que sua família é muito próxima da do político. "Depois que a gente resolveu fazer o filme, falamos com o Lula, lemos alguns trechos do roteiro para ele, que gostou, aprovou. Ele até preferiu não tomar muito conhecimento, disse que vai 'botar confiança, vou me preparar para me emocionar'", revela. Orçado em R$ 11 milhões (soma alta para os padrões brasileiros), o diretor afirmou que os recursos captados para a produção vieram totalmente de empresas privadas.
O Bem Amado no cinema
Marco Nanini será Odorico Paraguaçu na nova versão
>>> Cena. Matheus Nachtergale e Marco Nanini nas filmagens do novo "O Bem Amado"
Sucesso nos palcos e na televisão, o personagem Odorico Paraguaçu vai voltar a divertir o público em breve, dessa vez nos cinemas. Começaram as filmagens de "O Bem Amado", de Dias Gomes, com Marco Nanini no papel do prefeito corrupto de Sucupira. Abaixo, uma das primeiras imagens do ator durante as gravações.
Com direção de Guel Arraes (de "Auto da Compadecida", "Lisbela e o Prisioneiro" e "Romance"), o filme deve estrear até o fim do ano, e terá no elenco Matheus Nachtergale, José Wilker, Andréa Beltrão, Zezé Polessa, Edmilson Barros, Tonico Pereira, Drica Moraes, Maria Flor e Caio Blat. Paula Lavigne assina a produção do longa, que tem roteiro de Claudio Paiva e do próprio Guel Arraes. As primeiras cenas da versão para o cinema de "O Bem Amado" foram gravadas na praia do Gunga, no município de Roteiro, a cerca de 50 km de Maceió.
A história de "O Bem Amado" é inspirada na peça "Odorico, o Bem-Amado ou Os Mistérios do Amor e da Morte", escrita pelo próprio Dias Gomes em 1962. O prefeito Odorico Paraguaçu quer inaugurar um cemitério, apoiado pelas irmãs Cajazeiras (Drica Moraes, Andrea Beltrão e Zezé Polessa) e contestado pelo dono do jornal da cidade. Mas como ninguém morre em Sucupira, ele chega a contratar cangaceiro matador para que o cemitério possa ser inaugurado logo.
A novela "O Bem Amado" - a primeira em cores da TV brasileira - foi ao ar em 1973 e tinha no elenco Paulo Gracindo, Lima Duarte e Emiliano Queiroz.
Atores famosos se reúnem no filme-homenagem "Flordelis"
Criado para ser uma homenagem, "Flordelis - Basta Uma Palavra para Mudar" traz no elenco alguns dos rostos mais conhecidos da TV brasileira.
Reynaldo Gianecchini, Aline Morais, Leticia Spiller, Cauã Reimond, Letícia Sabatella, Marcello Antony e Fernanda Lima são apenas alguns dos nomes que participam da produção, dedicada ao trabalho social de Flordelis dos Santos.
Professora pública criada no Jacarezinho (RJ), Flordelis passou sua juventude a ajudar crianças e adolescentes em situação de risco nas periferias cariocas. Muito religiosa (daí a trilha sonora gospel de toda a produção), ela realizava vigílias noturnas para combater a cooptação de jovens pelo tráfico de drogas em comunidades pobres.
No entanto, ela só ficou realmente conhecida em meados da década de 1990, quando albergou como filhos, em uma casa de dois quartos, 37 crianças sobreviventes de uma chacina na estação Central do Brasil. Foi o início de uma perseguição pela polícia e pela assistência social, que procuravam levá-las para abrigos públicos.
O filme, assim, encena as memórias de Flordelis e seus filhos (ao todo ela tem 41 filhos, quatro biológicos e 37 adotados). Curiosamente, apenas ela protagoniza o filme, seja encenando, seja relatando momentos importantes de sua vida.
Todos os demais personagens desta história (exceto pela aparição rápida de sua mãe) são interpretados pelo elenco de famosos, que, em monólogos curtos, personificam as pessoas atendidas por Flordelis.
A escolha, no entanto, compromete a veracidade do que se vê na tela. A desconexão entre a atuação dos atores (muito livres para compor seus personagens) e as histórias que contam causa estranheza. Em muitos casos, as falhas do elenco evidenciam tropeços da direção (de Marco Antônio Ferraz e Anderson Correia). Exemplo disso é o sotaque de alguns atores, que simplesmente desaparece em momentos de maior emoção.
Um outro ponto que incomoda no filme é o fraco trabalho de roteiro, que enfraquece a própria personagem-título. O amontoado de lugares comuns não faz jus a Flordelis, que enfrentava traficantes, polícia e drogados por suas crenças, mas cuja emoção se perde quando lê seu depoimento no teleprompter.
Apesar de seus defeitos, "Flordelis - Basta Uma Palavra para Mudar" é uma dessas produções cuja mensagem está sempre em primeiro plano. No caso, a benemerência. Além de homenageá-la, a obra tem como objetivo ajudar esta grande mãe e seu Instituto Flordelis de Apoio ao Menor (IFAM). Por essa razão, nenhum dos atores cobrou cachê.
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