COM TRÊS ARTISTAS CEARENSES, BIENAL NAÏFS MAPEIA A ESTÉTICA DA ARTE INGÊNUA
Realização do SESC São Paulo, mostra terá 111 obras, Sala Especial e programa de arte-educação
Criada em 1992 e consolidada ao longo de sua trajetória como um evento referencial para artistas plásticos, pesquisadores, colecionadores e galeristas vinculados ao gênero, a Bienal Naïfs do Brasil, iniciativa do SESC São Paulo, atinge sua 10ª edição em 2010. A mostra acontece entre 20 de agosto a 12 de dezembro, na unidade SESC Piracicaba, em Piracicaba (SP) e terá sua abertura oficial, no dia 19 de agosto, às 20h, transmitida via internet, pelo site www.sescsp.org.br.
Três artistas plásticos cearenses expõem na mostra, todos de Fortaleza: Antonio Francisco da Costa, com as obras Tatu e Beija-Flor; João Pedro Carvalho Neto, com Lampião e Maria Bonita; e Wilson Pessoa Neto, com Conversa de Compadre e Conversa de Comadre.
Ao todo, 111 obras selecionadas vão proporcionar um recorte abrangente e atual da produção artística caracterizada pela estética naïf ou naïve, a chamada arte ingênua, espontânea ou instintiva. A escolha foi realizada por um júri formado pelos críticos de arte Geraldo Edson de Andrade e Ricardo Amadasi, presidente do Instituto do Imaginário do Povo Brasileiro, Vilma Eid, a partir de quase 800 trabalhos, enviados por 376 artistas de 22 estados brasileiros.
Além disso, a Bienal contará com a Sala Especial Arte Sem Fronteiras, com curadoria da historiadora e crítica de arte Maria Alice Milliet. E uma extensa proposta voltada para arte-educação, que inclui ateliês abertos, oficinas, cursos, palestras, visitas orientadas e apresentações artísticas.
“Passados quase cem anos do início do diálogo entre a arte erudita e popular no Brasil, cabe-nos perguntar quais os possíveis significados que a palavra naïf pode adquirir hoje, em um mundo cada vez mais afeito às novas tecnologias. Com a 10ª edição da Bienal naïfs, o SESC São Paulo promove esta discussão e reafirma seu compromisso com a difusão cultural, voltada para o exercício da fruição estética, do pensamento e da transformação social”, afirma Danilo Santos de Miranda, diretor regional do SESC São Paulo.
Originária de mostras anuais realizadas pelo SESC Piracicaba no período entre 1986 e 1991, a Bienal hoje contribui decisivamente com a construção deste traço tão peculiar na identidade cultural do Brasil.
Obras selecionadas
Nesta edição da Bienal, o público poderá ver obras como “O Engenho” e “Montanhas”, do capixaba Neves Torres; e “O Vendedor de Aipin” e “O Ordenhador de Cabras”, do paulistano João Generoso. Ambas obtiveram o Prêmio Destaque-Aquisição. Para Vilma Eid, a escolha destes artistas reflete uma clara opção pela poesia e pelo lirismo, como temas cada vez mais raros neste início do século XXI.
Também compõem a mostra “Dança do beija flor” e “Cereia”, de Carmézia Emiliano (RR); “Cidade de Interior” e “Lembranças”, de Eliana Silveira de Andrade (MG); “O Galo da Madrugada” e “Vamos Tirar o Brasil da Gaveta”, de Euclides de Almeida Coimbra (SP); “Marconi na Rua Marconi” e “Boi na Mata”, de Marconi Parreiras (MG); e “Lixo Homem”, de Milton Cardoso da Costa (RJ), todas contempladas com o Prêmio Incentivo pela comissão julgadora.
E ainda “O Engolidor de Sapo”, de Alencar Claret Duarte da Silva (SP); “Exposição Comemorativa dos 44 Anos da Pintura Brasileira” e “Fim de Tarde Num Certo Bar com Música Da Lapa no Rio”, de Antonio Fernando Vieira da Silva (RJ), “Tatu” e “Beija-Flor”, de Antonio Francisco da Costa (CE); “Boca Grande” e “Águia Gigante”, de David Augusto Sobral (SP); e “À Macacadas” e “Derrubada Proibida”, do mato-grossense Nilson Pimenta da Costa, que receberam Menções Especiais.
Sala Especial
Batizada de “Arte Sem Fronteiras”, a Sala Especial tem curadoria da historiadora e crítica de arte Maria Alice Milliet. Reunirá 56 trabalhos de artistas premiados em edições anteriores – como Alex dos Santos, Dalton Oliveira e Loizel Guimarães Silva – e outros com carreiras artísticas consolidadas, como Antonio Henrique Amaral, Alex Ceverny, José Bezerra e Vânia Toledo e, que exploram linguagens capazes de tocar o imaginário do homem contemporâneo, sem recorrer a categorias como “arte popular” ou “arte erudita”.
A proposta é valorizar os artistas que foram revelados pela Bienal ao longo destes 18 anos e mostrar como seus trabalhos dialogam com produções já inseridas no mercado de arte dos grandes centros urbanos.
Para Maria Alice Milliet, a chegada do progresso ao interior do país fez com que a arte naïf passasse a refletir uma outra realidade. “O saudosismo explica a reiteração do rural idílico, entretanto, já despontam manifestações contaminadas pelo urbano, por conflitos sociais, pela percepção da instabilidade do ser num mundo em constante mutação”, afirma.
Arte-Educação
Paralelamente à mostra, será realizada uma iniciativa educacional, voltada para a democratização cultural e formação de público. O módulo Arte-Educação visa expandir o olhar dos interessados para além dos trabalhos expostos durante a Bienal.
O projeto realizará oficinas de capacitação para professores, educadores, artistas e aos demais interessados, entre os dias 12 e 14 de agosto. Para participar destes workshops é necessário se inscrever gratuitamente pelo telefone (19) 3437-9286, pelo e-mail bienalnaifs@piracicaba.sescsp.org.br ou diretamente na unidade do SESC Piracicaba (Rua Ipiranga 155 – Centro – Piracicaba SP).
Cinco coletivos de quatro estados apresentam exposição conjunta no IV BNB Agosto da Arte
Cinco grupos de artistas visuais de quatro estados brasileiros – Alto Constraste e Projeto Chã (ambos de São Paulo), Sinhá (do Rio Grande do Norte), Sola (Alagoas) e Selo Coletivo (Ceará) – se reúnem para realizar a exposição coletiva “TudoaoMesmoTempo...”, dentro da programação gratuita do IV BNB Agosto da Arte, no Centro Cultural Banco do Nordeste-Fortaleza (rua Floriano Peixoto, 941 – Centro – fone: (85) 3464.3108).
A abertura da exposição coletiva acontecerá na próxima terça-feira, 17, às 18 horas, no salão do 3º andar do CCBNB-Fortaleza, prosseguindo até o dia 29 deste mês, nos seguintes horários de visitação: terça-feira a sábado, de 10h às 20h; e aos domingos, de 10h às 18h.
O objetivo da exposição é desenvolver uma produção artística fundamentada nas relações entre o espaço urbano e as artes visuais. É também apresentar trabalhos de cada um dos grupos (e dos cinco grupos juntos), efetivando a vinda a Fortaleza, de artistas de outras localidades e realidades brasileiras (no caso, São Paulo, Rio Grande do Norte e Alagoas) – para uma interação entre produções artísticas bem distintas, mas que partilham de experiências semelhantes no desenvolvimento da linguagem artística no tecido urbanístico.
A meta dos grupos é, ao mesmo tempo, contrapor e dialogar diferentes panoramas e reflexões sobre o que vem sendo produzido por artistas que se utilizam tanto do espaço da rua como dos circuitos institucionais de arte.
Oficina e intervenção urbana
Paralelamente à exposição, integrantes dos cinco grupos ministram, no CCBNB-Fortaleza, uma oficina de produção de lambe-lambe e stickers para aplicações e intervenções nas ruas centrais de Fortaleza.
Realizadas nos dias 13 e 14 (amanhã, sexta-feira, a partir das 10h; e sábado, a partir das 14h), a oficina apresentará aos alunos, no primeiro dia, o contexto técnico e teórico da produção em arte urbana e os principais grupos de artistas que desenvolvem pesquisas nessa linguagem.
Nesse primeiro momento, será iniciada, ainda, a produção de cartazes para serem utilizados na ação urbana a ser realizada no dia seguinte (sábado, 14), quando os alunos, juntamente com os artistas, irão às ruas do centro da cidade para aplicar as técnicas apresentadas durante a oficina.
Essa intervenção nas ruas propõe uma mudança visual no cotidiano das pessoas que interagem no centro da cidade. Os trabalhos serão colados em edificações abandonadas e muros decrépitos, em ruínas, procurando contrastar a arquitetura urbana e a arte contemporânea.
Relações entre artes visuais e espaço urbano
Nos últimos 20 anos, as relações entre artes visuais e sua inserção no espaço urbano se apresentaram com mais ênfase, pelo surgimento de coletivos artísticos, publicações de críticos e historiadores da arte. O mote é a discussão do vínculo da produção de uma linguagem artística que se apropria da cidade – entrecortando o cotidiano com intervenções urbanas.
As ações propostas no projeto – que abrange a exposição, a oficina e a intervenção urbana – têm a intenção de alcançar públicos distintos: o público habitual de um espaço institucional como o CCBNB-Fortaleza terá contato com as linguagens utilizadas no processo de intervenção que ocorre nas ruas; a ação que acontecerá nas ruas da cidade se propõe a “colorir” prédios deteriorados que raramente são percebidos pelos habitantes da cidade.
Para tanto, essa ação será realizada com a utilização de cartazes. Os lambe-lambes são cartazes oriundos da comunicação de massa que divulgam shows, “trazem a pessoa amada”, ocupam os muros das mais populosas cidades e que foram absorvidos por uma geração de artistas urbanos contemporâneos.
Dessa absorção, surgem cartazes, a partir de materiais simples e muitas vezes descartados. Ora feitos em papel jornal, ora impressos em grandes dimensões. A oficina será direcionada para o público que possui algum interesse em ter contato com as técnicas e linguagens utilizadas na arte urbana.
ÚLTIMA SEMANA PARA CONHECER A EXPOSIÇÃO ‘JABULANI’ NO MOANA GASTRONOMIA & ARTE
Até o próximo dia 15 de agosto o Moana Gastronomia & Arte recebe a exposição de fotografias do cearense Gentil Barreira, com curadoria de Cacau Brasil. Intitulada “Jabulani”, que no idioma africano sirizulu quer dizer "celebração", a mostra conta com 22 fotos, mesclando trabalhos já conhecidos e inéditos, com técnicas e abordagens diferenciadas, do clássico ao contemporâneo, seguindo a temática do futebol.
Para homenagear este sentimento brasileiro pelo futebol, Gentil vai levar ao Moana imagens de crianças jogando na praia, obtidas a partir de uma interferência ao fotografar, que se assemelha a imagem de uma pintura a óleo. A regionalidade do sanfoneiro e sua relação de devoção aos antigos craques da bola também aparece em “Jabulani”, bem como o olhar do artista sobre a África do Sul, país sede da Copa do Mundo de 2010.
Pioneiro na fotografia digital profissional publicitária em Fortaleza, Gentil Barreira é conhecido por desenvolver estudos com luz e movimento, que permitem que o público interaja com a fotografia. O artista atua em diversos segmentos fotográficos como moda, arquitetura, portraits, e ainda retrata a patrimônio natural e a cultura brasileira. Suas obras estão registradas em livros, exposições e museus em diversas cidades do Brasil e do mundo.
O Moana Gastronomia & Arte oferece também uma escalação de saborosas opções gastronômicas, além de uma carta de vinhos e espumantes com mais de 97 rótulos, de diversos países. Aberto diariamente das 6 horas até 1 hora da manhã, a casa conta com horários especiais de visitação sem consumo. Além do almoço e jantar (a la carte), o Moana ainda oferece café da manhã, em serviço de bufê.
Serviço
Moana Gastronomia & Arte
Avenida Beira Mar, 4260 – no Golden Flat Fortaleza
Mais informações: (85) 3263.4887
* Restaurante (buffet de café da manhã, além de almoço e jantar a la carte). Funciona das 6h às 1h.
* Galeria (visitação sem consumo). Funciona das 9h às 11h e das 14h às 19h. Entrada grátis.
Mostra internacional “De Picasso a Gary Hill” está aberta no Centro Dragão do Mar
A esperada exposição internacional “De Picasso a Gary Hill” está aberta no Museu de Arte Contemporânea do Centro Dragão do Mar.
A mostra é uma rara oportunidade para o público conhecer trabalhos de artistas referenciais do século XX.
Com curadoria de José Guedes e Roberto Galvão, a mostra reflete sobre o modernismo, retirando do foco as produções de influência Dada e os artistas do movimento Pop.
“Creditamos a eles a posição de precursores das manifestações envoltas na denominação genérica e não definitiva de ‘arte contemporânea’, embora tenhamos consciência que estas manifestações surgem no próprio bojo da modernidade”, explicam.
Segundo os curadores, a exposição abarca desde o marcante movimento que inicia a relativização do olhar e da percepção que foi o cubismo picassiano, surgido no início do século XX, até a absorção pelo mundo das artes das linguagens eletrônicas tão bem representadas pela obra de Gary Hill. “Estabelecidos os pólos, o resto foi determinar os meridianos dessa cartografia imaginária que era construir um “mapa” da arte ocidental moderna”, completam.
A partir daí a curadoria recorreu à formação de grupos de tendências sem, contudo, seguir as categorias tradicionais da história da arte.
Para completar a mostra ainda foram incluídos quatro artistas latino-americanos: o uruguaio Arden Quin, artista criador do movimento MADI: os brasileiros Aldemir Martins, Antonio Bandeira e Letícia Parente, esta última precursora da videoarte no Brasil.
A mostra está dividida em sete grupos sem limites de fronteira e preocupação cronológica, desta forma definidos pela curadoria:
“Pablo Picasso, Henri Matisse, Torres-Garcia, Antonio Saura, Paul Klee, Julio Gonzales, Cristina Iglesias e Aldemir Martins foram reunidos pelo expressivo figurativismo das suas obras; Marc Chagal, Salvador Dali e Joan Miró, embora também figurativos suas obras enveredam pelos universos de influência fantástica; Jean Arp, Antonio Bandeira, Alexander Calder, José Sanleón e Juan Uslé estão reunidos pelo lirismo de certo modo lúdico de suas composições; Arden Quin, Adolph Gottlieb, Alberto Bañuelos e Tony Smith estão num campo de convergência de idéias construtivas; Cristina Iglesias, Miguel Navarro, Richard Serra e Antoni Tápies têm as suas obras marcadas pela matéria com que são realizadas.
Os artistas destes grupos, mesmo situando-se num horizonte que vai da figuração à abstração radical, contêm em suas produções sinais que permitem a compreensão das diversas faces adquiridas pelo modernismo no século XX, em sua plena maturidade. Mas o modernismo do século XX também trás em seu bojo o vírus do seu próprio fim. E isso é possível perceber nas produções de Magdalena Abakanowicz, Christian Boltanski e Allan McCollum, que têm a sua carga poética mais ligada ao conceito que a forma e rompendo a configuração das obras em si, expandem-se e incorporando a plenitude do espaço expositivo; e em Peter Fischli/ David Weiss, Bruce Nauman, Letícia Parente, Antoni Muntadas, Robert Smithson e Garry Hill, pelo uso dos meios tecnológicos em suas linguagens expressivas volatizam e virtualizam as obras”.
Serviço:
De Picasso a Garry Hill
Visitação do público, de 13 de julho a 29 de agosto.
Em julho, das 14h às 21h (acesso até 20h30)
Em agosto, das 9h às 19h (acesso até 18h30)
TV DIVIRTA-CE
Faça uma visita ao Museu de Arte Contemporânea do Centro Dragão do Mar, na exposição "De Picasso a Gary Hill", através da TV DIVIRTA-CE. Clique nos vídeos abaixo:
Fotos de Felipe Muniz Palhano
Arquitetos e designers do Ceará são indicados ao TOP 100 KAZA
Detalhistas, contemporâneos, ecologicamente corretos. Esses perfis são encontrados entre os arquitetos e designers de interiores do Ceará indicados ao Prêmio TOP 100 KAZA pela Associação Cearense das Empresas de Decoração (ACED). A premiação será realizada, entre os dias 26 e 29 de agosto de 2010, em uma cerimônia no Club Med Itaparica, no litoral da Bahia. O evento, que está em sua terceira edição e revela o retrato do segmento no País, contará com a presença de empresários, formadores de opinião e profissionais renomados do setor da alta decoração brasileira.
Para o escritório das profissionais Socorro Lima, Fátima Nogueira e Natasha Nogueira, cada projeto executado por elas é único. “O nosso trabalho procura sempre unir funcionalidade e estética, imprimindo aos ambientes um estilo contemporâneo, adaptado às necessidades e sonhos dos nossos clientes”, revelam. Com uma preocupação voltada ao futuro do planeta, materiais reciclados e ecológicos, laminados certificados de zonas de reflorestamento e lâmpadas de baixo consumo são constantemente utilizados nos projetos do escritório.
Com estilo eclético, a designer Conceição Almeida acompanha cada detalhe, desde o início da construção até a ambientação. “A premiação do TOP 100 KAZA me deixa feliz e faz valer a pena todo o meu trabalho, realizado com dedicação e garra”, diz a profissional, que já teve projetos apresentados na Casa Cor.
O estilo contemporâneo é a marca de Inês Cavalcante e Mônica Albuquerque, que projetam espaços residenciais, comerciais e hoteleiros. “Buscamos sobretudo melhorar a qualidade de vida de nossos clientes, tentando aliar as suas necessidades à estética”, revelam.
Trabalhando também em espaços residenciais e comerciais, o arquiteto Carlos Otávio pauta seus projetos no bom planejamento. “Gosto de espaços que sejam amplos, claros e que a organização dos espaços seja bem definida”, explica. “Fico feliz de ser contemplado pela terceira vez pelo TOP 100 KAZA. Acredito que tempo, amadurecimento,obstinação, dedicação, e principalmente amor ao que se faz são as chaves do sucesso”, finaliza.
A arquiteta Maria José Lopes, indicada pela segunda vez, diz que o TOP 100 consagra o seu trabalho. "Estar entre os cem escolhidos do Brasil me remete a uma reflexão de como vale a pena trabalhar com ética e consciência junto a clientes e parceiros", comemora.
Profissionais indicados pela Associação Cearense das Empresas de Decoração ao Prêmio TOP 100 KAZA 2010:
- Carlos Otávio
- Inês Cavalcante e Mônica Albuquerque
- Conceição Almeida
- Maria José Lopes
- Socorro Lima, Fátima Nogueira e Natasha Nogueira
Sobre o Prêmio TOP 100/KAZA
O Prêmio TOP 100/KAZA apresenta os profissionais mais atuantes no mercado, os mais requisitados pelo consumidor final, por meio de núcleos e associações da alta decoração de todo o Brasil. O TOP 100 mobiliza mais de 40.000 profissionais em todos os estados participantes, premiando o desempenho de arquitetos e designers de interiores. São homenageados profissionais que tiveram trabalhos de maior destaque durante o ano, avaliados pelas associações comerciais do segmento em cada capital. O TOP 100 teve início em 2008, com a participação de 12 estados. Em 2009 passou a abranger 14 e, neste ano, contempla profissionais de 17 estados brasileiros, em todas as regiões do País.
O Centro Cultural Banco do Nordeste-Fortaleza (rua Floriano Peixoto, 941 – Centro – fone: (85) 3464.3108) abrirá na próxima terça-feira, 10, às 19 horas, a exposição individual “O Número”, do artista pernambucano José Patrício, com curadoria de Paulo Herkenhoff. Com entrada franca, a mostra fica em cartaz até 30 de setembro deste ano (horários de visitação: terça-feira a sábado, de 10h às 20h; e aos domingos, de 10h às 18h).
José Patrício, um artista do Número (texto do curador Paulo Herkenhoff)
José Patrício é um artista do Número. Com jogos de dominó e dados, quebra-cabeças ou grandes quantidades de objetos, como botões e contas de colar, ele cria sua linguagem do número. No entanto, é necessário olhar mais adiante. Estamos diante de jogos, de regras, códigos, quantidades, formas, sólidos geométricos, o zero e o ilimitado. A matemática organiza e até dirige a vida contemporânea. Na sociedade moderna, tudo é número: os cálculos de nossa vida, movimentos da sociedade são medidos (como a opinião), na política (o voto), sem falarmos da economia (a produção, o acúmulo etc.) e da ciência.
Esta exposição nos lança algumas questões: em termos da filosofia, qual a relação do número com a verdade? Os números mentem ou são os homens que mentem através da manipulação dos números?
Qual a relação, nos dominós, entre cor e número? Isso é pintura, quando a cor e o número formam um discurso se tornam signo da comunicação? Uma coleção de botões azuis e outra de botões vermelhos se referem ao Pastoril: como a cor pode ser um símbolo? Como percebemos o mundo através de nossos sentidos? Um trabalho com 46.872 pregos nos faz pensar no som ou nos convida ao toque? Como percebemos dominós em algumas obras se ali não existe qualquer pedra de dominó?
O que é o acaso e o controle em nossa experiência cotidiana, o que são jogos com números? O que é o caos dos números? O número nos oferece estabilidade? Quando colecionamos alguma coisa, esse movimento de juntar tem fim? Mesmo que a quantidade de uma coisa tenha fim, o número é infinito? Como experimentamos a ideia de infinitude em nossa existência? Seria isso uma relação com a vida e a morte?
Seria eu o Um, o Outro o Dois e mais um Outro o Três? O que isso significa na vivência do sujeito da linguagem? Onde está o Zero nesses jogos? O que é o Zero? É a ausência? A falta? Vivemos, como seres humanos, sempre uma ideia de falta? Seria a falta o que nos levou a construir a linguagem? É o que nos leva ao Outro? Seria a falta o próprio eu de cada um de nós? Em suma, entregar-se à obra de José Patrício é um convite ao jogo entre o olhar, a sensibilidade e a inteligência.
Breve currículo do artista José Patrício
José Patrício nasceu no Recife, Pernambuco, em 1960. Estudou na Escolinha de Arte do Recife, entre 1976 e 1980, sob a orientação da gravadora Thereza Carmen Diniz. Em 1978 ingressou no curso de Ciências Sociais da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), graduando-se em 1982.
No início da década de 80, orientado pelo gravador José de Barros, freqüentou o ateliê livre de gravura em metal do Centro de Artes da UFPE. Em 1983 realizou, em Olinda, na Oficina Guaianases de Gravura, sua primeira exposição individual. Nesta oficina, foi diretor artístico entre 1986 e 1987.
No 38o Salão de Artes Plásticas de Pernambuco, realizado em 1985, recebeu prêmio aquisitivo e o prêmio de artista mais promissor. Em 1986 expôs no Rio de Janeiro, na Galeria Espaço Alternativo, da Funarte. Recebeu prêmios aquisitivos nos 11o e 12o Salões Nacionais de Artes Plásticas, realizados em 1989 e 1991.
Em 1990, no Recife, realizou exposição individual na galeria Pasárgada Arte Contemporânea. Entre 1994 e 1995 viveu em Paris, onde estagiou no Atelier de Restauration d’Art Graphique do Musée Carnavalet. Participou, em 1994, da 22a Bienal Internacional de São Paulo. Em 1999 recebeu prêmio aquisitivo no VI Salão da Bahia. Participou da III Bienal do Mercosul em 2001 e da 8a Bienal de Havana em 2003. Vive no Recife.
Vik Muniz até 8 de agosto na Unifor
O artista plástico brasileiro, sucesso internacional, revela a sua singularidade em 141 obras que traçam uma retrospectiva do seu trabalho
A Universidade de Fortaleza oferece ao público cearense a Exposição do artista plástico e fotógrafo Vik Muniz, que estará em cartaz no Espaço Cultural Unifor a partir do dia 16 de abril, que contará com 141 obras do artista. Há 25 anos radicado em Nova Iorque, o paulistano ganhou projeção no cenário artístico internacional com fotografias de trabalhos realizados a partir de técnicas variadas e materiais quase sempre inusitados.
Marca Registrada- Vik Muniz imprime sua marca ao lidar com a memória, a ilusão e, sobretudo, o humor, apoiado no uso de materiais pouco convencionais. “Sempre levei o humor muito a sério.” Ele não apenas registra a sua versão do mundo, como o recria. Antes de seu olhar como fotógrafo captar o que se tornará o produto final de sua obra, cria um verdadeiro teatro, com cenas, retratos, objetos e imagens, alguns em escala gigantesca, usando elementos tão diversos como papel picado, sucata, molhos e algodão, em processos de construção que podem levar semanas ou até meses. Dessa forma surgiram algumas das obras como a Mona Lisa de geléia e pasta de amendoim; o soldado composto por inúmeros soldadinhos de brinquedo; a Medusa de macarrão e molho marinara; o Saturno devorando um de seus filhos, de Goya, refeito com sucata; e retratos das atrizes Elizabeth Taylor e Monica Vitti compostos por centenas de pequenos diamantes, todos presentes na mostra.
Vik Muniz- O artista nasceu no centro de São Paulo, em 1961. Filho único de um garçom e uma telefonista, passou parte de sua infância morando na periferia da cidade. Trabalhou em vários empregos, entre eles uma agencia de anúncios que despertou nele o poder de persuasão e a possibilidade de manipulação. Na década de 80 um acidente foi decisivo para a mudança de sua vida. Vik Muniz acabou sendo baleado na perna quando presenciou um briga entre dois homens. Para evitar uma queixa policial o atirador o ofereceu uma razoável quantia em dinheiro, fato que possibilitou sua ida para os Estados Unidos. Vik passou dois anos em Chicago com os familiares e em 1986 mudou-se para Nova York, lugar onde acabou naturalizando-se norte - americano. Em 1989 realizou a sua primeira mostra, onde expôs esculturas denominadas Relíquias – Objets Trouvés fabricados ou falsas descobertas arqueológicas, como a Máquina de Café Pré- colombiana. Os trabalhos do artista já evidenciavam a sua arte bem humorada que marca sua trajetória.
Fotógrafo por acaso - O artista começou a sua carreira como escultor e tornou-se fotógrafo à medida que fotografava suas peças para documentá-las. Através da fotografia, Vik Muniz conseguia encontrar o ângulo perfeito, a iluminação perfeita e a exposição perfeita para capturar o efeito que havia imaginado quando começou a produzir a escultura. A partir desse momento a fotografia se torna mais interessante do que a escultura propriamente dita.
Reconhecimento - Vik Muniz foi descoberto pelo crítico de arte do jornal The New York Times, Charles Haggan, nos anos 90. em 2001, foi escolhido como representante do Brasil na Bienal de Veneza. Já em 2005, escreveu o livro Reflex: A Vik Muniz Primer. Recentemente Vik foi convidado para ser o primeiro brasileiro a participar como curador na nona versão Artist´s Choice (2008- 2009), um projeto criado pelo museu de Arte Moderna de Nova York. Atualmente, a originalidade da sua obra o estabeleceu como um dos criadores mais respeitados da arte contemporânea, presente em acervos dos principais museus do mundo.
Exposição Vik Muniz
Abertura: 15 de abril
Visitação: 16 de abril a 8 de agosto
Local: Espaço Cultural Unifor
A visitação ao Espaço Cultural Unifor é gratuita. De terça a sexta, das 10h às 20h, e aos sábados e domingos, das 10h às 18h.
Bienal Brasileira de Design acontece em Curitiba
O evento é realizado pelo Centro de Design Paraná em parceria com a Fiep
De 14 de setembro a 31 de outubro, a capital paranaense terá a oportunidade de vivenciar diversas manifestações de design. A cidade recebe a Bienal Brasileira de Design 2010, organizada pelo Centro de Design Paraná e pela Federação das Indústrias do Estado (Fiep), por meio do Centro Internacional de Inovação (C2i). “Essa é a primeira edição que conta com a realização de uma instituição que trabalha especialmente pela construção de uma cultura do design no Brasil e que tem foco na indústria”, revela Letícia Castro Gaziri, diretora de Projetos do Centro de Design Paraná. Em 2010, o tema do evento é “Design, Inovação e Sustentabilidade” e a curadoria geral é de Adélia Borges.
Letícia conta que em 11 anos de atuação o Centro de Design Paraná já atendeu mais de cem empresas, aproximadamente 200 eventos de promoção do design e, ainda, 10 projetos de suporte, entre eles o Design Excellence Brazil. “Por meio deste projeto, viabilizamos a inscrição de produtos brasileiros no IF (prêmio de destaque no mercado Europeu), chegando a posicionar o Brasil como 7º país mais premiado em design. A Bienal Brasileira de Design vem coroar esta trajetória marcada por iniciativas voltadas à competitividade e diferenciação da indústria brasileira através do uso do design”, destaca.
O objetivo desta edição do evento é democratizar o design. “Procuramos dar ênfase em produtos que fazem parte do cotidiano, mostrando que o design e a sustentabilidade são para todos. A proposta é desmistificar essa temática levando a Bienal até as pessoas”, garante a diretora. Uma das grandes inovações desse ano é que a Bienal acontecerá em diversos pontos da cidade, tanto em espaços institucionalizados, como museus e universidades, quanto em locais públicos com alta circulação de pessoas, como os parques. Na programação estão mostras, seminários, fóruns, workshops, ações educativas, interativas e culturais.
Para a jornalista e curadora especializada em design, Adélia Borges, o evento é a principal exposição da área, voltada para a excelência, daí a sua importância para o design brasileiro como um todo. “É um sinal inequívoco do amadurecimento do nosso design, ao mesmo tempo, um instrumento vital para o seu reconhecimento nacional e internacional. Um dos propósitos é ajudar a aumentar a percepção consciente da sociedade em geral (cidadãos, empresários, educadores etc.) sobre a importância do design no cotidiano das pessoas e no desenvolvimento do país”, ressalta Adélia.
Na opinião do presidente da Fiep, Rodrigo da Rocha Loures, o design é o grande impulsionador do sucesso no ambiente industrial. “Os diferenciais tecnológicos entre os produtos tendem a ser cada vez menores e mais difíceis de serem percebidos pelo consumidor. E não estamos nos referindo apenas à apresentação final do produto, mas sim em todo processo, desde o desenvolvimento até sua comercialização. É necessário que a indústria, principalmente as micro e pequenas, passem a utilizar o design como ferramenta para a competitividade. A inovação permite que as indústrias possam crescer com competitividade, responsabilidade e sustentabilidade”, comenta.
Com repercussão internacional, a Bienal Brasileira de Design pretende refletir sobre como projetar, produzir e consumir bens, satisfazendo as demandas do mundo atual, sem comprometer o futuro do planeta. Desafio este que, desde os anos 80, se transformou em meta na agenda da Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento da Organização das Nações Unidas (ONU). Parte do montante financeiro arrecadado nesta edição será investido na neutralização das emissões de dióxido de carbono do evento, cuja medição será feita por consultoria especializada. Desse modo, a Bienal cumpre seu papel na sociedade, conforme sua temática determina: “Design, Inovação e Sustentabilidade”.
A expectativa da organização é receber 250 mil visitantes, não apenas profissionais da área, mas também o público em geral. “Durante os meses de setembro e outubro muitos olhares se voltarão para o Paraná. Esperamos atrair a atenção do país e do mundo para este tema tão significativo para o futuro de todos. Ao abrir esta discussão pretendemos trazer à tona o papel de cada um na sustentabilidade e no consumo consciente”, revela a diretora de Projetos do CDPR, Letícia Castro Gaziri. Ao todo, 24 palestrantes de diversos países se reunirão em Curitiba para esse debate. A participação poderá ser ampliada por cerca de 500 mil internautas que navegarão pelas exposições virtuais e poderão eleger o produto-destaque da Bienal 2010.
Para sediar o evento, Curitiba passou pelo Comitê de Orientação Estratégica da Bienal Brasileira de Design (Coeb), que reúne órgãos públicos, entidades privadas e instituições do terceiro setor. Essa é a instância que recebe candidaturas de interessados em realizar o evento e delibera sobre quem será o executor. Em 2010, o Centro de Design Paraná e a Federação das Indústrias do Estado do Paraná foram os vencedores dessa concorrência e viabilizaram a chegada da Bienal para Curitiba, cidade-sede de ambas as instituições. As outras edições da Bienal aconteceram em São Paulo (2006) e em Brasília (2008). O evento é itinerante e deverá ser realizado em cidades diferentes a cada dois anos. Em 2012, a Bienal acontecerá em Belo Horizonte.
Programação
Centro Integrado dos Empresários e Trabalhadores do Estado do Paraná (Cietep)
Av. Comendador Franco 1341, Jardim Botânico
Horário de funcionamento: terça a domingo das 13h às 20h30, exceto às quartas-feiras, que vai das 9h às 20h30
Mostra Principal Design, Inovação e Sustentabilidade
Mostra Internacional It’s a Small World (Dinamarca)
Seminário Internacional Design Innovation Labs
Mostra Primórdios de uma Ideia
Mostra Memória da Indústria – O Caso da Cimo
Mostra Novíssimos
Memorial de Curitiba
Rua Claudino dos Santos s/n, Centro Histórico
Horário de funcionamento: terça à sexta das 9hs às 18hs; sábados e domingos das 9h às 15h
Mostra Design Urbano
Museu Oscar Niemeyer
Rua Marechal Hermes 999, Centro Cívico
Horário de funcionamento: de terça a domingo das 10h às 18h
Mostra A Reinvenção da Matéria
Universidade Positivo
Rua Prof. Pedro Viriato Parigot de Souza 5300, Campo Comprido
Salão de Eventos da Pós-Graduação
Horário de funcionamento: das 9h às 21h diariamente
Mostra Memória do Design no Paraná
Seminário Internacional Design Innovation Labs
Jardim Botânico
Rua Eng°. Ostoja Roguski s/n°, Jardim Botânico
Horário de funcionamento: das 6h às 20h diariamente
Mostra Gráfica Sustentabilidade: E eu com isso?
Parque Barigüi
BR 277 Rodovia do Café Km 0, Santo Inácio
Horário de Funcionamento: 24 horas
Mostra Gráfica Sustentabilidade: E eu com isso?
Sebrae Paraná
Rua Caetê 150, Prado Velho
Horário de funcionamento: de acordo com a programação do evento
Seminário Internacional Design Innovation Labs
Ficha Técnica
Coordenação Geral: Centro de Design Paraná
Curadoria Geral: Adélia Borges
Curadores dos Módulos: André Stolarski, Angélica Santi, Freddy Van Camp, Ivens Fontoura, Jaime Lerner, Renato Bertão, Antonio Razera Neto, Rico Lins, Tina Midtgaard (Danish Design Centre), Karen Kjærgaard (Danish Crafts) e Kjersti Wikstrøm (Danish Architecture Centre)
Produção Executiva: Arte 3 – Ana Helena Curti
Projeto de Arquitetura: Pedro Mendes da Rocha
Design Gráfico: Oswaldo Miranda (Miran) e Oscar Reinstein
Serviço:
O quê: Bienal Brasileira de Design 2010 – Curitiba
Quando: 14 de setembro a 31 de outubro
Locais: Centro Integrado dos Empresários e Trabalhadores do Estado do Paraná (Cietep); Memorial de Curitiba; Museu Oscar Niemeyer; Universidade Positivo; Jardim Botânico; Parque Barigüi; Sebrae Paraná
Patrocínio: FIAT, Santander, Natura e Electrolux
Iniciativa: MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior), MINC (Ministério da Cultura), MBC (Movimento Brasil Competitivo)
Realização: Centro de Design Paraná e Sistema FIEP, por meio do Centro Internacional de Inovação (C2i).
Co-patrocínio: Sebrae, ABDI, BNDES, MCT
Co-realização: Prefeitura Municipal de Curitiba e Universidade Positivo
Mais informações no site www.bienalbrasileiradedesign.com.br
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Realização do SESC São Paulo, mostra terá 111 obras, Sala Especial e programa de arte-educação
Criada em 1992 e consolidada ao longo de sua trajetória como um evento referencial para artistas plásticos, pesquisadores, colecionadores e galeristas vinculados ao gênero, a Bienal Naïfs do Brasil, iniciativa do SESC São Paulo, atinge sua 10ª edição em 2010. A mostra acontece entre 20 de agosto a 12 de dezembro, na unidade SESC Piracicaba, em Piracicaba (SP) e terá sua abertura oficial, no dia 19 de agosto, às 20h, transmitida via internet, pelo site www.sescsp.org.br.
Três artistas plásticos cearenses expõem na mostra, todos de Fortaleza: Antonio Francisco da Costa, com as obras Tatu e Beija-Flor; João Pedro Carvalho Neto, com Lampião e Maria Bonita; e Wilson Pessoa Neto, com Conversa de Compadre e Conversa de Comadre.
Ao todo, 111 obras selecionadas vão proporcionar um recorte abrangente e atual da produção artística caracterizada pela estética naïf ou naïve, a chamada arte ingênua, espontânea ou instintiva. A escolha foi realizada por um júri formado pelos críticos de arte Geraldo Edson de Andrade e Ricardo Amadasi, presidente do Instituto do Imaginário do Povo Brasileiro, Vilma Eid, a partir de quase 800 trabalhos, enviados por 376 artistas de 22 estados brasileiros.
Além disso, a Bienal contará com a Sala Especial Arte Sem Fronteiras, com curadoria da historiadora e crítica de arte Maria Alice Milliet. E uma extensa proposta voltada para arte-educação, que inclui ateliês abertos, oficinas, cursos, palestras, visitas orientadas e apresentações artísticas.
“Passados quase cem anos do início do diálogo entre a arte erudita e popular no Brasil, cabe-nos perguntar quais os possíveis significados que a palavra naïf pode adquirir hoje, em um mundo cada vez mais afeito às novas tecnologias. Com a 10ª edição da Bienal naïfs, o SESC São Paulo promove esta discussão e reafirma seu compromisso com a difusão cultural, voltada para o exercício da fruição estética, do pensamento e da transformação social”, afirma Danilo Santos de Miranda, diretor regional do SESC São Paulo.
Originária de mostras anuais realizadas pelo SESC Piracicaba no período entre 1986 e 1991, a Bienal hoje contribui decisivamente com a construção deste traço tão peculiar na identidade cultural do Brasil.
Obras selecionadas
Nesta edição da Bienal, o público poderá ver obras como “O Engenho” e “Montanhas”, do capixaba Neves Torres; e “O Vendedor de Aipin” e “O Ordenhador de Cabras”, do paulistano João Generoso. Ambas obtiveram o Prêmio Destaque-Aquisição. Para Vilma Eid, a escolha destes artistas reflete uma clara opção pela poesia e pelo lirismo, como temas cada vez mais raros neste início do século XXI.
Também compõem a mostra “Dança do beija flor” e “Cereia”, de Carmézia Emiliano (RR); “Cidade de Interior” e “Lembranças”, de Eliana Silveira de Andrade (MG); “O Galo da Madrugada” e “Vamos Tirar o Brasil da Gaveta”, de Euclides de Almeida Coimbra (SP); “Marconi na Rua Marconi” e “Boi na Mata”, de Marconi Parreiras (MG); e “Lixo Homem”, de Milton Cardoso da Costa (RJ), todas contempladas com o Prêmio Incentivo pela comissão julgadora.
E ainda “O Engolidor de Sapo”, de Alencar Claret Duarte da Silva (SP); “Exposição Comemorativa dos 44 Anos da Pintura Brasileira” e “Fim de Tarde Num Certo Bar com Música Da Lapa no Rio”, de Antonio Fernando Vieira da Silva (RJ), “Tatu” e “Beija-Flor”, de Antonio Francisco da Costa (CE); “Boca Grande” e “Águia Gigante”, de David Augusto Sobral (SP); e “À Macacadas” e “Derrubada Proibida”, do mato-grossense Nilson Pimenta da Costa, que receberam Menções Especiais.
Sala Especial
Batizada de “Arte Sem Fronteiras”, a Sala Especial tem curadoria da historiadora e crítica de arte Maria Alice Milliet. Reunirá 56 trabalhos de artistas premiados em edições anteriores – como Alex dos Santos, Dalton Oliveira e Loizel Guimarães Silva – e outros com carreiras artísticas consolidadas, como Antonio Henrique Amaral, Alex Ceverny, José Bezerra e Vânia Toledo e, que exploram linguagens capazes de tocar o imaginário do homem contemporâneo, sem recorrer a categorias como “arte popular” ou “arte erudita”.
A proposta é valorizar os artistas que foram revelados pela Bienal ao longo destes 18 anos e mostrar como seus trabalhos dialogam com produções já inseridas no mercado de arte dos grandes centros urbanos.
Para Maria Alice Milliet, a chegada do progresso ao interior do país fez com que a arte naïf passasse a refletir uma outra realidade. “O saudosismo explica a reiteração do rural idílico, entretanto, já despontam manifestações contaminadas pelo urbano, por conflitos sociais, pela percepção da instabilidade do ser num mundo em constante mutação”, afirma.
Arte-Educação
Paralelamente à mostra, será realizada uma iniciativa educacional, voltada para a democratização cultural e formação de público. O módulo Arte-Educação visa expandir o olhar dos interessados para além dos trabalhos expostos durante a Bienal.
O projeto realizará oficinas de capacitação para professores, educadores, artistas e aos demais interessados, entre os dias 12 e 14 de agosto. Para participar destes workshops é necessário se inscrever gratuitamente pelo telefone (19) 3437-9286, pelo e-mail bienalnaifs@piracicaba.sescsp.org.br ou diretamente na unidade do SESC Piracicaba (Rua Ipiranga 155 – Centro – Piracicaba SP).
Cinco coletivos de quatro estados apresentam exposição conjunta no IV BNB Agosto da Arte
Cinco grupos de artistas visuais de quatro estados brasileiros – Alto Constraste e Projeto Chã (ambos de São Paulo), Sinhá (do Rio Grande do Norte), Sola (Alagoas) e Selo Coletivo (Ceará) – se reúnem para realizar a exposição coletiva “TudoaoMesmoTempo...”, dentro da programação gratuita do IV BNB Agosto da Arte, no Centro Cultural Banco do Nordeste-Fortaleza (rua Floriano Peixoto, 941 – Centro – fone: (85) 3464.3108).
A abertura da exposição coletiva acontecerá na próxima terça-feira, 17, às 18 horas, no salão do 3º andar do CCBNB-Fortaleza, prosseguindo até o dia 29 deste mês, nos seguintes horários de visitação: terça-feira a sábado, de 10h às 20h; e aos domingos, de 10h às 18h.
O objetivo da exposição é desenvolver uma produção artística fundamentada nas relações entre o espaço urbano e as artes visuais. É também apresentar trabalhos de cada um dos grupos (e dos cinco grupos juntos), efetivando a vinda a Fortaleza, de artistas de outras localidades e realidades brasileiras (no caso, São Paulo, Rio Grande do Norte e Alagoas) – para uma interação entre produções artísticas bem distintas, mas que partilham de experiências semelhantes no desenvolvimento da linguagem artística no tecido urbanístico.
A meta dos grupos é, ao mesmo tempo, contrapor e dialogar diferentes panoramas e reflexões sobre o que vem sendo produzido por artistas que se utilizam tanto do espaço da rua como dos circuitos institucionais de arte.
Oficina e intervenção urbana
Paralelamente à exposição, integrantes dos cinco grupos ministram, no CCBNB-Fortaleza, uma oficina de produção de lambe-lambe e stickers para aplicações e intervenções nas ruas centrais de Fortaleza.
Realizadas nos dias 13 e 14 (amanhã, sexta-feira, a partir das 10h; e sábado, a partir das 14h), a oficina apresentará aos alunos, no primeiro dia, o contexto técnico e teórico da produção em arte urbana e os principais grupos de artistas que desenvolvem pesquisas nessa linguagem.
Nesse primeiro momento, será iniciada, ainda, a produção de cartazes para serem utilizados na ação urbana a ser realizada no dia seguinte (sábado, 14), quando os alunos, juntamente com os artistas, irão às ruas do centro da cidade para aplicar as técnicas apresentadas durante a oficina.
Essa intervenção nas ruas propõe uma mudança visual no cotidiano das pessoas que interagem no centro da cidade. Os trabalhos serão colados em edificações abandonadas e muros decrépitos, em ruínas, procurando contrastar a arquitetura urbana e a arte contemporânea.
Relações entre artes visuais e espaço urbano
Nos últimos 20 anos, as relações entre artes visuais e sua inserção no espaço urbano se apresentaram com mais ênfase, pelo surgimento de coletivos artísticos, publicações de críticos e historiadores da arte. O mote é a discussão do vínculo da produção de uma linguagem artística que se apropria da cidade – entrecortando o cotidiano com intervenções urbanas.
As ações propostas no projeto – que abrange a exposição, a oficina e a intervenção urbana – têm a intenção de alcançar públicos distintos: o público habitual de um espaço institucional como o CCBNB-Fortaleza terá contato com as linguagens utilizadas no processo de intervenção que ocorre nas ruas; a ação que acontecerá nas ruas da cidade se propõe a “colorir” prédios deteriorados que raramente são percebidos pelos habitantes da cidade.
Para tanto, essa ação será realizada com a utilização de cartazes. Os lambe-lambes são cartazes oriundos da comunicação de massa que divulgam shows, “trazem a pessoa amada”, ocupam os muros das mais populosas cidades e que foram absorvidos por uma geração de artistas urbanos contemporâneos.
Dessa absorção, surgem cartazes, a partir de materiais simples e muitas vezes descartados. Ora feitos em papel jornal, ora impressos em grandes dimensões. A oficina será direcionada para o público que possui algum interesse em ter contato com as técnicas e linguagens utilizadas na arte urbana.
ÚLTIMA SEMANA PARA CONHECER A EXPOSIÇÃO ‘JABULANI’ NO MOANA GASTRONOMIA & ARTE
Até o próximo dia 15 de agosto o Moana Gastronomia & Arte recebe a exposição de fotografias do cearense Gentil Barreira, com curadoria de Cacau Brasil. Intitulada “Jabulani”, que no idioma africano sirizulu quer dizer "celebração", a mostra conta com 22 fotos, mesclando trabalhos já conhecidos e inéditos, com técnicas e abordagens diferenciadas, do clássico ao contemporâneo, seguindo a temática do futebol.
Para homenagear este sentimento brasileiro pelo futebol, Gentil vai levar ao Moana imagens de crianças jogando na praia, obtidas a partir de uma interferência ao fotografar, que se assemelha a imagem de uma pintura a óleo. A regionalidade do sanfoneiro e sua relação de devoção aos antigos craques da bola também aparece em “Jabulani”, bem como o olhar do artista sobre a África do Sul, país sede da Copa do Mundo de 2010.
Pioneiro na fotografia digital profissional publicitária em Fortaleza, Gentil Barreira é conhecido por desenvolver estudos com luz e movimento, que permitem que o público interaja com a fotografia. O artista atua em diversos segmentos fotográficos como moda, arquitetura, portraits, e ainda retrata a patrimônio natural e a cultura brasileira. Suas obras estão registradas em livros, exposições e museus em diversas cidades do Brasil e do mundo.
O Moana Gastronomia & Arte oferece também uma escalação de saborosas opções gastronômicas, além de uma carta de vinhos e espumantes com mais de 97 rótulos, de diversos países. Aberto diariamente das 6 horas até 1 hora da manhã, a casa conta com horários especiais de visitação sem consumo. Além do almoço e jantar (a la carte), o Moana ainda oferece café da manhã, em serviço de bufê.
Serviço
Moana Gastronomia & Arte
Avenida Beira Mar, 4260 – no Golden Flat Fortaleza
Mais informações: (85) 3263.4887
* Restaurante (buffet de café da manhã, além de almoço e jantar a la carte). Funciona das 6h às 1h.
* Galeria (visitação sem consumo). Funciona das 9h às 11h e das 14h às 19h. Entrada grátis.
Mostra internacional “De Picasso a Gary Hill” está aberta no Centro Dragão do Mar
A esperada exposição internacional “De Picasso a Gary Hill” está aberta no Museu de Arte Contemporânea do Centro Dragão do Mar.
A mostra é uma rara oportunidade para o público conhecer trabalhos de artistas referenciais do século XX.
Com curadoria de José Guedes e Roberto Galvão, a mostra reflete sobre o modernismo, retirando do foco as produções de influência Dada e os artistas do movimento Pop.
“Creditamos a eles a posição de precursores das manifestações envoltas na denominação genérica e não definitiva de ‘arte contemporânea’, embora tenhamos consciência que estas manifestações surgem no próprio bojo da modernidade”, explicam.
Segundo os curadores, a exposição abarca desde o marcante movimento que inicia a relativização do olhar e da percepção que foi o cubismo picassiano, surgido no início do século XX, até a absorção pelo mundo das artes das linguagens eletrônicas tão bem representadas pela obra de Gary Hill. “Estabelecidos os pólos, o resto foi determinar os meridianos dessa cartografia imaginária que era construir um “mapa” da arte ocidental moderna”, completam.
A partir daí a curadoria recorreu à formação de grupos de tendências sem, contudo, seguir as categorias tradicionais da história da arte.
Para completar a mostra ainda foram incluídos quatro artistas latino-americanos: o uruguaio Arden Quin, artista criador do movimento MADI: os brasileiros Aldemir Martins, Antonio Bandeira e Letícia Parente, esta última precursora da videoarte no Brasil.
A mostra está dividida em sete grupos sem limites de fronteira e preocupação cronológica, desta forma definidos pela curadoria:
“Pablo Picasso, Henri Matisse, Torres-Garcia, Antonio Saura, Paul Klee, Julio Gonzales, Cristina Iglesias e Aldemir Martins foram reunidos pelo expressivo figurativismo das suas obras; Marc Chagal, Salvador Dali e Joan Miró, embora também figurativos suas obras enveredam pelos universos de influência fantástica; Jean Arp, Antonio Bandeira, Alexander Calder, José Sanleón e Juan Uslé estão reunidos pelo lirismo de certo modo lúdico de suas composições; Arden Quin, Adolph Gottlieb, Alberto Bañuelos e Tony Smith estão num campo de convergência de idéias construtivas; Cristina Iglesias, Miguel Navarro, Richard Serra e Antoni Tápies têm as suas obras marcadas pela matéria com que são realizadas.
Os artistas destes grupos, mesmo situando-se num horizonte que vai da figuração à abstração radical, contêm em suas produções sinais que permitem a compreensão das diversas faces adquiridas pelo modernismo no século XX, em sua plena maturidade. Mas o modernismo do século XX também trás em seu bojo o vírus do seu próprio fim. E isso é possível perceber nas produções de Magdalena Abakanowicz, Christian Boltanski e Allan McCollum, que têm a sua carga poética mais ligada ao conceito que a forma e rompendo a configuração das obras em si, expandem-se e incorporando a plenitude do espaço expositivo; e em Peter Fischli/ David Weiss, Bruce Nauman, Letícia Parente, Antoni Muntadas, Robert Smithson e Garry Hill, pelo uso dos meios tecnológicos em suas linguagens expressivas volatizam e virtualizam as obras”.
Serviço:
De Picasso a Garry Hill
Visitação do público, de 13 de julho a 29 de agosto.
Em julho, das 14h às 21h (acesso até 20h30)
Em agosto, das 9h às 19h (acesso até 18h30)
TV DIVIRTA-CE
Faça uma visita ao Museu de Arte Contemporânea do Centro Dragão do Mar, na exposição "De Picasso a Gary Hill", através da TV DIVIRTA-CE. Clique nos vídeos abaixo:
DIVIRTA-CE COBERTURAS
Confira fotos da vernissageFotos de Felipe Muniz Palhano
OUT CE
Arquitetos e designers do Ceará são indicados ao TOP 100 KAZA
Detalhistas, contemporâneos, ecologicamente corretos. Esses perfis são encontrados entre os arquitetos e designers de interiores do Ceará indicados ao Prêmio TOP 100 KAZA pela Associação Cearense das Empresas de Decoração (ACED). A premiação será realizada, entre os dias 26 e 29 de agosto de 2010, em uma cerimônia no Club Med Itaparica, no litoral da Bahia. O evento, que está em sua terceira edição e revela o retrato do segmento no País, contará com a presença de empresários, formadores de opinião e profissionais renomados do setor da alta decoração brasileira.
Para o escritório das profissionais Socorro Lima, Fátima Nogueira e Natasha Nogueira, cada projeto executado por elas é único. “O nosso trabalho procura sempre unir funcionalidade e estética, imprimindo aos ambientes um estilo contemporâneo, adaptado às necessidades e sonhos dos nossos clientes”, revelam. Com uma preocupação voltada ao futuro do planeta, materiais reciclados e ecológicos, laminados certificados de zonas de reflorestamento e lâmpadas de baixo consumo são constantemente utilizados nos projetos do escritório.
Com estilo eclético, a designer Conceição Almeida acompanha cada detalhe, desde o início da construção até a ambientação. “A premiação do TOP 100 KAZA me deixa feliz e faz valer a pena todo o meu trabalho, realizado com dedicação e garra”, diz a profissional, que já teve projetos apresentados na Casa Cor.
O estilo contemporâneo é a marca de Inês Cavalcante e Mônica Albuquerque, que projetam espaços residenciais, comerciais e hoteleiros. “Buscamos sobretudo melhorar a qualidade de vida de nossos clientes, tentando aliar as suas necessidades à estética”, revelam.
Trabalhando também em espaços residenciais e comerciais, o arquiteto Carlos Otávio pauta seus projetos no bom planejamento. “Gosto de espaços que sejam amplos, claros e que a organização dos espaços seja bem definida”, explica. “Fico feliz de ser contemplado pela terceira vez pelo TOP 100 KAZA. Acredito que tempo, amadurecimento,obstinação, dedicação, e principalmente amor ao que se faz são as chaves do sucesso”, finaliza.
A arquiteta Maria José Lopes, indicada pela segunda vez, diz que o TOP 100 consagra o seu trabalho. "Estar entre os cem escolhidos do Brasil me remete a uma reflexão de como vale a pena trabalhar com ética e consciência junto a clientes e parceiros", comemora.
Profissionais indicados pela Associação Cearense das Empresas de Decoração ao Prêmio TOP 100 KAZA 2010:
- Carlos Otávio
- Inês Cavalcante e Mônica Albuquerque
- Conceição Almeida
- Maria José Lopes
- Socorro Lima, Fátima Nogueira e Natasha Nogueira
Sobre o Prêmio TOP 100/KAZA
O Prêmio TOP 100/KAZA apresenta os profissionais mais atuantes no mercado, os mais requisitados pelo consumidor final, por meio de núcleos e associações da alta decoração de todo o Brasil. O TOP 100 mobiliza mais de 40.000 profissionais em todos os estados participantes, premiando o desempenho de arquitetos e designers de interiores. São homenageados profissionais que tiveram trabalhos de maior destaque durante o ano, avaliados pelas associações comerciais do segmento em cada capital. O TOP 100 teve início em 2008, com a participação de 12 estados. Em 2009 passou a abranger 14 e, neste ano, contempla profissionais de 17 estados brasileiros, em todas as regiões do País.
EXPOSIÇÃO
Artista plástico José Patrício mostra como matemática organiza e até dirige a vida contemporâneaO Centro Cultural Banco do Nordeste-Fortaleza (rua Floriano Peixoto, 941 – Centro – fone: (85) 3464.3108) abrirá na próxima terça-feira, 10, às 19 horas, a exposição individual “O Número”, do artista pernambucano José Patrício, com curadoria de Paulo Herkenhoff. Com entrada franca, a mostra fica em cartaz até 30 de setembro deste ano (horários de visitação: terça-feira a sábado, de 10h às 20h; e aos domingos, de 10h às 18h).
José Patrício, um artista do Número (texto do curador Paulo Herkenhoff)
José Patrício é um artista do Número. Com jogos de dominó e dados, quebra-cabeças ou grandes quantidades de objetos, como botões e contas de colar, ele cria sua linguagem do número. No entanto, é necessário olhar mais adiante. Estamos diante de jogos, de regras, códigos, quantidades, formas, sólidos geométricos, o zero e o ilimitado. A matemática organiza e até dirige a vida contemporânea. Na sociedade moderna, tudo é número: os cálculos de nossa vida, movimentos da sociedade são medidos (como a opinião), na política (o voto), sem falarmos da economia (a produção, o acúmulo etc.) e da ciência.
Esta exposição nos lança algumas questões: em termos da filosofia, qual a relação do número com a verdade? Os números mentem ou são os homens que mentem através da manipulação dos números?
Qual a relação, nos dominós, entre cor e número? Isso é pintura, quando a cor e o número formam um discurso se tornam signo da comunicação? Uma coleção de botões azuis e outra de botões vermelhos se referem ao Pastoril: como a cor pode ser um símbolo? Como percebemos o mundo através de nossos sentidos? Um trabalho com 46.872 pregos nos faz pensar no som ou nos convida ao toque? Como percebemos dominós em algumas obras se ali não existe qualquer pedra de dominó?
O que é o acaso e o controle em nossa experiência cotidiana, o que são jogos com números? O que é o caos dos números? O número nos oferece estabilidade? Quando colecionamos alguma coisa, esse movimento de juntar tem fim? Mesmo que a quantidade de uma coisa tenha fim, o número é infinito? Como experimentamos a ideia de infinitude em nossa existência? Seria isso uma relação com a vida e a morte?
Seria eu o Um, o Outro o Dois e mais um Outro o Três? O que isso significa na vivência do sujeito da linguagem? Onde está o Zero nesses jogos? O que é o Zero? É a ausência? A falta? Vivemos, como seres humanos, sempre uma ideia de falta? Seria a falta o que nos levou a construir a linguagem? É o que nos leva ao Outro? Seria a falta o próprio eu de cada um de nós? Em suma, entregar-se à obra de José Patrício é um convite ao jogo entre o olhar, a sensibilidade e a inteligência.
Breve currículo do artista José Patrício
José Patrício nasceu no Recife, Pernambuco, em 1960. Estudou na Escolinha de Arte do Recife, entre 1976 e 1980, sob a orientação da gravadora Thereza Carmen Diniz. Em 1978 ingressou no curso de Ciências Sociais da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), graduando-se em 1982.
No início da década de 80, orientado pelo gravador José de Barros, freqüentou o ateliê livre de gravura em metal do Centro de Artes da UFPE. Em 1983 realizou, em Olinda, na Oficina Guaianases de Gravura, sua primeira exposição individual. Nesta oficina, foi diretor artístico entre 1986 e 1987.
No 38o Salão de Artes Plásticas de Pernambuco, realizado em 1985, recebeu prêmio aquisitivo e o prêmio de artista mais promissor. Em 1986 expôs no Rio de Janeiro, na Galeria Espaço Alternativo, da Funarte. Recebeu prêmios aquisitivos nos 11o e 12o Salões Nacionais de Artes Plásticas, realizados em 1989 e 1991.
Em 1990, no Recife, realizou exposição individual na galeria Pasárgada Arte Contemporânea. Entre 1994 e 1995 viveu em Paris, onde estagiou no Atelier de Restauration d’Art Graphique do Musée Carnavalet. Participou, em 1994, da 22a Bienal Internacional de São Paulo. Em 1999 recebeu prêmio aquisitivo no VI Salão da Bahia. Participou da III Bienal do Mercosul em 2001 e da 8a Bienal de Havana em 2003. Vive no Recife.
Vik Muniz até 8 de agosto na Unifor
O artista plástico brasileiro, sucesso internacional, revela a sua singularidade em 141 obras que traçam uma retrospectiva do seu trabalho
A Universidade de Fortaleza oferece ao público cearense a Exposição do artista plástico e fotógrafo Vik Muniz, que estará em cartaz no Espaço Cultural Unifor a partir do dia 16 de abril, que contará com 141 obras do artista. Há 25 anos radicado em Nova Iorque, o paulistano ganhou projeção no cenário artístico internacional com fotografias de trabalhos realizados a partir de técnicas variadas e materiais quase sempre inusitados.
Marca Registrada- Vik Muniz imprime sua marca ao lidar com a memória, a ilusão e, sobretudo, o humor, apoiado no uso de materiais pouco convencionais. “Sempre levei o humor muito a sério.” Ele não apenas registra a sua versão do mundo, como o recria. Antes de seu olhar como fotógrafo captar o que se tornará o produto final de sua obra, cria um verdadeiro teatro, com cenas, retratos, objetos e imagens, alguns em escala gigantesca, usando elementos tão diversos como papel picado, sucata, molhos e algodão, em processos de construção que podem levar semanas ou até meses. Dessa forma surgiram algumas das obras como a Mona Lisa de geléia e pasta de amendoim; o soldado composto por inúmeros soldadinhos de brinquedo; a Medusa de macarrão e molho marinara; o Saturno devorando um de seus filhos, de Goya, refeito com sucata; e retratos das atrizes Elizabeth Taylor e Monica Vitti compostos por centenas de pequenos diamantes, todos presentes na mostra.
Vik Muniz- O artista nasceu no centro de São Paulo, em 1961. Filho único de um garçom e uma telefonista, passou parte de sua infância morando na periferia da cidade. Trabalhou em vários empregos, entre eles uma agencia de anúncios que despertou nele o poder de persuasão e a possibilidade de manipulação. Na década de 80 um acidente foi decisivo para a mudança de sua vida. Vik Muniz acabou sendo baleado na perna quando presenciou um briga entre dois homens. Para evitar uma queixa policial o atirador o ofereceu uma razoável quantia em dinheiro, fato que possibilitou sua ida para os Estados Unidos. Vik passou dois anos em Chicago com os familiares e em 1986 mudou-se para Nova York, lugar onde acabou naturalizando-se norte - americano. Em 1989 realizou a sua primeira mostra, onde expôs esculturas denominadas Relíquias – Objets Trouvés fabricados ou falsas descobertas arqueológicas, como a Máquina de Café Pré- colombiana. Os trabalhos do artista já evidenciavam a sua arte bem humorada que marca sua trajetória.
Fotógrafo por acaso - O artista começou a sua carreira como escultor e tornou-se fotógrafo à medida que fotografava suas peças para documentá-las. Através da fotografia, Vik Muniz conseguia encontrar o ângulo perfeito, a iluminação perfeita e a exposição perfeita para capturar o efeito que havia imaginado quando começou a produzir a escultura. A partir desse momento a fotografia se torna mais interessante do que a escultura propriamente dita.
Reconhecimento - Vik Muniz foi descoberto pelo crítico de arte do jornal The New York Times, Charles Haggan, nos anos 90. em 2001, foi escolhido como representante do Brasil na Bienal de Veneza. Já em 2005, escreveu o livro Reflex: A Vik Muniz Primer. Recentemente Vik foi convidado para ser o primeiro brasileiro a participar como curador na nona versão Artist´s Choice (2008- 2009), um projeto criado pelo museu de Arte Moderna de Nova York. Atualmente, a originalidade da sua obra o estabeleceu como um dos criadores mais respeitados da arte contemporânea, presente em acervos dos principais museus do mundo.
Exposição Vik Muniz
Abertura: 15 de abril
Visitação: 16 de abril a 8 de agosto
Local: Espaço Cultural Unifor
A visitação ao Espaço Cultural Unifor é gratuita. De terça a sexta, das 10h às 20h, e aos sábados e domingos, das 10h às 18h.
Bienal Brasileira de Design acontece em Curitiba
O evento é realizado pelo Centro de Design Paraná em parceria com a Fiep
De 14 de setembro a 31 de outubro, a capital paranaense terá a oportunidade de vivenciar diversas manifestações de design. A cidade recebe a Bienal Brasileira de Design 2010, organizada pelo Centro de Design Paraná e pela Federação das Indústrias do Estado (Fiep), por meio do Centro Internacional de Inovação (C2i). “Essa é a primeira edição que conta com a realização de uma instituição que trabalha especialmente pela construção de uma cultura do design no Brasil e que tem foco na indústria”, revela Letícia Castro Gaziri, diretora de Projetos do Centro de Design Paraná. Em 2010, o tema do evento é “Design, Inovação e Sustentabilidade” e a curadoria geral é de Adélia Borges.
Letícia conta que em 11 anos de atuação o Centro de Design Paraná já atendeu mais de cem empresas, aproximadamente 200 eventos de promoção do design e, ainda, 10 projetos de suporte, entre eles o Design Excellence Brazil. “Por meio deste projeto, viabilizamos a inscrição de produtos brasileiros no IF (prêmio de destaque no mercado Europeu), chegando a posicionar o Brasil como 7º país mais premiado em design. A Bienal Brasileira de Design vem coroar esta trajetória marcada por iniciativas voltadas à competitividade e diferenciação da indústria brasileira através do uso do design”, destaca.
O objetivo desta edição do evento é democratizar o design. “Procuramos dar ênfase em produtos que fazem parte do cotidiano, mostrando que o design e a sustentabilidade são para todos. A proposta é desmistificar essa temática levando a Bienal até as pessoas”, garante a diretora. Uma das grandes inovações desse ano é que a Bienal acontecerá em diversos pontos da cidade, tanto em espaços institucionalizados, como museus e universidades, quanto em locais públicos com alta circulação de pessoas, como os parques. Na programação estão mostras, seminários, fóruns, workshops, ações educativas, interativas e culturais.
Para a jornalista e curadora especializada em design, Adélia Borges, o evento é a principal exposição da área, voltada para a excelência, daí a sua importância para o design brasileiro como um todo. “É um sinal inequívoco do amadurecimento do nosso design, ao mesmo tempo, um instrumento vital para o seu reconhecimento nacional e internacional. Um dos propósitos é ajudar a aumentar a percepção consciente da sociedade em geral (cidadãos, empresários, educadores etc.) sobre a importância do design no cotidiano das pessoas e no desenvolvimento do país”, ressalta Adélia.
Na opinião do presidente da Fiep, Rodrigo da Rocha Loures, o design é o grande impulsionador do sucesso no ambiente industrial. “Os diferenciais tecnológicos entre os produtos tendem a ser cada vez menores e mais difíceis de serem percebidos pelo consumidor. E não estamos nos referindo apenas à apresentação final do produto, mas sim em todo processo, desde o desenvolvimento até sua comercialização. É necessário que a indústria, principalmente as micro e pequenas, passem a utilizar o design como ferramenta para a competitividade. A inovação permite que as indústrias possam crescer com competitividade, responsabilidade e sustentabilidade”, comenta.
Com repercussão internacional, a Bienal Brasileira de Design pretende refletir sobre como projetar, produzir e consumir bens, satisfazendo as demandas do mundo atual, sem comprometer o futuro do planeta. Desafio este que, desde os anos 80, se transformou em meta na agenda da Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento da Organização das Nações Unidas (ONU). Parte do montante financeiro arrecadado nesta edição será investido na neutralização das emissões de dióxido de carbono do evento, cuja medição será feita por consultoria especializada. Desse modo, a Bienal cumpre seu papel na sociedade, conforme sua temática determina: “Design, Inovação e Sustentabilidade”.
A expectativa da organização é receber 250 mil visitantes, não apenas profissionais da área, mas também o público em geral. “Durante os meses de setembro e outubro muitos olhares se voltarão para o Paraná. Esperamos atrair a atenção do país e do mundo para este tema tão significativo para o futuro de todos. Ao abrir esta discussão pretendemos trazer à tona o papel de cada um na sustentabilidade e no consumo consciente”, revela a diretora de Projetos do CDPR, Letícia Castro Gaziri. Ao todo, 24 palestrantes de diversos países se reunirão em Curitiba para esse debate. A participação poderá ser ampliada por cerca de 500 mil internautas que navegarão pelas exposições virtuais e poderão eleger o produto-destaque da Bienal 2010.
Para sediar o evento, Curitiba passou pelo Comitê de Orientação Estratégica da Bienal Brasileira de Design (Coeb), que reúne órgãos públicos, entidades privadas e instituições do terceiro setor. Essa é a instância que recebe candidaturas de interessados em realizar o evento e delibera sobre quem será o executor. Em 2010, o Centro de Design Paraná e a Federação das Indústrias do Estado do Paraná foram os vencedores dessa concorrência e viabilizaram a chegada da Bienal para Curitiba, cidade-sede de ambas as instituições. As outras edições da Bienal aconteceram em São Paulo (2006) e em Brasília (2008). O evento é itinerante e deverá ser realizado em cidades diferentes a cada dois anos. Em 2012, a Bienal acontecerá em Belo Horizonte.
Programação
Centro Integrado dos Empresários e Trabalhadores do Estado do Paraná (Cietep)
Av. Comendador Franco 1341, Jardim Botânico
Horário de funcionamento: terça a domingo das 13h às 20h30, exceto às quartas-feiras, que vai das 9h às 20h30
Mostra Principal Design, Inovação e Sustentabilidade
Mostra Internacional It’s a Small World (Dinamarca)
Seminário Internacional Design Innovation Labs
Mostra Primórdios de uma Ideia
Mostra Memória da Indústria – O Caso da Cimo
Mostra Novíssimos
Memorial de Curitiba
Rua Claudino dos Santos s/n, Centro Histórico
Horário de funcionamento: terça à sexta das 9hs às 18hs; sábados e domingos das 9h às 15h
Mostra Design Urbano
Museu Oscar Niemeyer
Rua Marechal Hermes 999, Centro Cívico
Horário de funcionamento: de terça a domingo das 10h às 18h
Mostra A Reinvenção da Matéria
Universidade Positivo
Rua Prof. Pedro Viriato Parigot de Souza 5300, Campo Comprido
Salão de Eventos da Pós-Graduação
Horário de funcionamento: das 9h às 21h diariamente
Mostra Memória do Design no Paraná
Seminário Internacional Design Innovation Labs
Jardim Botânico
Rua Eng°. Ostoja Roguski s/n°, Jardim Botânico
Horário de funcionamento: das 6h às 20h diariamente
Mostra Gráfica Sustentabilidade: E eu com isso?
Parque Barigüi
BR 277 Rodovia do Café Km 0, Santo Inácio
Horário de Funcionamento: 24 horas
Mostra Gráfica Sustentabilidade: E eu com isso?
Sebrae Paraná
Rua Caetê 150, Prado Velho
Horário de funcionamento: de acordo com a programação do evento
Seminário Internacional Design Innovation Labs
Ficha Técnica
Coordenação Geral: Centro de Design Paraná
Curadoria Geral: Adélia Borges
Curadores dos Módulos: André Stolarski, Angélica Santi, Freddy Van Camp, Ivens Fontoura, Jaime Lerner, Renato Bertão, Antonio Razera Neto, Rico Lins, Tina Midtgaard (Danish Design Centre), Karen Kjærgaard (Danish Crafts) e Kjersti Wikstrøm (Danish Architecture Centre)
Produção Executiva: Arte 3 – Ana Helena Curti
Projeto de Arquitetura: Pedro Mendes da Rocha
Design Gráfico: Oswaldo Miranda (Miran) e Oscar Reinstein
Serviço:
O quê: Bienal Brasileira de Design 2010 – Curitiba
Quando: 14 de setembro a 31 de outubro
Locais: Centro Integrado dos Empresários e Trabalhadores do Estado do Paraná (Cietep); Memorial de Curitiba; Museu Oscar Niemeyer; Universidade Positivo; Jardim Botânico; Parque Barigüi; Sebrae Paraná
Patrocínio: FIAT, Santander, Natura e Electrolux
Iniciativa: MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior), MINC (Ministério da Cultura), MBC (Movimento Brasil Competitivo)
Realização: Centro de Design Paraná e Sistema FIEP, por meio do Centro Internacional de Inovação (C2i).
Co-patrocínio: Sebrae, ABDI, BNDES, MCT
Co-realização: Prefeitura Municipal de Curitiba e Universidade Positivo
Mais informações no site www.bienalbrasileiradedesign.com.br
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