HQ finlandesa "Mumin" retrata raça mitológica
Personagens também viraram filme com trilha sonora de Björk
Alguns países são famosos por um estilo específico de HQs -como o Japão, associado aos mangás. Outros ficam marcados por um gibi -como o Irã, com "Persépolis", de Marjane Satrapi. A Finlândia está no segundo grupo com "Mumin". Os personagens criados por Tove Jansson (1914-2001) são criaturas arredondadas e de olhos piedosos que vivem no idílico vale dos Mumin.
Eles são da raça dos trolls, seres mitológicos escandinavos retratados também em "O Senhor dos Anéis" (mas, naquele caso, como monstros malignos, e não fofos). O protagonista recolhe conchinhas na praia e sonha em poder "viver em paz, plantar batatas e sonhar".
A editora Conrad lança no Brasil o primeiro volume da coletânea de tiras "Mumin", mas esse universo inclui livros, séries de TV e filmes. O longa mais recente, "Moomins and the Comet Chase" (Mumins e a perseguição do cometa, em tradução livre), estreou na Finlândia, com Björk na trilha sonora, e ainda não tem data para chegar aqui.
A edição brasileira de "Mumin" traz um epílogo sucinto, mas esclarecedor, a respeito das condições de produção das tirinhas. Os elogios à natureza são consequência das férias que Jansson passou nas ilhas finlandesas quando jovem. Já o ambiente familiar esdrúxulo sofre influência da criação dela, cercada por um macaco de estimação fissurado em malhas xadrez de lã e por uma babá que lia Platão. Jansson escreveu também romances para adultos e pintou murais. Em 1966, recebeu a medalha Hans Christian Andersen, entregue a renomados ilustradores
Clássicos da literatura mundial ganham versões em quadrinhos
Farol HQ estreia no mercado editorial lançando quatro títulos em formato dinâmico e com qualidade: Viagem ao centro da Terra, Vinte mil léguas submarinas, Moby Dick e Alice no País das Maravilhas
As sagas fantásticas Viagem ao centro da Terra, Vinte mil léguas submarinas – ambas escritas por Júlio Verne –, Moby Dick, do autor americano Herman Melville, e Alice no País das Maravilhas, de Lewis Carroll, ganham versão em quadrinhos pelo selo Farol HQ da editora DCL (Difusão Cultural do Livro). O selo que está sendo lançado este mês conta com grandes clássicos da literatura mundial em formato mais atual e emocionante. Ao todo serão 10 títulos lançados ao longo do ano, entre eles, obras de Daniel Defoe, Shakespeare e Mark Twain.
A proposta do Farol HQ é lançar clássicos da literatura numa linguagem atual, atraente e que prenda a atenção do leitor. “Nossa intenção é ser um selo de quadrinhos nacionais e importados. Nosso principal direcionamento será de adaptações de clássicos, para serem usados em sala de aula como mais um gênero de trabalho. Queremos aproximar os jovens da literatura clássica, por meio de uma linguagem dinâmica, mas não menos rica e trabalhada”, diz Daniela Padilha, editora de Literatura da DCL.
Voltado para o público de todas as idades, os clássicos do selo Farol HQ conseguem atrair a atenção do pequeno leitor que ainda não conhece a história e do adulto que, mesmo conhecendo, vai se sentir atraído pela linguagem que encanta gerações. “Os títulos contemplam todos os públicos interessados em literatura e nessa linguagem”, resume Daniela Padilha. Viagem ao Centro da Terra, Vinte mil léguas submarinas e Moby Dick são histórias recheadas de aventura e suspense. Esses elementos foram fundamentais para construí-las em formato de quadrinhos que agora chega às mãos do leitor. Contando com adaptações de qualidade e com traços bastante atuais e dinâmicos, os clássicos ganham versões que prometem deixar os leitores presos à história até o final.
Os títulos
A história de Moby Dick gira em torno do marinheiro Ismael que embarca numa aventura a bordo do navio baleeiro Pequot. Inquieto em terra firme, o personagem resolve aventurar-se em alto-mar em uma atividade marítima bastante comum na época: pesca de baleias. Para isso, vai para uma região americana especializada na caça deste animal. É lá que conhece Queequeg, um selvagem que aprendeu a ser baleeiro. Os dois tornam-se grandes amigos e embarcam juntos na aventura. No navio conhecem o capitão Acab que tem uma grande obsessão: matar a baleia Moby Dick que arrancou a sua perna. A adaptação é assinada por Lance Stahberg, com desenhos de Lalit Kumar Singh. A tradução ficou a cargo de Érico Assis e Marcelo Andreani de Almeida.
Júlio Verne, considerado o pai da ficção científica, escreveu dois clássicos que prendem a atenção do leitor por suas histórias contagiantes: Viagem ao centro da Terra e Vinte mil léguas submarinas que ganharam formato HQ. Em Viagem ao centro da Terra, quando o professor Lidenbrock, geólogo renomado, e seu sobrinho Axel resolvem decifrar um misterioso pergaminho, nem imaginam que suas vidas estão prestes a mudar para sempre. Após várias horas de estudo e pesquisa, eles conseguem desvendar o código secreto: escrito por um sábio Islandês em meados do século XVI, o documento revela uma passagem para centro da Terra. Seria uma fraude? Ou seria a maior descoberta científica da história? Havia apenas uma maneira de descobrir. Assim começa a aventura em que dois homens, acompanhados do leal guia Hans Bjelke, partem para os confins da Islândia, em busca da cratera que supostamente os levará ao centro da Terra. A promessa de descobrir um mundo subterrâneo, completamente desconhecido e até mesmo inimaginável, é o que os impele. A adaptação é assinada por Lewis Helfond e desenhos de Vinod Kumar. A tradução é de Érico Assis e Marcelo de Almeida.
Em Vinte mil léguas submarinas um misterioso monstro vem assombrando os oceanos, destruindo navios e matando seus tripulantes. Tentando deter a terrível ameaça, o governo dos Estados Unidos reúne uma equipe de profissionais experientes para rastrear e aniquilar a coisa. Dentre eles estão o professor e biólogo marinho francês Pierre Aronnax, seu criado particular – o fiel conselheiro – e o canadense Ned Land, considerado o melhor arpoador do mundo. Partindo em um navio de guerra norte-americano, o Abraham Lincoln, sua missão é descobrir onde a besta dos mares se esconde. Publicado originalmente em 1870, Vinte mil léguas submarinas ganha adaptação de Dan Rafter e ilustração de Bhupendra Ahluwalia. A tradução é de Cassius Medauar.
Alice é uma garota curiosa e imaginativa, comum como qualquer outra, até ser subitamente transportada para um lugar que era tudo menos comum. Após entrar na toca de um coelho, a pequena Alice se vê em um mundo mágico, comandado por uma rainha neurótica e habitado por seres fantásticos, como uma lagarta falante, um filhote de cachorro do tamanho de uma casa e um gato que aparece e desaparece em um piscar de olhos. Será que esse mundo é mesmo real? E se for, como Alice fará para voltar para casa? Escrita em 1864, Alice no País das Maravilhas ganha adaptação pelo Farol HQ de Lewis Helfand e desenhos de Rajesh Nagulakonda.
Entendendo a história
Nas adaptações do Selo Farol HQ, o leitor se informa ainda sobre os temas principais de cada história e sobre a vida do autor. No final, há curiosidades sobre o assunto tratado durante a aventura. No caso de Moby Dick há comentários sobre a caça de baleias, para que servia e como era vista pela sociedade da época – hoje está proibida por conta dos prejuízos ecológicos. Há também uma breve explicação sobre a estrutura dos baleeiros, onde ficavam as cabines e o alojamento da tripulação; para que serviam os botes; o que era feito com as partes das baleias e muito mais. Em Viagem ao centro da Terra há vários quadros falando sobre os vulcões. Já em Vinte mil léguas submarinas o leitor conhece a história de alguns aventureiros ilustres, como Amyr Klink, a família Schürmann e Jacques Costeau. No final da obra há ainda dicas de onde encontrar o livro completo; dicas de sites; os filmes que foram feitos em várias décadas diferentes; e sites sobre HQ. Em Alice no País das Maravilhas, o leitor poderá conhecer o país visitado pela personagem e um mais sobre a vida de Lewis Carroll. Obras imperdíveis e repletas de emoção e aventura.
Livros clássicos para "ansiosos"
Você bem que tenta, mas não consegue terminar Ulisses? Acha Proust meio lento? Esconde dos amigos que jamais leu O apanhador no campo de centeio? Não está nem aí para o destino da baleia Moby Dick? Seus problemas acabaram! Assim como os silêncios constrangedores nas rodas intelectuais.
Agora você poderá impressionar a todos com seu vasto — mesmo que superficial — conhecimento literário. Nada substitui o texto original, mas 90 LIVROS CLÁSSICOS PARA APRESSADINHOS ajuda (e muito!) a colocar a leitura em dia.
Em tempos de Twitter, quando o poder de síntese virou febre, 90 LIVROS CLÁSSICOS PARA APRESSADINHOS segue a linha de “menos é mais” e condensa, em poucas horas de divertida leitura, algumas das mais importantes obras já publicadas.
Sob o traço de Henrik Lange e o texto cáustico de Thomas Wengelewski, páginas e mais páginas de texto corrido se transformam em três quadrinhos, sem perder a essência e de quebra, em alguns casos, com uma visão crítica que nos faz refletir.
O retrato de Dorian Gray, Em busca do tempo perdido, A morte do caixeiro-viajante, O senhor dos anéis, O processo, A Bíblia e até o brasileiro O alquimista são apenas alguns dos clássicos da literatura universal que Henrik Lange disseca com seu estilo curto e grosso — e muito bem-humorado.
Quem já leu os livros vai adorar. Quem não leu vai ter um aperitivo. Quem tem pressa pode ler uma biblioteca inteira em poucas horas. Estudantes de literatura podem pegar uma cola.
90 LIVROS CLÁSSICOS PARA APRESSADINHOS tem todas essas e muitas outras utilidades, mas a sua maior função é fazer rir. Ótimo para apressadinhos ou para qualquer um que goste de livros e quadrinhos.
O sueco Henrik Lange nasceu em 1972 e começou a publicar seus quadrinhos na década de 1990, principalmente com relatos semiautobiográficos, destacando-se a graphic-novel Em Nat Helt i Rosa (Uma noite totalmente pink), lançada em 2000.
Mas ele se tornou mundialmente conhecido quando começou a série “90 clássicos”, dissecando as principais obras-primas da literatura em apenas quatro quadrinhos sintéticos, com textos em parceria com Thomas Wengelewski.
Esta é a sua primeira obra traduzida no Brasil. Além de 90 livros clássicos para apressadinhos, Lange também produziu, no mesmo estilo, 90 filmes clássicos para apressadinhos — que também sairá pela Galera Record.
Os pecados da igreja
Com ilustrações de Milo Manara, volume inédito de “Borgia” expõe a decadência da igreja católica
Borgia 3, as chamas da fogueira (Conrad Editora) - Violência, luxúria, manipulação e conspiração no Vaticano compõem a trama deste terceiro volume da série que narra a saga dos Bórgia, família que ficou famosa no século XV por dar ao mundo dois papas de reputação duvidosa. Rodrigo Bórgia, que viria se tornar o papa Alexandre VI foi acusado de envenenamento, fratricídio e incesto se tornaria símbolo da decadência da Igreja no fim da Idade Média.
A série, escrita pelo espanhol Alejandro Jodorowsky com ilustrações do italiano Milo Manara, mestre dos quadrinhos eróticos, é uma espécie de biografia não autorizada da família que é tida como precursora dos Corleone e que expôs os "pecados" da igreja católica do final século XV. Uma época que o Vaticano certamente gostaria de apagar dos livros de história.
Lucrécia e César Bórgia (filhos de Rodrigo) também deixam suas marcas na história, sempre em meio a escândalos, orgias e negócios escusos. Cesar foi imortalizado por Maquiavel em sua obra prima O Príncipe. Lucrécia Bórgia foi exaustivamente utilizada como moeda de troca na política da família. Ficou conhecida como "o veneno dos Bórgia". A santíssima trindade de Lucrécia e de sua família tinha outros elementos: o ouro, o poder e a luxúria.
Nascido em Luson, Itália, em 12 de setembro de 1945, Milo Manara, estreou nos quadrinhos em 1969 com Genius, uma HQ erótico-policial, e publicou sua primeira história como escritor em 1983, com HP e Giuseppe Bergman. Seus trabalhos mais famosos são Clic (1983), sobre um aparelho que deixa a mulher incontrolavelmente excitada, e O Perfume Invisível (1986), sobre uma tinta capaz de deixar o corpo humano invisível.
Lady marcante da boêmia francesa
Graphic novel com biografia de Kiki de Montparnasse sai pela Editora Record
Da infância pobre no interior à agitada rotina entre a nata da classe artística parisiense da época, a tumultuada e marcante vida deste ícone cultural e sexual dos chamados Anos Loucos é retratada com paixão nesta graphic novel biográfica da dupla Catel & Bocquet. Vencedora de diversos prêmios na França e apontada como um dos títulos essenciais no Festival Internacional de Quadrinhos de Angoulême — um dos mais importantes do gênero — em 2008, “Kiki de Montparnasse” é resultado de uma extensa pesquisa por parte dos autores, que aparece na bela construção dos cenários e figurinos ilustrados por Catel Muller e no texto de José Luis Boucquet.
Alice Prin nasceu na vila francesa de Châtillon-sur-Seine, no despertar do século XX. Na Paris boêmia e genial dos anos 1920, tornou-se Kiki de Montparnasse, uma das figuras mais carismáticas e adoradas do período entre guerras. Companheira de Man Ray e musa de outros tantos como Kisling, Fujita, Per Krog, Calder, Léger, Utrillo, Picasso, Cocteau, Modigliani, ela foi eternizada em quadros, fotos e manifestos.
Filha ilegítima de uma tipógrafa, criada na pobreza por sua avó materna na pequena vila onde nasceu até os 12 anos, quando foi para Paris encontrar sua mãe, a Rainha de Montaparnasse não foi apenas musa de uma geração que procurava eliminar a ressaca da Grande Guerra. Kiki foi, sobretudo, uma das primeiras mulheres emancipadas daquele século.
Começou a posar nua aos 14 anos, transformando-se depressa em modelo preferida — e amiga — dos artistas do bairro. Especialmente de Man Ray, seu companheiro por muitos anos, que a retratou em muitas de suas obras, como na célebre fotografia “Le Violon d’Ingres” (1924), em que aparece de costas, com o corpo semelhante a um violino — reproduzida na capa do livro no traço da ilustradora Catel. Mas muito além da liberdade emocional e sexual, Kiki ansiava por outra liberdade — de expressão, de pensamento. Seus dias de pobreza — alimentando-se com pão e vinho, algo que ninguém iria negar-lhe, segundo ela —, o envolvimento com drogas, além de outros escândalos, nunca ofuscaram sua paixão e bom humor. A vida como modelo e cantora, as noites nos cabarés, o longo relacionamento com Man Ray, a amizade com Fujita, sua biografia censurada (com prefácio de Ernest Hemingway, um dos dois únicos que ele escreveu em toda sua vida), tudo ganha vida nas páginas desta graphic novel. “Kiki de Montparnasse” leva o leitor ao coração de uma Paris libertina, relatando a ascensão e queda de uma estrela de verdade, que chocou e conquistou uma geração de artistas excepcionais.
Graphic novel com biografia de Kiki de Montparnasse sai pela Editora Record
Da infância pobre no interior à agitada rotina entre a nata da classe artística parisiense da época, a tumultuada e marcante vida deste ícone cultural e sexual dos chamados Anos Loucos é retratada com paixão nesta graphic novel biográfica da dupla Catel & Bocquet. Vencedora de diversos prêmios na França e apontada como um dos títulos essenciais no Festival Internacional de Quadrinhos de Angoulême — um dos mais importantes do gênero — em 2008, “Kiki de Montparnasse” é resultado de uma extensa pesquisa por parte dos autores, que aparece na bela construção dos cenários e figurinos ilustrados por Catel Muller e no texto de José Luis Boucquet.
Alice Prin nasceu na vila francesa de Châtillon-sur-Seine, no despertar do século XX. Na Paris boêmia e genial dos anos 1920, tornou-se Kiki de Montparnasse, uma das figuras mais carismáticas e adoradas do período entre guerras. Companheira de Man Ray e musa de outros tantos como Kisling, Fujita, Per Krog, Calder, Léger, Utrillo, Picasso, Cocteau, Modigliani, ela foi eternizada em quadros, fotos e manifestos.
Filha ilegítima de uma tipógrafa, criada na pobreza por sua avó materna na pequena vila onde nasceu até os 12 anos, quando foi para Paris encontrar sua mãe, a Rainha de Montaparnasse não foi apenas musa de uma geração que procurava eliminar a ressaca da Grande Guerra. Kiki foi, sobretudo, uma das primeiras mulheres emancipadas daquele século.
Começou a posar nua aos 14 anos, transformando-se depressa em modelo preferida — e amiga — dos artistas do bairro. Especialmente de Man Ray, seu companheiro por muitos anos, que a retratou em muitas de suas obras, como na célebre fotografia “Le Violon d’Ingres” (1924), em que aparece de costas, com o corpo semelhante a um violino — reproduzida na capa do livro no traço da ilustradora Catel. Mas muito além da liberdade emocional e sexual, Kiki ansiava por outra liberdade — de expressão, de pensamento. Seus dias de pobreza — alimentando-se com pão e vinho, algo que ninguém iria negar-lhe, segundo ela —, o envolvimento com drogas, além de outros escândalos, nunca ofuscaram sua paixão e bom humor. A vida como modelo e cantora, as noites nos cabarés, o longo relacionamento com Man Ray, a amizade com Fujita, sua biografia censurada (com prefácio de Ernest Hemingway, um dos dois únicos que ele escreveu em toda sua vida), tudo ganha vida nas páginas desta graphic novel. “Kiki de Montparnasse” leva o leitor ao coração de uma Paris libertina, relatando a ascensão e queda de uma estrela de verdade, que chocou e conquistou uma geração de artistas excepcionais.
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