Preço médio do livro recua mais de 3,5% em 2009, indica o Setor Editorial Brasileiro
O preço médio do livro vendido pelo setor produtivo ao mercado brasileiro recuou 3,56% em 2009, na comparação com o valor apurado no ano anterior, caindo de R$ 11,52 para R$ 11,11. É o que mostra a Pesquisa Produção e Vendas do Setor Editorial Brasileiro 2009, realizada pela FIPE (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas da Universidade de São Paulo) a pedido da Câmara Brasileira do Livro (CBL) e do Sindicato Nacional dos Editores de Livro (SNEL). Esta redução de preços reflete o crescimento do número de exemplares vendidos ao mercado, segundo a FIPE.
O estudo aponta que a produção total de livros do mercado editorial brasileiro teve um crescimento expressivo no ano passado, de 13,55% (com 386,4 milhões de exemplares) na comparação ao resultado de 2008 (340,3 milhões de unidades). Vale destacar que o número de unidades produzidas de livros em primeira edição - os lançamentos do mercado - cresceu bem acima da média (18,72%) no ano passado, ante o resultado de 2008. Do total de unidades produzidas, 154,5 milhões foram de livros em lançamento, contra 130,1 milhões no ano anterior. Já as reedições representaram 231,9 milhões de exemplares, avanço de 10,34% sobre o número de 2008 (210,2 milhões). Ao longo do ano passado, o setor editorial produtivo vendeu efetivamente 370,9 milhões de exemplares aos canais de comercialização do mercado (livrarias, distribuidores, venda porta a porta, etc.), aumento de 11,30% ante 2008 (333,3 milhões).
Em relação à quantidade de novos títulos publicados pelo mercado (lançamentos), o avanço percentual também chegou aos dois dígitos: foram 22.027 em 2009, resultado 14,88% maior que o do ano anterior (19.174). Já o número de títulos em reedição teve um pequeno recuo (-4,61%) em 2009 (30.483 títulos) diante do número de 2008 (31.955). No total, entre lançamentos e reedições, foram 52.509 títulos editados no ano passado, crescimento de 2,70% ante 2008 (51.129).
O faturamento total do segmento produtivo do mercado editorial brasileiro cresceu 2,13% em 2009, na comparação aos números de 2008. No ano passado, o setor faturou R$ 3,376 bilhões, ante os R$ 3,306 bilhões do período anterior.
Entre os canais de comercialização (vendas ao mercado) dos livros produzidos no Brasil, as livrarias continuam à frente, mas perderam participação (market share) no ano passado. Em 2009, estes estabelecimentos receberam 97,1 milhões de unidades, o equivalente a 42,44% do total de 228,7 milhões de livros vendidos pelo setor editorial produtivo ao mercado (ficam de fora deste cálculo as unidades vendidas às instâncias governamentais). No ano anterior, as livrarias eram responsáveis por 45,64% do total. O segundo maior canal de comercialização, as distribuidoras, também registrou perda de participação, com 54,4 milhões de unidades, 23,78% do total (percentual 1,54 ponto percentual menor que o de 2008: 25,32%). Já a venda porta a porta avançou em sua participação de mercado, passando de 13,66% em 2008 para 16,64% no ano passado (com 38,1 milhões de unidades).
Confira, a seguir, os principais dados da Pesquisa Produção e Vendas do Setor Editorial Brasileiro:
Ø Preço médio do livro vendido pelo setor produtivo ao mercado (valor nominal, sem aplicação de índice de deflação)
2008: R$ 11,52
2009: R$ 11,11
Variação: -3,56%
Ø Produção total de livros
2008: 340.274.195 unidades
2008: 386.367.136 unidades
Variação: +13,55%
Ø Produção de títulos em primeira edição (lançamentos)
2008: 130.109.195 unidades
2009: 154.471.507 unidades
Variação: +18,72%
Ø Produção de títulos em reedição
2008: 210.165.000 unidades
2009: 231.895.629 unidades
Variação: +10,34%
Ø Número de títulos em primeira edição (lançamentos)
2008: 19.174
2009: 22.027
Variação: +14,88%
Ø Número de títulos em reedição
2008: 31.955
2009: 30.483
Variação: -4,61%
Ø Total de títulos editados
2008: 51.129
2009: 52.509
Variação: +2,70%
Ø Faturamento total do setor
2008: R$ 3.305.957.488,24
2009: R$ 3.376.240.854,19
Variação: +2,13%
Leis de mercado favorecem os leitores
Rosely Boschini*
Uma das fórmulas mais eficazes para se aumentar o consumo de qualquer bem, produto ou serviço é a maior oferta e redução do preço. Óbvio! A boa notícia é que esta regra pétrea das leis de mercado aplica-se, na prática, à meta de ampliar o número de leitores no Brasil, em meio à informação de que os livros ficaram, em média, 3,52% mais baratos em 2009, em relação ao ano anterior. Os valores médios caíram de 11,52 para 11,11 reais.
A feliz constatação é da Pesquisa Produção e Vendas do Setor Editorial Brasileiro 2009, que acabamos de divulgar. Trata-se de trabalho da FIPE (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas da Universidade de São Paulo), realizado para a Câmara Brasileira do Livro (CBL) e o Sindicato Nacional dos Editores de Livro (SNEL). É importante lembrar que os dados de edições anteriores do estudo já apontavam, no período de 2004 a 2008, quedas de preços de 24,5% no segmento de didáticos, 22,4% no de obras gerais, 38% no de religiosos e 23,3% no de científicos, técnicos e profissionais.
O novo relatório indica que a produção total de livros no País cresceu 13,55%, passando de 340,3 milhões de exemplares, em 2008, para 386,4 milhões, em 2009. Quanto às vendas das editoras aos canais de comercialização (livrarias, distribuidores e porta a porta etc), verificou-se expansão de 11,30% (370,9 milhões de unidades, contra 333,3 milhões). O faturamento total do setor cresceu 2,13%, alcançando R$ 3,37 bilhões, ante os R$ 3,30 bilhões do período anterior. Cruzando-se os percentuais relativos ao volume e ao valor das vendas, também se percebe, de modo muito evidente, a redução de preços. Detalhe importante: os números referem-se ao exercício de 2009, marcado pela grave crise econômica mundial. Isto nos permite aludir que a performance do setor em 2010 possa ser ainda mais positiva.
Outro indicador relevante é o crescimento de 14,88% na quantidade de novos títulos publicados (22.027, em 2009, ante 19.174, em 2008). Esta tendência do mercado editorial amplia a diversidade temática à disposição do público e, por outro lado, oferece oportunidade a mais autores, suscitando o surgimento de novos talentos na literatura nacional. A redução do preço e o maior volume de produção e edição de novos títulos integram o esforço do mercado no sentido de contribuir para a meta de multiplicar a base de leitores. Tal empenho soma-se às políticas públicas de fomento do livro, empreendidas pelo Governo Federal, vários estados e numerosas prefeituras.
Os resultados dessa mobilização aparecem de modo claro na pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, que, em sua última edição, identificou a existência de 95 milhões de leitores no País. Este público passou a ler, em sete anos, 4,7 títulos por habitante/ano, contra 1,8, apontado no estudo anterior. Contudo, o mais expressivo e gratificante resultado é o incremento ocorrido entre os jovens com mais de 15 anos e um mínimo de três anos de escolaridade: estes leitores saíram de um índice inferior a duas obras/ano per capita, para 3,7. É inegável que o brasileiro só pôde incluir o livro de modo mais regular em seu orçamento devido à queda dos preços médios.
O processo de evolução do mercado editorial é muito perceptível na 21ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo, promovida pela CBL, de 12 a 22 de agosto, no Pavilhão de Exposições do Anhembi. O próprio evento, que representa o grande momento do livro no País, reflete esse avanço, pois foi idealizado para se constituir na maior dentre todas as edições, respondendo ao crescente interesse dos brasileiros pela leitura, ao bom momento da economia nacional e, sobretudo, à prioritária meta de ampliar o direito de todos os cidadãos ao conhecimento, à cultura e à informação.
Nesse contexto, para os empresários do livro, que vêm promovendo a profissionalização do setor, melhoria da qualidade e aumento da eficiência produtiva, seu trabalho transcende ao universo dos negócios. Trata-se, também, de um compromisso com os brasileiros, que dependem da democratização da leitura para seu pleno desenvolvimento e afirmação como um dos povos vencedores do terceiro milênio.
*Rosely Boschini, empresária do setor editorial, é a presidente da Câmara Brasileira do Livro (CBL).
FÓRUM DO LIVRO PELO DIREITO AUTORAL DISCUTE ANTEPROJETO DE LEI PARA O SETOR
Evento, que acontece dentro da Bienal do Livro de São Paulo, tem como mote o tema "A nova Lei de Direitos Autorais comparada a outras legislações internacionais. Avanço ou retrocesso?"
No dia 18 de agosto, das 10h às 12h, durente a Bienal Internacional do Livro de São Paulo (Auditório Clarice Lispector), será realizado evento do Fórum do Livro pelo Direito Autoral com o tema "A nova Lei de Direitos Autorais comparada a outras legislações internacionais. Avanço ou retrocesso?".
Para debater o tema, o evento contará com a participação de três convidados internacionais: o colombiano Fernando Zapata López, diretor do CERLALC (Centro Regional para el Fomento del Libro en América Latina y Caribe); o alemão Jens Bammel, secretário-geral da IPA (International Publishers Association); e o norueguês Olav Stokkmo, CEO da IFRRO (International Federation of Reproduction Rights Organizations.
Promovido pela CBL (Câmara Brasileira do Livro) e demais entidades que integram o Fórum do Livro pelo Direito Autoral, o evento tratará do anteprojeto de lei proposto pelo Ministério da Cultura para alterar a atual Lei dos Direitos Autorais brasileira, ampliando as limitações ao direito autoral. O Fórum se propõe a discutir se tais alterações beneficiarão autores, editores e a própria cultura de nosso País.
A atividade acontece durante a programação da 21ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo, no Auditório Clarice Lispector, que fica no Pavilhão de Exposições do Anhembi, zona norte da capital paulista. A entrada é franca, e as reservas devem ser feitas pelo e-mail eventos@cbl.org.br.
Serviço:
Evento do Fórum do Livro pelo Direito Autoral - "A nova Lei de Direitos Autorais comparada a outras legislações internacionais. Avanço ou retrocesso?"
Quando: dia 18 de agosto, das 10h às 12h.
Onde: Auditório Clarice Lispector da Bienal do Livro de São Paulo (Pavilhão de Exposições do Anhembi, Av. Olavo Fontoura, 1.209, Anhembi Parque - Santana - São Paulo/SP).
Livro analisa a influência do gnosticismo na escrita poética
Em "Um obscuro encanto" Claudio Willer relaciona mito, religiões, esoterismo e poesia em uma análise da literatura à luz da gnose e do gnosticismo. O livro apresenta uma estimulante reflexão sobre a produção poética de uma série de escritores influenciados por estas duas premissas filosóficas, como William Blake, Goethe e Baudalaire.
“Além de constituir uma lúcida análise do gnosticismo e suas imbricações na poesia do Romantismo até a atualidade, abre-se à discussão das relações entre heterodoxia e criatividade poética”, avalia o professor Benjamin Abdala Junior, autor da orelha do livro. Antes de ser considerado herético pela Igreja Católica, o Gnosticismo caminhava ao lado do Cristianismo nos primeiros anos da religião. Mesmo após o seu repúdio, esta corrente filosófica-esotérica continuou a influenciar artistas e pensadores de vários campos do conhecimento com a sua doutrina de caráter intuitivo e transcendental.
Mas foi no século XVIII que o Gnosticismo voltou à cena com grande força e influenciou a filosofia e as escolas literárias a partir do Romantismo passando pelos simbolistas, modernos e alcançando os contemporâneos. Desde então, sua influência pode ser considerada como uma “rebelião contra a sociedade burguesa e industrial, a massificação, a ideologia do progresso; e, em literatura e artes, contra o realismo e o naturalismo”, afirma Claudio Willer.
Ao abordar temas da tradição do pensamento gnóstico e suas confluências na literatura, o autor releva inclinações de poetas inovadores que se valeram de perspectivas sincréticas e heterodoxas na construção de poéticas abertas. Claudio Willer destaca o caráter libertário das obras de grandes nomes da literatura mundial e brasileira, entre eles, Rimbaud, Mallarmé, Victor Hugo e Hilda Hilst.
Claudio Willer (São Paulo, 1940) é poeta, ensaísta e tradutor. Seus vínculos são com a criação literária mais rebelde e transgressiva, como aquela representada pelo surrealismo e geração beat. Antes de lançar Um obscuro encanto: gnose, gnosticismo e poesia moderna, ensaio (Civilização Brasileira, 2010), publicou Geração Beat (L&PM Pocket, coleção Encyclopaedia, 2009), Estranhas Experiências, poesia (Lamparina, 2004); Volta, narrativa (terceira edição em 2004); Lautréamont - Os Cantos de Maldoror, Poesias e Cartas (Iluminuras, nova edição em 2008) e Uivo e outros poemas de Allen Ginsberg (L&PM, edição pocket em 2005, nova edição em 2010).
Teve publicados, também, Poemas para leer en voz alta (Andrómeda, Costa Rica, 2007) e ensaios na coletânea Surrealismo (Perspectiva, 2008). É autor de outros livros de poesia – Anotações para um Apocalipse, Dias Circulares e Jardins da Provocação – e da coletânea Escritos de Antonin Artaud, esgotados. Presidiu por vários mandatos a UBE, União Brasileira de Escritores. Doutor em Letras na USP com Um obscuro encanto: gnose, gnosticismo e a poesia moderna, faz pós-doutorado na USP sobre Religiões Estranhas, Hermetismo e Poesia. Coordena oficinas literárias; ministra cursos e palestras sobre poesia e criação literária. Prepara um livro sobre surrealismo e uma coletânea de ensaios sobre misticismo e poesia.
Obra analisa os transtornos mentais por meio do estudo do cinema
Artmed editora lança livro inédito no mercado nacional, voltado para estudantes de saúde mental e interessados em cinema ou psicopatologias
Em tarefa pioneira, J. Landeira-Fernandez e Elie Cheniaux escreveram "Cinema e Loucura", novo livro da Artmed Editora. Os autores estudaram os personagens do cinema clássico e moderno para auxiliar o leitor a compreender os mecanismos dos transtornos mentais retratados nos mais diversos filmes. "O cinema já vem sendo utilizado com certa frequência em várias universidades do Brasil e do exterior como um importante recurso acadêmico. Filmes podem motivar o aluno, aumentando seu entusiasmo para a compreensão de conteúdos complexos na área da psicopatologia, tornando o aprendizado mais agradável", contam Landeira e Cheniaux.
A ideia para a obra surgiu após os autores notarem o pouco acesso que os estudantes de psicopatologia, psicodiagnóstico e de outras disciplinas da área de saúde mental têm aos exemplos clínicos representativos dos sintomas de transtornos mentais. No entanto, o livro é de interesse não apenas dos estudantes acadêmicos, mas também de todos aqueles que se interessam por cinema e saúde mental e, por isso mesmo, foi escrito com uma linguagem simples e acessível. Segundo os autores, "mesmo pessoas que já possuam um alto nível de conhecimento sobre os transtornos mentais podem se interessar pelo livro, pois este traz um panorama de como a sétima arte tem retratado o adoecimento mental. Acreditamos ainda que o livro possa interessar ao leigo que tenha curiosidade sobre o assunto ou queira adquirir algum conhecimento sobre psicopatologia".
Para que pudessem ter como resultado uma obra que envolvesse a grande maioria dos transtornos mentais ligada aos personagens do cinema, Landeira e Cheniaux gastaram aproximadamente três anos vendo e revendo filmes que já conheciam e indicados por colegas e alunos, ou que foram sendo descobertos por meio de contínuas pesquisas sobre o assunto. "Vários filmes foram interrompidos várias vezes para que anotações fossem feitas ou para que uma mesma cena fosse revistas com mais detalhe. Em seguida, as anotações sobre os filmes se transformavam em textos que abordavam especificamente a questão dos transtornos mentais", explicam eles.
Todo o processo foi feito de forma a criar um livro com o maior embasamento teórico e clínico possível, sem perder a clareza e a objetividade da leitura de textos necessárias para o público geral.
Um dos aspectos mais interessantes de "Cinema e Loucura" é a percepção da representação muito ou pouco fidedigna dos transtornos mentais pelas produções cinematográficas. Como exemplo, os autores citam o filme "como se fosse a primeira vez", o qual consideram um exemplo de grosseira distorção de como é de fato um transtorno mental. "A personagem da atriz Drew Barrymore no filme, depois de sofrer um traumatismo craniano num acidente de carro, perde a memória sobre o que acontece a cada dia quando vai dormir. No entanto, nos pacientes reais que sofrem de um transtorno amnéstico, a perda da memória se dá de forma contínua, durante o dia inteiro, minutos após o registro de uma informação nova", afirmam Landeira e Cheniaux. Ainda defendem a existência de filmes que obtiveram um ótimo resultado ao retratar os transtornos.
"O filme Farrapo humano (1945), do diretor Billy Wilder, que deu o Oscar de melhor ator para o Ray Milland, retrata muito bem o alcoolismo, apresentando, inclusive, uma cena com um quadro de delirium tremens, que representa uma grave síndrome de abstinência ao álcool", finalizam os inovadores escritores do título nacional.
Serviços
Livro: "Cinema e Loucura"
Autores: J. Landeira-Fernandez e Elie Cheniaux
Formato: 16 x 23
Páginas: 228
Sobre os autores
J. Landeira-Fernandez: Mestre em Psicologia Experimental pela USP. PhD em Neurociências e Comportamento pela Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA). Pesquisador do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Diretor do Núcleo de Neuropsicologia Clínica e Experimental (NNCE). Professor do Curso de Psicologia da Universidade Estácio de Sá (UNESA). Professor da Graduação e do Programa de Pós-graduação em Psicologia Clínica da PUC-Rio.
Elie Cheniaux: Médico pela UERJ. Especialista em Psiquiatria pela Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP). Mestre e Doutor pelo IPUB/UFRJ. Pós-doutor pelo Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-graduação e Pesquisa de Engenharia (COPPE) da UFRJ. Professor Adjunto da Faculdade de Ciências Médicas da UERJ. Professor do Programa de Pós-graduação em Psiquiatria e Saúde Mental do IPUB/UFRJ. Membro associado e docente da Sociedade Psicanalítica do Rio de Janeiro (SPRJ).
Sonhos de Miriam Leitão
Jornalista reúne as melhores crônicas da sua coluna, tratando de temas variados como política, meio-ambiente e, claro, o melhor da análise econômica
Uma das mais respeitadas jornalistas do país, Miriam Leitão reúne, em “Convém Sonhar”, suas crônicas mais marcantes, publicadas ao longo de duas décadas. Dividido de forma temática, este livro, além de ser uma coletânea de textos, é um retrato da história recente do país, com os acontecimentos que marcaram a sociedade, a política e a economia. Colunista de economia, Miriam não se atém ao tema, mas avança por outras áreas: há espaço para o jornalismo, as questões sociais e ambientais e, até mesmo, para textos de viagens e histórias pessoais, como a que dá título ao livro. O livro acaba de sair da gráfica da Editora Record (www.record.com.br) e chegou às livrarias no fim da semana.
Ter uma coluna diária é um exercício inigualável de disciplina. Um desafio que, a princípio, assusta. É assim que Miriam Leitão, uma das mais respeitadas jornalistas do país, define seu ofício de colunista. “A vida tem inesperados; o humor oscila; emergências acontecem. Mas a coluna tem seu prazo inegociável. É também um extraordinário privilégio: um espaço diário reservado para análises, notas, notícias, debates, reflexões”, revela.
Em “Convém Sonhar”, Miriam faz uma seleção desses pequenos privilégios. Insights na vida de milhões de brasileiros. Reunidas, aqui, estão as crônicas marcantes, publicadas ao longo de seus mais de vinte anos de carreira. Colunista de economia, Miriam não se atém ao tema, mas avança por outras áreas: há espaço para o jornalismo, as questões sociais e ambientais, e até mesmo, para textos de viagens — como sua ida ao Parque Grande Sertão Veredas, contada na coluna O senhor tolere.
O livro traz, ainda, histórias pessoais de Miriam. Passagens que a autora julga trazerem algum valor universal, como a que empresta seu nome ao título do livro. Um belo texto onde a jornalista lembra sua relação com o pai e a importância em acreditar nos próprios projetos, ter a ousadia de batalhar pelos sonhos. Algumas das lindas peças incluídas neste livro nasceram no calor da hora. Outras não: tomaram semanas de seu trabalho de apuração dedicado, obstinado, meticuloso.
A maioria dos textos deste livro foi extraída da coluna que começou Panorama Econômico e acabou se transformando na Coluna Miriam Leitão. Um daqueles casos especiais em que o jornalista, pelo seu papel, ganha marca própria.
Miriam Leitão tem coluna diária no jornal O Globo desde 1991, é comentarista de economia da TV Globo, rádio CBN, tem um programa na Globonews. Mineira de Caratinga, começou o jornalismo em Vitória e trabalhou também na Gazeta Mercantil, Veja, Abril Video, Jornal do Brasil e O Estado de São Paulo. Ganhou vários prêmios, entre eles o prestigiado Maria Moors Cabot Prize, conferido pela Escola de Jornalismo da Universidade de Columbia.
Revelações de um publicitário
“Curto & Grosso” traz as historias de Flávio Corrêa, o Faveco, um dos profissionais de comunicação mais respeitados e premiados do Brasil
“Curto & Grosso – O Brasil de cabo a rabo na visão de um publicitário politicamente incorreto”, publicado pela Geração Editorial (184 páginas, R$ 34,90), traz as historias de Flávio Corrêa, mais conhecido como Faveco, um dos profissionais de comunicação mais respeitados e premiados do Brasil. A sua carreira no mundo é extensa, polêmica e vitoriosa, como jornalista, publicitário e empresário.
Faveco, ainda jovem, foi o escolhido pelo papa da comunicação do século XX, David Ogilvy, sem ao mesmo falar inglês, para trabalhar na nova agência de publicidade que seria montada para atender a América Latina. O resultado final foram 25 anos de convivência com o todo poderoso publicitário e trabalhos para Ogilvy & Mather nos cinco continentes.
“Talvez o que tenha cimentado nossa amizade tão especial tenham sido alguns traços comuns de personalidade: a irreverência, e iconoclastia beirando o anarquismo, o inconformismo, o amor pelo bom texto, pela elegância, pela ética na publicidade e a compulsiva busca da perfeição. E o cigarro...”, conta Faveco, no texto “Meu amigo David”.
Em “Curto & Grosso”, o autor mostra o seu espírito crítico aguçado para comentar os novos caminhos do mercado publicitário, da economia brasileira e da política, e não poderia deixar de lado lembranças do seu passado vencedor. O livro interessa não apenas aos profissionais de negócios, mas a publicitários, jornalistas e cidadãos dispostos a saber o que pensa um homem que, com as suas críticas, defende um melhor caminho para o futuro do país, sem partidarismo ou ambições políticas.
Os textos estão divididos em quatro áreas: Comunicação, Brasil, Gestão e Memórias. Os artigos são sempre “curtos e grossos” e carregam uma análise contemporânea profunda e, às vezes, agressiva contra a postura de políticos, empresários e do mercado em geral.
Uma ferida aberta há 25 anos
Livro reconstitui a morte de Tancredo Neves, primeiro presidente civil eleito após a ditadura militar. Autor questiona procedimentos médicos após pesquisa de 10 anos e entrevistas com profissionais responsáveis pelas quatro cirurgias
Um diagnóstico equivocado, uma técnica de cirurgia ultrapassada e uma briga “brutal de egos” para uma cirurgia de emergência — sem necessidade de urgência — levaram à morte Tancredo Neves, o primeiro presidente civil eleito depois de 21 anos de ditadura militar. A conclusão está no livro ‘O Paciente — Caso Tancredo Neves’, do pesquisador médico Luis Mir. Com documentos e prontuários inéditos, ele questiona, 25 anos depois, o procedimento que matou Tancredo poucos dias antes de assumir à Presidência da República.
“Tancredo foi operado em condições catastróficas. O procedimento operatório foi desatroso, houve um erro técnico clamoroso, primário. Era para ele ter tomado posse no dia 15 de março de 1985”, afirma Mir, que é professor da USP e pesquisou por 10 anos o tema, com entrevistas com a equipe médica responsável pelas intervenções no presidente.
“Não era um caso grave, ele não corria risco de vida. Era uma cirurgia que poderia ter sido programada melhor. Os médicos atenderam magnificamente bem o presidente da República, mas muito mal o paciente”, diz Mir.
HEMORRAGIA
Segundo o autor, a causa da morte de Tancredo foi uma hemorragia em consequência da técnica de sutura (de fechamento dos pontos) utilizada pela equipe do cirurgião Francisco Pereira Rocha. O presidente tinha um tumor benigno no abdômen, que primeiramente foi confundido com uma apendicite. “Já era um procedimento fora de uso, inadequado para 1985. Essa é a principal crítica que colhi da equipe paulista no livro”, conta o pesquisador, referindo-se aos médicos comandados por Henrique Pinotti, o terceiro médico que operou o presidente. Os dois cirurgiões são inimigos até hoje e se processaram após o conturbado processo que culminou com a posse do vice-presidente José Sarney. Mir é enfático ao apontar a principal razão do erro de médicos renomados, que convivem “e sofrem muito com isso”.
“Com o procedimento ideal, ele teria saído do hospital cinco dias depois da cirurgia andando para assumir o cargo. Mas era uma operação para salvar o presidente, houve modelos e várias soluções diferentes. Não podia dar certo. Foi um desastre médico, político, cirúrgico...”, critica.
Autor nega mitos e lendas sobre a morte de Tancredo
Entre as motivações de Luis Mir para escrever o livro, que chega amanhã às livrarias pela Editora Cultura, o autor diz que pretende desfazer lendas, mentiras e “outras bobagens” sobre a morte de Tancredo Neves. Há versões que apontavam até mesmo envenenamento, além de responsabilizar de certa forma ao próprio presidente, que seria um paciente rebelde. “É mentira, ele foi um excelente paciente. Faltou, digamos, sensibilidade com ele por parte dos médicos. Não defendo o presidente, mas o paciente. O que ele dizia apenas é que queria tomar posse para depois ir direto para o hospital”, lembra Mir, que teve contato com a neta de Tancredo (Andrea Neves) e o filho (Tancredo Augusto). Com eles, o autor acredita que vai desfazer um dos “boatos históricos” que cercam a morte de Tancredo: que ele teria sido mantido vivo artificialmente até o dia 21 de abril para morrer no mesmo dia que Tiradentes.
Literatura e arte moderna
Crítico Antonio Arnoni Prado lança “Itinerário de uma falsa vanguarda”
Reconhecido por estudos de primeira grandeza sobre Lima Barreto, o teatro e a cultura anarquistas no Brasil, e o percurso intelectual de Sérgio Buarque de Holanda, entre outros temas, o historiador e crítico de literatura Antonio Arnoni Prado realiza com o livro “Itinerário de uma falsa vanguarda - Os dissidentes, a Semana de 22 e o Integralismo” uma proeza admirável.
Ao focar sua atenção sobre uma linhagem de obras e autores pouco analisados pela crítica — com destaque para a produção excêntrica e contraditória de Elísio de Carvalho (1880-1925) —, o autor amplia a compreensão dos nexos entre literatura e política no período crucial que se estende da proclamação da República à maturação do Modernismo.
História cultural densa e crítica literária das mais finas, “Itinerário de uma falsa vanguarda”, lançamento da Editora 34, mapeia, sem nenhum esquematismo as várias vertentes estéticas que confluiriam para os acontecimentos da Semana de Arte Moderna de 1922, bem como para as tomadas de posição ideológica que viriam à tona na década de 1930.
Emocionante história de superação
O grande bailarino Li Cunxin volta a ser notícia, após sua autobiografia virar filme
“Adeus, China”, lançado no Brasil pela Editora Fundamento, conta a emocionante história de superação de um dos mais importantes bailarinos do mundo: o chinês Li Cunxin. A obra virou bestseller na Austrália, onde foi eleito o livro do ano pela Associação Australiana de Livreiros (a Nielson BookScan, em 2004) e recebeu o Book of the Year Award. Nos Estados Unidos recebeu o prêmio Christopher Award for Literature e foi um dos finalistas do National Biography Award. Publicado em mais de 20 países, está em listas de mais vendidos em vários lugares do mundo. No ano passado se tornou filme e foi lançado no Festival de Toronto.
Sucesso de público e de crítica, a história de Li Cunxin é admirável e envolvente. Um dos dançarinos mais importantes do mundo da dança, Li já se apresentou com algumas das maiores companhias da atualidade e é reverenciado por milhares de bailarinos. Mas todos concordam que ainda mais impressionante que a leveza de seus movimentos é sua história. O caminho que ele teve de percorrer da infância miserável na China comunista até a glória é narrado em sua autobiografia.
Amigo de presidentes americanos e estrelas de cinema, o bailarino escreveu suas memórias em linguagem simples, que agrada até àqueles que não conhecem seu nome e sua reputação como dançarino do Australian Ballet e do Houston Ballet. Nem mesmo a as características da China comunista, ainda pouco conhecidas no ocidente, se tornam obstáculos em uma história escrita com sentimentos intensos.
O livro relata a determinação de um garoto pobre da província de Qingdao que tem a oportunidade de mudar de vida. Unindo histórias de sua infância com o panorama político do país que passava pela Revolução Comunista, sob o comando de Mao Tsé-tung, Li Cunxin descreve seus anos de árduo treinamento e suas impressões do ocidente.
Li Cunxin foi um grande bailarino, mas, desde 1999, após uma lesão, trabalha no mercado de ações. Vive na Austrália com a esposa Mary e três filhos.
Na defesa da comunicação
Jornalista Adísia Sá é homenageada em obra que mostra a trajetória de grandes jornalistas
A Comissão Especial que vai proferir parecer à Proposta de Emenda à Constituição 386/09, conhecida como a PEC dos Jornalistas poderá ser instalada ainda em maio na Câmara dos Deputados. Enquanto parte da categoria se mobiliza pela obrigatoriedade do diploma, os jornalistas José Marques de Melo e Francisco de Assis lançam o livro "Valquirias Midiáticas" (Editora Arte e Ciência), com a luta de sete mulheres ícones na atuação acadêmica do jornalismo.
Entre as homenageadas está a cearense Adísia Sá, que foi a primeira mulher a integrar uma redação de jornal, a Gazeta de Notícias, em 1955. Foi a primeira repórter policial feminina, primeira mulher sindicalizada no estado do Ceará e fundadora do Curso de Jornalismo da Universidade Federal do Ceará.
O livro mostra a trajetória de Adísia Sá, Anamaria Fadul, Cremilda Medina, Lucia Santaella, Maria Immaculada Vassallo de Lopes, Sonia Virgínia Moreira e Zélia Leal Adguirni. O título do livro, Valquírias Midiáticas, remete à primeira revista feminina do Brasil - Walkyrias -, lançada na década de 1930 pela jornalista-empresária Jenny Pimentel de Borba, época da Constituição de 1934, que garantiu o direito de voto à mulher e que a incentivava a tomar consciência de seu papel de cidadã.
O preço médio do livro vendido pelo setor produtivo ao mercado brasileiro recuou 3,56% em 2009, na comparação com o valor apurado no ano anterior, caindo de R$ 11,52 para R$ 11,11. É o que mostra a Pesquisa Produção e Vendas do Setor Editorial Brasileiro 2009, realizada pela FIPE (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas da Universidade de São Paulo) a pedido da Câmara Brasileira do Livro (CBL) e do Sindicato Nacional dos Editores de Livro (SNEL). Esta redução de preços reflete o crescimento do número de exemplares vendidos ao mercado, segundo a FIPE.
O estudo aponta que a produção total de livros do mercado editorial brasileiro teve um crescimento expressivo no ano passado, de 13,55% (com 386,4 milhões de exemplares) na comparação ao resultado de 2008 (340,3 milhões de unidades). Vale destacar que o número de unidades produzidas de livros em primeira edição - os lançamentos do mercado - cresceu bem acima da média (18,72%) no ano passado, ante o resultado de 2008. Do total de unidades produzidas, 154,5 milhões foram de livros em lançamento, contra 130,1 milhões no ano anterior. Já as reedições representaram 231,9 milhões de exemplares, avanço de 10,34% sobre o número de 2008 (210,2 milhões). Ao longo do ano passado, o setor editorial produtivo vendeu efetivamente 370,9 milhões de exemplares aos canais de comercialização do mercado (livrarias, distribuidores, venda porta a porta, etc.), aumento de 11,30% ante 2008 (333,3 milhões).
Em relação à quantidade de novos títulos publicados pelo mercado (lançamentos), o avanço percentual também chegou aos dois dígitos: foram 22.027 em 2009, resultado 14,88% maior que o do ano anterior (19.174). Já o número de títulos em reedição teve um pequeno recuo (-4,61%) em 2009 (30.483 títulos) diante do número de 2008 (31.955). No total, entre lançamentos e reedições, foram 52.509 títulos editados no ano passado, crescimento de 2,70% ante 2008 (51.129).
O faturamento total do segmento produtivo do mercado editorial brasileiro cresceu 2,13% em 2009, na comparação aos números de 2008. No ano passado, o setor faturou R$ 3,376 bilhões, ante os R$ 3,306 bilhões do período anterior.
Entre os canais de comercialização (vendas ao mercado) dos livros produzidos no Brasil, as livrarias continuam à frente, mas perderam participação (market share) no ano passado. Em 2009, estes estabelecimentos receberam 97,1 milhões de unidades, o equivalente a 42,44% do total de 228,7 milhões de livros vendidos pelo setor editorial produtivo ao mercado (ficam de fora deste cálculo as unidades vendidas às instâncias governamentais). No ano anterior, as livrarias eram responsáveis por 45,64% do total. O segundo maior canal de comercialização, as distribuidoras, também registrou perda de participação, com 54,4 milhões de unidades, 23,78% do total (percentual 1,54 ponto percentual menor que o de 2008: 25,32%). Já a venda porta a porta avançou em sua participação de mercado, passando de 13,66% em 2008 para 16,64% no ano passado (com 38,1 milhões de unidades).
Confira, a seguir, os principais dados da Pesquisa Produção e Vendas do Setor Editorial Brasileiro:
Ø Preço médio do livro vendido pelo setor produtivo ao mercado (valor nominal, sem aplicação de índice de deflação)
2008: R$ 11,52
2009: R$ 11,11
Variação: -3,56%
Ø Produção total de livros
2008: 340.274.195 unidades
2008: 386.367.136 unidades
Variação: +13,55%
Ø Produção de títulos em primeira edição (lançamentos)
2008: 130.109.195 unidades
2009: 154.471.507 unidades
Variação: +18,72%
Ø Produção de títulos em reedição
2008: 210.165.000 unidades
2009: 231.895.629 unidades
Variação: +10,34%
Ø Número de títulos em primeira edição (lançamentos)
2008: 19.174
2009: 22.027
Variação: +14,88%
Ø Número de títulos em reedição
2008: 31.955
2009: 30.483
Variação: -4,61%
Ø Total de títulos editados
2008: 51.129
2009: 52.509
Variação: +2,70%
Ø Faturamento total do setor
2008: R$ 3.305.957.488,24
2009: R$ 3.376.240.854,19
Variação: +2,13%
Leis de mercado favorecem os leitores
Rosely Boschini*
Uma das fórmulas mais eficazes para se aumentar o consumo de qualquer bem, produto ou serviço é a maior oferta e redução do preço. Óbvio! A boa notícia é que esta regra pétrea das leis de mercado aplica-se, na prática, à meta de ampliar o número de leitores no Brasil, em meio à informação de que os livros ficaram, em média, 3,52% mais baratos em 2009, em relação ao ano anterior. Os valores médios caíram de 11,52 para 11,11 reais.
A feliz constatação é da Pesquisa Produção e Vendas do Setor Editorial Brasileiro 2009, que acabamos de divulgar. Trata-se de trabalho da FIPE (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas da Universidade de São Paulo), realizado para a Câmara Brasileira do Livro (CBL) e o Sindicato Nacional dos Editores de Livro (SNEL). É importante lembrar que os dados de edições anteriores do estudo já apontavam, no período de 2004 a 2008, quedas de preços de 24,5% no segmento de didáticos, 22,4% no de obras gerais, 38% no de religiosos e 23,3% no de científicos, técnicos e profissionais.
O novo relatório indica que a produção total de livros no País cresceu 13,55%, passando de 340,3 milhões de exemplares, em 2008, para 386,4 milhões, em 2009. Quanto às vendas das editoras aos canais de comercialização (livrarias, distribuidores e porta a porta etc), verificou-se expansão de 11,30% (370,9 milhões de unidades, contra 333,3 milhões). O faturamento total do setor cresceu 2,13%, alcançando R$ 3,37 bilhões, ante os R$ 3,30 bilhões do período anterior. Cruzando-se os percentuais relativos ao volume e ao valor das vendas, também se percebe, de modo muito evidente, a redução de preços. Detalhe importante: os números referem-se ao exercício de 2009, marcado pela grave crise econômica mundial. Isto nos permite aludir que a performance do setor em 2010 possa ser ainda mais positiva.
Outro indicador relevante é o crescimento de 14,88% na quantidade de novos títulos publicados (22.027, em 2009, ante 19.174, em 2008). Esta tendência do mercado editorial amplia a diversidade temática à disposição do público e, por outro lado, oferece oportunidade a mais autores, suscitando o surgimento de novos talentos na literatura nacional. A redução do preço e o maior volume de produção e edição de novos títulos integram o esforço do mercado no sentido de contribuir para a meta de multiplicar a base de leitores. Tal empenho soma-se às políticas públicas de fomento do livro, empreendidas pelo Governo Federal, vários estados e numerosas prefeituras.
Os resultados dessa mobilização aparecem de modo claro na pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, que, em sua última edição, identificou a existência de 95 milhões de leitores no País. Este público passou a ler, em sete anos, 4,7 títulos por habitante/ano, contra 1,8, apontado no estudo anterior. Contudo, o mais expressivo e gratificante resultado é o incremento ocorrido entre os jovens com mais de 15 anos e um mínimo de três anos de escolaridade: estes leitores saíram de um índice inferior a duas obras/ano per capita, para 3,7. É inegável que o brasileiro só pôde incluir o livro de modo mais regular em seu orçamento devido à queda dos preços médios.
O processo de evolução do mercado editorial é muito perceptível na 21ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo, promovida pela CBL, de 12 a 22 de agosto, no Pavilhão de Exposições do Anhembi. O próprio evento, que representa o grande momento do livro no País, reflete esse avanço, pois foi idealizado para se constituir na maior dentre todas as edições, respondendo ao crescente interesse dos brasileiros pela leitura, ao bom momento da economia nacional e, sobretudo, à prioritária meta de ampliar o direito de todos os cidadãos ao conhecimento, à cultura e à informação.
Nesse contexto, para os empresários do livro, que vêm promovendo a profissionalização do setor, melhoria da qualidade e aumento da eficiência produtiva, seu trabalho transcende ao universo dos negócios. Trata-se, também, de um compromisso com os brasileiros, que dependem da democratização da leitura para seu pleno desenvolvimento e afirmação como um dos povos vencedores do terceiro milênio.
*Rosely Boschini, empresária do setor editorial, é a presidente da Câmara Brasileira do Livro (CBL).
FÓRUM DO LIVRO PELO DIREITO AUTORAL DISCUTE ANTEPROJETO DE LEI PARA O SETOR
Evento, que acontece dentro da Bienal do Livro de São Paulo, tem como mote o tema "A nova Lei de Direitos Autorais comparada a outras legislações internacionais. Avanço ou retrocesso?"
No dia 18 de agosto, das 10h às 12h, durente a Bienal Internacional do Livro de São Paulo (Auditório Clarice Lispector), será realizado evento do Fórum do Livro pelo Direito Autoral com o tema "A nova Lei de Direitos Autorais comparada a outras legislações internacionais. Avanço ou retrocesso?".
Para debater o tema, o evento contará com a participação de três convidados internacionais: o colombiano Fernando Zapata López, diretor do CERLALC (Centro Regional para el Fomento del Libro en América Latina y Caribe); o alemão Jens Bammel, secretário-geral da IPA (International Publishers Association); e o norueguês Olav Stokkmo, CEO da IFRRO (International Federation of Reproduction Rights Organizations.
Promovido pela CBL (Câmara Brasileira do Livro) e demais entidades que integram o Fórum do Livro pelo Direito Autoral, o evento tratará do anteprojeto de lei proposto pelo Ministério da Cultura para alterar a atual Lei dos Direitos Autorais brasileira, ampliando as limitações ao direito autoral. O Fórum se propõe a discutir se tais alterações beneficiarão autores, editores e a própria cultura de nosso País.
A atividade acontece durante a programação da 21ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo, no Auditório Clarice Lispector, que fica no Pavilhão de Exposições do Anhembi, zona norte da capital paulista. A entrada é franca, e as reservas devem ser feitas pelo e-mail eventos@cbl.org.br.
Serviço:
Evento do Fórum do Livro pelo Direito Autoral - "A nova Lei de Direitos Autorais comparada a outras legislações internacionais. Avanço ou retrocesso?"
Quando: dia 18 de agosto, das 10h às 12h.
Onde: Auditório Clarice Lispector da Bienal do Livro de São Paulo (Pavilhão de Exposições do Anhembi, Av. Olavo Fontoura, 1.209, Anhembi Parque - Santana - São Paulo/SP).
LIVROS - NÃO-FICÇÃO
Transcendência e liberdade nos clássicos da poesiaLivro analisa a influência do gnosticismo na escrita poética
Em "Um obscuro encanto" Claudio Willer relaciona mito, religiões, esoterismo e poesia em uma análise da literatura à luz da gnose e do gnosticismo. O livro apresenta uma estimulante reflexão sobre a produção poética de uma série de escritores influenciados por estas duas premissas filosóficas, como William Blake, Goethe e Baudalaire.
“Além de constituir uma lúcida análise do gnosticismo e suas imbricações na poesia do Romantismo até a atualidade, abre-se à discussão das relações entre heterodoxia e criatividade poética”, avalia o professor Benjamin Abdala Junior, autor da orelha do livro. Antes de ser considerado herético pela Igreja Católica, o Gnosticismo caminhava ao lado do Cristianismo nos primeiros anos da religião. Mesmo após o seu repúdio, esta corrente filosófica-esotérica continuou a influenciar artistas e pensadores de vários campos do conhecimento com a sua doutrina de caráter intuitivo e transcendental.
Mas foi no século XVIII que o Gnosticismo voltou à cena com grande força e influenciou a filosofia e as escolas literárias a partir do Romantismo passando pelos simbolistas, modernos e alcançando os contemporâneos. Desde então, sua influência pode ser considerada como uma “rebelião contra a sociedade burguesa e industrial, a massificação, a ideologia do progresso; e, em literatura e artes, contra o realismo e o naturalismo”, afirma Claudio Willer.
Ao abordar temas da tradição do pensamento gnóstico e suas confluências na literatura, o autor releva inclinações de poetas inovadores que se valeram de perspectivas sincréticas e heterodoxas na construção de poéticas abertas. Claudio Willer destaca o caráter libertário das obras de grandes nomes da literatura mundial e brasileira, entre eles, Rimbaud, Mallarmé, Victor Hugo e Hilda Hilst.
Claudio Willer (São Paulo, 1940) é poeta, ensaísta e tradutor. Seus vínculos são com a criação literária mais rebelde e transgressiva, como aquela representada pelo surrealismo e geração beat. Antes de lançar Um obscuro encanto: gnose, gnosticismo e poesia moderna, ensaio (Civilização Brasileira, 2010), publicou Geração Beat (L&PM Pocket, coleção Encyclopaedia, 2009), Estranhas Experiências, poesia (Lamparina, 2004); Volta, narrativa (terceira edição em 2004); Lautréamont - Os Cantos de Maldoror, Poesias e Cartas (Iluminuras, nova edição em 2008) e Uivo e outros poemas de Allen Ginsberg (L&PM, edição pocket em 2005, nova edição em 2010).
Teve publicados, também, Poemas para leer en voz alta (Andrómeda, Costa Rica, 2007) e ensaios na coletânea Surrealismo (Perspectiva, 2008). É autor de outros livros de poesia – Anotações para um Apocalipse, Dias Circulares e Jardins da Provocação – e da coletânea Escritos de Antonin Artaud, esgotados. Presidiu por vários mandatos a UBE, União Brasileira de Escritores. Doutor em Letras na USP com Um obscuro encanto: gnose, gnosticismo e a poesia moderna, faz pós-doutorado na USP sobre Religiões Estranhas, Hermetismo e Poesia. Coordena oficinas literárias; ministra cursos e palestras sobre poesia e criação literária. Prepara um livro sobre surrealismo e uma coletânea de ensaios sobre misticismo e poesia.
Obra analisa os transtornos mentais por meio do estudo do cinema
Artmed editora lança livro inédito no mercado nacional, voltado para estudantes de saúde mental e interessados em cinema ou psicopatologias
Em tarefa pioneira, J. Landeira-Fernandez e Elie Cheniaux escreveram "Cinema e Loucura", novo livro da Artmed Editora. Os autores estudaram os personagens do cinema clássico e moderno para auxiliar o leitor a compreender os mecanismos dos transtornos mentais retratados nos mais diversos filmes. "O cinema já vem sendo utilizado com certa frequência em várias universidades do Brasil e do exterior como um importante recurso acadêmico. Filmes podem motivar o aluno, aumentando seu entusiasmo para a compreensão de conteúdos complexos na área da psicopatologia, tornando o aprendizado mais agradável", contam Landeira e Cheniaux.
A ideia para a obra surgiu após os autores notarem o pouco acesso que os estudantes de psicopatologia, psicodiagnóstico e de outras disciplinas da área de saúde mental têm aos exemplos clínicos representativos dos sintomas de transtornos mentais. No entanto, o livro é de interesse não apenas dos estudantes acadêmicos, mas também de todos aqueles que se interessam por cinema e saúde mental e, por isso mesmo, foi escrito com uma linguagem simples e acessível. Segundo os autores, "mesmo pessoas que já possuam um alto nível de conhecimento sobre os transtornos mentais podem se interessar pelo livro, pois este traz um panorama de como a sétima arte tem retratado o adoecimento mental. Acreditamos ainda que o livro possa interessar ao leigo que tenha curiosidade sobre o assunto ou queira adquirir algum conhecimento sobre psicopatologia".
Para que pudessem ter como resultado uma obra que envolvesse a grande maioria dos transtornos mentais ligada aos personagens do cinema, Landeira e Cheniaux gastaram aproximadamente três anos vendo e revendo filmes que já conheciam e indicados por colegas e alunos, ou que foram sendo descobertos por meio de contínuas pesquisas sobre o assunto. "Vários filmes foram interrompidos várias vezes para que anotações fossem feitas ou para que uma mesma cena fosse revistas com mais detalhe. Em seguida, as anotações sobre os filmes se transformavam em textos que abordavam especificamente a questão dos transtornos mentais", explicam eles.
Todo o processo foi feito de forma a criar um livro com o maior embasamento teórico e clínico possível, sem perder a clareza e a objetividade da leitura de textos necessárias para o público geral.
Um dos aspectos mais interessantes de "Cinema e Loucura" é a percepção da representação muito ou pouco fidedigna dos transtornos mentais pelas produções cinematográficas. Como exemplo, os autores citam o filme "como se fosse a primeira vez", o qual consideram um exemplo de grosseira distorção de como é de fato um transtorno mental. "A personagem da atriz Drew Barrymore no filme, depois de sofrer um traumatismo craniano num acidente de carro, perde a memória sobre o que acontece a cada dia quando vai dormir. No entanto, nos pacientes reais que sofrem de um transtorno amnéstico, a perda da memória se dá de forma contínua, durante o dia inteiro, minutos após o registro de uma informação nova", afirmam Landeira e Cheniaux. Ainda defendem a existência de filmes que obtiveram um ótimo resultado ao retratar os transtornos.
"O filme Farrapo humano (1945), do diretor Billy Wilder, que deu o Oscar de melhor ator para o Ray Milland, retrata muito bem o alcoolismo, apresentando, inclusive, uma cena com um quadro de delirium tremens, que representa uma grave síndrome de abstinência ao álcool", finalizam os inovadores escritores do título nacional.
Serviços
Livro: "Cinema e Loucura"
Autores: J. Landeira-Fernandez e Elie Cheniaux
Formato: 16 x 23
Páginas: 228
Sobre os autores
J. Landeira-Fernandez: Mestre em Psicologia Experimental pela USP. PhD em Neurociências e Comportamento pela Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA). Pesquisador do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Diretor do Núcleo de Neuropsicologia Clínica e Experimental (NNCE). Professor do Curso de Psicologia da Universidade Estácio de Sá (UNESA). Professor da Graduação e do Programa de Pós-graduação em Psicologia Clínica da PUC-Rio.
Elie Cheniaux: Médico pela UERJ. Especialista em Psiquiatria pela Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP). Mestre e Doutor pelo IPUB/UFRJ. Pós-doutor pelo Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-graduação e Pesquisa de Engenharia (COPPE) da UFRJ. Professor Adjunto da Faculdade de Ciências Médicas da UERJ. Professor do Programa de Pós-graduação em Psiquiatria e Saúde Mental do IPUB/UFRJ. Membro associado e docente da Sociedade Psicanalítica do Rio de Janeiro (SPRJ).
Sonhos de Miriam Leitão
Jornalista reúne as melhores crônicas da sua coluna, tratando de temas variados como política, meio-ambiente e, claro, o melhor da análise econômica
Uma das mais respeitadas jornalistas do país, Miriam Leitão reúne, em “Convém Sonhar”, suas crônicas mais marcantes, publicadas ao longo de duas décadas. Dividido de forma temática, este livro, além de ser uma coletânea de textos, é um retrato da história recente do país, com os acontecimentos que marcaram a sociedade, a política e a economia. Colunista de economia, Miriam não se atém ao tema, mas avança por outras áreas: há espaço para o jornalismo, as questões sociais e ambientais e, até mesmo, para textos de viagens e histórias pessoais, como a que dá título ao livro. O livro acaba de sair da gráfica da Editora Record (www.record.com.br) e chegou às livrarias no fim da semana.
Ter uma coluna diária é um exercício inigualável de disciplina. Um desafio que, a princípio, assusta. É assim que Miriam Leitão, uma das mais respeitadas jornalistas do país, define seu ofício de colunista. “A vida tem inesperados; o humor oscila; emergências acontecem. Mas a coluna tem seu prazo inegociável. É também um extraordinário privilégio: um espaço diário reservado para análises, notas, notícias, debates, reflexões”, revela.
Em “Convém Sonhar”, Miriam faz uma seleção desses pequenos privilégios. Insights na vida de milhões de brasileiros. Reunidas, aqui, estão as crônicas marcantes, publicadas ao longo de seus mais de vinte anos de carreira. Colunista de economia, Miriam não se atém ao tema, mas avança por outras áreas: há espaço para o jornalismo, as questões sociais e ambientais, e até mesmo, para textos de viagens — como sua ida ao Parque Grande Sertão Veredas, contada na coluna O senhor tolere.
O livro traz, ainda, histórias pessoais de Miriam. Passagens que a autora julga trazerem algum valor universal, como a que empresta seu nome ao título do livro. Um belo texto onde a jornalista lembra sua relação com o pai e a importância em acreditar nos próprios projetos, ter a ousadia de batalhar pelos sonhos. Algumas das lindas peças incluídas neste livro nasceram no calor da hora. Outras não: tomaram semanas de seu trabalho de apuração dedicado, obstinado, meticuloso.
A maioria dos textos deste livro foi extraída da coluna que começou Panorama Econômico e acabou se transformando na Coluna Miriam Leitão. Um daqueles casos especiais em que o jornalista, pelo seu papel, ganha marca própria.
Miriam Leitão tem coluna diária no jornal O Globo desde 1991, é comentarista de economia da TV Globo, rádio CBN, tem um programa na Globonews. Mineira de Caratinga, começou o jornalismo em Vitória e trabalhou também na Gazeta Mercantil, Veja, Abril Video, Jornal do Brasil e O Estado de São Paulo. Ganhou vários prêmios, entre eles o prestigiado Maria Moors Cabot Prize, conferido pela Escola de Jornalismo da Universidade de Columbia.
Revelações de um publicitário
“Curto & Grosso” traz as historias de Flávio Corrêa, o Faveco, um dos profissionais de comunicação mais respeitados e premiados do Brasil
“Curto & Grosso – O Brasil de cabo a rabo na visão de um publicitário politicamente incorreto”, publicado pela Geração Editorial (184 páginas, R$ 34,90), traz as historias de Flávio Corrêa, mais conhecido como Faveco, um dos profissionais de comunicação mais respeitados e premiados do Brasil. A sua carreira no mundo é extensa, polêmica e vitoriosa, como jornalista, publicitário e empresário.
Faveco, ainda jovem, foi o escolhido pelo papa da comunicação do século XX, David Ogilvy, sem ao mesmo falar inglês, para trabalhar na nova agência de publicidade que seria montada para atender a América Latina. O resultado final foram 25 anos de convivência com o todo poderoso publicitário e trabalhos para Ogilvy & Mather nos cinco continentes.
“Talvez o que tenha cimentado nossa amizade tão especial tenham sido alguns traços comuns de personalidade: a irreverência, e iconoclastia beirando o anarquismo, o inconformismo, o amor pelo bom texto, pela elegância, pela ética na publicidade e a compulsiva busca da perfeição. E o cigarro...”, conta Faveco, no texto “Meu amigo David”.
Em “Curto & Grosso”, o autor mostra o seu espírito crítico aguçado para comentar os novos caminhos do mercado publicitário, da economia brasileira e da política, e não poderia deixar de lado lembranças do seu passado vencedor. O livro interessa não apenas aos profissionais de negócios, mas a publicitários, jornalistas e cidadãos dispostos a saber o que pensa um homem que, com as suas críticas, defende um melhor caminho para o futuro do país, sem partidarismo ou ambições políticas.
Os textos estão divididos em quatro áreas: Comunicação, Brasil, Gestão e Memórias. Os artigos são sempre “curtos e grossos” e carregam uma análise contemporânea profunda e, às vezes, agressiva contra a postura de políticos, empresários e do mercado em geral.
Uma ferida aberta há 25 anos
Livro reconstitui a morte de Tancredo Neves, primeiro presidente civil eleito após a ditadura militar. Autor questiona procedimentos médicos após pesquisa de 10 anos e entrevistas com profissionais responsáveis pelas quatro cirurgias
Um diagnóstico equivocado, uma técnica de cirurgia ultrapassada e uma briga “brutal de egos” para uma cirurgia de emergência — sem necessidade de urgência — levaram à morte Tancredo Neves, o primeiro presidente civil eleito depois de 21 anos de ditadura militar. A conclusão está no livro ‘O Paciente — Caso Tancredo Neves’, do pesquisador médico Luis Mir. Com documentos e prontuários inéditos, ele questiona, 25 anos depois, o procedimento que matou Tancredo poucos dias antes de assumir à Presidência da República.
“Tancredo foi operado em condições catastróficas. O procedimento operatório foi desatroso, houve um erro técnico clamoroso, primário. Era para ele ter tomado posse no dia 15 de março de 1985”, afirma Mir, que é professor da USP e pesquisou por 10 anos o tema, com entrevistas com a equipe médica responsável pelas intervenções no presidente.
“Não era um caso grave, ele não corria risco de vida. Era uma cirurgia que poderia ter sido programada melhor. Os médicos atenderam magnificamente bem o presidente da República, mas muito mal o paciente”, diz Mir.
HEMORRAGIA
Segundo o autor, a causa da morte de Tancredo foi uma hemorragia em consequência da técnica de sutura (de fechamento dos pontos) utilizada pela equipe do cirurgião Francisco Pereira Rocha. O presidente tinha um tumor benigno no abdômen, que primeiramente foi confundido com uma apendicite. “Já era um procedimento fora de uso, inadequado para 1985. Essa é a principal crítica que colhi da equipe paulista no livro”, conta o pesquisador, referindo-se aos médicos comandados por Henrique Pinotti, o terceiro médico que operou o presidente. Os dois cirurgiões são inimigos até hoje e se processaram após o conturbado processo que culminou com a posse do vice-presidente José Sarney. Mir é enfático ao apontar a principal razão do erro de médicos renomados, que convivem “e sofrem muito com isso”.
“Com o procedimento ideal, ele teria saído do hospital cinco dias depois da cirurgia andando para assumir o cargo. Mas era uma operação para salvar o presidente, houve modelos e várias soluções diferentes. Não podia dar certo. Foi um desastre médico, político, cirúrgico...”, critica.
Autor nega mitos e lendas sobre a morte de Tancredo
Entre as motivações de Luis Mir para escrever o livro, que chega amanhã às livrarias pela Editora Cultura, o autor diz que pretende desfazer lendas, mentiras e “outras bobagens” sobre a morte de Tancredo Neves. Há versões que apontavam até mesmo envenenamento, além de responsabilizar de certa forma ao próprio presidente, que seria um paciente rebelde. “É mentira, ele foi um excelente paciente. Faltou, digamos, sensibilidade com ele por parte dos médicos. Não defendo o presidente, mas o paciente. O que ele dizia apenas é que queria tomar posse para depois ir direto para o hospital”, lembra Mir, que teve contato com a neta de Tancredo (Andrea Neves) e o filho (Tancredo Augusto). Com eles, o autor acredita que vai desfazer um dos “boatos históricos” que cercam a morte de Tancredo: que ele teria sido mantido vivo artificialmente até o dia 21 de abril para morrer no mesmo dia que Tiradentes.
Literatura e arte moderna
Crítico Antonio Arnoni Prado lança “Itinerário de uma falsa vanguarda”
Reconhecido por estudos de primeira grandeza sobre Lima Barreto, o teatro e a cultura anarquistas no Brasil, e o percurso intelectual de Sérgio Buarque de Holanda, entre outros temas, o historiador e crítico de literatura Antonio Arnoni Prado realiza com o livro “Itinerário de uma falsa vanguarda - Os dissidentes, a Semana de 22 e o Integralismo” uma proeza admirável.
Ao focar sua atenção sobre uma linhagem de obras e autores pouco analisados pela crítica — com destaque para a produção excêntrica e contraditória de Elísio de Carvalho (1880-1925) —, o autor amplia a compreensão dos nexos entre literatura e política no período crucial que se estende da proclamação da República à maturação do Modernismo.
História cultural densa e crítica literária das mais finas, “Itinerário de uma falsa vanguarda”, lançamento da Editora 34, mapeia, sem nenhum esquematismo as várias vertentes estéticas que confluiriam para os acontecimentos da Semana de Arte Moderna de 1922, bem como para as tomadas de posição ideológica que viriam à tona na década de 1930.
Emocionante história de superação
O grande bailarino Li Cunxin volta a ser notícia, após sua autobiografia virar filme
“Adeus, China”, lançado no Brasil pela Editora Fundamento, conta a emocionante história de superação de um dos mais importantes bailarinos do mundo: o chinês Li Cunxin. A obra virou bestseller na Austrália, onde foi eleito o livro do ano pela Associação Australiana de Livreiros (a Nielson BookScan, em 2004) e recebeu o Book of the Year Award. Nos Estados Unidos recebeu o prêmio Christopher Award for Literature e foi um dos finalistas do National Biography Award. Publicado em mais de 20 países, está em listas de mais vendidos em vários lugares do mundo. No ano passado se tornou filme e foi lançado no Festival de Toronto.
Sucesso de público e de crítica, a história de Li Cunxin é admirável e envolvente. Um dos dançarinos mais importantes do mundo da dança, Li já se apresentou com algumas das maiores companhias da atualidade e é reverenciado por milhares de bailarinos. Mas todos concordam que ainda mais impressionante que a leveza de seus movimentos é sua história. O caminho que ele teve de percorrer da infância miserável na China comunista até a glória é narrado em sua autobiografia.
Amigo de presidentes americanos e estrelas de cinema, o bailarino escreveu suas memórias em linguagem simples, que agrada até àqueles que não conhecem seu nome e sua reputação como dançarino do Australian Ballet e do Houston Ballet. Nem mesmo a as características da China comunista, ainda pouco conhecidas no ocidente, se tornam obstáculos em uma história escrita com sentimentos intensos.
O livro relata a determinação de um garoto pobre da província de Qingdao que tem a oportunidade de mudar de vida. Unindo histórias de sua infância com o panorama político do país que passava pela Revolução Comunista, sob o comando de Mao Tsé-tung, Li Cunxin descreve seus anos de árduo treinamento e suas impressões do ocidente.
Li Cunxin foi um grande bailarino, mas, desde 1999, após uma lesão, trabalha no mercado de ações. Vive na Austrália com a esposa Mary e três filhos.
Na defesa da comunicação
Jornalista Adísia Sá é homenageada em obra que mostra a trajetória de grandes jornalistas
A Comissão Especial que vai proferir parecer à Proposta de Emenda à Constituição 386/09, conhecida como a PEC dos Jornalistas poderá ser instalada ainda em maio na Câmara dos Deputados. Enquanto parte da categoria se mobiliza pela obrigatoriedade do diploma, os jornalistas José Marques de Melo e Francisco de Assis lançam o livro "Valquirias Midiáticas" (Editora Arte e Ciência), com a luta de sete mulheres ícones na atuação acadêmica do jornalismo.
Entre as homenageadas está a cearense Adísia Sá, que foi a primeira mulher a integrar uma redação de jornal, a Gazeta de Notícias, em 1955. Foi a primeira repórter policial feminina, primeira mulher sindicalizada no estado do Ceará e fundadora do Curso de Jornalismo da Universidade Federal do Ceará.
O livro mostra a trajetória de Adísia Sá, Anamaria Fadul, Cremilda Medina, Lucia Santaella, Maria Immaculada Vassallo de Lopes, Sonia Virgínia Moreira e Zélia Leal Adguirni. O título do livro, Valquírias Midiáticas, remete à primeira revista feminina do Brasil - Walkyrias -, lançada na década de 1930 pela jornalista-empresária Jenny Pimentel de Borba, época da Constituição de 1934, que garantiu o direito de voto à mulher e que a incentivava a tomar consciência de seu papel de cidadã.
LIVROS - FICÇÃO
Memórias e histórias póstumas de Rodrigo de Souza Leão
Livro inédito do escritor, morto há um ano, "Me roubaram uns dias contados", organizado por Ramon Mello, é um misto de romance e autobiografia
Carioca de múltiplos talentos, o escritor, jornalista, músico e pintor Rodrigo de Souza Leão morreu prematuramente em 2 de julho de 2009, aos 43 anos, em uma clínica psiquiátrica. Autor do romance Todos os cachorros são azuis — finalista do prêmio Portugal Telecom 2009 e que ganhará uma adaptação para o teatro — e da reunião de poemas Caga-regras, o escritor conviveu com a esquizofrenia por mais de 20 anos. O que não o impediu — muito pelo contrário — de produzir intensamente, principalmente no mundo virtual: foi coeditor da revista eletrônica Zunái e autor de uma série de e-books e blogs.
ME ROUBARAM UNS DIAS CONTADOS é a última narrativa de fôlego escrita por Rodrigo de Souza Leão, que chega às livrarias pela Editora Record na data em que completa um ano de sua morte. O texto inédito, organizado pelo poeta e jornalista Ramon Mello, curador de sua obra, é um romance que beira a autobiografia, em que Rodrigo é, ao mesmo tempo, autor e personagem de suas próprias histórias. Mas ele ignora com habilidade e extrapola esses limites em que a noção de realidade está o tempo todo em expansão, produzindo uma comunidade de muitos protagonistas.
Em ME ROUBARAM UNS DIAS CONTADOS, a polifonia de vozes tece laços, mais do que afetivos, criados pelos personagens. Não há um único Rodrigo, há muitos e distintos entre si. Mas entre tantos personagens o leitor com certeza localizará semelhanças e serão essas semelhanças que farão o livro — sua vertiginosa história — fluir com a naturalidade, ora de um conto de fadas, ora de um romance policial, como explica o poeta e amigo Leonardo Gandolfi, que assina a apresentação do livro.
Humor, ironia, derrisão fazem as palavras, muitas vezes duras, fruírem espontaneamente em meio a sorrisos amarelos. Como o autor se desdobra em personagens, este livro se desdobra em outros livros – o que só faz sentido se estiverem reunidos dentro do mesmo caos: sexo virtual, gozofones, eletrochoques, perseguições da CIA ou KGB, filmes, músicas, pinturas, poemas e cacos emocionais...
ME ROUBARAM UNS DIAS CONTADOS é um belo mergulho na condição humana; em especial, na dura tarefa de existir de um escritor, que convive não só com seus fantasmas, mas também com seus remédios.
Rodrigo de Souza Leão nasceu no Rio de Janeiro em 4 de novembro de 1965. Publicou o romance Todos os cachorros são azuis e a reunião de poemas Caga-regras. Foi co-editor da revista eletrônica Zunái e autor de uma série de ebooks e blogs. Faleceu em 2 de julho de 2009 numa clínica psiquiátrica. Me roubaram uns dias contados marca o início da publicação de sua obra pela editora Record.
Ficção e realidade no Egito antigo
Christian Jacq narra um período marcante da história egípcia no romance “O Faraó Negro”
Os templos do Norte do Egito estão desertos e os deuses foram esquecidos. Todos têm um único objetivo: a obtenção máxima de lucro. O império, longe da magnificência do passado, parece caminhar rapidamente para a ruína irreparável. E o único que pode evitar essa fatalidade é o núbio Piankhy, o Faraó Negro.
Ao narrar um período marcante da história egípcia, Christian Jacq traz uma trama que mistura ficção e fatos reais. O Faraó Negro é uma aula para os leitores, que aprendem mais sobre a cultura da época e da região, além de conhecerem as divindades, os rituais, os costumes, dentre outros tópicos.
Christian Jacq não é somente um romancista que escreve sobre o Antigo Egito. É egiptólogo, cujas investigações históricas o levaram a ser agraciado pela Academia Francesa. Ele possui também o notável domínio da técnica de ficcionista, que fez dele um dos autores franceses mais apreciados do grande público. É o maior bestseller de língua francesa da atualidade, autor das séries mundialmente conhecidas (Ramsés, A Pedra da Luz, A Rainha Liberdade e Mozart), traduzidas em mais de 30 idiomas e presentes nas mais importantes listas de mais vendidos do planeta.
Enquanto de um lado há o Faraó que só age de acordo com os deuses e acredita que eles ajeitarão tudo no fim dos dias, no outro está o militar líbio ávido pelo poder e completamente descrente de qualquer crença sobrenatural. Mesmo com o apoio de parte da população e de sua esposa com poderes mágicos, será o faraó capaz de reverter o jogo?
Editora LeYa lança o segundo romance de premiado escritor angolano
Chega ao Brasil o romance “Quantas madrugadas tem a noite”, de Ondjaki
O escritor angolano Ondjaki, um dos expoentes da nova geração de escritores africanos, lança agora no Brasil, pela Editora LeYa, “Quantas madrugadas tem a noite”, publicado em 2004 em Angola e Portugal. A obra é o segundo romance de Ondjaki, que também se dedica à poesia, ao teatro, aos contos e à literatura infantil.
O autor, que já afirmou em entrevista que “frequentar livros é frequentar mundos”, conduz o leitor até Luanda, cenário das diversas histórias que constituem o romance. Povoada por personagens como o professor albino Jaí, o anão BurkinaFaçam e o protagonista AdolfoDido, a trama flerta com o fantástico ao mesmo tempo quem que traça um panorama atualizado da Luana pós-independendência.
Com temperadas doses de humor, farsa, drama, lirismo e violência, “Quantas madrugadas tem a noite” mantém o estilo presente em outras obras do autor, em que a oralidade permeia fortemente a narrativa, aproximando o leitor dos acontecimentos como se eles estivessem sendo contados entre amigos e entre muitas birras (cervejas). Um breve glossário ao fim do livro esclarece gírias e expressões regionais, que não atrapalham a fluência da leitura.
Embora alegue certa dificuldade com o conceito de literatura africana – “porque África são muitas, e várias, e tantas” -, Ondjaki ocupa lugar de destaque nesta seara, responsável que é por nos apresentar uma Angola contemporânea e diversa, que aprende a lidar com seu passado recente e sofrido.
“Ainda vais rir, mas prepara também o teu coração pra chorar, a vida é mesmo esse laço apertado, tem dias que lhe conhecemos os segredos — lhe desapertamos, outros dias lutamos só, nossas derrotas e lágrimas, e ficamos a olhar: o pescador se irrita com os nós da rede?”
Sobre o autor
Ondjaki (codinome literário de Ndalu de Almeida) tem diversos livros publicados, entre contos, romances e poesia. O primeiro deles, “Actu Sanguíneu”, foi publicado em 2000, sendo sucedido por “O Assobiador” (2002), “Bom dia camaradas”, “Há Prendisajens com o Xão” (2002), entre outros. “E se Amanhã o Medo” (2005) foi agraciado com Prêmio Antônio Paulouro (Portugal, 2005). Também pintor e roteirista, aos 33 anos Ondjaki é o mais novo membro da União dos Escritores Angolanos; suas obras já foram traduzidas para o italiano, espanhol, inglês, francês, alemão, sérvio, sueco e chinês. Atualmente, Ondjaki mora no Rio de Janeiro.
Sobre a Editora LeYa
A LeYa nasceu em Portugal, em janeiro de 2008, como empresa holding na qual se integram algumas das mais prestigiadas editoras nacionais e duas das mais bem-sucedidas editoras africanas. Compõem a LeYa as seguintes editoras: ASA, Caderno, Caminho, Casa das Letras, Dom Quixote, Estrela Polar, Gailivro, Livros d'Hoje, Lua de Papel, Ndjira (Moçambique), Nova Gaia, Nzila (Angola), Oceanos, Oficina do Livro, Quinta Essência, Sebenta, Teorema e Texto. A força destas marcas e a qualidade do que produzem, aliada aos objetivos ambiciosos e à dinâmica de grupo, fazem da LeYa uma empresa forte e coesa nos seus objetivos gerais e diversa nos seus programas editoriais.
Ficha técnica
Título: Quantas madrugadas tem a noite
Autor: Ondjaki
Nº de páginas: 192
Preço: R$ 39,90
Hormônios à flor da pele
No espirituoso romance de C.D. Payne, Nick Twisp – interpretado por Michael Cera no cinema – é um jovem rebelde com uma causa libidinosa: conquistar a mulher de sua vida e perder a virgindade
Em OS DIÁRIOS DE NICK TWISP, que ganhou uma adaptação para o cinema com Michael Cera (Juno) no papel principal ainda inédita no Brasil (Youth in revolt), seguimos as divertidas e inusitadas aventuras (e desventuras) de um adolescente às voltas com os problemas típicos da juventude: a virgindade e a libido exacerbada, o divórcio dos pais e seus respectivos relacionamentos funcionais, a escola e as atenções de uma garota.
Nick Twisp tem 14 anos e, apesar de intelectualmente avantajado se comparado aos ogros da escola, é virgem (talvez os ogros sejam avantajados de outras formas). E este é, com certeza, o terror de sua existência, como ele próprio descreve em suas memórias (memórias, não diário, como faz questão de frisar), registradas em um “computador velho e patético” em sua casa, em Oakland.
Ao conhecer a bela, inteligente e irônica Sheeni, durante as férias com sua mãe e o namorado caminhoneiro em um trailer de parques religiosos, ele testemunha a derrocada de sua vida de filhinho da mamãe... Além de linda, Sheeni é seu par intelectual – o problema é que ela tem uma fixação incompreensível pelos franceses, e deseja com todo o coração aprender a cultura deles em um colégio particular metido à besta cheio de garotas moderninhas e libertinas e jovens espécimes masculinos musculosos no auge da experimentação sexual.
Para conquistar A Mulher da Sua Vida (e protegê-la dos machos intelectualoides da escola particular), o rapaz cria um alter-ego, chamado François Dillinger, que lembra Nick, mas tem olhos azuis, um bigode, uma voz mais profunda e atitude de bad boy. No caminho, Nick enfrentará um caminhoneiro e um policial nojentos, um poeta afetado, a polícia federal e inúmeros processos na justiça...
Mas, por Sheeni, tudo vale a pena.
C.D. Payne nasceu em Akron, Ohio. Formado em 1971 em Harvard, é casado e mora na baía de São Francisco. Os diários de Nick Twisp é seu primeiro romance.
Mais dois livros da série "Querido Diário Otário" chegam ao mercado editorial
A Editora Fundamento lança no Brasil o nono livro da série Querido Diário Otário – É para isso que não servem os amigos e o Nosso Diário Otário – um diário para dividir com as suas amigas, do escritor e ilustrador norte-americano, Jim Benton. Editado no Brasil desde 2007, essa é a primeira série do autor que chega ao país.
No nono livro da série, Jamie (autora do diário) relata a repentina amizade com sua “inimiga mortal” Angelina. O outro lançamento, Nosso Diário Otário, é um caderno de confidências que as garotas podem escrever seus maiores segredos. Podem compartilhar também das preciosas dicas de Jamie sobre como sobreviver à escola, o que fazer com os inimigos, conhecer a escala da popularidade e até a de “manés”.
Jamie Kelly é uma adolescente que desabafa em seu diário as dificuldades que enfrenta na escola. Não é nada fácil conviver com a inimiga Angelina – que é apenas “a menina mais linda do mundo” –, e o Mário Pinsetti, que coloca apelido em todo mundo. Ao lado de Jamie, estão a melhor amiga Isabella e seu cachorro, o beagle Fedido (que às vezes é muito vingativo).
Engraçado e com uma linguagem própria dos adolescentes, Querido Diário Otário conquista a cada dia mais leitores. Longe de ser um livro de valores morais e de integrar a chamada linha politicamente correta, a série é divertida e agrada à garotada.
Sobre o autor
O ilustrador e escritor norte-americano Jim Benton iniciou sua carreira como designer em uma loja de camisetas, usando suas próprias criações. Enquanto trabalhava, Jim fazia ilustrações para jornais e revistas.
Em 1989 foi considerado pela Revista People, "o Cartonista mais visionário da América". Além da literatura e do jornalismo, em sua lista de trabalhos figuram um sitcom para televisão e desenhos para uma grife de roupas. Entre seus personagens estão Happy Bunny e Just Jimmiy. Os únicos livros do autor lançados no Brasil são os da série Querido Diário Otário, da adolescente Jamie Kelly. Hoje, Jim possui seu próprio estúdio, é casado e pai de dois filhos.
Galera Record publica novo livro infanto-juvenil da série "Sr. Gum"
Os dois volumes já editados da série "Sr. Gum" --"Você é um Homem Mau, Sr. Gum!" É um Homem Mau, Sr. Gum! e "Sr. Gum e o Biscoito Bilionário" fazem um grande sucesso entre a garotada, principalmente por conta das altas doses de humor no texto. O inglês Andy Staton, autor dos livros, provoca boas risadas também em "Sr. Gum e os Goblins", terceiro título da coleção, lançado agora pela Galera Record.
O protagonista dos livrinhos é um velho muito feio, sujo e malvado-- o Sr. Gum não gosta muito de crianças nem de bichinhos. E, por causa de seu mau humor, está sempre metido em situações difíceis e engraçadas: no primeiro livro, ele precisa deixar o jardim intacto, senão pode tomar muitas paneladas na cabeça. De um fada! No segundo, ele e seu companheiro de maldades, o açougueiro Billy William, planejam roubar o dinheiro de um tal de "homem-biscoito-elétrico". Só mesmo Polly, uma garotinha esperta de nove anos, para salvar o dia e o patrimônio da vítima.
No lançamento "Sr. Gum e os Goblins", mesmo com o enorme frio do inverno, Sr. Gum e Billy William elaboram um plano diabólico para infernizar o cotidiano da pequena cidade de Lamonic Biber. Só o bondoso Sexta-Feira O'Leary, que desde a primeira história tem que se desviar da maldade dos vilões, e sua amiga Polly, podem evitar uma grande tragédia!
Traduzidos em 16 países, os livros distraem os pequenos com ilustrações e textos divertidos. Na Inglaterra, o sucesso é absoluto, e as obras já venceram importantes prêmios, como "Red House Children's Award", concedido na páis a partir do voto de crianças.
SONHO DE SER PRINCESA
Livro premiado com o Newberry Honor e best seller do New York Times e da Publisher’s Weekly, ACADEMIA DE PRINCESAS conta a história da jovem Miri... Em um povoado distante, a vida do interior segue tranquila, até que um anúncio chega para modificar a vida de todos: o príncipe está buscando uma moça para ser sua noiva, e todas as meninas do reino deverão ser levadas para uma academia de princesas para aprenderem a se comportar como uma dama. Mas nem todas desejam esse futuro... Miri, sentindo-se integrada pela primeira vez, faz questão de manter as amizades que conquista na academia enquanto se esforça para, enfim, provar seu valor. Shannon Hale transforma um cenário imaginativo em uma história atemporal e universal.
Era uma vez uma menina de 14 anos, baixinha e espevitada, chamada Miri. Ela vivia isolada num minúsculo vilarejo no alto do longínquo Monte Eskel e, além do pai e da irmã, ela tinha apenas um único amigo, Peder. Seu maior sonho era tornar-se grande e forte para poder juntar-se aos demais na principal fonte de sustento da montanha, a pedreira. Aquele era o local onde todos da aldeia, jovens ou adultos, trabalhavam — menos a pequena Miri. Não havia então muita esperança de que sua vida um dia deixasse de se resumir aos tediosos afazeres da casa... Não fosse uma surpreendente ordem real vinda da planície: segundo os padres que aconselham o rei, o príncipe deveria casar-se com uma das meninas do Monte Eskel.
O anúncio afeta de forma drástica a rotina do humilde vilarejo, principalmente a das meninas, que sequer tinham frequentado a escola. Todas as adolescentes do Monte Eskel são, de uma hora para outra, obrigadas a abandonar seus lares para viver na Academia de Princesas, sendo supervisionadas pela implacável tutora Olana. Muito mais do que aulas de Postura e Conversação, essas meninas aprendem valiosas lições enquanto, juntas, ingressam numa realidade completamente nova. Porém, somente uma delas será escolhida pelo príncipe após a dança no Baile da Academia.
Apesar do clima de rivalidade entre as meninas, Miri, sentindo-se integrada pela primeira vez, faz questão de manter as amizades que conquista na academia enquanto se esforça para, enfim, provar seu valor. A cada dia renovam-se os mistérios e as emoções, assim como as disputas e as alianças pelo título de princesa. Mas nada é impossível; afinal, magia e aventura são elementos que invadem a vida de Miri, que descobre ser dona de um dom muitíssimo especial.
SHANNON HALE começou a escrever aos 9 anos de idade e desde então nunca mais parou. Autora bestseller do New York Times, já recebeu seis prêmios por seus livros, incluindo o Newbery Honor por Academia de princesas. Já publicou muitos livros para adultos e jovens, como o aclamado The Goose Girl e O Livro dos Mil Dias, e também é co-autora de uma graphic novel com seu marido. Eles vivem em Salt Lake City com os filhos dois filhos pequenos.
Nova temporada de Gossip Girl
“Sex and the City” para adolescentes: assim é considerada a série que saiu dos livros para a TV
“Gossip Girl” inspirou uma das mais bem sucedidas séries de TV contemporâneas, atualmente em sua terceira temporada no Warner Channel. A editora Record acaba de lançar o novo livro da série “Gossip Girl – Os Carlyle”, pelo selo Galera.
Na história, Baby, Avery e Owen Carlyle são de Nantucket, Massachuttes, e, sim, eles têm pedigree. Netos da recém-falecida Avery Carlyle, que foi uma das mais sofisticadas damas da sociedade nova-iorquina, os trigêmeos se mudam para o apartamento que pertencia a Blair e sua família e estão prontos para fazer de Nova York seu novo playground.
Considerada a “Sex and the City para adolescentes”, Gossip Girl é uma das séries mais lidas pelos jovens americanos, com milhões de exemplares vendidos nos Estados Unidos, que agora também podem se deliciar com a alta dose de drama, romance, intriga e, claro, muita fofoca, na televisão: Gossip Girl ganhou as telinhas em uma produção de Josh Schwartz, criador da série The O.C.
Um dos motivos que torna a série Gossip Girl tão real é que sua autora, Cecily von Ziegesar, foi criada na alta-roda nova-iorquina e foi aluna de um dos mais chiques colégios da cidade, convivendo com pessoas tão requintadas, elegantes, fúteis e divertidas como os personagens que criou. Atualmente, ela escreve outros livros da série enquanto cuida dos filhos.
MENTIR NO CURRÍCULO PODE VIRAR CRIME. SAIBA COMO APRIMORÁ-LO FALANDO A VERDADE!
Artigo de Renato Grinberg
Quem nunca aumentou alguma informação no currículo profissional só para parecer mais atraente ao mercado de trabalho? Como a possibilidade é real, recrutadores estão cada vez mais preparados para tirar todas as informações do candidato, inclusive, se ele está falando a verdade ou não. Até o momento, o máximo que podia acontecer com o candidato era ser desmascarado e passar vergonha perante a empresa e os demais concorrente, mas agora pode virar crime!
Um novo projeto de lei está em aprovação na Câmara dos Deputados e caracteriza mentiras no currículo como ação criminal, com detenção de dois meses a dois anos para os infratores. Segundo o autor do texto, o deputado Carlos Bezerra (PMDB/MT), caso seja aprovado, a punição será dada aos que falsificarem o documento integralmente ou em parte, uma vez que essa situação cause danos a terceiros ou permita que o infrator obtenha algum tipo de benefício.
Isso mesmo, uma pequena mentira pode virar um grande problema. Então encare aquilo que falta no seu currículo como uma necessidade, e vá em busca de suprir essa deficiência. Afinal, agir dessa maneira é um meio de investir em você e na sua carreira. Abaixo listo algumas dicas de como montar o currículo ideal e por onde começar para que consiga obter destaque perante os demais - falando apenas a verdade!
1) Não possui essa qualificação? Busque-a! – Imagine que as vagas para as quais você concorre requeiram inglês fluente, mas você só sabe o básico. O que faz então? Colocar no currículo que possui conhecimento avançado não é uma boa idéia, pois será desmascarado facilmente pelo entrevistador quando ele aplicar um teste. Você não poderá colocar essa falsa informação a vida inteira, então encare isso como uma oportunidade que bate à sua porta. Faça o curso e dedique-se, porque ele não é um gasto a mais no seu planejamento, é o seu maior investimento!
2) Ressalte os pontos mais relevantes – Nada de soltar “spam” de currículo ou fazer dele um e-mail marketing. Isso quer dizer que não deve mandar o mesmo documento para todas as oportunidades, mas adaptá-lo a cada vaga. Caso o emprego seja para Vendas, por exemplo, e sua maior qualidade é relacionamento interpessoal ou habilidade de persuasão, essa é a primeira coisa que deve destacar no resumo profissional, abaixo dos dados pessoais. Mesmo que não tenha experiência, deixe claro que tem força de vontade e capacidade para tal. Em outras palavras, por que não tentar obter seu destaque desta forma?
3) Deixe o currículo bonito e fácil de ler – Isso não quer dizer que você deve “enfeitar” o documento, mas deixá-lo legível. É mais atraente ler algo bem estruturado do que uma bagunça na qual não é possível absorver nada. Então, separe os quadros de informações, não há uma ordem certa para elas aparecerem. Por exemplo: se acha que a sua pós-graduação é mais relevante para o cargo do que sua experiência em outra área, isso deve vir primeiro, após destacar no currículo o quadro “Formação profissional”. E não esqueça de padronizar os dados, sempre com o mesmo bullet ou sublinhado.
Para não cometer esse erro, saiba quais são as 12 inverdades mais comuns:
As mentiras que as pessoas contam:
1)Formação acadêmica
2)Fluência em idioma estrangeiro
3)Falsa experiência na área em que deseja atuar
4)Acréscimo de atribuições no cargo anterior
5)Últimos cargos supervalorizados
6)Salário anterior
7)Maior tempo de permanência na antiga empresa
8)Curso de informática
9)Participação inexistente em trabalhos voluntários
10)Garantia de mobilidade e flexibilidade
11)Estado civil
12)Idade
* Fonte: Trabalhando.com
Livro inédito do escritor, morto há um ano, "Me roubaram uns dias contados", organizado por Ramon Mello, é um misto de romance e autobiografia
Carioca de múltiplos talentos, o escritor, jornalista, músico e pintor Rodrigo de Souza Leão morreu prematuramente em 2 de julho de 2009, aos 43 anos, em uma clínica psiquiátrica. Autor do romance Todos os cachorros são azuis — finalista do prêmio Portugal Telecom 2009 e que ganhará uma adaptação para o teatro — e da reunião de poemas Caga-regras, o escritor conviveu com a esquizofrenia por mais de 20 anos. O que não o impediu — muito pelo contrário — de produzir intensamente, principalmente no mundo virtual: foi coeditor da revista eletrônica Zunái e autor de uma série de e-books e blogs.
ME ROUBARAM UNS DIAS CONTADOS é a última narrativa de fôlego escrita por Rodrigo de Souza Leão, que chega às livrarias pela Editora Record na data em que completa um ano de sua morte. O texto inédito, organizado pelo poeta e jornalista Ramon Mello, curador de sua obra, é um romance que beira a autobiografia, em que Rodrigo é, ao mesmo tempo, autor e personagem de suas próprias histórias. Mas ele ignora com habilidade e extrapola esses limites em que a noção de realidade está o tempo todo em expansão, produzindo uma comunidade de muitos protagonistas.
Em ME ROUBARAM UNS DIAS CONTADOS, a polifonia de vozes tece laços, mais do que afetivos, criados pelos personagens. Não há um único Rodrigo, há muitos e distintos entre si. Mas entre tantos personagens o leitor com certeza localizará semelhanças e serão essas semelhanças que farão o livro — sua vertiginosa história — fluir com a naturalidade, ora de um conto de fadas, ora de um romance policial, como explica o poeta e amigo Leonardo Gandolfi, que assina a apresentação do livro.
Humor, ironia, derrisão fazem as palavras, muitas vezes duras, fruírem espontaneamente em meio a sorrisos amarelos. Como o autor se desdobra em personagens, este livro se desdobra em outros livros – o que só faz sentido se estiverem reunidos dentro do mesmo caos: sexo virtual, gozofones, eletrochoques, perseguições da CIA ou KGB, filmes, músicas, pinturas, poemas e cacos emocionais...
ME ROUBARAM UNS DIAS CONTADOS é um belo mergulho na condição humana; em especial, na dura tarefa de existir de um escritor, que convive não só com seus fantasmas, mas também com seus remédios.
Rodrigo de Souza Leão nasceu no Rio de Janeiro em 4 de novembro de 1965. Publicou o romance Todos os cachorros são azuis e a reunião de poemas Caga-regras. Foi co-editor da revista eletrônica Zunái e autor de uma série de ebooks e blogs. Faleceu em 2 de julho de 2009 numa clínica psiquiátrica. Me roubaram uns dias contados marca o início da publicação de sua obra pela editora Record.
Ficção e realidade no Egito antigo
Christian Jacq narra um período marcante da história egípcia no romance “O Faraó Negro”
Os templos do Norte do Egito estão desertos e os deuses foram esquecidos. Todos têm um único objetivo: a obtenção máxima de lucro. O império, longe da magnificência do passado, parece caminhar rapidamente para a ruína irreparável. E o único que pode evitar essa fatalidade é o núbio Piankhy, o Faraó Negro.
Ao narrar um período marcante da história egípcia, Christian Jacq traz uma trama que mistura ficção e fatos reais. O Faraó Negro é uma aula para os leitores, que aprendem mais sobre a cultura da época e da região, além de conhecerem as divindades, os rituais, os costumes, dentre outros tópicos.
Christian Jacq não é somente um romancista que escreve sobre o Antigo Egito. É egiptólogo, cujas investigações históricas o levaram a ser agraciado pela Academia Francesa. Ele possui também o notável domínio da técnica de ficcionista, que fez dele um dos autores franceses mais apreciados do grande público. É o maior bestseller de língua francesa da atualidade, autor das séries mundialmente conhecidas (Ramsés, A Pedra da Luz, A Rainha Liberdade e Mozart), traduzidas em mais de 30 idiomas e presentes nas mais importantes listas de mais vendidos do planeta.
Enquanto de um lado há o Faraó que só age de acordo com os deuses e acredita que eles ajeitarão tudo no fim dos dias, no outro está o militar líbio ávido pelo poder e completamente descrente de qualquer crença sobrenatural. Mesmo com o apoio de parte da população e de sua esposa com poderes mágicos, será o faraó capaz de reverter o jogo?
Editora LeYa lança o segundo romance de premiado escritor angolano
Chega ao Brasil o romance “Quantas madrugadas tem a noite”, de Ondjaki
O escritor angolano Ondjaki, um dos expoentes da nova geração de escritores africanos, lança agora no Brasil, pela Editora LeYa, “Quantas madrugadas tem a noite”, publicado em 2004 em Angola e Portugal. A obra é o segundo romance de Ondjaki, que também se dedica à poesia, ao teatro, aos contos e à literatura infantil.
O autor, que já afirmou em entrevista que “frequentar livros é frequentar mundos”, conduz o leitor até Luanda, cenário das diversas histórias que constituem o romance. Povoada por personagens como o professor albino Jaí, o anão BurkinaFaçam e o protagonista AdolfoDido, a trama flerta com o fantástico ao mesmo tempo quem que traça um panorama atualizado da Luana pós-independendência.
Com temperadas doses de humor, farsa, drama, lirismo e violência, “Quantas madrugadas tem a noite” mantém o estilo presente em outras obras do autor, em que a oralidade permeia fortemente a narrativa, aproximando o leitor dos acontecimentos como se eles estivessem sendo contados entre amigos e entre muitas birras (cervejas). Um breve glossário ao fim do livro esclarece gírias e expressões regionais, que não atrapalham a fluência da leitura.
Embora alegue certa dificuldade com o conceito de literatura africana – “porque África são muitas, e várias, e tantas” -, Ondjaki ocupa lugar de destaque nesta seara, responsável que é por nos apresentar uma Angola contemporânea e diversa, que aprende a lidar com seu passado recente e sofrido.
“Ainda vais rir, mas prepara também o teu coração pra chorar, a vida é mesmo esse laço apertado, tem dias que lhe conhecemos os segredos — lhe desapertamos, outros dias lutamos só, nossas derrotas e lágrimas, e ficamos a olhar: o pescador se irrita com os nós da rede?”
Sobre o autor
Ondjaki (codinome literário de Ndalu de Almeida) tem diversos livros publicados, entre contos, romances e poesia. O primeiro deles, “Actu Sanguíneu”, foi publicado em 2000, sendo sucedido por “O Assobiador” (2002), “Bom dia camaradas”, “Há Prendisajens com o Xão” (2002), entre outros. “E se Amanhã o Medo” (2005) foi agraciado com Prêmio Antônio Paulouro (Portugal, 2005). Também pintor e roteirista, aos 33 anos Ondjaki é o mais novo membro da União dos Escritores Angolanos; suas obras já foram traduzidas para o italiano, espanhol, inglês, francês, alemão, sérvio, sueco e chinês. Atualmente, Ondjaki mora no Rio de Janeiro.
Sobre a Editora LeYa
A LeYa nasceu em Portugal, em janeiro de 2008, como empresa holding na qual se integram algumas das mais prestigiadas editoras nacionais e duas das mais bem-sucedidas editoras africanas. Compõem a LeYa as seguintes editoras: ASA, Caderno, Caminho, Casa das Letras, Dom Quixote, Estrela Polar, Gailivro, Livros d'Hoje, Lua de Papel, Ndjira (Moçambique), Nova Gaia, Nzila (Angola), Oceanos, Oficina do Livro, Quinta Essência, Sebenta, Teorema e Texto. A força destas marcas e a qualidade do que produzem, aliada aos objetivos ambiciosos e à dinâmica de grupo, fazem da LeYa uma empresa forte e coesa nos seus objetivos gerais e diversa nos seus programas editoriais.
Ficha técnica
Título: Quantas madrugadas tem a noite
Autor: Ondjaki
Nº de páginas: 192
Preço: R$ 39,90
Hormônios à flor da pele
No espirituoso romance de C.D. Payne, Nick Twisp – interpretado por Michael Cera no cinema – é um jovem rebelde com uma causa libidinosa: conquistar a mulher de sua vida e perder a virgindade
Em OS DIÁRIOS DE NICK TWISP, que ganhou uma adaptação para o cinema com Michael Cera (Juno) no papel principal ainda inédita no Brasil (Youth in revolt), seguimos as divertidas e inusitadas aventuras (e desventuras) de um adolescente às voltas com os problemas típicos da juventude: a virgindade e a libido exacerbada, o divórcio dos pais e seus respectivos relacionamentos funcionais, a escola e as atenções de uma garota.
Nick Twisp tem 14 anos e, apesar de intelectualmente avantajado se comparado aos ogros da escola, é virgem (talvez os ogros sejam avantajados de outras formas). E este é, com certeza, o terror de sua existência, como ele próprio descreve em suas memórias (memórias, não diário, como faz questão de frisar), registradas em um “computador velho e patético” em sua casa, em Oakland.
Ao conhecer a bela, inteligente e irônica Sheeni, durante as férias com sua mãe e o namorado caminhoneiro em um trailer de parques religiosos, ele testemunha a derrocada de sua vida de filhinho da mamãe... Além de linda, Sheeni é seu par intelectual – o problema é que ela tem uma fixação incompreensível pelos franceses, e deseja com todo o coração aprender a cultura deles em um colégio particular metido à besta cheio de garotas moderninhas e libertinas e jovens espécimes masculinos musculosos no auge da experimentação sexual.
Para conquistar A Mulher da Sua Vida (e protegê-la dos machos intelectualoides da escola particular), o rapaz cria um alter-ego, chamado François Dillinger, que lembra Nick, mas tem olhos azuis, um bigode, uma voz mais profunda e atitude de bad boy. No caminho, Nick enfrentará um caminhoneiro e um policial nojentos, um poeta afetado, a polícia federal e inúmeros processos na justiça...
Mas, por Sheeni, tudo vale a pena.
C.D. Payne nasceu em Akron, Ohio. Formado em 1971 em Harvard, é casado e mora na baía de São Francisco. Os diários de Nick Twisp é seu primeiro romance.
Mais dois livros da série "Querido Diário Otário" chegam ao mercado editorial
A Editora Fundamento lança no Brasil o nono livro da série Querido Diário Otário – É para isso que não servem os amigos e o Nosso Diário Otário – um diário para dividir com as suas amigas, do escritor e ilustrador norte-americano, Jim Benton. Editado no Brasil desde 2007, essa é a primeira série do autor que chega ao país.
No nono livro da série, Jamie (autora do diário) relata a repentina amizade com sua “inimiga mortal” Angelina. O outro lançamento, Nosso Diário Otário, é um caderno de confidências que as garotas podem escrever seus maiores segredos. Podem compartilhar também das preciosas dicas de Jamie sobre como sobreviver à escola, o que fazer com os inimigos, conhecer a escala da popularidade e até a de “manés”.
Jamie Kelly é uma adolescente que desabafa em seu diário as dificuldades que enfrenta na escola. Não é nada fácil conviver com a inimiga Angelina – que é apenas “a menina mais linda do mundo” –, e o Mário Pinsetti, que coloca apelido em todo mundo. Ao lado de Jamie, estão a melhor amiga Isabella e seu cachorro, o beagle Fedido (que às vezes é muito vingativo).
Engraçado e com uma linguagem própria dos adolescentes, Querido Diário Otário conquista a cada dia mais leitores. Longe de ser um livro de valores morais e de integrar a chamada linha politicamente correta, a série é divertida e agrada à garotada.
Sobre o autor
O ilustrador e escritor norte-americano Jim Benton iniciou sua carreira como designer em uma loja de camisetas, usando suas próprias criações. Enquanto trabalhava, Jim fazia ilustrações para jornais e revistas.
Em 1989 foi considerado pela Revista People, "o Cartonista mais visionário da América". Além da literatura e do jornalismo, em sua lista de trabalhos figuram um sitcom para televisão e desenhos para uma grife de roupas. Entre seus personagens estão Happy Bunny e Just Jimmiy. Os únicos livros do autor lançados no Brasil são os da série Querido Diário Otário, da adolescente Jamie Kelly. Hoje, Jim possui seu próprio estúdio, é casado e pai de dois filhos.
Galera Record publica novo livro infanto-juvenil da série "Sr. Gum"
Os dois volumes já editados da série "Sr. Gum" --"Você é um Homem Mau, Sr. Gum!" É um Homem Mau, Sr. Gum! e "Sr. Gum e o Biscoito Bilionário" fazem um grande sucesso entre a garotada, principalmente por conta das altas doses de humor no texto. O inglês Andy Staton, autor dos livros, provoca boas risadas também em "Sr. Gum e os Goblins", terceiro título da coleção, lançado agora pela Galera Record.
O protagonista dos livrinhos é um velho muito feio, sujo e malvado-- o Sr. Gum não gosta muito de crianças nem de bichinhos. E, por causa de seu mau humor, está sempre metido em situações difíceis e engraçadas: no primeiro livro, ele precisa deixar o jardim intacto, senão pode tomar muitas paneladas na cabeça. De um fada! No segundo, ele e seu companheiro de maldades, o açougueiro Billy William, planejam roubar o dinheiro de um tal de "homem-biscoito-elétrico". Só mesmo Polly, uma garotinha esperta de nove anos, para salvar o dia e o patrimônio da vítima.
No lançamento "Sr. Gum e os Goblins", mesmo com o enorme frio do inverno, Sr. Gum e Billy William elaboram um plano diabólico para infernizar o cotidiano da pequena cidade de Lamonic Biber. Só o bondoso Sexta-Feira O'Leary, que desde a primeira história tem que se desviar da maldade dos vilões, e sua amiga Polly, podem evitar uma grande tragédia!
Traduzidos em 16 países, os livros distraem os pequenos com ilustrações e textos divertidos. Na Inglaterra, o sucesso é absoluto, e as obras já venceram importantes prêmios, como "Red House Children's Award", concedido na páis a partir do voto de crianças.
SONHO DE SER PRINCESA
Livro premiado com o Newberry Honor e best seller do New York Times e da Publisher’s Weekly, ACADEMIA DE PRINCESAS conta a história da jovem Miri... Em um povoado distante, a vida do interior segue tranquila, até que um anúncio chega para modificar a vida de todos: o príncipe está buscando uma moça para ser sua noiva, e todas as meninas do reino deverão ser levadas para uma academia de princesas para aprenderem a se comportar como uma dama. Mas nem todas desejam esse futuro... Miri, sentindo-se integrada pela primeira vez, faz questão de manter as amizades que conquista na academia enquanto se esforça para, enfim, provar seu valor. Shannon Hale transforma um cenário imaginativo em uma história atemporal e universal.
Era uma vez uma menina de 14 anos, baixinha e espevitada, chamada Miri. Ela vivia isolada num minúsculo vilarejo no alto do longínquo Monte Eskel e, além do pai e da irmã, ela tinha apenas um único amigo, Peder. Seu maior sonho era tornar-se grande e forte para poder juntar-se aos demais na principal fonte de sustento da montanha, a pedreira. Aquele era o local onde todos da aldeia, jovens ou adultos, trabalhavam — menos a pequena Miri. Não havia então muita esperança de que sua vida um dia deixasse de se resumir aos tediosos afazeres da casa... Não fosse uma surpreendente ordem real vinda da planície: segundo os padres que aconselham o rei, o príncipe deveria casar-se com uma das meninas do Monte Eskel.
O anúncio afeta de forma drástica a rotina do humilde vilarejo, principalmente a das meninas, que sequer tinham frequentado a escola. Todas as adolescentes do Monte Eskel são, de uma hora para outra, obrigadas a abandonar seus lares para viver na Academia de Princesas, sendo supervisionadas pela implacável tutora Olana. Muito mais do que aulas de Postura e Conversação, essas meninas aprendem valiosas lições enquanto, juntas, ingressam numa realidade completamente nova. Porém, somente uma delas será escolhida pelo príncipe após a dança no Baile da Academia.
Apesar do clima de rivalidade entre as meninas, Miri, sentindo-se integrada pela primeira vez, faz questão de manter as amizades que conquista na academia enquanto se esforça para, enfim, provar seu valor. A cada dia renovam-se os mistérios e as emoções, assim como as disputas e as alianças pelo título de princesa. Mas nada é impossível; afinal, magia e aventura são elementos que invadem a vida de Miri, que descobre ser dona de um dom muitíssimo especial.
SHANNON HALE começou a escrever aos 9 anos de idade e desde então nunca mais parou. Autora bestseller do New York Times, já recebeu seis prêmios por seus livros, incluindo o Newbery Honor por Academia de princesas. Já publicou muitos livros para adultos e jovens, como o aclamado The Goose Girl e O Livro dos Mil Dias, e também é co-autora de uma graphic novel com seu marido. Eles vivem em Salt Lake City com os filhos dois filhos pequenos.
Nova temporada de Gossip Girl
“Sex and the City” para adolescentes: assim é considerada a série que saiu dos livros para a TV
“Gossip Girl” inspirou uma das mais bem sucedidas séries de TV contemporâneas, atualmente em sua terceira temporada no Warner Channel. A editora Record acaba de lançar o novo livro da série “Gossip Girl – Os Carlyle”, pelo selo Galera.
Na história, Baby, Avery e Owen Carlyle são de Nantucket, Massachuttes, e, sim, eles têm pedigree. Netos da recém-falecida Avery Carlyle, que foi uma das mais sofisticadas damas da sociedade nova-iorquina, os trigêmeos se mudam para o apartamento que pertencia a Blair e sua família e estão prontos para fazer de Nova York seu novo playground.
Considerada a “Sex and the City para adolescentes”, Gossip Girl é uma das séries mais lidas pelos jovens americanos, com milhões de exemplares vendidos nos Estados Unidos, que agora também podem se deliciar com a alta dose de drama, romance, intriga e, claro, muita fofoca, na televisão: Gossip Girl ganhou as telinhas em uma produção de Josh Schwartz, criador da série The O.C.
Um dos motivos que torna a série Gossip Girl tão real é que sua autora, Cecily von Ziegesar, foi criada na alta-roda nova-iorquina e foi aluna de um dos mais chiques colégios da cidade, convivendo com pessoas tão requintadas, elegantes, fúteis e divertidas como os personagens que criou. Atualmente, ela escreve outros livros da série enquanto cuida dos filhos.
MENTIR NO CURRÍCULO PODE VIRAR CRIME. SAIBA COMO APRIMORÁ-LO FALANDO A VERDADE!
Artigo de Renato Grinberg
Quem nunca aumentou alguma informação no currículo profissional só para parecer mais atraente ao mercado de trabalho? Como a possibilidade é real, recrutadores estão cada vez mais preparados para tirar todas as informações do candidato, inclusive, se ele está falando a verdade ou não. Até o momento, o máximo que podia acontecer com o candidato era ser desmascarado e passar vergonha perante a empresa e os demais concorrente, mas agora pode virar crime!
Um novo projeto de lei está em aprovação na Câmara dos Deputados e caracteriza mentiras no currículo como ação criminal, com detenção de dois meses a dois anos para os infratores. Segundo o autor do texto, o deputado Carlos Bezerra (PMDB/MT), caso seja aprovado, a punição será dada aos que falsificarem o documento integralmente ou em parte, uma vez que essa situação cause danos a terceiros ou permita que o infrator obtenha algum tipo de benefício.
Isso mesmo, uma pequena mentira pode virar um grande problema. Então encare aquilo que falta no seu currículo como uma necessidade, e vá em busca de suprir essa deficiência. Afinal, agir dessa maneira é um meio de investir em você e na sua carreira. Abaixo listo algumas dicas de como montar o currículo ideal e por onde começar para que consiga obter destaque perante os demais - falando apenas a verdade!
1) Não possui essa qualificação? Busque-a! – Imagine que as vagas para as quais você concorre requeiram inglês fluente, mas você só sabe o básico. O que faz então? Colocar no currículo que possui conhecimento avançado não é uma boa idéia, pois será desmascarado facilmente pelo entrevistador quando ele aplicar um teste. Você não poderá colocar essa falsa informação a vida inteira, então encare isso como uma oportunidade que bate à sua porta. Faça o curso e dedique-se, porque ele não é um gasto a mais no seu planejamento, é o seu maior investimento!
2) Ressalte os pontos mais relevantes – Nada de soltar “spam” de currículo ou fazer dele um e-mail marketing. Isso quer dizer que não deve mandar o mesmo documento para todas as oportunidades, mas adaptá-lo a cada vaga. Caso o emprego seja para Vendas, por exemplo, e sua maior qualidade é relacionamento interpessoal ou habilidade de persuasão, essa é a primeira coisa que deve destacar no resumo profissional, abaixo dos dados pessoais. Mesmo que não tenha experiência, deixe claro que tem força de vontade e capacidade para tal. Em outras palavras, por que não tentar obter seu destaque desta forma?
3) Deixe o currículo bonito e fácil de ler – Isso não quer dizer que você deve “enfeitar” o documento, mas deixá-lo legível. É mais atraente ler algo bem estruturado do que uma bagunça na qual não é possível absorver nada. Então, separe os quadros de informações, não há uma ordem certa para elas aparecerem. Por exemplo: se acha que a sua pós-graduação é mais relevante para o cargo do que sua experiência em outra área, isso deve vir primeiro, após destacar no currículo o quadro “Formação profissional”. E não esqueça de padronizar os dados, sempre com o mesmo bullet ou sublinhado.
Para não cometer esse erro, saiba quais são as 12 inverdades mais comuns:
As mentiras que as pessoas contam:
1)Formação acadêmica
2)Fluência em idioma estrangeiro
3)Falsa experiência na área em que deseja atuar
4)Acréscimo de atribuições no cargo anterior
5)Últimos cargos supervalorizados
6)Salário anterior
7)Maior tempo de permanência na antiga empresa
8)Curso de informática
9)Participação inexistente em trabalhos voluntários
10)Garantia de mobilidade e flexibilidade
11)Estado civil
12)Idade
* Fonte: Trabalhando.com
Um comentário:
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