Um filme estranho
Primeiro longa metragem do cineasta cearense Petrus Cariry, "O grão" está sendo exibido no Espaço Unibanco Dragão do Mar
A produção cearense "O grão", chegou ao Espaço Unibanco Dragão do Mar: um filme singular, ou seja, a experiência de assisti-lo não pode facilmente ser compensada. Nascido em 1977, em Fortaleza, o cineasta Petrus Cariry, formado em webdesing pela Faculdade Integrada do Ceará, dirigiu vários curtas como “A Ordem dos Penitentes” - 35 mm (2002), “Uma jangada chamada Bruna” - HDTV (2003), “A velha e o mar” - 35 mm (2005), “Dos restos e das Solidões” - 35 mm (2006)”. O filme “A Velha e o Mar” e o curta “Dos Restos e das Solidões” foram premiados em importantes festivais nacionais com mais de 30 prêmios. “A velha e o Mar” participou de festivais internacionais de cinema como Havana e Tókio.
Petrus Cariry acumula mais 40 prêmios com seus curtas. “O Grão” é seu primeiro longa-metragem, obra cinematográfica contemplada em concurso do Minc. O filme participou de 50 festivais e recebeu mais 25 prêmios internacionais e nacionais. No momento, Petrus prepara o seu novo projeto de longa metragem o filme “Clarisse ou alguma coisa sobre nós dois”.
Assistindo "O Grão" estamos quase diante de um filme de ficção sem enredo. É na história que a velha Perpétua conta a seu neto Zeca, sobre um rei e uma rainha que perderam seu único filho que percebemos uma narrativa-dentro-da-narrativa: Perpétua, percebendo a morte que se aproxima; Zeca, mergulhando cada vez mais tanto na solidão quanto na descoberta do mundo; seus pais, repetindo ao infinito as mesmas ações, essenciais para a sobrevivência da família, como provavelmente já faziam anos antes de invadirmos um momento de suas vidas com nosso olhar.
Alguém pode se perguntar se não há ação dramática - a impressão é de um circularidade dos grandes mitos. No filme do filho do cineasta Rosemberg Cariry, vida e morte se entrelaçam, são parte uma da outra, aspectos da mesma realidade, e esta não se transforma. Os pequenos e cotidianos atos de sobrevivência num mundo arcaico como o apresentado pelo filme, por sua vez, produzem a nítida impressão de que se realizam desde sempre, e que se realizarão para sempre se não houver algum elemento, externo àquele mundo, que os transforme.
A eficiência do conjunto é facilmente comprovada pela variedade de leituras que permite. É possível imaginar "O grão" como retrato de um Brasil rural e arcaico – e o caráter documental de boa parte de suas imagens, apreendendo modos de fazer, reforça este olhar. É possível pensá-lo, também, como obra de completa universalidade, sobre vida e morte, perda e crescimento, objeto e símbolo. Podemos até mesmo vê-lo como drama de iniciação, obra sobre um jovem indivíduo que precisa passar por alguma provação antes de se alcançar um estágio mais elevado de sua existência. Qualquer que seja a leitura, é bom que o espectador esteja preparado. Nos ritmos lentos ou na lógica incomum, "O grão" é filme estranho, daqueles que fazem a gente sair do cinema sentindo algum desconforto em relação tanto a nós mesmos quanto ao mundo que nos cerca.
Documentário cearense em Paris
Produtora Clan produz filme sobre travestis na capital Francesa
Depois do sucesso na realização da primeira edição do Festival de Jericoacoara Cinema Digital, parte da equipe do Clan do Cinema, composta por Alex Meira, Rui Ferreira e Clébio Viriato, embarcou para Paris para fazer a primeira parte do filme “O Voo da Beleza”, do antropólogo cearense Alexandre Câmara do Vale.
“O Voo da Beleza” é um documentário etnográfico, baseado nas pesquisas de mestrado e doutorado iniciadas há quinze anos por Alexandre, que aborda a experiência migratória de travestis e transexuais para a capital francesa.
Alexandre Vale também é diretor do documentário “Cinema Caradura”, em parceria com a socióloga Simone Oliveira.
Para as filmagens em Paris, o Clan do Cinema optou pela captação de imagem digital, utilizando câmeras HIGH Difinition Full HD de última geração.
Primeiro longa metragem do cineasta cearense Petrus Cariry, "O grão" está sendo exibido no Espaço Unibanco Dragão do Mar
A produção cearense "O grão", chegou ao Espaço Unibanco Dragão do Mar: um filme singular, ou seja, a experiência de assisti-lo não pode facilmente ser compensada. Nascido em 1977, em Fortaleza, o cineasta Petrus Cariry, formado em webdesing pela Faculdade Integrada do Ceará, dirigiu vários curtas como “A Ordem dos Penitentes” - 35 mm (2002), “Uma jangada chamada Bruna” - HDTV (2003), “A velha e o mar” - 35 mm (2005), “Dos restos e das Solidões” - 35 mm (2006)”. O filme “A Velha e o Mar” e o curta “Dos Restos e das Solidões” foram premiados em importantes festivais nacionais com mais de 30 prêmios. “A velha e o Mar” participou de festivais internacionais de cinema como Havana e Tókio.
Petrus Cariry acumula mais 40 prêmios com seus curtas. “O Grão” é seu primeiro longa-metragem, obra cinematográfica contemplada em concurso do Minc. O filme participou de 50 festivais e recebeu mais 25 prêmios internacionais e nacionais. No momento, Petrus prepara o seu novo projeto de longa metragem o filme “Clarisse ou alguma coisa sobre nós dois”.
Assistindo "O Grão" estamos quase diante de um filme de ficção sem enredo. É na história que a velha Perpétua conta a seu neto Zeca, sobre um rei e uma rainha que perderam seu único filho que percebemos uma narrativa-dentro-da-narrativa: Perpétua, percebendo a morte que se aproxima; Zeca, mergulhando cada vez mais tanto na solidão quanto na descoberta do mundo; seus pais, repetindo ao infinito as mesmas ações, essenciais para a sobrevivência da família, como provavelmente já faziam anos antes de invadirmos um momento de suas vidas com nosso olhar.
Alguém pode se perguntar se não há ação dramática - a impressão é de um circularidade dos grandes mitos. No filme do filho do cineasta Rosemberg Cariry, vida e morte se entrelaçam, são parte uma da outra, aspectos da mesma realidade, e esta não se transforma. Os pequenos e cotidianos atos de sobrevivência num mundo arcaico como o apresentado pelo filme, por sua vez, produzem a nítida impressão de que se realizam desde sempre, e que se realizarão para sempre se não houver algum elemento, externo àquele mundo, que os transforme.
A eficiência do conjunto é facilmente comprovada pela variedade de leituras que permite. É possível imaginar "O grão" como retrato de um Brasil rural e arcaico – e o caráter documental de boa parte de suas imagens, apreendendo modos de fazer, reforça este olhar. É possível pensá-lo, também, como obra de completa universalidade, sobre vida e morte, perda e crescimento, objeto e símbolo. Podemos até mesmo vê-lo como drama de iniciação, obra sobre um jovem indivíduo que precisa passar por alguma provação antes de se alcançar um estágio mais elevado de sua existência. Qualquer que seja a leitura, é bom que o espectador esteja preparado. Nos ritmos lentos ou na lógica incomum, "O grão" é filme estranho, daqueles que fazem a gente sair do cinema sentindo algum desconforto em relação tanto a nós mesmos quanto ao mundo que nos cerca.
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Documentário cearense em Paris
Produtora Clan produz filme sobre travestis na capital Francesa
Depois do sucesso na realização da primeira edição do Festival de Jericoacoara Cinema Digital, parte da equipe do Clan do Cinema, composta por Alex Meira, Rui Ferreira e Clébio Viriato, embarcou para Paris para fazer a primeira parte do filme “O Voo da Beleza”, do antropólogo cearense Alexandre Câmara do Vale.
“O Voo da Beleza” é um documentário etnográfico, baseado nas pesquisas de mestrado e doutorado iniciadas há quinze anos por Alexandre, que aborda a experiência migratória de travestis e transexuais para a capital francesa.
Alexandre Vale também é diretor do documentário “Cinema Caradura”, em parceria com a socióloga Simone Oliveira.
Para as filmagens em Paris, o Clan do Cinema optou pela captação de imagem digital, utilizando câmeras HIGH Difinition Full HD de última geração.
PONTOS DE CORTE
Cinema na rua apresenta Mostra de Filmes Regionais nos dias 13 e 14.
O Cineclube Cururu, coletivo formado pelo curso Pontos de Corte da Vila das Artes leva cinema para vários espaços da cidade. Nos próximos dias 13 e 14 exibe no Parque Santa Maria uma Mostra de Filmes Regionais. As sessões acontecem ao ar livre e são seguidas de debate. Com início para as 18h, a Mostra acontece na sexta (13) - na Rua Estocolmo, no Campo do Santa Fé, e no sábado (14) - na Rua José Moreira, 584, no Parque Santa Maria. Informações no www.ciclubecururu.blogspot.com ou pelo telefone 8838-2872.
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