segunda-feira, 2 de agosto de 2010

CINEMA DE ARTE

Itaú Cultural exibe documentários musicais na Feira de Música de Fortaleza

O filme iraniano Não é uma Ilusão, e o israelense Conhecimento é só o Início, mostram a música como instrumento a serviço da paz e da liberdade de expressão


Nos dias 19 e 20 de agosto (quinta-feira e sexta-feira), o Itaú Cultural participa da Feira de Música de Fortaleza, com uma programação audiovisual voltada para a área musical. A Mostra Itaú Cultural de Filmes apresenta a exibição dos documentários Conhecimento é o Início (Israel/Alemanha), de Paul Smaczny, e Não é uma Ilusão (Irã/Áustria), de Torang Abedian, que têm em comum, como instrumento a serviço da paz e da liberdade de expressão mesmo em regimes opressivos ou situações de conflito ou rivalidade. Será servido um café da manhã após a exibição de cada filme.

Para Edson Natale, gerente do Núcleo de Música do Itaú Cultural, participar da Feira de Música de Fortaleza com uma programação de documentários é uma forma de abordar a música por meio de outros formatos. “É uma experiência interessante, porque não se costuma ter esse tipo de ação em feiras de música”, observa. “Participar dessa feira, além de poder apresentar uma boa programação, é uma forma de estar em contato com outras cadeias de produção, de ouvir as demandas da área e de acompanhar de perto a cena musical de Fortaleza”, complementa.

Conhecimento é o Início (2006), que abre o ciclo de exibições no dia 19, às 10h, trata do encontro entre o maestro e pianista judeu Daniel Barenboim e o célebre intelectual palestino Edward Said, mostrando que a música é a linguagem da paz. A reunião destas duas personalidades nascidas em países rivais gerou a Orquestra Ocidental-Oriental de Divan – formada por músicos de 14 a 25 anos do Egito, Israel, Jordânia, Líbano, Síria e Tunísia e cuja trajetória é retratada no filme. O documentário recupera a história da orquestra formada por jovens judeus israelenses e árabes que vivem lado a lado dentro da orquestra.

Não é Uma Ilusão, da iraniana Torang Abedian, apresentado no dia 20, conta a história de Sara, uma jovem iraniana de voz cativante que quer ser cantora. O problema é que, segundo as leis da República Islâmica do Irã, ela não pode cantar sozinha em público, pois para os clérigos, Deus não quer ouvir a voz das mulheres nas orações. Trata-se do primeiro longa-metragem da diretora.

Nascida em Teerã, antes da revolução de 1979, em uma família de teatro e música, Torang foi incentivada pela família a estudar Ciência, já que achavam que não haveria futuro para uma artista mulher na sociedade iraniana. Ela foi para Londres, onde estudou Fotografia e Cinema e formou-se bacharel Cinema e Vídeo pela Universidade de Westminster. Em 2003, voltou a viver em Teerã, e trabalhou em outros projetos de cinema e música. Foi diretora de áudio do livro O Alquimista, de Paulo Coelho, em persa.



FEIRA

A nona edição da Feira de Música de Fortaleza acontece de 18 a 21 de agosto, na capital cearense. Neste ano, toda a programação da Feira será distribuída pelos espaços do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura. Pela primeira vez, a Feira - evento pioneiro no setor de música e negócios - ocupa o centro cultural com atividades como shows, oficinas, paineis, workshops, a rodada de negócios e a exposição de estandes, dentre outras. A IX Feira da Música de Fortaleza é uma realização da Associação dos Produtores de Discos do Ceará (ProDisc) em parceria com o Sebrae (CE). Em 2010 conta com a promoção da Prefeitura de Fortaleza, patrocínio do Banco do Nordeste e BNDES, incentivo do Sistema Estadual de Cultura e apoio do Ministério da Cultura.



SERVIÇO

Mostra Itaú Cultural de filmes, na Feira de Música de Fortaleza (CE)

Dias 19 e 20 de agosto de 2010 (quinta a sexta-feira), das 10 às 12h

Censura: 14 anos

Será servido um café da manhã após a exibição de cada filme



PROGRAMAÇÃO

19 de agosto

10h

Conhecimento é o Início (Knowledge is the Beginning)

Paul Smaczny, 2006 – Israel/Alemanha, 115 min, documentário

20 de agosto

10h

Não é uma Ilusão (Na Yek Tavahom)

Torang Abedian, 2009 – Irã/Áustria, 86 min, documentário



Espaço Unibanco Dragão do Mar - Sala 2

Rua Dragão do Mar, 41 - Praia de Iracema

Fortaleza - CE

Informações: 85. 3262-5011

www.feiramusica.com.br








Mostra de Alejandro Jodorowsky

Filmes do "mago multimídia chileno" serão exibidos nesta quarta, quinta e sexta na Vila das Artes


Alejandro Jodorowsky, chileno de nascimento é cineasta, dramaturgo, literato e ensaísta, também é tarólogo, especialista em psicomagia, não a toa é chamado como o “mago multimídia”. Seus filmes vieram a tona a pouco tempo pois foram impedidos de circular por causa de uma briga com o produtor. È considerado um dos precursores da arte multimída. Artista típico da contracultura criou o Moviment Panique (Teatro do Pânico) juntamente com os espanhóis surrealistas Fernando Arrabal e Roland Topor.

Escreveu diversos livros e peças teatrais, além de dirigir peças de vanguarda em Paris e na Cidade do México. Ainda criou a tira de história em quadrinhos “Fábulas Pânicas”, e exibiu pela primeira vez o filme “Fando y Lis”, em 1967, baseado em uma peça de Arrabal, no festival de Acapulco no México. O filme não foi bem recebido e o diretor precisou sair pelas portas dos fundos do teatro.

Já seu segundo longa, “El Topo”, lançado timidamente em 1970 nos EUA, ganhou repercussão devido a admiração expressa por John Lennon e Yoko Ono. Com uma bilheteria expressiva o filme ficou marcado como o primeiro “midnight movie” da história.

Devido aos anos de “processo” com o produtor até há pouco tempo o público não tinha acesso as obras cinematográficas de Jodorowsky, a não ser por exibições clandestinas. Só em 2006 suas obras foram exibidas em Cannes depois de restauradas. No Brasil o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro fez algumas exibições e o Centro Cultural do Banco do Brasil realizou um festival com os sete filmes do cineasta.

A mostra chega agora a Fortaleza promovida pelo Sesc com o apoio da Vila das Artes, equipamento da Prefeitura de Fortaleza, espaço voltado para a formação em artes, apoio a produção, incentivo a pesquisa e difusão cultural.

A mostra Jodorowsky fica em cartaz dias 4, 5 e 6 de agosto, sempre a partir das 18h30, na Vila das Artes – Rua 24 e Maio, 1221, Centro. Na programação quatro (dos sete) filmes do cineasta: A Gravata, um curta produzido em 1957; Fando e Lis, protótipo da contracultura realizado nos áureos 1968; o famoso El Topo, da era hippie, de 1970 e a Montanha Sagrada, de 1973. Informações pelo telefone (85) 3252-1444. Grátis.



Filmes que serão exibidos

A Gravata (1957)

Enveredando no mundo das imagens o diretor grava o seu primeiro filme em Paris. Uma versão muda de um conto de Thomas Mann, sobre uma garota que vende cabeças. O filme foi considerado perdido, mas recentemente encontrado na Alemanha. Jorodowsky disse uma vez que não tinha experiência nenhuma quando filmou A Gravata “mas nela se pode apreciar que eu já era diretor. Um artista precisa ser como Jean Cocteau.. esquizofrênico...”


Fando e Lis (1968)

O primeiro filme relevante do cineasta, adaptado de uma bizarra história de amor louco e inatingível criada por Fernando Arrabal em torno de um impotente Fando guiando sua namorada paralítica numa cadeira de rodas em direção à cidade encantada de Tar, em busca do êxtase espiritual. A viagem interior dos personagens representa o que desde então seria a quintessência do cinema de Jodorowsky, fruto da época da contracultura. O filme mais poético do diretor, o mais triste e belo. Basta dizer que na sua primeira exibição na Cidade do México, os espectadores enfurecidos interromperam a sessão, e o filme foi banido do país durante anos.


El Topo (1970)

Faroeste surrealista, com altas conotações metafísicas, espirituais e simbólicas, é uma intensa alegoria em torno de um pistoleiro que vaga pelo deserto do Oeste em busca de constantes desafios duelando com os mais diversos mestres. O que acaba gerando uma das mais alegóricas viagens interiores do cinema de Jodorowsky. Era o filme preferido de John Lennon, que comprou seus direitos de exibição, além de ter financiado o filme seguinte de Jodorowsky, “A Montanha Sagrada”.


A Montanha Sagrada (1973)

Jodorowsky interpreta o papel do “alquimista” que reúne um grupo de pessoas que representam os planetas do Sistema Solar. Sua intenção é submeter o grupo a uma série de ritos de natureza mística para que se desprendam de sua bagagem “mundana” antes de embarcar numa viagem em direção à misteriosa Ilha de Loto. Talvez a obra-prima do diretor, o mais delirante e poderoso de seus filmes, o que carrega as imagens mais desafiadoras de sua filmografia. Nunca ninguém tinha visto nada igual até a data de lançamento. Foi a grande obra ovacionada no festival de Cannes em 1973.


Serviço:

Mostra Jodorowsky , quarta (4), quinta (5) e sexta (6) às 18h30 na Vila das Artes, Rua 24 de Maio, 1221, esquina da Menton de Alencar, Centro. Informações pelo telefone 3252-1444. Realização em parceria: Sesc e Vila das Artes. Grátis.

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