Poesia de Celso Borges dialoga com música, ganhando vida e voz em meio a colagens e arranjos sonoros
O artista maranhense apresenta o tema “Poesia: Bendita e Bem Dita”, dentro do programa Literatura em Revista, no cineteatro do Centro Cultural Banco do Nordeste-Fortaleza, neste sábado, 4, às 18 horas
Os beatniks americanos, a partir dos anos 1950, os poetas da geração marginal, no Brasil, na década de 70, e o rap, nos anos 90, estão entre os grandes anunciadores de uma nova forma de falar a poesia. Atualmente, vários escritores brasileiros desenvolvem trabalhos que estimulam o diálogo entre música e poesia, criando uma alternativa às desgastadas declamações tradicionais.
Entre eles estão Ricardo Aleixo (MG), Ademir Assunção (SP), Ricardo Corona (PR) e Celso Borges (MA). Com dois projetos já lançados no formato livro-cd, o maranhense Celso Borges, radicado em São Paulo há 20 anos, amplia esse diálogo fazendo experimentações em torno da palavra dita, saída do papel, ganhando vida em voz em meio a arranjos instrumentais e colagens poético-sonoras.
Mas isso não impede que, aqui e ali, alguns poemas se vistam de canção, em parcerias com nomes como Zeca Baleiro, Chico César, Papete, Fagner e Fausto Nilo, entre outros. O poeta ousa ampliar o texto para além da página, valorizando as linguagens faladas em todas as suas formas.
Neste sábado, 4, às 18 horas, Celso Borges apresentará o tema “Poesia: Bendita e Bem Dita”, dentro do Literatura em Revista, no cineteatro do Centro Cultural Banco do Nordeste-Fortaleza (rua Floriano Peixoto, 941 – 2º andar – Centro – fone: (85) 3464.3108). No programa de apreciação e difusão literária do CCBNB-Fortaleza, o artista compartilhará com o público o seu processo criativo, bem como o conteúdo dos livros-cds “Música” e “XXI”.
Livros-cds “Música” e “XXI”
‘Música’ tem 25 poemas-faixas e reúne mais de 50 artistas brasileiros, entre eles Zeca Baleiro, Vitor Ramil, Ceumar, Chico César, Cordel do Fogo Encantado, Ricardo Corona e Ademir Assunção, além do DJ Otávio Rodrigues (que fez cinco trilhas, incluindo a faixa-título), com mais de 250 citações de palavras que remetem à idéia do que seja música.
O poeta Celso Borges está divulgando seu segundo livro-CD, ‘Música’. No trabalho, a poesia ganha a cor de diversos gêneros e ritmos musicais: a canção, o fado, a morna caboverdiana, a balada e o rap. Mas na maioria das faixas, os poemas são falados e recebem intervenções sonoras. “A idéia é deixar a palavra livre de impostações e colocar as intervenções para reforçar o discurso, como se um fizesse parte do outro”, afirma o poeta.
Dividido em lados A e B, como num velho compacto (o livro tem o formato de um compacto simples e é furado no meio), o projeto gráfico do designer Cláudio Lima dialoga com o conceito do título e utiliza símbolos ligados a esse universo – alguns deles antigos como fitas cassetes, vinis, rádios de pilha etc. “O objetivo é, de certa forma, o mesmo do projeto anterior: trabalhar contra falsas modernidades, acreditando que ‘o futuro tem o coração antigo’, como diz epígrafe do XXI, meu primeiro livro-cd”, explica Celso.
‘Música’ (2006) dá continuidade ao projeto poético sonoro inaugurado com XXI (2000), mas diferente deste, que reuniu basicamente artistas maranhenses, apresenta artistas com quem Celso vem dialogando também fora de São Luís. O trabalho faz parte da coleção “Ruptura Réptil/Poesia Para Ouvir”, da editora Medusa, de Curitiba, especializada em poesia.
A obra reúne mais de 50 poetas e compositores, a maioria deles vivendo em São Paulo, onde Celso Borges mora há 20 anos. “O principal objetivo é aprofundar e criar novas possibilidades sonoras para o texto poético, além de aumentar o diálogo com artistas de vários cantos do Brasil, fortalecendo a troca de experiências”, afirma o autor.
Estão em ‘Música’, entre outros, os compositores Zeca Baleiro, Chico César, Vitor Ramil, Carlos Careqa, Assis Medeiros, Kleber Albuquerque e Décio Rocha; os poetas Sérgio Natureza, Micheliny Verunschk, Ricardo Corona e Ademir Assunção; e as cantoras Ceumar, Miriam Maria, Vanessa Bumagny e Vange Milliet. De São Luís, estão presentes os poetas Fernando Abreu, Lúcia Santos, Garrone e Reuben, além do compositor Josias Sobrinho e da banda de rap TA Calibre 1.
Zeca Baleiro é um dos destaques de ‘Música’. Ele colocou melodia em três poemas de Celso Borges: Americana, em que divide a interpretação com o gaúcho Vítor Ramil; Aurora, cantada pela mineira Ceumar; e Morada, uma morna caboverdiana, na voz da paulistana Miriam Maria.
O letrista Sérgio Natureza também participa. Ele é autor da única letra (Devoluto) que não tem a assinatura de Celso. “Conheci Sérgio por meio de Zeca e certo dia recebi de presente dele um texto em que falava de São Luís na primeira pessoa, como se fosse eu. Dei a letra para Kleber Albuquerque, que fez um lindo fado”, conta.
Celso Borges destaca ainda a participação do vocalista Lirinha e do violonista Clayton Barros, ambos do Cordel do Fogo Encantado (Arcoverde, Pernambuco), na faixa Linguagem. De Pernambuco veio também a poeta Micheliny Verunschk, finalista do prêmio Telecom em 2004, que diz um poema-homenagem a João Cabral de Melo Neto.
‘Música’ traz ainda alguns resultados da parceria que Celso Borges desenvolve desde 2003 com o DJ Otávio Rodrigues. O trabalho da dupla vem sendo apresentado em shows e eventos em São Paulo, entre eles o TIM Festival e o Baile de Baleiro, em 2004, além do projeto Os Novos Bárbaros, no Itaú Cultural, em 2005. “Utilizamos colagens musicais e efeitos sonoros, ampliando o texto para além da página, na linha de poetas como William Burroughs e Linton Kwesi Johnson”, afirma Otávio Rodrigues, que assina a trilha de cinco faixas, inclusive a faixa-título.
Trajetória artística
Celso Borges é maranhense de São Luís (maio/1959). A partir do final dos anos 1970, integra os principais movimentos de poesia que surgiram na cidade, dando origem a publicações históricas, entre as quais a revista Guarnicê (1983 a 1985). Na década de 80 lança três livros: Cantanto (1981), No instante da cidade (1983) e Pelo avesso (1985), todos publicados pelas Edições Guarnicê. A partir de 1989 passa a morar em São Paulo, onde lança Persona non grata (1990). Seis anos depois, publica Nenhuma das respostas anteriores; e em 2000 lança seu projeto mais ousado, o livro-cd “XXI”.
Jornalista, já trabalhou em rádio e TV, em São Luís e em São Paulo. Celso Borges também atua como letrista e tem parcerias com diversos compositores como Zeca Baleiro, Chico César, Nosly, Lourival Tavares, Alê Muniz, Papete, Mano Borges, César Nascimento e Gerson da Conceição (banda Mano Bantu). Um parceiro que vem se tornando constante é Zeca Baleiro, com quem assinou a faixa “Serpente – A Outra Lenda”, no disco Pet Shop Mundo Cão, e “Canhoteiro”, no CD de Zeca e Fagner. No livro-cd “XXI”, Baleiro musicou o poema Pedra de Cantarei e, em MÚSICA volta a participar, dessa vez em três faixas.
O artista maranhense apresenta o tema “Poesia: Bendita e Bem Dita”, dentro do programa Literatura em Revista, no cineteatro do Centro Cultural Banco do Nordeste-Fortaleza, neste sábado, 4, às 18 horas
Os beatniks americanos, a partir dos anos 1950, os poetas da geração marginal, no Brasil, na década de 70, e o rap, nos anos 90, estão entre os grandes anunciadores de uma nova forma de falar a poesia. Atualmente, vários escritores brasileiros desenvolvem trabalhos que estimulam o diálogo entre música e poesia, criando uma alternativa às desgastadas declamações tradicionais.
Entre eles estão Ricardo Aleixo (MG), Ademir Assunção (SP), Ricardo Corona (PR) e Celso Borges (MA). Com dois projetos já lançados no formato livro-cd, o maranhense Celso Borges, radicado em São Paulo há 20 anos, amplia esse diálogo fazendo experimentações em torno da palavra dita, saída do papel, ganhando vida em voz em meio a arranjos instrumentais e colagens poético-sonoras.
Mas isso não impede que, aqui e ali, alguns poemas se vistam de canção, em parcerias com nomes como Zeca Baleiro, Chico César, Papete, Fagner e Fausto Nilo, entre outros. O poeta ousa ampliar o texto para além da página, valorizando as linguagens faladas em todas as suas formas.
Neste sábado, 4, às 18 horas, Celso Borges apresentará o tema “Poesia: Bendita e Bem Dita”, dentro do Literatura em Revista, no cineteatro do Centro Cultural Banco do Nordeste-Fortaleza (rua Floriano Peixoto, 941 – 2º andar – Centro – fone: (85) 3464.3108). No programa de apreciação e difusão literária do CCBNB-Fortaleza, o artista compartilhará com o público o seu processo criativo, bem como o conteúdo dos livros-cds “Música” e “XXI”.
Livros-cds “Música” e “XXI”
‘Música’ tem 25 poemas-faixas e reúne mais de 50 artistas brasileiros, entre eles Zeca Baleiro, Vitor Ramil, Ceumar, Chico César, Cordel do Fogo Encantado, Ricardo Corona e Ademir Assunção, além do DJ Otávio Rodrigues (que fez cinco trilhas, incluindo a faixa-título), com mais de 250 citações de palavras que remetem à idéia do que seja música.
O poeta Celso Borges está divulgando seu segundo livro-CD, ‘Música’. No trabalho, a poesia ganha a cor de diversos gêneros e ritmos musicais: a canção, o fado, a morna caboverdiana, a balada e o rap. Mas na maioria das faixas, os poemas são falados e recebem intervenções sonoras. “A idéia é deixar a palavra livre de impostações e colocar as intervenções para reforçar o discurso, como se um fizesse parte do outro”, afirma o poeta.
Dividido em lados A e B, como num velho compacto (o livro tem o formato de um compacto simples e é furado no meio), o projeto gráfico do designer Cláudio Lima dialoga com o conceito do título e utiliza símbolos ligados a esse universo – alguns deles antigos como fitas cassetes, vinis, rádios de pilha etc. “O objetivo é, de certa forma, o mesmo do projeto anterior: trabalhar contra falsas modernidades, acreditando que ‘o futuro tem o coração antigo’, como diz epígrafe do XXI, meu primeiro livro-cd”, explica Celso.
‘Música’ (2006) dá continuidade ao projeto poético sonoro inaugurado com XXI (2000), mas diferente deste, que reuniu basicamente artistas maranhenses, apresenta artistas com quem Celso vem dialogando também fora de São Luís. O trabalho faz parte da coleção “Ruptura Réptil/Poesia Para Ouvir”, da editora Medusa, de Curitiba, especializada em poesia.
A obra reúne mais de 50 poetas e compositores, a maioria deles vivendo em São Paulo, onde Celso Borges mora há 20 anos. “O principal objetivo é aprofundar e criar novas possibilidades sonoras para o texto poético, além de aumentar o diálogo com artistas de vários cantos do Brasil, fortalecendo a troca de experiências”, afirma o autor.
Estão em ‘Música’, entre outros, os compositores Zeca Baleiro, Chico César, Vitor Ramil, Carlos Careqa, Assis Medeiros, Kleber Albuquerque e Décio Rocha; os poetas Sérgio Natureza, Micheliny Verunschk, Ricardo Corona e Ademir Assunção; e as cantoras Ceumar, Miriam Maria, Vanessa Bumagny e Vange Milliet. De São Luís, estão presentes os poetas Fernando Abreu, Lúcia Santos, Garrone e Reuben, além do compositor Josias Sobrinho e da banda de rap TA Calibre 1.
Zeca Baleiro é um dos destaques de ‘Música’. Ele colocou melodia em três poemas de Celso Borges: Americana, em que divide a interpretação com o gaúcho Vítor Ramil; Aurora, cantada pela mineira Ceumar; e Morada, uma morna caboverdiana, na voz da paulistana Miriam Maria.
O letrista Sérgio Natureza também participa. Ele é autor da única letra (Devoluto) que não tem a assinatura de Celso. “Conheci Sérgio por meio de Zeca e certo dia recebi de presente dele um texto em que falava de São Luís na primeira pessoa, como se fosse eu. Dei a letra para Kleber Albuquerque, que fez um lindo fado”, conta.
Celso Borges destaca ainda a participação do vocalista Lirinha e do violonista Clayton Barros, ambos do Cordel do Fogo Encantado (Arcoverde, Pernambuco), na faixa Linguagem. De Pernambuco veio também a poeta Micheliny Verunschk, finalista do prêmio Telecom em 2004, que diz um poema-homenagem a João Cabral de Melo Neto.
‘Música’ traz ainda alguns resultados da parceria que Celso Borges desenvolve desde 2003 com o DJ Otávio Rodrigues. O trabalho da dupla vem sendo apresentado em shows e eventos em São Paulo, entre eles o TIM Festival e o Baile de Baleiro, em 2004, além do projeto Os Novos Bárbaros, no Itaú Cultural, em 2005. “Utilizamos colagens musicais e efeitos sonoros, ampliando o texto para além da página, na linha de poetas como William Burroughs e Linton Kwesi Johnson”, afirma Otávio Rodrigues, que assina a trilha de cinco faixas, inclusive a faixa-título.
Trajetória artística
Celso Borges é maranhense de São Luís (maio/1959). A partir do final dos anos 1970, integra os principais movimentos de poesia que surgiram na cidade, dando origem a publicações históricas, entre as quais a revista Guarnicê (1983 a 1985). Na década de 80 lança três livros: Cantanto (1981), No instante da cidade (1983) e Pelo avesso (1985), todos publicados pelas Edições Guarnicê. A partir de 1989 passa a morar em São Paulo, onde lança Persona non grata (1990). Seis anos depois, publica Nenhuma das respostas anteriores; e em 2000 lança seu projeto mais ousado, o livro-cd “XXI”.
Jornalista, já trabalhou em rádio e TV, em São Luís e em São Paulo. Celso Borges também atua como letrista e tem parcerias com diversos compositores como Zeca Baleiro, Chico César, Nosly, Lourival Tavares, Alê Muniz, Papete, Mano Borges, César Nascimento e Gerson da Conceição (banda Mano Bantu). Um parceiro que vem se tornando constante é Zeca Baleiro, com quem assinou a faixa “Serpente – A Outra Lenda”, no disco Pet Shop Mundo Cão, e “Canhoteiro”, no CD de Zeca e Fagner. No livro-cd “XXI”, Baleiro musicou o poema Pedra de Cantarei e, em MÚSICA volta a participar, dessa vez em três faixas.
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