quarta-feira, 1 de outubro de 2008

HOLLYWOOD

Após sucesso de "Homem de Ferro", Marvel renegocia contrato com Paramount

A editora de histórias em quadrinhos Marvel, responsável por super-heróis como Homem-Aranha ou X-Men, melhorou seu contrato de distribuição com a Paramount, após o sucesso em bilheteria de "Homem de Ferro", informou a revista "Variety".
A Marvel, que, em vista da atração cinematográfica de seus personagens, lançou este ano uma divisão na companhia para produzir filmes, conseguiu reduzir a receita obtida pela Paramount, de 12% para 8%, pela distribuição das produções.
Em 2008, sob o selo de Marvel Studios, a companhia de histórias em quadrinhos levou aos cinemas "Homem de Ferro", um dos filmes que mais arrecadou nas bilheteiras no ano, pelas mãos da Paramount, enquanto "O Incrível Hulk" foi lançado pela Universal.
Os dois filmes somaram US$ 824 milhões no mundo todo e a Marvel calcula obter, em todo o ano, US$ 140 milhões de lucro por ambos.
Cinco produções
O novo contrato entre Marvel e Paramount entrará em vigor para as próximas cinco produções, que chegarão aos cinemas a partir de 2010, entre elas "Homem de Ferro 2", novamente com Robert Downey Jr. e Gwyneth Paltrow, previsto para maio desse ano.DivulgaçãoTexto: Cinema: o herói Homem de Ferro, interpretado por Robert Downey Jr, vestido com sua armadura tecnológica, no filme "Homem de Ferro" (2008) de Jon Favreau. (Divulgação)Diante do sucesso de "Homem de Ferro" nas bilheterias a Marvel reviu seu contrato com a Paramount; filme terá continuação
Em julho de 2010, será a vez de "Thor", dirigido por Kenneth Branagh, e, em 2011, estreará "The First Avenger: Capitan America" (maio) e "The Avengers" (julho).
"A Marvel é uma marca icônica, seus personagens populares e sua comprovada habilidade para criar filmes convincentes e visualmente encantadores complementa a grande história cinematográfica da Paramount", disse Rob Moore, vice-presidente dessa companhia.
"Através de nossa experiência com 'Homem Ferro', a Paramount demonstrou paixão e destreza na hora de distribuir nos cinemas os produtos Marvel, o que nos permitiu nos estabilizarmos em fazer grandes filmes para a maior audiência possível", explicou David Maisel, presidente do Marvel Studios.
O novo acordo concederá à Paramount a exploração do marketing e a distribuição nos Estados Unidos dos próximos títulos da Marvel, assim como em Japão, Alemanha, França, Espanha, Austrália e Nova Zelândia.
A Paramount também se encarregará da gestão e venda dos formatos caseiros.




Hollywood derruba preconceitos com personagens homossexuais

Foram-se os dias em que o galã Rock Hudson tinha que esconder sua homossexualidade para continuar trabalhando em Hollywood, uma indústria que tende cada vez mais a derrubar preconceitos e normalizar a situação dos gays.

Em um panorama como o atual, onde personalidades como a apresentadora Ellen Degeneres, a atriz Lindsay Lohan, o ator George Takei ou o músico Clay Aiken dominam as primeiras páginas dos jornais por causa de sua orientação sexual, a indústria do entretenimento decidiu dar um passo à frente.

A televisão americana incluirá nesta temporada 16 personagens gays e bissexuais de importância em séries na faixa de maior audiência de programação, mais que o dobro do ano passado, segundo um estudo do grupo Gays e Lésbicas contra a Difamação (GLAAD, em inglês).

Neil Giuliano, presidente do GLAAD, ficou feliz com o fato de a rede de televisão "FOX" incluir este ano cinco personagens com essa orientação em seus programas, já que em 2007 não havia nenhum.

No entanto, lamentou que nenhum dos 126 personagens principais das séries da "CBS" seja gay, lésbica, bissexual ou transexual, enquanto um único personagem "recorrente", Brad, em "Rules of Engagement", é gay.

É por isso que há quem sustente que ainda existe muito caminho a percorrer.

Saída do armário

"Cada pessoa que sai do armário é uma barreira a menos", disse à edição digital do canal "CNN" o publicitário Howard Bragman, autor do livro "Where's My Fifteen Minutes?", que trata do assunto.

Bragman, homossexual assumido, admite que hoje em dia o público é capaz de aceitar os gays de forma "mais singela", embora não "automática".

"Eu o vejo como um processo a longo prazo. A revolução terminou, agora se trata de evoluir", disse.

O publicitário se encarregou de ajudar Dick Sargent quando este revelou sua homossexualidade, em 1989, e lembra os momentos nos quais era complicado terminar filmes como "Filadélfia" (1993), pelo qual Tom Hanks ganhou o Oscar de melhor ator por interpretar o advogado gay Andrew Beckett.

"Brokeback Mountain"

A atuação de Hanks e a de Heath Ledger em "O Segredo de Brokeback Mountain", em 2005, são duas das interpretações de personagens gays mais elogiadas da história recente de Hollywood, às quais poderia se somar, em breve, a de Sean Penn em "Milk", onde ele dá vida ao primeiro político americano que admitiu sua homossexualidade.

No entanto, ainda hoje há poucos casos em que atores gays interpretam normalmente heterossexuais na ficção. Como por exemplo Neil Patrick Harris em "How I Met Your Mother".

"Aceitamos que Hanks (um homem heterossexual) seja um gay, mas não o contrário", disse Bragman sobre o atual pensamento da indústria.

Homofobia

Possivelmente, este deve ser o grande desafio que Hollywood ainda tem pela frente, como afirmou o ator gay Rupert Everett, popular por seu papel em "O Casamento do Meu Melhor Amigo" (1997).

"Não tenho nada do que me queixar, exceto do fato de as pessoas se perguntarem se um gay como eu pode atuar como um sapatão para dar vida a um homem heterossexual", disse.

Já Peter Sprigg, vice-presidente do grupo conservador Family Research Council, afirma que os novos personagens homossexuais na programação americana têm "propósitos propagandísticos".

"Estou convencido de que a maior parte destes personagens está aí para tentar fazer com que as pessoas aceitem a conduta homossexual", disse Sprigg ao site da "CNN".

"Nesse sentido, o resultado para a sociedade é negativo", disse ele.

Para Bryan Batt, o ator gay que acaba de assumir sua homossexualidade e que dá vida a Salvatore Romano, na série premiada com o Emmy "Mad Men", ainda há na sociedade "um pouco de homofobia".

"Mas penso que graças a papéis gays bons, honestos e positivos, será possível educar (as pessoas)", comentou.

"Acho que estamos produzindo gerações de jovens que não julgam as pessoas, nem por sua raça, nem por sua religião nem por sua sexualidade", concluiu.

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