segunda-feira, 5 de julho de 2010

LIVROS - NÃO-FICÇÃO


Literatura e arte moderna


Crítico Antonio Arnoni Prado lança “Itinerário de uma falsa vanguarda”


Reconhecido por estudos de primeira grandeza sobre Lima Barreto, o teatro e a cultura anarquistas no Brasil, e o percurso intelectual de Sérgio Buarque de Holanda, entre outros temas, o historiador e crítico de literatura Antonio Arnoni Prado realiza com o livro “Itinerário de uma falsa vanguarda - Os dissidentes, a Semana de 22 e o Integralismo” uma proeza admirável.
Ao focar sua atenção sobre uma linhagem de obras e autores pouco analisados pela crítica — com destaque para a produção excêntrica e contraditória de Elísio de Carvalho (1880-1925) —, o autor amplia a compreensão dos nexos entre literatura e política no período crucial que se estende da proclamação da República à maturação do Modernismo.
História cultural densa e crítica literária das mais finas, “Itinerário de uma falsa vanguarda”, lançamento da Editora 34, mapeia, sem nenhum esquematismo as várias vertentes estéticas que confluiriam para os acontecimentos da Semana de Arte Moderna de 1922, bem como para as tomadas de posição ideológica que viriam à tona na década de 1930.








Emocionante história de superação

O grande bailarino Li Cunxin volta a ser notícia, após sua autobiografia virar filme


“Adeus, China”, lançado no Brasil pela Editora Fundamento, conta a emocionante história de superação de um dos mais importantes bailarinos do mundo: o chinês Li Cunxin. A obra virou bestseller na Austrália, onde foi eleito o livro do ano pela Associação Australiana de Livreiros (a Nielson BookScan, em 2004) e recebeu o Book of the Year Award. Nos Estados Unidos recebeu o prêmio Christopher Award for Literature e foi um dos finalistas do National Biography Award. Publicado em mais de 20 países, está em listas de mais vendidos em vários lugares do mundo. No ano passado se tornou filme e foi lançado no Festival de Toronto.
Sucesso de público e de crítica, a história de Li Cunxin é admirável e envolvente. Um dos dançarinos mais importantes do mundo da dança, Li já se apresentou com algumas das maiores companhias da atualidade e é reverenciado por milhares de bailarinos. Mas todos concordam que ainda mais impressionante que a leveza de seus movimentos é sua história. O caminho que ele teve de percorrer da infância miserável na China comunista até a glória é narrado em sua autobiografia.
Amigo de presidentes americanos e estrelas de cinema, o bailarino escreveu suas memórias em linguagem simples, que agrada até àqueles que não conhecem seu nome e sua reputação como dançarino do Australian Ballet e do Houston Ballet. Nem mesmo a as características da China comunista, ainda pouco conhecidas no ocidente, se tornam obstáculos em uma história escrita com sentimentos intensos.
O livro relata a determinação de um garoto pobre da província de Qingdao que tem a oportunidade de mudar de vida. Unindo histórias de sua infância com o panorama político do país que passava pela Revolução Comunista, sob o comando de Mao Tsé-tung, Li Cunxin descreve seus anos de árduo treinamento e suas impressões do ocidente.
Li Cunxin foi um grande bailarino, mas, desde 1999, após uma lesão, trabalha no mercado de ações. Vive na Austrália com a esposa Mary e três filhos.






Na defesa da comunicação

Jornalista Adísia Sá é homenageada em obra que mostra a trajetória de grandes jornalistas


A Comissão Especial que vai proferir parecer à Proposta de Emenda à Constituição 386/09, conhecida como a PEC dos Jornalistas poderá ser instalada ainda em maio na Câmara dos Deputados. Enquanto parte da categoria se mobiliza pela obrigatoriedade do diploma, os jornalistas José Marques de Melo e Francisco de Assis lançam o livro "Valquirias Midiáticas" (Editora Arte e Ciência), com a luta de sete mulheres ícones na atuação acadêmica do jornalismo.
Entre as homenageadas está a cearense Adísia Sá, que foi a primeira mulher a integrar uma redação de jornal, a Gazeta de Notícias, em 1955. Foi a primeira repórter policial feminina, primeira mulher sindicalizada no estado do Ceará e fundadora do Curso de Jornalismo da Universidade Federal do Ceará.
O livro mostra a trajetória de Adísia Sá, Anamaria Fadul, Cremilda Medina, Lucia Santaella, Maria Immaculada Vassallo de Lopes, Sonia Virgínia Moreira e Zélia Leal Adguirni. O título do livro, Valquírias Midiáticas, remete à primeira revista feminina do Brasil - Walkyrias -, lançada na década de 1930 pela jornalista-empresária Jenny Pimentel de Borba, época da Constituição de 1934, que garantiu o direito de voto à mulher e que a incentivava a tomar consciência de seu papel de cidadã.







Cia Editora Nacional lança livro com fotos inéditas de Michael Jackson

No dia 25 de junho de 2009 o mundo perdia o cantor Michael Jackson, o rei do pop. Em junho, a Companhia Editora Nacional vai lançar o livro Michael Jackson, o rei do pop 1958-2009. O livro foi lançado mundialmente dois meses depois da morte do cantor e, finalmente agora, chega ao Brasil. Os diferenciais da obra são muitos e começam pelo escritor. Chris Roberts é jornalista especializado em música, já biografou Lou Reed, Abba, Scarlett Johansson e escreveu para a revista Melody Maker. É colaborador atual dos jornais The Telegraph e The Guardian e as revistas Elle e Ikon. O livro também contém imagens inéditas da carreira do artista como os bastidores do videoclipe Thriller e as poucas fotos com sua ex-mulher Debbie Rowe e filhos. Os fãs terão acesso a mais de 140 fotos, inclusive as do fuderal-show do cantor.

Em Michael Jackson, o Rei do Pop - 1958-2009, o autor, Chris Roberts, apresenta a carreira do músico e não fica preso à excentridades e polêmicas nas quais o artista se envolveu. A obra começa com os Jackson Brothers (depois Jackson Five), passa pelo primeiro álbum solo Off The Wall, o lendário Thriller, maior recordista de vendas de todos os tempos, Bad e outros grandes sucessos como Dangerous - histórias bem conhecida, mas Chris Roberts a enriquece com diversos episodios de bastidores.

A questão racial também não fica de fora. Roberts mostra que, no início da carreira do artista, na Motown, após os grandes embates pelos direitos civis da década de 1960, havia um anseio difuso por integração racial em todo o país. E a Motown soube aproveitar, como nenhuma outra gravadora, os novos tempos, tendo sido pioneira em popularizar seus artistas afro-americanos para fora do gueto. Assim, os Jackson Five figuraram nas capas dos maiores veículos da imprensa dos EUA. Mas essa não é uma história cor-de-rosa: em meio ao grande sucesso de Off the Wall, às vésperas da década de 1980, o já superastro Michael Jackson ainda se queixava do que considerava discriminação racial da mídia em relação a ele.



Michael Jackson, o Reio do Pop - 1958-2009 resume toda a vida e a obra do cantor, resultando em um livro que certamente agradará a todos os seus fãs - escrito não somente por um fã, mas por um exímio biógrafo e crítico musical acurado. A obra foi considerada pelo jornal inglês The Guardian um tributo "perspicaz" sobre o artista, em meio à enxurrada de publicações que surgiram após sua morte. *

(http://www.guardian.co.uk/books/2009/aug/02/michael-jackson-biography-review).

SOBRE O AUTOR
CHRIS ROBERTS nasceu no País de Gales, no Reino Unido, e mora em Londres. É escritor e jornalista, especializado em música e cinema. Escreveu assiduamente na Melody Maker, a mundialmente famosa revista sobre música, extinta no ano 2000. Tem colaborado com diversos periódicos, como os jornais The Telegraph e The Guardian e as revistas Elle e Ikon, além de participar de programas de TV na rede BBC e outras emissoras. Foi organizador da obra Idol Worship, sobre o estrelato da indústria cultural (Bono Vox, Nick Horbny, Thurston Moore), considerada pelo New York Times o livro mais original desde sempre sobre rock'n'roll. Publicou biografias de Lou Reed, Abba, Scarlett Johansson, entre outras.







Mito, religiões, esoterismo e poesia


Em Um obscuro encanto Claudio Willer relaciona mito, religiões, esoterismo e poesia em uma análise da literatura à luz da gnose e do gnosticismo. O livro apresenta uma estimulante reflexão sobre a produção poética de uma série de escritores influenciados por estas duas premissas filosóficas, como William Blake, Goethe e Baudalaire.

“Além de constituir uma lúcida análise do gnosticismo e suas imbricações na poesia do Romantismo até a atualidade, abre-se à discussão das relações entre heterodoxia e criatividade poética”, avalia o professor Benjamin Abdala Junior, autor da orelha do livro. Antes de ser considerado herético pela Igreja Católica, o Gnosticismo caminhava ao lado do Cristianismo nos primeiros anos da religião. Mesmo após o seu repúdio, esta corrente filosófica-esotérica continuou a influenciar artistas e pensadores de vários campos do conhecimento com a sua doutrina de caráter intuitivo e transcendental.

Mas foi no século XVIII que o Gnosticismo voltou à cena com grande força e influenciou a filosofia e as escolas literárias a partir do Romantismo passando pelos simbolistas, modernos e alcançando os contemporâneos. Desde então, sua influência pode ser considerada como uma “rebelião contra a sociedade burguesa e industrial, a massificação, a ideologia do progresso; e, em literatura e artes, contra o realismo e o naturalismo”, afirma Claudio Willer.

Ao abordar temas da tradição do pensamento gnóstico e suas confluências na literatura, o autor releva inclinações de poetas inovadores que se valeram de perspectivas sincréticas e heterodoxas na construção de poéticas abertas. Claudio Willer destaca o caráter libertário das obras de grandes nomes da literatura mundial e brasileira, entre eles, Rimbaud, Mallarmé, Victor Hugo e Hilda Hilst.

Claudio Willer (São Paulo, 1940) é poeta, ensaísta e tradutor. Seus vínculos são com a criação literária mais rebelde e transgressiva, como aquela representada pelo surrealismo e geração beat. Antes de lançar Um obscuro encanto: gnose, gnosticismo e poesia moderna, ensaio (Civilização Brasileira, 2010), publicou Geração Beat (L&PM Pocket, coleção Encyclopaedia, 2009), Estranhas Experiências, poesia (Lamparina, 2004); Volta, narrativa (terceira edição em 2004); Lautréamont - Os Cantos de Maldoror, Poesias e Cartas (Iluminuras, nova edição em 2008) e Uivo e outros poemas de Allen Ginsberg (L&PM, edição pocket em 2005, nova edição em 2010).

Teve publicados, também, Poemas para leer en voz alta (Andrómeda, Costa Rica, 2007) e ensaios na coletânea Surrealismo (Perspectiva, 2008). É autor de outros livros de poesia – Anotações para um Apocalipse, Dias Circulares e Jardins da Provocação – e da coletânea Escritos de Antonin Artaud, esgotados. Presidiu por vários mandatos a UBE, União Brasileira de Escritores. Doutor em Letras na USP com Um obscuro encanto: gnose, gnosticismo e a poesia moderna, faz pós-doutorado na USP sobre Religiões Estranhas, Hermetismo e Poesia. Coordena oficinas literárias; ministra cursos e palestras sobre poesia e criação literária. Prepara um livro sobre surrealismo e uma coletânea de ensaios sobre misticismo e poesia.

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