quinta-feira, 4 de junho de 2009

TOP DVD - NAS LOCADORAS


Sony lança séries moderninhas

A comédia “Til Death” e o drama adulto “Breaking Bad” estão à venda nos sites e lojas especializadas

Duas novas séries acabam de ser lançadas em DVD no Brasil. A Sony Pictures colocou na semana passada nas lojas boxes da sitcom ‘Til Death e do drama adulto Breaking Bad.
Com apenas sete episódios em sua primeira temporada, Breaking Bad foi uma das grandes surpresas de 2008 na TV americana. Desenvolvida por Vince Gilligan, produtor executivo de Arquivo X, para o canal AMC (o mesmo que emplacou Mad Men), a série mostra um professor de química que descobre que está com câncer – e, com pouco tempo de vida, resolve ganhar dinheiro para a família produzindo drogas.
Na sua primeira temporada a série recebeu quatro indicações ao Emmy Awards e levou duas importantes estatuetas – melhor edição para série dramática (pelo episódio piloto) e melhor ator em série drama, para Bryan Cranston. O episódio piloto ainda levou o Writer’s Guild Award de melhor roteiro de episódio de série dramática.
Breaking Bad - A 1ª Temporada Completa chega em um box com 3 DVDs, com preço de lançamento de R$ 69,90.
Também em um box de 3 DVDs, chega ao Brasil ‘Til Death - A Primeira Temporada Completa, que reúne os 22 episódios da primeira temporada da sitcom estrelada por Brad Garrett e Joely Fisher. O seriado, que na primeira temporava girava em torno das diferenças de relacionamento entre um casal que vive junto há 25 anos com os vizinhos recém-casados, é assinado pela dupla Josh Goldsmith e Cathy Yuspa, produtores executivos de The King of Queens. O preço de lançamento é R$ 69,90.



O estranho mundo de Coraline

Adaptação de obra sombria de Neil Gaiman chega às locadoras


Feito inteiramente em stop-motion e 3D estereoscópico (técnica que permite que as imagens saltem da tela com o uso de óculos especiais), Coraline e o Mundo Secreto chega nas locadoras em lançamento da Universal. O filme é o projeto mais grandioso do diretor Henry Selick desde O Estranho Mundo de Jack e, se formos contar o período de pré-produção, demorou oito anos para ficar pronto. Adaptação do livro de Neil Gaiman, Coraline tem claras influências das animações em stop-motion de Tim Burton - que assina a produção -, com suas referências sombrias - assustadoras - e aquela habitual mescla de realidade e fantasia. Talvez por isso a classificação inicial do filme tenha sido 10 anos.
Coraline é uma menina de cabelos azuis que sofre da falta de atenção. Ela acaba de se mudar para o interior para que seus pais, jornalistas, entrem em contato com a natureza e possam escrever melhor sobre jardinagem, especialidade de ambos. O problema é que nenhum dos dois se importa com o tema e não cuidam do enorme jardim que fica do lado de fora do casarão onde moram, para desespero de Coraline. Procurando passar o tempo, a menina passeia pelas redondezas com seu habitual mau humor, fazendo amizade com os estranhos vizinhos, mas nem isso é capaz de deixá-la alegre. Tudo muda quando ela é presenteada com uma boneca idêntica a ela - no lugar dos olhos, porém, a réplica tem botões pretos costurados.
Mais tarde, Coraline encontra uma passagem secreta, que parece ser acionada apenas quando ela está sozinha. A menina descobre que do outro lado existe um mundo muito parecido com o dela, só que as coisas são mais interessantes e atrativas. A "outra" mãe e o "outro" pai - como são chamados - brincam com ela o tempo todo e lhe dão o que ela quer comer. Todos que ela conhece são versões aperfeiçoadas daqueles que convive, exceto por um pequeno detalhe: como a boneca, as pessoas tem botões no lugar dos olhos. Assim como na versão cinematográfica de O Mágico de Oz, o aparente mundo perfeito tem algo de muito assustador escondido, que a menina só é capaz de perceber quando sua outra mãe lança a condição para que ela fique ali.
Em comparação com o livro, Coraline e o Mundo Secreto tem algumas diferenças, como a existência de um jardim encantado e do amigo Wybie, que exerce papel essencial na trama. O design dos personagens - criados em parceria com Tim Burton - tem muita diferença em relação às ilustrações da obra, ainda que tudo tenha passado pela aprovação de Gaiman.
A grande sacada de Coraline - e seu maior triunfo - é a delicadeza com que o projeto visual foi feito. Em um trabalho de mestre, Selick consegue agradar, de forma dócil, apesar da perspectiva sombria, os fãs de O Estranho Mundo de Jack e marca seu nome na indústria cinematográfica como o grande discípulo de Tim Burton. *** 3 ESTRELAS / Bom



Sean Penn vive líder gay em filme verídico

'
Milk - A Voz da Igualdade' é uma das novidades da Universal nas locadoras

Poucos contribuíram tanto para trazer a chamada "questão gay" ao primeiro plano da vida social dos EUA como Harvey Milk (1930-1978). De funcionário do mercado financeiro que disfarçava sua homossexualidade a primeiro gay assumido a ser eleito a um cargo público, em 1977, Milk elevou a militância pelos direitos de homossexuais a um novo patamar.
Indicado a oito Oscars - filme, diretor (Gus Van Sant), ator (Sean Penn), figurino, montagem, roteiro original, trilha original e ator coadjuvante (Josh Brolin) - o drama Milk - A Voz da Igualdade, tem, assim, uma grande responsabilidade ao tentar retratar um personagem único. E o faz sem procurar santificá-lo.
Carismático e bem-humorado, Milk (Sean Penn, já vencedor do prêmio do Sindicato dos Atores da América) mudou-se de Nova York para São Francisco em 1972. Tudo o que ele e o então namorado Scott (James Franco, de Homem-Aranha) queriam era abrir uma loja de fotografia na rua Castro, o centro de um bairro um tanto decadente na época. Gays não eram bem-vindos por ali. Aliás, o par é desaconselhado até de permanecer na vizinhança. Descobrindo sua energia para resistir a ameaças, Milk desobedece. Não muito tempo depois, todo o bairro do Castro se tornaria o centro de referência da luta contra a discriminação aos homossexuais. Antes que isso acontecesse, houve um caminho pavimentado por manifestações, choques com a polícia, prisões e até mortes.
Uma das guerras mais ferozes foi contra a Proposição 6, do senador John Briggs - que previa a expulsão de professores gays e seus apoiadores das escolas públicas e tinha como sua principal porta-voz a cantora Anita Bryant. Na campanha contra a proposição, Milk consolidou-se como líder político. Comandou uma campanha nacional contra a aprovação do projeto, em que foi capaz de ganhar o apoio de ninguém menos do que o conservador republicano Ronald Reagan, então ex-governador e que pleiteava sua candidatura à presidência (cargo a que só chegou em 1981). Eficiente em ganhar o apoio de não-gays, Milk foi decisivo para a derrota da proposta.
Usando diversas imagens verídicas da época, muitas delas originárias do documentário premiado com o Oscar em 1985, The Times of Harvey Milk, de Rob Epstein, o filme acompanha a lenta e difícil derrubada das barreiras para a eleição de Milk ao cargo de supervisor - equivalente, no Brasil, ao de vereador. Ele só saiu vitorioso nas urnas na terceira tentativa, em 1977. Seu assassinato, 11 meses depois da posse, junto com o prefeito da cidade, George Moscone, pelo ex-supervisor Dan White (Josh Brolin), não torna o filme sombrio. Seu foco está mais em suas realizações do que em sua morte prematura e violenta - que o próprio Milk, aliás, previra, como comprova a gravação prévia de seu testamento.
Milk - A Voz da Igualdade aproxima qualquer público, gay ou não, da intimidade de uma pessoa verdadeira, que mudou seu tempo, embora a luta contra o preconceito ainda não esteja terminada. Há bem pouco tempo, a mesma liberal Califórnia em que ele viveu baniu o casamento gay através da Proposição 8. Milk ainda teria muito trabalho nesta época. **** 4 ESTRELAS / Ótimo

Nenhum comentário: