quinta-feira, 4 de junho de 2009

EXPOSIÇÕES

Pintura cearense em nova perspectiva

O artista plástico cearense Rian Fontenele abre hoje a exposição individual “Elogio da Sombra”


O artista plástico cearense Rian Fontenele abre a exposição individual “Elogio da Sombra” hoje, dia 25 de junho, quinta-feira, na Galeria Mariana Furlani Arte Contemporânea, apresentando seus mais recentes trabalhos em pintura.

A mostra, que estará aberta para visitação até o próximo dia 24 de julho, contará com aproximadamente 25 obras de grandes dimensões, painéis que variam entre 120 x 120 cm a 200 x 450 cm, além dos estudos desses trabalhos, todos integrantes das séries “Em louvor da Sombra”, “Noturnos e brincantes” e “Columpiantes”, às quais o artista vem se dedicando há pouco mais de um ano. Utilizando nanquim, esmalte, carvão, acrílica e óleo sobre tela, o pintor, gravador e desenhista cearense Rian Fontenele apresenta nesta exposição trabalhos sóbrios, elaborados a partir da sobreposição de aguadas extremamente tênues, quase aquarelas em grandes formatos, até pinturas com camadas.

O artista aboliu as linhas precisas que delimitavam personagens em corpos nítidos, que habitualmente apareciam em seus desenhos, para se perder na perspectiva do volume, com corpos flutuantes e borrados, que dissolvem as fronteiras entre corpo e não-corpo, estabelecendo uma relação entre o abstrato e o figurativo. Uma tentativa de infiltrar-se na noite, em meio às sombras e às luzes, para se encontrar. Personagens que buscam a liberdade na escuridão. As figuras, que parecem quererem se apagar, encontram-se envoltas por uma bruma, reunidas, compondo imagens de um mundo flutuante que evidencia a luta entre o branco e o negro em um elogio à sombra a partir da presença da luz.
As obras a serem apresentadas na exposição “Elogio da Sombra” dão continuidade ao tema abordado pelo artista plástico no trabalho “Em louvor da sombra”, da série “Noturnos”, integrante do Projeto Diálogos, lançado no último mês de março pelo Restaurante L’Ô, em Fortaleza-CE. Quase todas as obras que irão compor essa mostra podem ser conferidas na exposição virtual no novo site: www.rianfontenele.com.br, que .constitui-se em um local de encontro entre o artista, sua obra e o público.



Arte em alto relevo

O paulista Roberto Vivona inaugura hoje mostra “Concreto Cultura”

Apreciadores e curiosos do mundo da arte terão a oportunidade de conhecer de perto as obras do artista plástico paulista, Roberto Vivona, durante a exposição Concreto Cultura, realizada em parceria com os Correios. O evento acontece no período de 18 de junho a 1º de agosto, no Espaço Cultural dos Correios de Fortaleza, na Agência Central. O coquetel de lançamento da exposição acontece no dia 18 de junho, às 19h.
Roberto Vivona é Artista Plástico e Curador da Exposição. Formado pela Escola Superior de Propaganda e Marketing (SP), ele é artista plástico auto-didata. Participou de exposições como Criart (SP – 1996), Prodan (SP – 1998), Metro (SP – 1998), Sturion Design (SP – 1999), Brasil 500 anos (SP – 1999), dentre outras. É a primeira grande exposição de Vivona, no Estado do Ceará. Nela, o artista apresenta aos cearenses obras inspiradas na civilização Maia, nas morenas da Bahia, no jazz norte-americano e nos dragões chineses, entre outras referências culturais. Serão exibidas ao todo 30 obras que retratam traços da cultura de diferentes povos, em diferentes épocas da humanidade.
As imagens têm como matéria-prima o concreto-celular (material usado normalmente na construção civil). Outra peculiaridade do trabalho do artista plástico é a produção, por parte do próprio Vivona, de todas as tintas e tonalidades específicas para cada um dos trabalhos. Assim, o artista cria uma nova estética, capaz de contar histórias, reviver mitos, crenças e conservar memórias. O projeto permite aos visitantes uma leitura mais apurada dos caminhos percorridos pelo homem em seus diferentes momentos históricos.
Os interessados podem visitar gratuitamente a Mostra, de segunda à sexta-feira, das 8h às 18h, e aos sábados até o meio dia.






Arte Postal

Mostra acontece até o dia 25 de junho, na Galeria Antônio Bandeira

Na era da comunicação instantânea e em tempo real através da internet, o gesto de escrever cartas ganha um ar de saudosismo poético. O cuidado com a escrita, a textura e as cores do papel, o formato do envelope, fazem uma ação outrora comum assumir status de arte; uma arte que se movimenta através de redes de cartas elaboradas com preocupações estéticas, trocas de fotografias, selos, carimbos, objetos, colagens postais e envelopes.

É por reconhecer o fascínio que as cartas exercem em milhares de pessoas que a Prefeitura Municipal de Fortaleza, através da Secretaria de Cultura de Fortaleza (Seculfor), realiza a exposição Arte Postal, de 2 a 25 de junho, na Galeria Antônio Bandeira. Em paralelo, a Secultfor também promove a Oficina Arte Postal, que acontece no dia 13, das 8h às 11h, também na Galeria Antônio Bandeira. Ministrada pela arte-postalista Grazyele Dias, a oficina vai apresentar aspectos da história da arte postal, além de ensinar técnicas de produção desta arte.

A prática da arte postal remonta aos artistas do modernismo e seus diferentes movimentos. O grupo Fluxos (1960) é tido como fundador da Arte Postal, mas são relevantes as cartas trocadas por artistas como Pablo Picasso (1881-1973), Henri Matisse (1869-1954), Marcel Duchamp (1887-1968), Kurt Schwitters (1887-1948), Max Ernst (1891– 976) e Francis Picabia (1879-1953); cada qual participando das propostas dos seus próprios grupos, formando suas próprias redes de interlocutores.

Nos anos de 1980, as instituições de arte começaram a abrir suas portas para receber algumas mostras internacionais de Arte Postal. No entanto, ainda não sabiam como guardar em seus acervos peças desse movimento. Os artistas, com seus trabalhos, passaram a colocar os museus em questão e sinalizar a necessidade de refletir a respeito da forma de apresentar e legitimar as artes no mundo, inclusive através da Arte Postal.

Segundo a curadora da mostra e diretora da Galeria Antônio Bandeira, Carol Ruoso, este movimento trouxe contribuições para o circuito das artes visuais ao expor suas contradições e tensões. “As cartas dos artistas buscavam afirmar que ‘hoje a arte é este comunicado!’. A partir desta perspectiva eles exploravam audaciosamente o potencial de circularidade dos Correios para difundir um pensamento crítico sobre o sistema das artes. De maneira irreverente e marginal espalhavam, também, mensagens de crítica social. Difusores da pluralidade e da liberdade de expressão produziram diálogos entre diferentes tendências, lugares e temporalidades da arte”, atesta a curadora.

As duas iniciativas visam promover uma abertura a quem quiser fazer arte, além de criar novos canais de participação, mobilização e divulgação da arte postal. Somadas, as ações fortalecem a política de democratização e cidadania cultural através das Artes Visuais abraçada pela Prefeitura, que tem no Salão de Abril sua principal estratégia para aproximar a arte da população, franqueando o acesso à produção artística e sugerindo um diálogo mais possível entre arte e público.

Programação
DIA 2
Abertura da Exposição Arte Postal – Recortes Contemporâneos, às 18h. Galeria Antônio Bandeira (Rua Conde D’Eu, 560 – Centro. No Centro de Referência do Professor). A exposição fica aberta ao público até o dia 25.

DIA 13
Oficina Arte Postal. Galeria Antônio Bandeira (Rua Conde D’Eu, 560 – Centro. No Centro de Referência do Professor), das 8h às 11h. Ministrante: Grazyele Dias.

Serviço:
EXPOSIÇÃO ARTE POSTAL – RECORTES CONTEMPORÂNEOS - De 2 a 25 de junho, na Galeria Antônio Bandeira (Centro de Referência do Professor).



"Sobrepostas, permeáveis e intercambiáveis", exposição de Vitor César, com curadoria de Jorge Menna Barreto

Artista, público e esfera pública. Esses três conceitos – próximos e imbricados, cada vez mais atuais na arte contemporânea – são o ponto de partida para a discussão que o artista Vitor César intenta através da exposição “Sobrepostas, permeáveis e intercambiáveis”, a ser aberta na quinta-feira 4 de junho, às 19h, no Centro Cultural Banco do Nordeste.

A exposição apresenta – formalmente – a figura do curador, o também artista Jorge Menna Barreto. Curador quase entre aspas: a relação que se procura aqui é de horizontalidade. “O Jorge é um interlocutor com quem eu discuti essas questões a partir do trabalho”, explica Vitor. Os dois são orientandos da mesma professora, Ana Maria Tavares, na Escola de Comunicação e Artes da USP. Vitor no mestrado e Jorge no doutorado. As afinidades intelectuais aproximaram os dois, e a troca de ideias ficou cada vez mais profunda, até chegar aqui.

Vitor aponta outra característica da exposição. Mais que uma mostra de obras de arte, o artista apresenta trabalhos que discutem, sob o viés da arte contemporânea, o conceito de esfera pública. “A ideia de esfera pública que tem me interessado no momento é a de um lugar que se cria – independente do assunto – para se discutir e definir posições políticas em relação ao mundo”. Arte como postura política.

Os trabalhos refletem essa escolha. O primeiro deles está posto do lado de fora do CCBNB e piscam em neon: Centro (é) Cultural. “Esse tem diferentes camadas para se pensar. Eu sou artista, ele é, portanto, um trabalho de arte, mas o expectador não precisa olhar como se fosse um trabalho de arte”. Dentro das salas, outros trabalhos acompanham não essa camada, mas outras, no intuito de dar amplitude ao debate: “Artista é público”, “Hoje grátis fotocópias com a palavra público” e “Vocabulário de artista”.

Serviço
Abertura da exposição de Vitor César no Centro Cultural Banco do Nordeste, às 19h de quinta-feira, 4 de junho. Rua Floriano Peixoto, 941, Centro. Informações: 85.3464.3108

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