A era do rádio
Espetáculo divertido e diferente com Raul Gasolla é destaque do fim de semana
O ator Raul Gazolla retorna ao teatro, dessa vez para a comédia “No ar”, na qual divide o palco com ator Marcos Vera (o “Frescatone” de "Zorra Total", da TV Globo). Trata-se de um espetáculo que deseja homenagear os programas de auditório que por tantos anos alegraram os lares brasileiros. Segundo Gazolla, a peça utiliza diferentes linguagens, desde o áudio, audiovisual, a interpretação, a internet, o teatro e uma dose enorme de humor.
”No ar” mostra o que foi sucesso nas rádios AM, como, por exemplo, "Plantão da Tupi" e "Sentinela da cidade", com um tempero das estações jornalísticas das rádios FM, como "CBN Noticias" e "Band News" e acrescenta ainda o humor ingênuo da "PRK30", programa de humor que fez sucesso no passado, e ainda arquivos da internet. Ou seja: uma mistura de sons e imagens com uma nova roupagem.
Três locutores apresentadores se desdobram fazendo o que seria a rádio do futuro. Contam histórias, interagem com o público, mostram as últimas novidades engraçadas da web e fazem personagens hilários. A rádio novela "Fuego de la Paison", além de "Papo de macho", "Show de calouros", "Notícias bizarras", "Piadas infames", "Palavra amiga" e "Atire a primeira pedra" são alguns quadros do programa que permeiam o espetáculo.
“No Ar” é uma rádio feita ao vivo e em cores. Será usada a mais moderna tecnologia para levar ao espectador divertidos casos da dona-de-casa com a participação especial de Alexandra Richter, já gravada com antecedência especialmente para a peça. O público pode, inclusive, participar ligando para um número de telefone que será informado em cena, para que o espectador dê sua opinião, a mais sincera possível.
A direção é de Duda Ribeiro, um dos mais modernos estudiosos do humor brasileiro, com vasto currículo, podendo ser destacado pela sua direção em shows de Chico Anísio, um dos maiores mestres da comédia. A iluminação está a cargo de Paulinho Medeiros, com experiência indiscutível em seus trabalhos no teatro; a trilha sonora é de Cecelo Froni, do Estúdio Pardal, um dos maiores estúdios de som do país. A peça estará em cartaz nesse fim de semana no Teatro José de Alencar (3101-2506), sábado, às 19h e 21h, e domingo, às 20h. Ingresso: R$ 60.
Julho no Teatro José de Alencar
Fones para informações: 3101 2583 – Portaria Pça José de Alencar/ Bilheteria
* Terça à sexta: 8h, 9h, 10h e 11h / 13h, 14h, 15h e 16h. Sábados e domingos: 13h, 14h, 15h e 16h
Projeto “Fora de Hora” traz temporada de “Majestic bar” (FOTO) - Sessões às Sextas do mês, às 20h: dias 03/07 na sala de teatro + 10/07 no Porão + 17/07 na sala de teatro+ 24/07 e 31/07 no Porão. Ingressos: R$ 10, e 5, - Classificação – 12 anos - Saiba mais: 8804-5060.
domingo, 05
Montserrat lança CD Palco da Minha Vida com show, às 20h no Palco Principal - Ingressos: R$ 50,00 (inteira) R$ 25,00 (meia). A cantora espanhola lança mundialmente seu terceiro CD, em turnê que tem início no Brasil e segue em agosto para o Japão. Fotos e mais dados com: 3261.0665/ 3261.0654 ///// FREE LANCER PRODUÇÕES /// www.montserratmusic.com
TJA Criança - Sorriso de Palhaço do Grupo de Teatro do PROJETO ILHAS MARACANAÚ Texto e direção: Aristides Junho – Elenco: é composto pelos alunos do projeto. Dias 05/07 e todos os domingos do mês (exceto dias 19 e 26), às 17h no Teatro Morro do Ouro - R$ 5, e 10. Saiba mais: 3293-1288 (Projeto Ilhas) - DIVERTIDA história no PLANETA DOS PALHAÇOS, que um dia tem a tranqüilidade abalada pela visita de uma BRUXA que se perdeu pelo espaço e resolve acabar com o SORRISO dos habitantes daquele estranho planeta, já que é alérgica a brincadeiras, alegrias e gargalhadas... Entre sustos, trapalhadas e muita diversão, a peça reserva surpresas a todos revelando no final a certeza de que SORRIR SEMPRE VALE A PENA!
sexta, 10
Orquestra de Câmera SESI/UFC – IN MEMORIAN – Maestro Silvio Barbato (FALECIDO NO ACIDENTE DA Air France) - Regência: Maestro Wasquem Fermanian. 19h no palco principal - ingresso: 01 kg de alimento não perecível. Saiba mais: 9988-9734
sexta, 17
Programações gratuitas nos 10 anos do projeto Theatro de Portas Abertas (TEMOS FOTOs)- Inaugurado em 1910, o TJA faz aniversário dia 17 de junho. Desde 1999, realiza atividades gratuitas todo dia 17, de janeiro a dezembro.
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sexta, 17
Piano Brasil V com o pianista Miguel Proença(FOTO) - 20h30 - R$ 2, e 1, (* ingressos à venda na bilheteria do teatro a partir do dia 13/07). Uma das mais bem sucedidas iniciativas da música erudita brasileira nos últimos anos, com 75 concertos e dezenas de máster classes realizadas, entra em sua quinta edição em 2009, percorrendo 20 cidades brasileiras de norte a sul do país
domingo, 19 + Outra sessão no domingo, 26/07
TJA Criança com “A Cigarra e a Formiga” (temos FOTOs). 17h no Teatro Morro do Ouro R$ 5 e 10. Com o Grupo de Teatro Pé no Chão. Adaptação: Francisco Marques – Direção e Iluminação: Gutembergue de Sousa – Elenco: Roberto Sallesmoreyra, Lu Ribeiro, Daniele Souza, Maria Lima, Nailton Nascimento, Douglas Saraiva, Rodrigo do Patrocínio: figurino: Carlos Brito. A Cigarra e a Formiga é uma peça contada por dois palhaços, que nos mostram duas realidades opostas, a da Dona Formiga trabalhadora e a da Cigarra cantora, que nessa versão tem como companheiro, o Grilo, cantor da Floresta. Outro personagem, a da Barata falsa, finge ser amiga e faz fuxicos, gerando intrigas entre D. Formiga, a Cigarra e o Grilo, até que os dois últimos a desmascaram.
quarta, 22 e quinta, 23
“Pintando e Bordando” – Show do CD homônimo com a cantora cearense Lúcia Menezes (FOTO) em curta temporada de volta à terra natal. Quarta, 22 às 20h e quinta, 23 às 18h no palco principal - Ingressos: R$ 30,00 (inteira) R$ 15,00 (meia). Saiba mais: Memeca Moschkovic (21) 2179-6948 / 8289-5370
Sábado, 25, e Domingo, 26
Peça “Monstra” com Patrícia Travassos (FOTO) as duas sessões são às 20h no Palco Principal -Ingressos: R$ 50,00 (inteira) R$ 25,00 (meia) – Antecipados R$ 40 e 20. - Classificação: 14 anos
Saiba mais: 3094- 5575 ///// Procult PRODUÇÕES
Inspirada nas crônicas do livro MONSTRA, de Patricya Travassos, lançado em 2006. A peça é uma divertidíssima comédia com o estilo inconfundível do diretor Jorge Fernando. Ambientada em uma conferência de auto-ajuda, a palestrante, que se encontra em uma grave crise com seu cotidiano, com sua vida amorosa e com o inexorável envelhecimento, é a prova viva de que o que ensina não se aplica a ela. Ao exemplificar os casos que garante corrigir com seu método, vivencia a problemática de várias personagens e acaba por sofrer, ela própria, todas as armadilhas emocionais que pretende curar.
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Fortaleza sedia XXV Simpósio Nacional de História
De 12 a 17 de julho de 2009, Fortaleza transforma-se na capital nacional da História. Nesse período, a cidade recebe, por meio da Universidade Federal do Ceará (UFC), o XXV Simpósio Nacional de História. O evento será realizado no Campus do Benfica e também contará com programação cultural que inclui feira de livros e de artesanato e cerca de 200 lançamentos de livros distribuídos em duas sessões diárias, mas o Theatro José de Alencar, às vésperas de completar 100 anos de fundação, será o local de abertura do evento, no dia 12/07, com a realização da conferência “História e Ética”, proferida pelo Prof. Doutor Manoel Luiz Salgado (UFRJ), às 19h30. Em seguida será feita uma homenagem ao centenário de nascimento do paisagista Roberto Burle Marx, responsável pelo projeto dos jardins do Theatro. No dia 13/07, às 14 horas, o professor emérito da UFC e arquiteto, José Liberal de Castro, realiza a conferência “Anotações sobre a História do Theatro José de Alencar”.
O evento, que ocorre a cada dois anos, é o mais importante da área e deve reunir cerca de seis mil participantes, entre professores, pesquisadores e estudantes, nessa edição que tem como tema “História e Ética”. A programação é composta por simpósios temáticos, mini-cursos e mesas-redondas, além de debates. Historiadores de referência nacional e internacional realizam conferências sobre temas como “história e gênero”, “capitalismo, crise e ética”, “história oral”, “ética e narrativa biográfica”. O Museu de Arte da UFC prepara duas exposições especiais reunindo obras dos pintores Francisco Nogueira e Descartes Gadelha. Parcerias com as secretarias de cultura de Fortaleza e do Estado, além de equipamentos culturais com a inserção do Simpósio em diversos espaços da cidade.
Mais informações: Ana Rita Fonteles (ass. de imprensa do XXV Simpósio Nacional de História): 9167-86-08
Mundo das celebridades
Peça “Os Difamantes”, com Emilio Orciolo e Maria Clara Gueiros, está em cartaz neste fim de semana no Teatro Celina Queiróz
Para alguém ser feliz é preciso ser famoso e rico? Os atores, Emílio Orciollo Netto e Maria Clara Gueiros pretendem dar todas as pistas para que você mesmo responda a essa pergunta, e para isso, encenam a comédia “Os Difamantes” desde outubro de 2008. O texto escrito pelos jornalistas, Martha Mendonça e Nelito Fernandes, revela um universo que eles conhecem melhor que ninguém: o poder da mídia e as ilusões que ela fabrica, abordando como tema principal o relacionamento de um casal em meio ao mundo das celebridades reais, instantâneas e pretendentes a “famosos”.
Na montagem, Emílio vive Maurício, um advogado, e Maria Clara a mulher dele, Beatriz, uma professora de educação física. Cansados e frustrados com seus empregos, os dois decidem criar um programa de entrevistas no qual receberão convidados em sua cama, para criticar e comentar os programas de TV. A dupla se diverte analisando e criticando o mundo dos famosos e sua própria vida de casado. Por fim, o projeto do programa é aprovado por um importante canal de televisão, e Maurício e Bia vêem-se diante de um dilema: será que não vão virar também celebridades e fazer tudo o que criticam?
O texto, com pitadas de siticom, é leve e recheado de boas tiradas. Emílio e Maria Clara estão afinados e sabem explorar as piadas... A direção de Ernesto Piccolo é dinâmica, ágil, com marcas inteligentes e boa utilização de projeções em vídeo.
Nos dias 19 e 20, às 21h, e 21, às 19h, no Teatro Celina Queiroz (Av. Washington Soares, 1321 – Edson Queiroz). Ingressos: R$ 25 (estudante) e R$ 50 (inteira). Informações: 3477 3033.
Encontro de Artes Cênicas
Teatro José de Alencar começa a festejar centenario apresentando evento “Zona de Transição” e recebendo sugestões para editais
Os festejos do centenario do Teatro José de Alencarcomeçaram como “Zona de Transição - Encontro Internacional de Artes Cênicas”, evento que acontece de 17 a 23 de junho, reunindo solistas e coletivos artísticos do Brasil, Chile, Espanha, França e Itália.
O evento segue o formato de encontros anteriores já realizados no TJA, com foco na formação em artes cênicas, como “O Riso da Cena” (com artistas de rua de Buenos Aires, outubro de 2008); o seminário “A técnica como uma questão estética” (com o grupo Hara Teatro-Danza, de Assunção, dezembro de 2008) e o projeto CumpliCidades (com o Grupo XIX, de São Paulo, fevereiro de 2009. Solistas e coletivos artísticos do Ceará (Fortaleza e interior) em trocas intensivas com grupos art ísticos d'além Ceará. Para as atividades de formação (oficinas, demonstrações de trabalho e rodas de conversa), a Secult recebe 22 alunos-bolsistas do interior do Ceará. São artistas que trabalham, sobretudo, com teatro, dança e circo, vindos das cidades de Arneiroz, Boa Viagem, Crateús, Iguatu, Itapipoca, Reriutaba, Russas, São Gonçalo do Amarante e Sobral. O Zona de Transição começou nos dois outros teatros- monumentos centenários do Ceará: Teatro São João, Sobral, dias 6 e 7, e Teatro da Ribeira dos Icós, Icó, dias 13 e 14 de junho.
A partir de hoje também, e até 30 de agosto de 2009, o TJA recebe sugestões para os editais de ocupação dos vários espaços cênicos da instituição no âmbito da Série Fora de Hora (sextas às 22h30), TJA Criança (domingos às 17h), Café com Dança e Café com Teatro (ações pontuais) e Temporadas Cênicas Especiais, incluindo as estréias de produções do Ceará no palco principal do TJA. Todas as atividades têm bilheterias destinadas aos solistas e coletivos artísticos que estarão em cena. As sugestões podem ser encaminhadas por escrito via e-mail tja@secult.ce.gov.br ( no assunto: Editais de Ocupação do TJA e Cena) ou correio convencional (Praça José de Alencar, s/n, Centro, Fortaleza, 60033-976, inscreva no envelope Editais de Ocupação do TJA e Cena). Pessoas físicas e jurídicas e coletivos organizados podem apresentar sugestões. Os editais entrarão em vigor a partir de 17 de setembro, com inscrições abertas para o ano de 2010 até 17 de novembro.
Confira abaixo a programação do Encontro de Artes Cênicas do Teatro José de Alencar.
“Zona de Transição” - Programação
Sexta-feira, dia 19
18h na sala de teatro
Demonstração técnica de Norberto Presta
19h no Teatro Morro Do Ouro
E se... – Tato Criação Cênica. Discute com bom-humor e fantasia os diversos caminhos que a vida oferece e as conseqüências decorrentes das ações que forem tomadas. A pesquisa no teatro de animação da Tato concentra-se na animação de partes do corpo, principalmente das mãos e expande-se para a manipulação de objetos. Desta vez a Tato amplia as possibilidades de formas dos personagens humanos a duas mãos, e cria um mesmo personagem realizado a quatro mãos, dando-lhe uma movimentação mais completa, além da criação de algumas formas animais.
20h no palco principal
O Realejo – Grupo Bagaceira de Teatro Espetáculo. Delicadeza e poesia. Uma história de amor contada através da magia do realejo.Texto: Rafaele Martins. Direção, sonoplastia, cenários e figurinos: Yuri Yamamoto. Elenco: Samya de Lavor, Edivaldo Batista, Ricardo Tabosa, Tatiana Amorim, Paula Yemanja, Rafael Martins, Rogério Mesquita e Fábio Vieira. Música original: Ayrton Cezar e Rafael Martins. Produção: Rogério Mesquita e Paula Yemanjá. www.teatroce.com.br
21h na sala de teatro
Zona de Transição: trabalhos de curta duração
1. Desespero para a felicidade...
Solo de Márcio Medeiros. Uma narrativa cênica que se dá na relação entre corpo e espaço na construção de pequenos quadros cênicos, cruzando dança e teatro: o que se pode tornar-se, o que se pode dizer e o que se pode dançar. 15min.
Sábado, dia 20
17h - Demonstração técnica do Grupo Bagaceira de Teatro
18h e 20h no Teatro Morro do Ouro - Tropeço – Tato Criação Cênica (Curitiba/PR)
O espetáculo quer dar vida ao simples. Sobre uma mesa, com pequenos objetos cria-se um mundo onde dois atores manipuladores e suas mãos dão vida às personagens: duas velhas que moram juntas. Um universo de sutileza e extravagância, poesia e comicidade em mãos que andam, dançam, bebem, respiram, riem e choram. É parte de uma pesquisa em dramaturgia física, a fragmentação de parte do corpo que ganha personalidade através do movimento. Duração: 35 minutos. Concepção e atuação: Katiane Negrão e Dico Ferreira. Colaboração dramatúrgica: Juliana Capilé. Produção e Figurino: Luciana Falcon. O fio condutor da Tato Criação Cênica é uma dramaturgia essencialmente corporal, buscando com a integração das linguagens do teatro, da dança contemporânea, da mímica e do teatro de animação. www.tatocriacaocenica.com.br
21h no palco principal - De-vir – Cia. Dita
Quatro performers em cena pontuando as interferências do corpo com seu ambiente. O Corpo entendido como uma mídia que avança por acelerações, rupturas, diminuições de velocidade, desmembrando, constantemente, uma nova roupagem. “De-vir” propõe intensificar esses movimentos ondulatórios engendrando a idéia de um novo design que pode re-compor a disposição e a ordem dos elementos essenciais que compõem as estruturas físicas de uma pessoa. Cia. Dita. Direção e coreografia: Fauller. Assistência de direção: Wilemara Barros. Bailarinos: Wilemara Barros, Lairton Freitas, Marcelo Hortêncio, Fauller. Música: Ryoji Ikeda. Som: Wilenaina Barros. Luz: Fernando Peixoto, operação Fábio oliveira. www.ciadita.com
22h na sala de teatro
1. Cumplicidade na contramão Bailado de teimosas esperanças do criador da Cia. Ballet Baião, de Itapipoca. Intérprete-criador: Gerson Moreno. Sonoplastia: Cacheado Braga. Cerca de 30 minutos de duração
2. Todas as cebolas da casa No solo de Felipe Araújo, o corpo que dança está dilacerado pela experiência de uma despedida amorosa. 15min.
Sambarroxé, um experimento bruto Uma crítica “escrita” no e pelo corpo que dança. Tentativa número 8 de sobrevivência. Eis um solo demonstrativo de dança, com viés performático, que discute a relação midiática e midiatizada entre corpo, dança e música no contexto nordestino-brasileiro de Salvador (BA), a partir do procedimento de improvisação em dança "Experimento Bruto". Concepção e demonstração: Joubert Arrais. Orientação compositiva: Mara Guerrero (SP). Áudio gravado: Angel a Souza (CE). Entre 15/20 min
Domingo, 21
15h na calçada
Zona de Transição: trabalhos de curta duração
1. Eu, roxo Intérpretes e pesquisadores: Daniel Pizamiglio e Rubéns Lopes. Atuação musical: Leandro Mateuzo. Realização: Emma Teran Coletivo - Dialogar com o conceito de "um mapa no corpo-cruzado": "A tensão da existência com o exterior". 16 min
2. Esperai Um exercício de Brino Correia a partir do sapateado. 5 min
3. A chuva também molha Um exercício com o público do Centro de Experimentação em Movimento – Cem. Direção: Sílvia Moura. 10min
16h na sala de teatro - Demonstração de trabalho do Grupo Teatro Máquina
17h no Teatro Morro do Ouro - O intrépido Anãmiri – Uma fantástica aventura
Grupo Bricoleiros
Uma aventura com o aprendiz de feiticeiro Anãmiri. Direção, texto e cenografia: Ctistiano Castro. Criação dos Bonecos: Cristiano Castro e Eliania Damasceno (figurino). Operador de Som: Eder Machado. Atores Manipuladores: Cristiano Castro, Eliania Damasceno e Marconi Basílio. bricoleiros@yahoo.com.br
18h no pátio nobre - Les Muzes Dynamo- La Belle Zanka
Uma viagem no tempo, entre o céu e a terra, a poesia urbana da Cia. La Belle Zanka incorpora as artes de rua e o circo. Criação e direção: Margot Carrière. Feito em 2006 a convite da Bienal da Dança de Lyon, França, com participação em festivais do Canadá e Japão. www.labellezanka.fr
19h no palco principal – Viaje
Solo de Oskar Zimmermann, director da Escuela Internacional del Payaso del Teatromuseo del Titere y el Payaso de Valparaiso, Chile. As peripécias de clown por vários paises para se reencontrar com seu filho na Rússia. Em suas malas, leva instrumentos musicais. oskarzim@hotmail.com
Segunda, 22
17h na sala de teatro - Demonstração de trabalho da Cia. Dita
20h no palco principal: O Cantil – Grupo Teatro Máquina - A partir de “A exceção e a regra” de Bertolt Brecht. Com o Grupo Teatro Máquina. Direção de Fran Teixeira.
Uma viagem sem espaço nem tempo definidos. Dois homens seguem à procura de algo. Para o patrão a viagem é urgente e aterradora, para o empregado é apenas objeto de seu ganha-pão. Entre os dois se estabelece uma relação nos extremos da desconfiança total e da pura subserviência, relação essa transfigurada pela ausência/presença do cantil. A encenação enfatiza a metáfora da manipulação, estendendo a relação entre os personagens para os atores, através das figuras condensadas do boneco-narrador e do manipulador-narrador. joelmon@gmail.com
Terça, dia 23
20h no palco principal - Los Corderos. Crónica de José Agarrotado (menudo hijo da puta) - O espetáculo gira em torno de um tema cada dia mais próximo e assustador: a dificuldade de comunicação entre as pessoas. Os dois intérpretes - também autores e criadores do grupo - desenvolvem ao longo da peça uma sucessão agitada, rítmica e enérgica de desencontros, com algumas aproximações fugazes. As expressões corporais, a música e as palavras são repetidas até perderem o sentido original, até mudarem de significado ou até ficarem sem sentido algum. Há ternura e humor nos jogos cênicos propostos pelos atores David Climent e Pablo Molinero. www.loscorderos.es
+ Seguido de conversa com o grupo
CRÍTICA/ESCRITA dramaturgos
Marcos Barbosa, Edilberto Mendes, Márcio Marciano (sugestão Rogério Mesquita, Paula Iemanjá)
Ricardo Guilherme, Oswald Barroso, T.Arrais, Emanoel Nogueira
ZONA DE TRANSIÇÃO – ENCONTRO TJA DE ARTES CÊNICAS
Breve crônica dos caminhos que se entrecruzam – 17/VI/2009
Márcio Marciano
Teve início nesta terça-feira, 17 de junho, o Encontro Internacional TJA de Artes Cênicas, Zona de Transição. O evento celebra 99 anos de existência do Theatro José de Alencar e prepara as comemorações do centésimo aniversário que ocorrerão em 2010. Como o próprio nome sugere, o encontro promove a criação de um espaço de compartilhamento artístico sem fronteiras rigidamente definidas, pautado pela noção de impermanência, onde mais importa o livre curso das incertezas do que a defesa intransigente de verdades absolutas. É antes o espaço dos intercâmbios críticos, horizontais, entre pesquisadores, criadores, estudantes, aprendizes e o público, numa perspectiva de formação ética e artística que ultrapassa a sala de espetáculo e o âmbito das oficinas para instaurar no espaço de convivência do TJA a experiência de um aprendizado de múltiplas vias, marcado pela troca generosa entre indivíduos e coletivos, entre estes e a comunidade ali presente.
Quem acompanhou o primeiro dia de programação percebeu que, para além da multiplicidade de tendências e visões do fazer artístico predominou o espírito de inconformidade e a crença de que as artes cênicas são um poderoso meio de reverberação das contradições que marcam o mundo contemporâneo. Essa constatação provém não apenas da fruição dos espetáculos apresentados, como também do teor das conversas surgidas ao acaso entre os participantes – às vezes truncadas, mas não impossibilitadas pela barreira do idioma – e que versavam, até onde pude acompanhar, sobre políticas públicas para a cultura, em especial para as artes cênicas aqui e em outros países, sobre a necessidade de novas formas de intercâmbio estético e pedagógico entre os fazedores de teatro, ou acerca das já caducas formas de organização de Festivais de Teatro que impedem aos artistas de se verem em cena ou de trocarem impressões, ao contrário do que ocorre neste Encontro. Além, é claro, da pauta central, os rumos da atual pesquisa dos grupos que participam da Zona de Transição.
Exemplo bem-humorado desse inconformismo deu o “Homem Banda” William Rodrigues, de Sobral, acompanhado por seu filho na zabumba. Partindo da precariedade de meios que marca a produção artística no país, William concebeu uma forma inteligente e divertida de tirar, segundo ele, “o som do anonimato”. Espécie de cantor-contador de “causos”, apresentou nos jardins do TJA performance que misturava narrativas picarescas com canções de matriz popular, acompanhado de instrumentos artesanais que tocava simultaneamente.
A seguir, à sombra das árvores que embelezam o TJA, criou-se o terreiro para “A saga do guerreiro brincante”, com o Grupo Jucá, de Arneiroz. Trata-se de uma adaptação do mítico amor de Dom Quixote por Dulcinéa del Toboso, ambientada no sertão imaginário. Com base em entrechos e motes de danças dramáticas populares como o boi, o grupo narra as peripécias do cavaleiro da triste figura, às voltas com cobras voadoras e dragões da maldade, em busca de sua amada.
O jovem grupo demonstra vitalidade e consegue estabelecer cumplicidade com o público nos momentos em que a história exige delicadeza e poesia. Ressalte-se, neste sentido, o trabalho de composição do “guerreiro brincante” (infelizmente, até o momento em que escrevo não me foi possível saber o nome do ator que conduz a personagem). Entretanto, por uma necessidade descabida de gerar efeitos cômicos, o grupo opta por facilitações que emperram o desenrolar da narrativa e não alcançam o resultado esperado, como certos comentários do coro e os objetos retirados e entregues à platéia após a morte do boi.
A solução formal de lançar mão do coro como recurso narrativo é eficaz, no entanto é urgente e necessária uma preparação técnica que dê mais potência vocal ao grupo e que evite as intervenções desafinadas. O mesmo vale para os instrumentistas, de modo que o diálogo com o coro aconteça de forma menos acidentada. Momento do espetáculo que poderia ser mais bem aproveitado é a utilização das figuras desenhadas em papel, animadas pelo coro.
A primeira atração internacional, a performance de rua “Les Muzes Dynamo”, criação e direção de Margot Carrière, do grupo francês La Belle Zanka, é um exemplo feliz e bem realizado do perfil da programação da Zona de Transição. Confluência de várias linguagens, a intervenção poético-urbana lança mão de técnicas de circo e dança-teatro para ressignificar o espaço público em torno do Theatro José de Alencar.
Acompanhadas por um mestre de cerimônias que fazia evoluções de elegância e risco sobre pernas de pau, e por uma espécie de poetiza com suas enormes penas de ganso a escrever versos no ar enquanto deslizava pelo chão da praça, três enormes figuras, em gigantescas pernas de pau, mistura de coristas de Toulouse Lautrec e divas de ópera, percorreram o espaço público do praça em frente ao Teatro ao som de fragmentos operísticos e mixagens de ruídos e ritmos diversos. A metáfora da diluição de fronteiras entre o teatro e a rua não poderia ser mais contundente. Apesar de sem falas, e talvez por isso mesmo, as figuras mantinham ao longo de seu percurso ampla comunicação com o público, seja na apresentação de seqüências coreográficas de movimentos, seja quando faziam reverência a cada finalização do ciclo que se repetia.
Os transeuntes que não foram à praça para ver a performance, mas que passavam apressados cuidando de suas vidas foram pegos de surpresa e puderam reencontrar através daquelas figuras, ainda que somente por alguns instantes, a beleza do espaço público de convivência, numa perspectiva mais humanizada do conjunto arquitetônico que une a praça ao Teatro. Puderam ver também, juntamente com o público do Zona de Transição, que era conduzido ao interior do Teatro para a continuação da performance nos jardins, a chuva de pétalas de rosas que alunos de teatro, devidamente caracterizados promoviam das sacadas do edifício, e que potencializavam o sentido da intervenção. No espaço interno, as figuras retomaram a seqüência realizada na praça, agora sob nova perspectiva. O caráter “teatral” da performance prevaleceu, de modo a trazer ao primeiro plano a preocupação dos atores-performers em conferir à cena um caráter mais poético e crítico.
No palco do TJA aconteceu o último espetáculo do dia, “Sopro” solo de Carlos Simeoni, do Lume, grupo brasileiro que desenvolve uma das mais profícuas linhas de investigação do trabalho do ator, conhecido internacionalmente. O espetáculo revela-se como uma síntese da pesquisa pessoal de Simeoni sobre a potencialidade expressiva do corpo vivo do ator. Trata-se de uma arriscada experiência de caráter sensorial que não descura da plasticidade das imagens nem de seu acabamento técnico.
Numa área de atuação limitada por um linólio branco, o ator desenvolve uma seqüência de movimentos num tempo-espaço que escapa à dimensão mais habitual de nossa percepção, propondo um jogo de interação sensível com o público que prescinde de qualquer organização fabular dos acontecimentos que se produzem na cena. São antes “sopros de vida”, tomando de empréstimo a expressão de Clarice Lispector que se manifestam como uma espécie de aleatoriedade vital, num tempo de espasmo que se configura como fronteira entre o gesto e o impulso.
O preciosismo técnico de Simeoni embora se traduza em gotas de suor que escorrem continuamente de sua fronte é a um só tempo o mais presente e mais invisível componente deste solo. O corpo do ator, totalmente liberto de quaisquer tensionamentos inconscientes, se mostra comprometido internamente por impulsos vivos até o limite da expressão, que nunca se congela em uma forma. As gotas de suor, metaforicamente surgem como a condensação desses impulsos vitais.
Tadashi Endo (que assina a direção e o desenho da luz), hábil forjador de imagens que mal se constituem se esfumam numa espécie de negação de si mesmas, opta por manter certa distância da platéia, necessária à conformação de seu olhar ao enquadramento da composição que vemos em cena, composição esta que alia a mineralidade do espaço em vias de desmaterialização (a areia que se dispersa no ar) à fluidez do tempo que não se fixa na dilatação-concentração do gesto de Simeoni.
Entretanto, devido à perspectiva imposta pelo palco do TJA, lamentavelmente a tentativa de promover uma experiência de caráter sensorial sofre certo esfriamento, o que coloca a obra numa outra possibilidade de leitura: embora se deva relevar a plasticidade da cena que transita na fronteira da dança-teatro, abre-se o questionamento sobre o sentido último de sua relação com o público e a potência de sua intenção semântica.
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