quinta-feira, 4 de junho de 2009

PATRIMÔNIO HISTÓRICO

Caderno de desenhos de Picasso é roubado de museu em Paris

Um caderno de desenhos do pintor espanhol Pablo Picasso foi roubado nesta terça-feira (9) do museu do artista em Paris, informou a polícia à agência Efe.

A peça roubada, que continha 33 desenhos, é avaliada em cerca de 8 milhões de euros (cerca de R$ 21,9 milhões), e não se sabe quando aconteceu o delito, que foi descoberto hoje pelos funcionários do museu.

A investigação do roubo está nas mãos da brigada de repressão à criminalidade.

Trata-se de um novo roubo de obras do pintor espanhol na capital francesa, após o de fevereiro de 2007, quando os ladrões retiraram da casa em Paris de Diana Widmaier-Picasso, neta do artista, duas obras avaliadas em 50 milhões de euros (cerca de R$ 137 milhões). As peças foram recuperadas pela polícia seis meses depois.

Marina Picasso, outra neta do pintor, sofreu o roubo de cerca de 15 quadros em sua casa em Cannes, em 5 de novembro de 1989, mas as obras apareceram quatro dias depois.

Em janeiro de 2004, uma obra de natureza morta de Picasso foi roubada do museu Georges Pompidou de Paris, mas foi encontrada três meses depois.

No entanto, o roubo mais importante na França é de 1976, quando foram retiradas 118 obras de Picasso do Museu de Avignon.

Outros roubos de obras do artista espanhol aconteceram em Zurique, Londres e Rio de Janeiro, em 1994, 1997 e 2006, respectivamente.

No primeiro, desapareceram quase 20 telas em uma galeria de arte; no segundo, um homem levou a escultura "Tète de Femme", que foi recuperada; e, no terceiro, foram roubados quatro quadros.



LIVRO

Novidade da coleção Outras Histórias


Obra revela dados históricos sobre a epidemia de lepra no Ceará no início do século XX

O Museu do Ceará, equipamento vinculado a Secretaria da Cultura do Estado do Ceará, lança nesta sexta-feira, 19 de junho, às 18h, o livro “Uma enfermidade à flor da pele”, da historiadora Zilda Maria Menezes Lima com a palestra da autora denominada “A lepra em Fortaleza (1920 - 1937)”. O livro integra a coleção Outras Histórias que revela as pesquisas sobre cultura, conhecimento histórico e acervo museológico, além de publicar fac-similes de documentos históricos. Com este, a Secretaria da Cultura lança o quinto título da Coleção Outras Histórias em 2009, que findará este ano com 62 títulos. Os livros estão à venda no Museu do Ceará ao preço de R$ 10,00.
Sobre o Livro - “Uma enfermidade à flor da pele: a lepra em Fortaleza (1920-1937)” é uma versão fragmentada da tese de Doutorado da professora Zilda Maria Menezes Lima, do curso de História da Universidade Estadual do Ceará (Uece). O livro descortina o processo impetrado pelos poderes e saberes constituídos na capital do Ceará em princípios do século XX até o Estado Novo, no sentido de combater a moléstia milenar, que em diferentes épocas e diferentes espaços apavorou a todos independente de etnia, sexo ou segmento social: A LEPRA.
A endemia leprótica foi oficialmente diagnosticada em Fortaleza pelo Barão de Studart, ainda no século XIX em estudo publicado em 1897. O citado médico citava 32 casos de lepra na capital alencarina bem como detalhava a situação particular de cada paciente. Um relatório do Dr. Carlos Ribeiro de 1918, apontava a progressão da doença em Fortaleza e em todo o estado do Ceará. A partir de 1920, a imprensa cearense inicia o que denomina de “uma campanha contra a terrível lepra” denunciando a presença de leprosos nas artérias centrais da cidade, mendigando ou exercendo livremente seus ofícios em “promiscuidade com a população sadia”.
No Ceará, até genericamente 1930, a lepra foi uma doença que pouco interessou aos poderes instituídos, mais voltados para grandes epidemias que desde o século anterior assolava o estado. Entende-se que somente a partir dos acordos estabelecidos com o governo federal para o combate à doença, pode-se perceber algumas medidas pontuais de isolamento compulsório, a marca por excelência do “tratamento à moléstia”.
O primeiro Leprosário Antônio Diogo, edificado em 1928 em Canafístula (hoje Antônio Diogo) no município de Redenção, foi o local escolhido para segregar os leprosos cearenses. Usado inicialmente como abrigo, sem água, luz ou qualquer conforto mínimo e sobrevivendo graças à caridade e a filantropia, o leprosário chegou a abrigar por volta de 1938, número três vezes maior de doentes do que permitia sua capacidade. O segundo leprosário do Ceará, inaugurado entre 1941/1942 e construído segundo os preceitos da moderna leprologia segregou também inúmeros cearenses acometidos pela “lepra” até a década de 1970.
O isolamento imposto pelo Estado e pelos mecanismos orientados pelas políticas autoritárias de saúde deram origem a essas instituições e possibilitaram a segregação de milhares de pessoas em todo o Brasil. E válido afirmar que as duas instituições outrora utilizadas para segregar os doentes de lepra, abrigam ainda hoje antigos moradores. Idosos que, embora curados, guardam graves seqüelas da doença que um dia o acometeram. Vivem sob os cuidados dos funcionários dessas instituições sem parentes e sem visitas. Informações sobre o lançamento: 3101.2609

Nenhum comentário: