quinta-feira, 4 de junho de 2009

CRÔNICAS, ARTIGOS

Formatação

A conexão João Pessoa

Reagi com muito contentamento ao anúncio de que o cantor e compositor Chico César assumira a presidência executiva da Fundação Cultural da cidade de João Pessoa. Pensei logo no quão essa feliz escolha do prefeito Ricardo Coutinho (PSB) traz de força simbólica e capacidade de realização para a capital paraibana e, consequentemente, para a região nordestina. Chico conhece bem a cidade, viveu nela e está com ela desde o grupo Jaguaribe Carne às recentes turnês com o Quinteto da Paraíba.

A gestão de Chico César pode ser um bom laboratório da nova política de cultura do ministro Juca Ferreira, voltada para o fazer cultural dos que realmente fazem cultura. O perfil do autor de ´De uns tempos pra cá´ se coaduna com os esforços do Ministério da Cultura (MinC) de reflorescimento da produção cultural por meio da vitalização do serviço público de cultura para a diversidade e a integração.

A experiência de Chico César é muito necessária para a complexidade de uma ação cultural voltada para a democratização, o diálogo e integração do local entre si e com o global, onde as redes sociais e a multiplicidade de comunidades físicas e virtuais acontecem para além do tempo real. São desafios que requerem maturidade, discernimento, vivência, enfim, existência.

Chico tem uma obra identificada com a paixão humana e com as causas sociais. Sua poética, sua musicalidade e sua figura pública estão pontuadas de inconformismos perante toda sorte de assimetrias culturais, econômicas e políticas. Como artista independente e intelectual atento ele dispõe de organicidade para contribuir com a produção de rumos, com a articulação, com o redesenho do papel dos órgãos públicos na ação transdisciplinar da cultura.

Ele não é celebridade apenas porque se tornou midiático. Ele é personalidade porque tem conteúdo, tem consistência em seu trabalho e tem compromisso com a vida. Tem algo positivo a agregar, a dizer, a criticar, a fazer. É popular, com requinte. Tem a inspiração dos que conseguem cuidar da arte que se tradicionaliza e, ao mesmo tempo, instigar a que se renova a todo instante. Chico César é o novo e o antigo, o local e o universal.

Para conciliar o cargo com a carreira, ele vai adotar a estratégia de Gilberto Gil quando foi ministro da cultura. Durante a semana será secretário em João Pessoa e nos finais de semana fará shows pelo mundo afora. Está provado que é possível conciliar. Antes de qualquer coisa, uma política cultural deve ser bússola, deve ter azimute e norte magnético para resultar em objetivação da cultura integral, na qual a oportunidade de visibilidade vai ao encontro do direito de acesso.

O maior desafio de um gestor de cultura é o de potencializar os estados sociais alienados para que percebam a política da cultura, sua relação com a educação e com o desenvolvimento sócio-econômico. Como equilibrar e desequilibrar, como unir e espalhar, como coesionar e extrapolar as necessidades e os desejos das partes e do todo. Como calcular de modo realista as relações de força e como priorizar o que precisa ser priorizado.

A luta econômica e a luta política são antes de tudo cultural. Cultura é política. A arte é política, o pensamento é político. O bom trabalho político é o que considera o que se movimenta e não apenas o que um ou outro grupo realça. Na cultura não deveria haver espaço para a imposição das afinidades eletivas das turmas. O trabalho de uma liderança cultural é o de instigar as diversas instâncias, os diversos segmentos a se mexerem mais e mais. Não é tarefa fácil e invariavelmente é muito desgastante.

Por raciocínio apenas lógico, Chico César não aceitaria ser secretário de cultura. Pelo que eu acompanho de sua vida pessoal e profissional, imagino que ele aceitou o convite do prefeito Ricardo Coutinho impulsionado pelo compromisso que tem com o discurso de suas canções. Ele é um vencedor no sentido concreto e simbólico do termo. Tem o compromisso dos sobreviventes. Já declarou isso no passado, quando fez a estatística das suas probabilidades, desde criança em Catolé do Rocha ao assento na galeria dos principais nomes da música plural brasileira.

Na condição de um dos mais respeitáveis artistas das novas gerações, Chico César é um autor que tem posição, que tem elaboração, que formula, defende, propõe e respeita o outro. Boa parte da sua vida pública tem sido marcada por essa forma de se colocar, tão necessária a uma realidade pontuada de artistas domesticados e intelectuais omissos. Ele nunca demonstrou medo da correnteza. Rema com seriedade, convicção e integridade para onde acha que deve remar. E, assim, foi para dentro do mundo conflitante da gestão cultural pública.

A configuração da cultura como dimensão estratégica ainda está bem aquém na atuação do governo brasileiro, comparando-a com as dimensões social, econômica, política externa, energia e democracia. Mais dia, menos dia, descobriremos que a equidade do desenvolvimento passa inevitavelmente pelo fortalecimento da cultura e que a qualidade de vida passa pelo aprofundamento e pela intensificação dos investimentos em cultura como necessidade básica, como expansão do sistema de proteção social.

Quando se fala em proteção social, quase sempre é feita uma confusão com assistência social. Entretanto, a seguridade social é formada por um conjunto de cruzamentos de políticas públicas, que trabalham com seguridade civil, seguridade econômica e seguridade cultural. A dívida cultural brasileira tem um passivo de indiferença que necessita de modos de distribuição e redistribuição de bens e serviços culturais, garantidores da integração social e estimuladores da inventividade brasileira.

Embora já positivamente diferenciadas dos tempos tucanos, as políticas culturais no governo Lula precisam seguir os avanços do sistema de proteção social brasileiro, que já deu aumento real ao salário mínimo, que vem fazendo uma ousada transferência direta de renda a famílias marginalizadas, que tem beneficiado alguns milhões de pessoas com seguro desemprego, que criou condições de atendimento a milhões de brasileiros com o Programa Saúde da Família (PSF) e que vem atendendo a milhões de estabelecimentos rurais com o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf).

A sustentação de todas essas políticas só se efetivará se parte da cultura também for considerada fator de proteção social. Aconteceu com o samba na era Vargas, com a bossa nova na era Juscelino e poderá acontecer com a cultura popular multirregionalizada na era Lula. Falo do pensamento cotidiano revelado na realidade objetiva e do pensamento de longo prazo nascido do sonho e da vontade individual e coletiva em seus interesses heterogêneos. Diante da valorização da cultura como o que há de mais rico em um povo, vejo nosso lapso autorreflexivo de rumos vestido com a roupa da utopia.

É neste âmbito, no escopo da dialética da complementaridade e da interdependência, que observo a importância da atuação de Chico César como secretário de cultura de João Pessoa. Ele tem raízes e antenas para o necessário revolver comunitário e para o intercambiar regional e mundial. Na era dos conteúdos, a expectativa de um nó, de um nós, no circuito nordestino faz bem aos saberes e aos quereres. A conexão João Pessoa pode ser um agradável exemplo de política cultural de fomento ao ambiente onde a cultura se expressa. A capital paraibana tem repertório para isso e agora tem Chico César morando lá novamente.

flaviopaiva@fortalnet.com.br
www.flaviopaiva.com.br




Almas Gêmeas existem e podem ser reconhecidas

Pensamentos positivos e boas ações podem favorecer este encontro

Com a chegada do Dia dos Namorados, muitos solteiros buscam o par perfeito e muitos casais ficam curiosos para saber se ficarão juntos para sempre. A grande maioria, porém, procura o tempo todo pela sua “alma gêmea”, sem saber direito o que é isso, ou até mesmo se isso existe. A boa notícia é que a Alma Gêmea é uma realidade, mas um pouco diferente do que se pensa por aí.

A alma gêmea não julga, não cobra e não espera nada em troca, é um encontro de almas que se unem em algum momento da vida. Este encontro só acontece quando realmente se está preparado para compreender e aceitar um sentimento desprovido de egoísmo, ciúme e insegurança. “Todos nós já tivemos em algum momento de nossas encarnações passadas a dádiva deste encontro, mas por questões cármicas e necessidade de evoluirmos ainda mais, fomos separados de nossa ‘outra metade’”, explica o escritor e espiritualista André Mantovanni.



Não são só as Almas Gêmeas que permeiam os relacionamentos das pessoas. Segundo Mantovanni, “Os estudos esotéricos nos ensinam que existem mais dois tipos de relacionamentos que compreendem a trajetória de cada um de nós. Eles são chamados de ‘Almas Cármicas’ e ‘Almas Companheiras’”. Estes tipos de relacionamentos são importantes para evolução espiritual, através deles entendemos melhor nossos sentimentos, os encontros de ‘Almas Cármicas’ ou de ‘Almas Companheiras’ geralmente antecedem a busca pela Alma gêmea.



“Quanto mais evoluirmos, quanto mais nos dedicarmos amorosamente ao nosso autoconhecimento mais teremos chances de estarmos juntos de nossa alma gêmea”, diz o escritor. “Revolta, tristeza, frustração e pessimismo amargam a alma e nos condena à solidão eterna, portanto seja sempre feliz e esteja de coração aberto para receber o amor de sua alma gêmea”, completa o espiritualista.



Neste tipo de relacionamento não existe mágoas, tristezas ou decepções, pois o que prevalece são os bons sentimentos. As crises são sempre passageiras já que há uma cumplicidade espiritual, o diálogo e amizade fortalecem a união. Companheirismo, romantismo, altruísmo e fidelidade esses são os temperos que fazem com que os “casais gêmeos” se completem.



“Quando encontramos nossa ‘cara metade’, jamais nos separaremos dela, pois é tamanho o merecimento quando conquistada, que a relação se transforma num elo sem fim que só poderá ser desfeito com o desencarne”, explica Mantovanni.




Para democratizar a educação

Luiz Gonzaga Bertelli*

Não há mais dúvida de que o ensino a distância (EaD) é uma realidade consolidada no país. Para cursos de capacitação e atualização, ou mesmo graduação e pós-graduação, os números de matrículas crescem a perder de vista, vencendo a resistência que havia tempos atrás. Em um país-continente como o Brasil, deve se destacar que essa modalidade é uma das eficazes soluções para a democratização do ensino. Um jovem que está no longínquo interior do Acre terá acesso, pela internet, ao mesmo conteúdo programático que um estudante das grandes capitais. Sem a disseminação do EaD, seria quase impossível ocorrer situações como essa.

Por causa das limitações, o ensino presencial não consegue dar conta das demandas atuais, o que transforma o EaD em um processo irreversível. A modalidade proporciona a popularização dos cursos de educação continuada em várias profissões. Na área de Medicina, por exemplo, algumas áreas já adotaram o formato para ajudar na renovação dos certificados de seus especialistas, além da adoção de cursos focados na atualização da carreira, fundamental para a sobrevida desses (e de outros) profissionais no mercado.

Outra aplicação importante são os cursos de capacitação para jovens. Quando se depara com o primeiro emprego ou estágio, o estudante sente dificuldade em enfrentar os processos seletivos ou os primeiros tempos de adaptação, por não ter desenvolvido na universidade conhecimentos e habilidades que lhe serão exigidos no mundo corporativo – como a aptidão para desenvolver relações interpessoais e outras posturas atitudinais que o ajudarão a alavancar a carreira. Os cursos, realizados com disciplina e empenho, contribuem para que os jovens tenham melhores condições para brigar por um espaço no sempre concorrido mercado de trabalho. Para eles, o EaD é uma porta aberta para o conhecimento.

Preocupado com a formação desses futuros profissionais, o CIEE também disponibiliza em seu site cursos de EaD conceituais, técnicos e atitudinais, altamente motivadores, que já registram mais de 600 mil matrículas.

Com conteúdos valorizados pelo mundo empresarial, o programa recebeu o Prêmio E-Learning Brasil 2008/2009 como Referência Nacional. Tanto quanto o prêmio, gratifica o CIEE o resultado de uma recente pesquisa realizada com os jovens que participam das aulas on-line: 72% reconhecem que os cursos contribuem para a conquista do estágio. É uma realidade: as empresas buscam estagiários mais bem capacitados e com mais conhecimentos, como noções de postura corporativa e de cidadania. E isso só se consegue, diante das deficiências do ensino regular, com um esforço suplementar, com a busca de fontes alternativas de aprendizado.

Acaba de entrar no ar, no portal do CIEE, o curso Novo acordo ortográfico: o que mudou?, que aborda a recente reforma ortográfica da Língua Portuguesa. Fundamentais para quem for prestar concurso público ou participar de processos seletivos para estágio ou emprego, as novas regras servirão para unificar o Português entre todos os países que falam nossa língua. Alguns dias antes, foi lançado o Apresentações em PowerPoint, um dos 27 cursos gratuitos oferecidos pelo CIEE. Em várias situações, tanto na faculdade quanto na empresa, a boa apresentação de um projeto pode ajudar o jovem na busca de um futuro profissional.

*Luiz Gonzaga Bertelli é presidente executivo do Centro de Integração Empresa-Escola – CIEE, da Academia Paulista de História – APH e diretor da Fiesp.



A proteção da marca

Especialista dá dicas de como agir em casos de falsificação de marcas e produtos


Como consequência da globalização, nos últimos anos podemos notar um aumento considerável da venda de produtos falsificados ou genéricos. Para observar esta enxurrada de “pirataria”, basta uma caminhada pelos grandes centros urbanos: são diversos produtos de marcas nacionais e internacionais sendo vendidos a preços e qualidade inferiores aos dos originais.



De acordo com a Lei de Propriedade Industrial (nº. 9.279/96), marca é todo sinal de distinção, visualmente perceptível, que identifica e distingue produtos e serviços de outros semelhantes, de procedência diversa. Muitos especialistas consideram que o verdadeiro poder de uma empresa está na força que sua marca exerce no mercado, na lembrança que o consumidor tem dela e das percepções que a ela estão associadas. Para o advogado João Paulo Bettega de Albuquerque Maranhão, advogado-sócio do Escritório Katzwinkel e Advogados Associados, especialista em direito empresarial, a força da marca vai além de distinguir a origem do produto ou serviço assinalado daqueles de fonte diversa. “A marca é um importante instrumento mercadológico ao qual o consumidor associa as qualidades ou defeitos, reais ou ilusórios, dos produtos ou serviços. Desse modo, partindo da verificação da marca de um produto ou de um serviço, o consumidor poderá identificar a qualidade dos mesmos, para promover a escolha daquele que melhor lhe aprouver”.



Analisando a lei brasileira, o jurista afirma que estão bem definidas às práticas, ilegais e abusivas, adotadas pelos fabricantes de mercadorias falsificadas. “As falsificações se tratam da aplicação prática da expressão popular do uso da ‘Lei de Gerson’. Ou seja, pessoas que querem obter vantagens às custas de uma marca fortalecida junto ao mercado, graças a um árduo e penoso trabalho de marketing e aprimoramento constante desenvolvido pelos detentores de marcas reconhecidas em nossa sociedade”.



Minha marca foi falsificada, o que devo fazer?



Para as empresas ou pessoas físicas que se sintam prejudicadas pela concorrência desleal proporcionada pelos falsificadores, a Lei de Propriedade Intelectual estabelece (Artigo 189) que o ato de reproduzir, sem autorização do titular, no todo ou em parte uma marca registrada ou imitá-la de modo que possa induzir confusão, deve ser considerado crime. “A Lei de Propriedade Intelectual estabeleceu um tratamento duplo à concorrência desleal, tipificando práticas consideradas como crimes, mantendo, por outro lado, uma série de medidas que visam reprimir o ilícito da concorrência desleal e o uso indevido de marca junto a esfera civil”.



Já o artigo 209, da mesma LPI, afirma que o prejudicado pode tomar medidas junto ao juízo cível, por meio do ajuizamento de medida cautelar, visando a imediata busca e apreensão dos produtos que contenham a marca do titular que está sendo indevidamente reproduzida, para que posteriormente, seja o titular da marca indenizado por eventuais danos sofridos. “A LPI dá todo o respaldo para as pessoas sérias e para as empresas que trabalham corretamente. Além disso, segundo o código de defesa do consumidor (Art. 6), o comprador que se sentir lesado ao adquirir um produto falsificado deve buscar os seus direitos, pois ele está protegido contra a publicidade enganosa e abusiva, métodos comerciais coercitivos ou desleais, bem como contra práticas e cláusulas abusivas ou impostas no fornecimento de produtos e serviços”.



DÊ FIM ÀS REUNIÕES IMPRODUTIVAS

* Christian Barbosa

Uma das maiores vilãs da produtividade corporativa são, sem dúvida, as reuniões improdutivas ou mal conduzidas que, além de consumirem o tempo útil dos profissionais, elas geram altos gastos para a empresa. Segundo uma pesquisa que realizamos na Triad Consultoria, a cada cem funcionários o desperdício com encontros desnecessários em uma organização chegam à casa dos R$ 500.000,00.



Com a crise financeira do mercado global, muitas empresas estão cortando os seus gastos para não sofrerem consequências negativas em seu orçamento e empresários estabeleceram metas nesse sentido para 2009, a fim de aumentar seu lucro e evitar desperdícios. Porém, poucos profissionais têm a consciência do gasto gerado com reuniões mal conduzidas, muito longas ou sem um propósito válido.



Realizamos outro estudo com profissionais para saber a opinião deles quanto às reuniões que participam. O resultado foi surpreendente: apenas 7% dos dois mil participantes afirmaram que esses encontros são realmente eficientes e produtivos, sendo o principal problema deles, para 57%, a falta de foco e, conseqüentemente, a extensão do tempo pré-determinado para sua conclusão.



Aos profissionais que fazem parte da maioria insatisfeita, aconselho apresentarem aos seus superiores uma proposta de melhoria e otimização do tempo para que, além de aumentar a produtividade da equipe, o dinheiro gasto desnecessariamente seja reduzido. Para isso, sugiro algumas formas de conduta para um bom aproveitamento dos encontros corporativos:



· Analise a real necessidade de convocação – Muitos assuntos podem ser resolvidos por telefone ou mesmo com trocas de mensagens eletrônicas, evitando o deslocamento ou perda de tempo dos envolvidos. Pense se o assunto é tão complexo que faz-se necessário reunir pessoas para discuti-lo ou se apenas um e-mail resolveria a questão. Além de otimizar o seu tempo, você será mais objetivo e rápido na resolução dos problemas;



· Convoque as pessoas certas – Muitas vezes não há necessidade de convocar diversas pessoas para a discussão de determinados assuntos. Quem for convocar uma reunião deve analisar o que cada participante pode ou não contribuir para o tema em discussão e se há necessidade de todos estarem presentes naquele momento ou se somente um comunicado posterior das decisões tomadas seria necessário. Quanto mais pessoas estiverem presentes, a probabilidade de extensão do tempo e dispersão do assunto aumenta, principalmente se não houver uma liderança efetiva;



· Quando possível, evite deslocamentos – Ao realizarmos a pesquisa sobre gastos com reuniões ineficientes, um dos maiores fatores de análise foi o gasto com deslocamentos de cada profissional. Pense o quanto é gasto nos custos com gasolina, táxi ou mesmo passagens de avião com os funcionários que se deslocam para participar de uma reunião. Nem sempre é possível, mas se puder evitar esses encontros, o dinheiro economizado fará uma grande diferença no orçamento da empresa; e



· Tempo é dinheiro – Muitos empresários acreditam na máxima de que tempo é dinheiro e de que qualquer minuto desperdiçado pode acarretar em perda de lucros. O tempo desperdiçado com longos encontros pode atrasar a equipe na busca por resultados. Além disso, o desperdício de tempo útil pode atrasar a execução das tarefas e fazer com que as urgências apareçam, situação que gera stress e, conseqüentemente, menor qualidade de vida. Por isso, mais que dinheiro, tempo é vida! Aproveite bem o seu e otimize o da sua equipe!



Christian Barbosa - Um dos maiores especialistas em gerenciamento do tempo e produtividade pessoal e empresarial. Autor dos livros A Tríade do Tempo - A Evolução da Produtividade Pessoal, pela Editora Campus; Você, Dona do Seu Tempo, pela Editora Gente e Estou em reunião, pela Editora Ediouro. Sócio da Triad - empresa especializada em produtividade que presta consultoria, treinamento e oferece produtos diferenciados. Facilitador do programa de empreendedores do Sebrae/ONU - Empretec. Sua metodologia e teorias sobre produtividade ganharam destaque e importância nacional e internacional devido inovações e soluções diferenciadas. www.triadedotempo.com.br e www.maistempo.com.br





Burocracia: A Arte de Transformar Solução em Problema

Por

Américo Marques Ferreira
Consultor Sênior do Instituto MVC,
Autor de Programas E-learning e DVDs
em Gestão da Mudança e Team Building
www.institutomvc.com.br

A instituição das Capitanias Hereditárias, dos Cartórios Vitalícios e dos favores aos privilegiados que faziam parte da Corte Lusitana são demonstrações de que o Brasil já nasceu com o viés burocrático em seu DNA.

Por paradoxal que pareça, até um Ministério da Desburocratização já existiu em nosso país.

Recordo-me que Hélio Beltrão, primeiro a ocupar aquela pasta, durante uma entrevista concedida, diagnosticou a causa da burocracia como sendo uma simples questão de premissa.

Dizia ele, “se partirmos da presunção da mentira, serão necessárias medidas preventivas para minimizar as possibilidades de fraudes”.

E continuou, “ocorre que apenas 3% da população brasileira é formada por falsários, mentirosos e ladrões. Os restantes 97% são cidadãos de bem, pagadores de impostos e cumpridores de seus deveres”. Concluindo, ele afirmou: “por causa desses 3% a maioria paga, indevidamente, um elevado imposto da desconfiança”. Na opinião de Beltrão, bastaria mudar a premissa para a presunção da veracidade que uma grande carga de exigências burocráticas seria abolida.

Coerente com tal discurso, uma das primeiras medidas instituídas pelo referido ministro foi a declaração de homonímia.

Por coincidência, àquela época eu estava solicitando financiamento para a compra de uma casa e fui um dos beneficiados por aquela iniciativa, pois me deparei com dois homônimos “sujos na praça”.

Graças àquela medida desburocratizante, ao invés de ter de percorrer 13 cartórios para tirar certidões negativas, bastou que eu escrevesse uma declaração de próprio punho e assinasse, sem firma reconhecida, passando o ônus da prova ao agente financeiro.

Simples assim, com apenas um detalhe: se mais tarde ficasse provado que eu havia mentido estaria sujeito às penas da lei. Entretanto, com a consciência tranqüila de quem faz parte dos 97% dos cidadãos de bem, pude economizar tempo e agilizar o processo de financiamento daquele imóvel sem os entraves da burocracia.

Por que, então, tal filosofia não prosperou em nosso país?

Poderíamos arrolar algumas causas:

1. Porque tem gente ganhando com o princípio do “criar dificuldades para oferecer facilidades”.
2. Porque a burocracia é uma forma de mascarar incompetências, terceirizando a culpa pela morosidade dos processos.
3. Porque tanto nas empresas privadas quanto públicas tem gente disfarçada de abelha (quando não está voando está fazendo cera).
4. Porque os que se acomodam a um ambiente burocrático assumem a síndrome de Gabriela para justificar sua incapacidade de mudança (eu nasci assim, eu cresci assim, eu sou sempre assim, vou morrer assim, Gabriéééla!).
5. Pelo costume expresso na frase “Para os amigos tudo, para os inimigos a lei”.
6. Porque desburocratizar gera perda do poder de barganha.
7. Porque adotar medidas desburocratizantes pressupõe vontade política e a grande maioria em posição de poder está mais preocupada com sua carreira num horizonte de curto prazo do que lutar pelo bem da coletividade.
8. Pelo mesmo motivo que existem os trotes nos calouros em faculdades. Todos reclamam da agressividade a que foram submetidos, mas quando chegam à condição de veteranos perpetuam as brincadeiras de mau gosto por puro desrecalque.
9. Pela famosa “Lei de Gérson” que impele as pessoas a querer levar vantagem em tudo, certo?
10. Por ser mais fácil pagar propina para agilizar um processo ou desembaraçar uma mercadoria do que enfrentar processos burocráticos institucionalizado na cultura brasileira.

Como solucionar, então, este complexo problema?

Eis algumas medidas que, em minha opinião, poderiam contribuir para enfrentar tal desafio:

1. Observar o que de positivo já se fez em nosso país procurando disseminar estas melhores práticas de modo a criar um círculo virtuoso contra a burocracia. Exemplo: Poupa Tempo
2. Importar os modelos de países que se colocam como benchmarking neste assunto. Exemplo: A Nova Zelândia propicia a abertura de uma empresa em apenas um dia enquanto por aqui o mesmo procedimento leva cinco meses em média.
3. Explorar mais os recursos da internet e seus correlatos, para dar maior transparência e agilidade aos processos. Exemplo: Obtenção de Um Boletim de Ocorrência em Delegacias Virtuais.
4. Evitar o retrabalho pela informatização dos processos. Exemplo: Entrega da Declaração de Imposto de Renda.

Iniciar um processo educativo com nossas crianças nas escolas, pois tal mudança de mentalidade exige um horizonte de longo prazo. ---




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