quarta-feira, 3 de setembro de 2008

CINEMA

"Mamma Mia!" é alegria pura

Filme combina ABBA, Grécia e Meryl Streep

Num certo momento da versão para o cinema do musical do teatro Mamma Mia!, a personagem de Meryl Streep diz :"não quero falar". E ela vai falar muito pouco mesmo.

A frase é apenas o primeiro verso de uma das dezenas de músicas do grupo ABBA, que ela e seus colegas de elenco vão cantar no filme.

Os hits do Abba que desfilam ao longo das quase duas horas de Mamma Mia! não se encaixam muito bem na história e tudo parece forçado. Assim, a personagem de Meryl não tem muito dinheiro, mas pode cantar Money, Money, Money e sonhar com a vida dos ricos; ou uma mulher mais velha faz um jogo de sedução com um rapaz e canta Does your mother know? (Sua mãe sabe?).

Numa ilha grega paradisíaca, Sophie (Amanda Seyfried), de 20 anos, vai se casar, mas não sabe quem é o seu pai. Depois de ler o diário da mãe, Donna (Meryl), uma ex-hippie, descobre que há três homens que podem ser seu pai e os convida sem contar para ninguém o porquê. Eles são Sam (o ex-007 Pierce Brosnan), um arquiteto; Bill (Stellan Skarsgård), um aventureiro descolado; e Harry (Colin Firth), um sujeito certinho e todo reprimido.

Faltam dois dias para o casamento e, para passar o tempo, os personagens andam pela ilha, se encantam com a paisagem e soltam a voz, com as músicas da banda, como Dancing Queen (que já foi mais bem aproveitada em O Casamento de Muriel), Super Trooper, Our Last Summer e Voulez-Vous. E todo mundo canta o tempo todo - inclusive os 'gregos' que só abrem a boca para fazer o coro para os famosos.

Como aconteceu com a segunda versão de cinema de 2005 de Os Produtores (a primeira foi lançada no Brasil como Primavera para Hitler), Mamma Mia! foi feita basicamente pela mesma equipe técnica da Broadway, a roteirista Catherine Johnson, a produtora Judy Craymer e a diretora estreante Phyllida Lloyd, que parece não ter descoberto ainda para que serve uma câmera.

Mamma Mia! não foi pensado cinematograficamente, e isso fica evidente na tela.

As músicas não se encaixam na ação e os personagens parecem não entender o que estão cantando, mas sorriem e repetem seus versos afinadamente. O problema aqui não é tentar disfarçar a cafonice das músicas com um cenário paradisíaco ou uma grande atriz (que parece estar apenas brincando), o que atrapalha é como nada parece estar no lugar certo, desde os números musicais até as amigas de Donna, vividas por Julie Walters e Christine Baranski.






Trama sobre rejeição a união inter-racial lidera nos EUA e Canadá

Lisa Mattson (Kerry Washington) e Chris Mattson (Patrick Wilson) enfrentam vizinho que se opõe a união inter-racial no filme


A trama "O Vizinho", com Kerry Washington e Patrick Wilson, liderou a arrecadação de bilheteria nos cinemas do mercado do Canadá e Estados Unidos da noite da última sexta-feira (19) até a noite deste domingo.

O filme conta a história de um jovem casal inter-racial --ela é negra e ele, branco-- que sofre com um vizinho policial que rejeita este tipo de união.

"O Vizinho" arrecadou US$ 15, 6 milhões (R$ 28,6 milhões) e tirou a liderança de "Queime Depois de Ler", dirigido pelos irmãos Ethan Coen e Joel Coen.

O longa dos Coen, que tem Brad Pitt e George Clooney no elenco, arrecadou US$ 11,2 milhões (R$ 20,5 milhões), segundo dados da empresa Rentak publicados na versão on-line da revista americana especializada em celebridades "Variety".

Ainda provisórios, os números apontam para um terceiro lugar de "Amigos, Amigos, Mulheres à Parte", com US$ 8,3 milhões (R$ 15,2 milhões). Em quarto aparece a animação "Igor", com US$ 8 milhões (R$ 14,6 milhões).

"As Duas Faces da Lei" ocupa a quinta posição, com US$ 7,7 milhões (R$ 14,1 milhões), seguida de "Tyler Perry's Family That Preys", com US$ 7,5 milhões (R$ 13,7 milhões).

"Mulheres - O Sexo Forte", com Meg Ryan, Eva Mendes, Jada Pinkett Smith, Annette Bening e Debra Messing, ficou com US$ 5,3 milhões (R$ 9,7 milhões).

"Ghost Town" ficou em oitavo, com US$ 5,1 milhões (R$ 9,3 milhões).

"Batman - O Cavaleiro das Trevas" continua na lista dos que mais arrecadam, com US$ 2,9 milhões (R$ 5,3 milhões). Em décimo lugar, aparece "A Casa das Coelhinhas", com US$ 2,8 milhões (R$ 5,1 milhões).




Encontro de Jet Li e Jackie Chan em "O Reino Proibido" não convence

Inspirado na lenda chinesa do Rei Macaco - ou Sun Wukong, do clássico romance chinês "Jornada ao Oeste", publicado no Brasil pela Conrad - e na sua jornada em busca da imortalidade, "O Reino Proibido" promove o encontro histórico de dois gigantes do cinema sino-americano, Jet Li e Jackie Chan. Li faz dois personagens, o Monge Silencioso e o Rei. Chan é o monge beberrão Lu Yan.

Como a tradição não basta para satisfazer os padrões do cinema americano, o filme começa nos dias atuais, nos Estados Unidos. Um jovem adolescente obcecado por kung-fu, Jason (Michael Angarano), faz uma descoberta que o leva para a China medieval onde seres lendários habitam. Chan e Li serão seus mestres na arte da luta e, em troca, o menino os ajuda a procurar e libertar o Rei Macaco.

Escrito por John Fusco (Mar de Fogo) e dirigido por Rob Minkoff (Mansão Mal-Assombrada), "O Reino Proibido" teria potencial para ser um grande filme de artes marciais, uma homenagem ao gênero e uma celebração à cultura chinesa. Sem currículo e autonomia para tanto,
Fusco e Minkoff conseguem apenas transformar o filme em um genérico de "Karate Kid".

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