terça-feira, 1 de março de 2011

LIVROS - NÃO-FICÇÃO


LADY GAGA

A face oculta
da cantora em biografia

> Biografia não-autorizada Poker Face: a Ascensão de Lady Gaga, escrito pela jornalista Maureen Callahan, revela uma mulher que é tão ve
rdadeira, quanto fabricada

Junte mais de cinquenta entrevistas com a opinião de amigos e colegas de Lady Gaga a tudo o que já saiu na mídia, adicione uma profunda pesquisa sobre sua vida e misture tudo com boas doses de análise crítica e de perspicácia. O resultado só poderia ser um petardo biográfico do porte de Poker Face: a Ascensão de Lady Gaga, escrito pela jornalista Maureen Callahan e que a editora Larousse está lançando no Brasil.
Maureen, que é repórter do New York Post, valeu-se bastante da investigação jornalística para escrever este perfil (não autorizado) de Lady Gaga. Assim, em Poker Face: a Ascensão de Lady Gaga podemos descobrir tudo o que fez e a que se submeteu a atriz burlesca Stefani Germanotta antes de encarnar a pele de Lady Gaga (nome extraído do sucesso do Queen, Radio Ga-Ga) e participar do memorável concerto de Chicago Lollapalooza o qual, meteoricamente, lançou-a ao topo do mercado internacional da música.
Esta biografia que a Larousse traz para o Brasil lança à luz a natureza de uma mulher que é tão verdadeira quanto fabricada, tão confiante quanto insegura, tão senhora de si quanto frágil. Poker Face: a Ascensão de Lady Gaga revela as fraquezas e as inconstâncias de uma personalidade ainda imatura que, num piscar de olhos, necessitou se abrigar sob o manto da celebridade que conduz, orienta e é modelo para milhões e milhões de fãs.
O livro de Maureen Callahan, por sua condição de independência e de compromisso com a verdade, acaba por mostrar a face não tão edificante de Lady Gaga. Por exemplo, seu lado perfeccionista e autoritário, que já a fez demitir cerca de 150 funcionários em poucos anos de trabalho. Ou ainda, a venenosa e maquiavélica bissexual que mantém um caso com a mulher de um ex-empresário só para se vingar dele.

Mas, o livro também mostra uma artista de saúde extremamente frágil, submetida a dietas e remédios para se manter no peso.
A autora construiu Poker Face: a Ascensão de Lady Gaga como uma observadora externa de um fenômeno midiático-cultural, entretanto seu texto conduz o leitor, como acompanhante, em um tour com a própria cantora. É certamente um livro para agradar todo o universo de influência de Lady Gaga: os fãs de carteirinha, os que simplesmente apreciam as músicas e as perfomances dela e também aqueles que a odeiam tanto ao ponto de necessitarem saber exatamente o quê de fato ela é.





TV DIVIRTA-CE

Achamos esse vídeo (o primeiro, abaixo) da Lady Gaga antes de ser famosa, participando em 2005 de um programa de pegadinhas. Ela é essa morena com cabelo cheio, até parecida com Amy Winehouse. Assista também outros dois vídeos engraçadinhos de Lady Gaga, e vários outros de shows exclusivos ao vivo e participações de nossa musa em programas da TV americana.








































Freud foi salvo por um nazista

Em “A fuga de Freud”, o cineasta David Cohen conta como o pai da psicanálise fugiu de Viena com a ajuda do inimigo


Na década de 1930, Freud colhia os frutos de seu trabalho pioneiro sobre o inconsciente. Famoso tanto na Europa como nos Estados Unidos, fundador, em parceria com Carl Jung, da Associação Psicanalítica Internacional, seu sucesso se refletia também nas finanças e a família vivia confortavelmente em Viena. Mas o destino do clã Freud entrou em xeque pela anexação da Áustria pela Alemanha de Hitler, em 1938, e pelo período politica, economica e socialmente turbulento subseqüente.
Os nazistas obrigaram os judeus a declarar todos os seus bens, aos quais passaram a tratar como riquezas ilegalmente adquiridas. Comissários foram apontados para monitorar o processo. Designado para supervisionar os ganhos de Sigmund Freud, Anton Sauerwald afetaria profundamente o destino do pai da psicanálise. Estudante de Medicina, Química e Direito, fã dos livros e do trabalho de Freud, altamente intelectualizado, escondeu informações vitais de seus superiores, como provas de contas secretas na Suíça.

Em “A Fuga de Freud”, o jornalista e cineasta britânico David Cohen revela como Freud conseguiu deixar Viena, no famoso Orient Express, com vistos conseguidos por Sauerwald. Nesta cativante narrativa da dramática escapada de Freud para Londres, Cohen traz informações inéditas e uma série de personagens digna dos livros de Dickens, os preferidos de Freud. O autor se aventura em territórios ainda não desbravados, como a relação do psicanalista com o misterioso aliado nazista e quais as motivações deste para ajudá-lo. Trata, ainda, de sua prisão no fim da Segunda Guerra, acusado de roubar os bens de Freud - acusação retirada pela filha do psicanalista.
Em ritmo de thriller, Cohen disseca segredos de família, fraudes, suicídios, mortes misteriosas e transações bancárias. Refuta a percepção comum de que Freud desconsiderava sua herança judaica ao destacar a importância do mito de Moisés para a formação de sua personalidade. E abre uma preciosa janela para a psiquê de um dos homens mais importantes da era moderna. Recorrendo a pesquisas aprofundadas e documentos inéditos, desvenda os dois últimos anos de vida de Freud.
David Cohen é escritor, cineasta e psicólogo. Entre seus livros estão Psychologists on Psychology, um best-seller sobre a Princesa de Gales, Diana, Death of a Goddess, e biografias do terapeuta Carl Rogers e de John B. Watson, o fundador do behaviourismo. Entre seus filmes, Grace Kelly (da série Secret Lives, do Channel Four) e The Pleasure Principle. Ele realiza atualmente um DVD de 76 horas com a leitura da Bíblia, do Gênesis à Revelação. Seu filme sobre os homicídios de Soham, When Holly Went Missing, foi indicado para o prêmio BAFTA. David Cohen vive em Londres.













"Os Outros" traz excelência literária argentina

Autores pouco conhecidos no Brasil têm contos reunidos com organização do escritor portenho Luis Gusmán

Há mais psicanalistas e escritores na Argentina do que na maioria dos países. O fenômeno poderia ser explicado de forma jocosa e aparentemente contraditória: o complexo de não ser europeu, por um lado, e o orgulho de ser argentino, por outro.

Mas qualquer menção desabonadora cai por terra diante da literatura de nossos vizinhos. É uma literatura excelente, inspiradora. Um ótimo exemplo é essa coletânea organizada por Luis Gusmán, ele mesmo grande escritor, autor de "Villa", clássico moderno da prosa política. São 27 autores e 27 contos.

Todos de alto nível. O que os aproxima é o fato de serem quase todos desconhecidos no Brasil (algo que poderia ser explicado também de forma jocosa, mas deixemos para lá), ou de serem "jovens", abaixo dos 60, com exceções.

O prefácio de Gusmán e informações ao final dão conta de apresentá-los formalmente. Mas é no estilo peculiar que se revelam. Tome-se, por exemplo, o conto "Cinismo", de Sergio Bizzio.

É o que se poderia chamar de prosa cortante, inclemente, sem meias-palavras. Foge do óbvio pelo tema. No caso, a iniciação sexual de um adolescente com uma garota hermafrodita de 12 anos.

O conto virou o filme premiado em Cannes "XXY" (2007), nas mãos de Lucía Puenzo.

Alan Pauls vai mais longe. Além do estilo próprio, ele faz o papel do provocador, em seu conto "Interminável -Um Diário Íntimo": "Odeio a tradição do conto argentino.

Essa perícia mecânica, esse acabamento, essa perfeição de joalheria, essa pureza, esses arremates engenhosos..."

Quem o diz é Rímini, o tradutor vivido por Gael García Bernal na adaptação de Hector Babenco de "O Passado" (2007), livro que tornou o escritor conhecido no país.

Muitos dos autores de "Os Outros" parecem não angustiados com a influência, na acepção conhecida de Harold Bloom, mas fartos dela.

Borges, Bioy e Cortázar seriam modelos a se afastar, não a superar. Claro, é possível notar algo de borgiano na prosa poética e singular de Luis O. Tedesco, ou algo de Cortázar nos jogos semânticos e visuais de Luis Chitarroni. Mas talvez sejam apenas vislumbres automáticos.

Mesmo Ricardo Zelarrayán, nascido "em meados dos anos 20", é uma figura algo marginal, "cult". Seu conto "Pele de Cavalo" mostra o quanto é original sem com isso perder aquela emoção indefinível, misteriosa que permeia os grandes textos.

O mesmo se pode dizer de María Moreno, com seu evocativo "Tenha Dó (Praça Miserere)", ou "Uma Pequena Luz", no qual Florencia Abbate lamenta: "É triste que as palavras não sejam suficientemente diáfanas".

Já "O Cerco", de Martín Kohan, e "Vida de uma Bala", de Juan Becerra, se utilizam da história argentina para criar uma ficção desconcertante, em que habilmente usam a sugestão para "povoar" os contos de elementos nunca mencionados. Que venham mais livros como este.

OS OUTROS - NARRATIVA ARGENTINA CONTEMPORÂNEA

AUTOR vários (org. de Luis Gusmán)
EDITORA Iluminuras
QUANTO R$ 44 (288 págs.)
AVALIAÇÃO ótimo







Cirurgião plástico nova-iorquino descobre a fórmula do cálculo da beleza e publica livro explicando a teoria


LIVRO DESMISTIFICA CONCEITOS ULTRAPASSADOS SOBRE BELEZA E TRAZ NOVAS CONCLUSÕES E EXPECTATIVAS SOBRE O TEMA

Para muitas pessoas, o significado de beleza é relativo e não possui relação com perfeição. Por isso, vale refletir sobre quais são os verdadeiros atributos que tornam uma pessoa bonita. Essas são as principais questões que o livro “A fórmula de cálculo da beleza – como encontrar o seu quociente pessoal de beleza e explorar ao máximo seu potencial estético” traz. A obra, escrita por Robert M. Tornambe, cirurgião plástico nova-iorquino que utiliza 25 anos de experiência ao lado de mulheres com diversos tipos de imperfeições, mostra o conceito de “quociente de beleza”, uma junção de diversos fatores determinantes que denominam o que realmente é a beleza.

O objetivo desta obra é causar reflexões sobre algumas maneiras muito fáceis e talvez pouco conhecidas de valorizar os pontos fortes que podem ressaltar a beleza de cada um, com a finalidade de aumentar o chamado “quociente de beleza”. Em um trecho do livro, Tornambe afirma: “Um nariz ligeiramente avantajado, os dentes superiores um tanto pronunciados e um par de olhos cintilantes combinados a um quê de vitalidade e brilho pessoal podem resultar num conjunto dotado de uma harmonia singular. É essa interação que faz uma pessoa ser bela de verdade, e não um punhado de características físicas isoladas”.

O livro “A fórmula de cálculo da beleza – como encontrar o seu quociente pessoal de beleza e explorar ao máximo seu potencial estético” sugere que é preciso interação entre fatores externos e internos para refletir as melhores características de alguém. O autor defende a ideia de que viver apenas com o auxílio de cirurgias plásticas não é suficiente para ressaltar a beleza, é importante que as pessoas cuidem de outros detalhes de suas vidas - a saúde, o aspecto psicológico e a apresentação pessoal. A autoconfiança, o carisma e a personalidade fazem parte dos quesitos para que uma pessoa se torne atraente, assim como os cuidados estéticos diários.



No livro, o doutor Tornambe apresenta um quiz que possibilita identificar os pontos fracos e fortes dos leitores. O resultado do quiz é uma forma de compreender o que precisa ser valorizado e perceber que todos têm algum tipo de vantagem estética natural, que faz de cada um uma pessoa única e bela. O cirurgião ensina alguns procedimentos em benefício da pele. Além disso, também sugere dicas sobre como manter o corpo mais firme e aproveitar características que definem um estilo próprio.

Sobre o Autor:

O médico Robert M. Tornambe é nova-iorquino, diplomado pelo Conselho Americano de Cirurgia Plástica (cirurgião credenciado) e membro do Colégio Americano de Cirurgiões (FACS). Especialista em cirurgia plástica, pela Universidade do Texas em Houston, Dr. Tornambe também se especializou em um programa de Fellowship Training em cirurgia de mamas com cirurgiões renomados mundialmente e foi chefe do setor de cirurgia plástica do Cabrini Medical Center em Nova York por quase vinte anos. Já ministrou palestras nos Estados Unidos e na Europa e é considerado um expert em cirurgia estética facial e plástica em seios. Além disso, foi incluído pela revista New York em sua lista dos “Melhores Médicos da Cidade”. Mais informações: www.thebeautyquotient.com











Livro traz curiosidades sobre a infância e a obra de Schubert

De forma lúdica e divertida, Callis Editora mostra às crianças a trajetória de um dos maiores compositores do século XIX

A obra “Schubert” revela curiosidades sobre a infância e a obra de uma das maiores compositores da história. Schubert nasceu em 1797, na cidade de Liechtental, subúrbio de Viena. Aos 8 anos, o menino já era capaz de interpretar algumas peças fáceis, graças ao pai, que lhe ensinou alguns rudimentos de violino.

Schubert sempre foi uma criança prodígio! Aos 11 anos já tocava violino e fazia solos de soprano no coral da Igreja. O talento do adolescente era tão grande, que ele chegou a substituir seu professor, tocando órgão.

Décimo segundo filho de uma família humilde, Schubert, que sonhava em viver de sua música, tornou-se professor de magistério. Mas, durante os dois anos que atuou na profissão, ao invés de corrigir lições, devolvia os cadernos dos alunos rabiscados com notas musicais. Só nesse período compôs mais de duzentas obras.

Após a enorme dificuldade em viver da sua música, descobriu-se um exímio compositor do “lied”, canção lírica cantada. Ao todo, realizou 600 composições nesse estilo.

Mergulhado na depressão e em doenças físicas como sífilis e tifo, os últimos anos de sua vida, foram de solidão. Faleceu um 1828 com apenas 31 anos.

A “Coleção Crianças Famosas” traz de forma lúdica e com uma linguagem simples a infância de artistas como Anita Malfati, Bach, Cartola, Jorge Amado, Castor Alves e Picasso.

Serviço
“Schubert”
Crianças famosas
Callis Editora
Autor: Ann Rachin
Ilustrações: Susan Hellard
24 páginas
Preço sugerido: R$ 19,90










Editora LeYa Brasil lança versão ampliada do “Guia politicamente incorreto da história do Brasil”

Obra ganha nova edição após atingir a impressionante marca dos 100 mil exemplares vendidos

Depois de “atirar tomates na historiografia nacional”, o jornalista Leandro Narloch demonstra que não lhe falta munição e a LeYa Brasil anuncia o lançamento da edição ampliada do “Guia politicamente incorreto da história do Brasil”. Antônio Conselheiro, Euclides da Cunha, os bandeirantes e os imperadores do Brasil são alguns dos personagens incluídos nas novas 50 páginas. Boxes e um capítulo inédito ampliam a obra, já definida como uma coletânea de pesquisas históricas sérias, irritantes e desagradáveis e desconfortáveis porque desafiam mitos e verdades aceitas há muito tempo sem contestação.

Narloch, mais uma vez, passa a limpo a história oficial duvidando igualmente dos mocinhos e dos vilões. Abre mão da condescendência com grupos tidos como minoritários ou oprimidos, como negros e indígenas, e não teme revelar sombras de personagens luminosos como Euclides da Cunha, por exemplo.

O autor já fechou um acordo com a editora para lançar mais dois livros: “Guia Politicamente Incorreto da História da América Latina”, previsto para chegar às livrarias no final do ano e “Guia Politicamente Incorreto da História Mundial”, que será lançado em 2012.

Veja a seguir alguns trechos da edição ampliada do “Guia Politicamente Incorreto da História do Brasil”:

A retórica da desigualdade social

Quem nega as vantagens do milagre econômico precisa fechar os olhos para muitos outros índices. O aumento da desigualdade é uma das poucas más notícias entre tantos números de melhora do bem-estar dos brasileiros durante a ditadura. Entre 1970 e 1980, o Índice de Desenvolvimento Humano aumentou de 0, 462 para 0, 685: nunca na história deste país houve uma ascensão tão rápida. A expectativa de vida também tomou o mesmo caminho: aumentou nove anos naquele período, depois de passar os anos 1960 estagnada.


Os empresários de Canudos

Antônio Conselheiro ganhou caras diversas: já foi comparado a Jesus Cristo, salvador espiritual de um povo oprimido, e a Che Guevara, pois teria montado uma sociedade igualitária em desafio à ordem da cidade. Uma nova imagem pode fazer parte desse álbum, a de um herói dos homens de negócios. Uma das principais reivindicações políticas do líder de Canudos é a mesma dos empresários hoje em dia: a redução de impostos.



Os bandeirantes não eram heróis. Não?
Os relatos dos padres estão repletos de exageros e mentiras obesas. Em mensagens internas, que eles escreviam para colegas da Europa, a história era diferente – muito mais tranquila e com inimigos bem mais mansos. O próprio padre Montoya contou, numa carta sobre o mesmo episódio acima, que os paulistas “não se atreveram a chegar ao povoado antes devido à notícia de que o padre ia para onde eles estavam; e fugiram quebrando as canoas, correndo pelos montes”. Os exageros nos comunicados oficiais serviam para aterrorizar as autoridades europeias, na esperança de lançá-las contra os paulistas.


Os crimes de Euclides da Cunha

Menos conhecidos que a tragédia de Piedade são os motivos que levaram a mulher de Euclides da Cunha a abandoná-lo. A fuga de Anna para a casa do amante foi resultado de anos de brigas com o marido, de humilhações e situações miseráveis causadas pelo descaso de Euclides com a família. Faz parte desse fardo até mesmo a suspeita de o escritor ter assassinado um bebê recém-nascido.

Serviço
Título: Guia politicamente incorreto da história do Brasil
Autor: Leandro Narloch
Nº de páginas: 368
Preço: R$ 39,90









LIVRO DESPERTA NOVAS DISCUSSÕES SOBRE OS FAMOSOS MANUSCRITOS DO MAR MORTO

Eu sempre fui fascinado pelo estudo do judaísmo do segundo templo”, afirma Gabriele Boccaccini. Professor na Universidade de Michigan, nos EUA, o estudioso acaba de lançar seu novo livro, o qual confirma seu profundo esforço e dedicação nesta pesquisa: Além da hipótese essênia – A separação dos caminhos entre Qumran e o judaísmo enóquico.

A obra, publicada pela PAULUS, oferece uma abordagem inovadora da ideologia da seita de Qumran, a antiga comunidade do deserto intimamente relacionada aos Manuscritos do Mar Morto, estes encontrados em 1947.

Construindo sua sua tese em cima do que os relatos históricos dizem sobre os essênios e a partir de uma análise sistemática desses documentos, Boccaccini argumenta que a literatura denuncia o núcleo de uma variedade antiga e distinta de judaísmo. “O livro emprega uma abordagem totalmente construtiva. Ele rastreia a existência de uma cadeia de documentos representativos de uma variedade particular de judaísmo [‘judaísmo enóquico’] que representou um papel crucial no desenvolvimento diferenciado da teologia essênia em Qumran”. Além disso, o autor mostra que sua tentativa vai além daquela de desarticular os corpos tradicionais, já que o livro propõe uma taxonomia (ciência ou técnica de classificação) – alternativa para o material. “Alguma das escolhas podem ser contestáveis e são oferecidas à atenção acadêmica como uma hipótese funcional, mas as questões que minha taxonomia levanta – por exemplo, se e em que grau os Testamentos dos Doze Patriarcas pertencem ao mesmo partido que produziu os livros enóquicos – parecem muito mais interessantes e apropriadas do que discutir se o documento deveria ser parte das coleções modernas dos pseudepígrafos do Antigo Testamento ou dos Manuscritos do Mar Morto”, acrescenta.

A obra, dividida em três capítulos, os quais representam três tipos de análises – historiográfica, sistêmica e comparativa –, também conta com prefácio, índices, conclusão e vasta bibliografia, tornando-se excelente instrumento de estudo para aqueles que desejam se aprofundar nessa temática.

Além da hipótese essênia – A separação dos caminhos entre Qumran e o judaísmo enóquico pertence à coleção Academia bíblica, conhecida por oferecer aos leitores obras sobre as Escrituras, representando o que há de melhor e mais atual na pesquisa acadêmica nacional e internacional.

Gabriele Boccaccini leciona no Departamento de Estudos do Oriente Próximo na Universidade de Michigan (EUA).









Na mira do Kalashnikov

Em AK-47, Larry Kahaner conta a história da mais letal, resistente e utilizada arma de fogo do mundo

Nenhuma outra arma (com exceção da bomba atômica) teve um impacto tão profundo nas guerras do nosso tempo e na estabilidade mundial quanto a Avtomat Kalashnikova, ou AK-47, como é mais conhecida. No livro AK-47, o jornalista Larry Kahaner conta a história dessa arma que, apesar de seu baixo preço, é quase indestrutível. Pode durar até 50 anos e exige quase nenhum treinamento para ser manejada. O livro acaba de sair da gráfica da Editora Record (www.record.com.br) e chega às livrarias nesta semana.

Nenhum armamento convencional teve tamanho impacto na dinâmica dos combates. Simples, barato e confiável, o AK-47 é a arma de fogo em uso mais reconhecida no mundo: cerca de 50 exércitos a adotam. Além deles, é possível vê-la nas mãos de terroristas, traficantes, rebeldes e milicianos. Seu disparo se tornou um dos mais emblemáticos sons em zonas de conflito. Mais que uma arma, um ícone, o AK-47 é o testemunho do espírito belicoso do ser humano.

Virtualmente indestrutível, a AK-47 resiste a água, poeira (um dos maiores inimigos das armas de fogo), ao gelo. Pode ser atropelada por um caminhão e mesmo assim voltar a atirar. Quase nunca emperra. Criado pelo russo Kalashnikov em 1947, daí o nome, seu design se mantém quase inalterado e é um de seus grandes trunfos. Ele preenche o lapso entre o fuzil e a submetralhadora ao manter a acuidade do primeiro e a mortalidade da última.

Em AK-47, o jornalista Larry Kahaner conta a história desse instrumento letal e seu papel nas modernas operações militares e na estabilidade mundial. Revela, ainda, sua capacidade de influenciar os acontecimentos, seja a nível individual ou de amplo escopo. Também mostra como, com apenas 10 minutos de instrução, qualquer pessoa consegue operar uma: fácil de usar, é o combustível que mantém prolongadas "pequenas guerras" na África, Ásia, América do Sul, e no Oriente Médio, e o crime doméstico quase que em toda parte. A cada ano cerca de 250.000 pessoas morrem por causa dela.

Kahaner analisa, em AK-47, o legado do AK - Osama bin Laden quis ser fotografado com a sua, rappers cantam em sua homenagem, vodkas recebem o seu nome, designers produzem móveis com suas formas - e como ele crescerá ao longo do século 21.

LARRY KAHANER é um jornalista premiado e autor de oito livros, incluindo Competitive Intelligence, que foi traduzido em sete línguas. Foi correspondente em Washington da revista Business Week e cobriu o centro de treinamento de infantaria no Fort Benning para jornais da Knight-Ridder. Kahaner é convidado como especialista em programas de televisão incluindo Larry King Live, NPR's All Things Considered, e CBS Evening News, e tem artigos escritos no Washington Post, the International Herald Tribune, the European Magazine, e the Christian Science Monitor.

"Durante o ultimo meio século, o fuzil de combate AK-47se estabeleceu como o mais ubíquo instrumento de destruição no planeta. Nenhuma outra arma chega perto de sua durabilidade, baixo preço, facilidade de operação, e cabal poder de matar. Ele se tornou um esteio dos exércitos e também dos terroristas, e um ícone universal da sublevação revolucionaria. O livro de Larry Kahaner é a melhor historia desta arma que eu vi. AK-47: A Arma que Mudou a Face da Guerra agradará a qualquer pessoa que já tenha alguma vez assistido ao History Channel - ou às noticias da noite". Max Boot, membro sênior, Conselho de Relações Exteriores Autor de The Savage Wars of Peace: Small Wars and the Rise of American Power


"Qualquer pessoa que ja tenha lutado ou assistido a uma guerra no ultimo meio seculo reconhece o AK-47, mas poucos sabem muito sobre ele. Kahaner traça o papel do fuzil em guerras desde a do Vietnã ate a do Iraque e da América Central ate a da África Central. Uma fascinante biografia de uma arma que mudou verdadeiramente a historia do mundo".
Stephen Kinzer, autor de Overthrow: America's Century of Regime Change from Hawaii to Iraq









A Arte de Gerenciar Serviços

Quando o espírito humano supera a ciência na gestão


A Arte de Gerenciar Serviços é uma leitura indispensável para aqueles que desejam se atualizar e descobrir os pontos fundamentais e as diferenças entre a gestão de serviços e a de produtos. “Tudo em serviços é mais discreto e intangível como sua própria natureza. A venda de serviços acontece através de network”, diz o autor que, por utilizar exemplos e resultados corporativos reais em uma linguagem clara e objetiva, está entre os colaboradores da Enciclopédia Barsa e, suas obras são utilizadas como referência profissional para as Editoras do Grupo Planeta.

Alexandre Freire apresenta com concretude visível os dois pilares de uma empresa de serviços: Pessoas e Processos, exemplificando-os com personagens e situações da vida real, baseados nas necessidades dos clientes e sua satisfação.

O bom resultado não depende apenas da competência técnica do gestor, mas também da sua habilidade em gerir equipes, pois as pessoas são fundamentais para o bom resultado de qualquer empreendimento.

Na obra, Freire instiga o leitor ao questionamento: “Você está apto a liderar o pilar que mais gera variabilidade na qualidade dos serviços, ou seja, as pessoas?”. Neste caminho, a gestão de pessoas dispensa chefes, mas clama por líderes. “Você é chefe ou líder?”

Diferentemente da máxima que prega que o poder está nas mãos de quem detém o conhecimento, Alexandre Freire comprova que o poder está nas mãos daqueles que descentralizam e, acima de tudo, disseminam o conhecimento.

Sem dúvida, A Arte de Gerenciar Serviços é, desde já, uma obra de sucesso para aqueles que buscam solidificar o aperfeiçoamento profissional, o que, sem dúvida, reflete diretamente no crescimento pessoal. Afinal, um profissional só se diferencia no mercado de trabalho se for uma pessoa em constante busca de seu aperfeiçoamento pessoal.

Sobre o autor:

Formado em Administração de Empresas e Ciência da Computação e Mestre em Administração de Empresas pela University of Oklahoma, nos Estados Unidos.

Trabalhou em multinacionais no Brasil e nos Estados Unidos, tendo recebido vários prêmios acadêmicos no exterior.

Atualmente é professor nos cursos de Marketing e Gestão Empresarial da escola de pós-graduação em Economia da Fundação Getulio Vargas.

Palestrante renomado em Gestão de Serviços, tem artigos publicados em jornais e revistas de tiragem nacional e foi colunista da revista VOCÊ S/A da Editora Abril.

Alexandre Freire é autor do livro Inevitável Mundo Novo - O fim da privacidade, Editora Axis Mundi.

Site pessoal: www.alexfreire.com.br

Serviço
A Arte de Gerenciar Serviços
Autor: Alexandre Freire
Número de Páginas: 304
Preço de Capa: R$ 55,00
Editora: Strong Consultoria Educacional










Um oráculo preciso e confiável com os princípios da cabala

Nascida no cerne do livro mais sagrado do judaísmo, a Torá, a cabala tornou-se uma filosofia espiritual amplamente difundida e aberta a todos os povos. Em Consulte a cabala, o tarólogo e terapeuta Nei Naiff apresenta um oráculo prático que pode ser utilizado tanto por iniciantes quanto por aqueles que já estão familiarizados com o sistema cabalístico.
A palavra cabala significa "recepção" ou "aquilo que sai da boca e entra nos ouvidos". Essa filosofia, portanto, representa uma doutrina para o bem viver. Há dezenas de formas de utilização desse sistema, centenas de preceitos, meditações ou rituais que poderiam ser realizados.

Com o tempo, a cabala transpôs os limites religiosos. Nascida no cerne do livro mais sagrado do judaísmo, a Torá, ela tornou-se uma filosofia espiritual aberta a todos os povos. Segundo a cabala, Deus criou o mundo e tudo o que existe, mas as ações humanas também têm peso cósmico, podendo destruir ou criar.

Em Consulte a cabala, o tarólogo e terapeuta Nei Naiff explica o que é e como funciona a cabala. Um oráculo feito tanto para iniciantes quanto para aqueles que já estão familiarizados com o sistema cabalístico.

Prático, esse oráculo pode ser levado na bolsa, ao trabalho, à escola e em viagens, por exemplo. O método de consulta é simples: basta formular uma pergunta clara e objetiva, mentalizar a situação, virar o livro fechado várias vezes, abrir em uma página qualquer, ler atentamente a resposta e meditar sobre ela. Não é recomendável perguntar várias vezes sobre a mesma situação, pois a primeira resposta será sempre a verdadeira. É preciso acreditar nela e buscar o sucesso e a prosperidade.

Renomado tarólogo e terapeuta, NEI NAIFF possui uma larga experiência nas áreas esotérica e holística, totalizando mais de 10 mil alunos em cursos regulares e pela internet.
“A função principal desse tipo de oráculo é retirar a ansiedade que se abate de forma imediata, trazendo conforto e esperança para novas etapas da vida.”
Com mais de vinte anos dedicados exclusivamente ao universo terapêutico e oracular, Nei Naiff lança Consulte a Cabala (Editora Nova Era) e acredita que a coleção oracular de bolso agora esteja completa.
Segundo Nei, A Cabala possui a finalidade de explicar a natureza divina e humana, a forma como são estruturadas e qual o melhor caminho para se atingir o autoconhecimento.


Além de Consulte a Cabala você é autor de diversos outros livros tendo publicado mais de 10 títulos pela Editora Nova Era ligados à espiritualidade, o autoconhecimento e ao saber holístico. Qual a função da cabala e como você descobriu o interesse por ela?

A cabala é o estudo místico do Torá, livro sagrado judaico, mas é uma filosofia espiritual livre. Não se trata de uma religião, tampouco há dogmas relacionados. Possui a finalidade de explicar a natureza divina e humana, as formas como são estruturadas e qual o melhor caminho para se atingir o autoconhecimento. Os estudos do tarô, da astrologia e da magia terminam por se relacionar com a cabala, onde encontramos um universo fascinante de estudos paralelos, de meditações e de práticas místicas. Foi dessa forma que iniciei minhas reflexões e interesse sobre a cabala.

Você se destaca entre os melhores instrutores nas áreas holística e esotérica. De que forma começou a aprofundar esses conhecimentos?

Embora tenha iniciado o aprendizado espiritual, ainda muito jovem, com minha avó materna, considero que somente no final da década de 1970 estava consciente de meu desejo. Foi nessa época que tomei contato com a meditação e a astrologia, anos mais tarde com o tarô e a terapia holística. Na década de 1980 iniciei a atividade profissional, que era uma área praticamente inexistente no Brasil. De qualquer forma, sempre acreditei em meu sonho que se tornou uma realidade: há mais de vinte anos dedico-me exclusivamente ao universo terapêutico e oracular, ajudando pessoas a resgatarem a autoestima ou a encontrarem o autoconhecimento; também, ministro aulas, palestras e escrevo livros sobre tudo aquilo que aprendi ao longo de minha vida. O destaque profissional talvez tenha ocorrido em razão de entender a evolução da terapia holística e das artes oraculares no mundo, acompanhando de perto todas as novidades e descobertas sobre esses instigantes universos. Igualmente por transmitir abertamente o conhecimento, sem distinção.

Nesse novo livro, você propõe o uso da cabala como um oráculo. Sabendo que todo sistema oracular é uma forma de comunicação com o destino, qual a relação entre estes dois campos do saber?

A ideia da coleção Consulte (Tarô, Runas, I Ching, Bíblia, Cabala) baseia-se na bibliomancia, uma das técnicas oraculares mais antigas que se conhece, que utiliza um livro de forma especificamente organizado para solicitar conselhos espirituais. Nesse ínterim podemos empregar todo e qualquer elemento com vínculos transcendentais. A resposta do destino ou do mundo espiritual, que Jung postulou como a lei da sincronicidade, é factual; entretanto, todos possuem o livre-arbítrio para aceitá-la ou não. Muitos podem observar as respostas como mensagens importantes e, outros, apenas curiosidades. Seja como for, uns gostam mais de um tema dessa coleção do que outro, mas todos dizem que funcionam perfeitamente, atendendo as expectativas.

Em Consulte a Cabala, você sugere que o leitor carregue o livro em sua bolsa, podendo acompanhá-lo no trabalho, escola, viagens etc. A mudança do ritmo de vida exige novas formas de voltar-se para si?

Sim, o compasso rotineiro imposto nas últimas décadas não mais permite ao homem elucubrar sobre a vida. Antigamente apenas um membro da família trabalhava; hoje, todos devem ter uma ocupação. Contas e impostos chegam periodicamente para pagar, o trabalho urge. Na verdade, quase não conseguimos reservar um tempo para refletir, rezar, meditar. Nem sempre temos condições ou horários livres para ir a uma consulta de tarô ou de astrologia, muitos locais ou cidades tampouco possuem tal serviço. Assim, a ideia da obra é termos uma ajuda em qualquer lugar que se precise, bata levar o livro consigo. A função principal desse tipo de oráculo é retirar a ansiedade que se abate de forma imediata, trazendo conforto e esperança para novas etapas da vida.

“A palavra cabala significa recepção”. Você acredita que as pessoas de nosso tempo seguem num caminho de menor receptividade em relação à espiritualidade?

Absolutamente, acrescentando ao que havia dito na questão anterior: o trabalho estafante e necessário, a obrigação em acompanhar a evolução e os acontecimentos do mundo, os diversos problemas familiares, os esforços de uma realização, tudo isso contribui para que o homem se aproxime cada vez mais da matéria, distanciando-se do mundo espiritual. Pensemos: quando nos lembramos de orar? Só em momento difíceis. Agradecer a Deus? Nem pensar, todos desejam mais e mais, esquecendo-se das benesses conquistadas. O problema é que o ser humano deseja apenas receber dinheiro, que virou sinônimo de felicidade — tudo bem, ele é muito útil, mas paralelamente devemos nos confraternizar. Necessitamos ouvir mais, falar menos. Precisamos reservar um tempo para nós e encontrar a paz interior.

Com um currículo de cerca de 6 mil alunos em sua Academia Virtual de Tarô, ainda assim existe uma procura muito grande dos cursos on-line disponíveis no site www.neinaiff.com? Qual o retorno que você recebe dos alunos?

O estudo do tarô, como a maior parte das ciências ocultas, é perene. Esse é o tipo do conhecimento que somente tem valor pessoal, nada mais. Outra característica (essa de caráter secular) é a busca constante em aprender essa arte; observamos que geração após geração surgem novos adeptos. O quantitativo de seis mil foi antes do lançamento do livro Curso Completo de Tarô, hoje chega a 100 mil. O referido livro já vendeu muito mais. A página do oráculo online grátis já obteve mais de 10 milhões de acesso desde o lançamento em 1999. O retorno que possuo é a vendagem dos livros, a sedimentação de meu trabalho, nome profissional, e, lógico, a satisfação do leitor e do aprendiz que se beneficiou com aquilo que escrevo.

A larga experiência com aulas, palestras e consultas te propicia uma ampla visão da vida e do universo transcendental, a qual serve de base a todos os livros que você escreve. Algum novo projeto de publicação em vista? Tem curiosidade de enveredar por outros caminhos do esoterismo?

O esoterismo é como a internet, cada caminho leva a outro e, no final, todos se encontram. Acredito que no âmbito hermético já estudei quase tudo o que envolve as ciências ocultas e algumas religiões; o que perpetro atualmente é acompanhar o mercado editorial, tentando encontrar outros formadores de opiniões, estudar novos conceitos. Projetos pessoais sempre existem, até gostaria de me desdobrar em várias pessoas ao mesmo tempo, mas não é possível. Acredito que a coleção oracular de bolso esteja completa com o lançamento de Consulte a Cabala; atualmente, estou reescrevendo a trilogia dos estudos completos do tarô que será reeditada pela Nova Era. Esses livros foram um divisor de estudos de tarô no Brasil no início da década, pois trouxe argumentos históricos, estruturais e simbólicos assaz importantes, fornecendo subsídios técnicos para um estudo sistemático do tarô.










Os últimos passos de um czar

Em "Os últimos dias dos Romanov", a historiadora Helen Rappaport reconstrói as duas semanas que a família imperial russa passou na radical Ecaterimburgo


Desde a queda do comunismo, detalhes sobre o assassinato da família real russa se tornaram cada vez mais precisos. Em OS ÚLTIMOS DIAS DOS ROMANOV, a especialista em história russa Helen Rappaport disseca as duas semanas anteriores a suas mortes: os elementos finais da decisão em Moscou e a execução na cidade de Ecaterimburgo. Contrasta a ignorância da família sobre a tragédia iminente com as preparações dos bolcheviques para o crime. Traça seus perfis, expondo, principalmente, a hemofilia do herdeiro, a beleza das jovens, o desespero da czarina e a passividade de Nicolau II. Rappaport não poupa, ainda, nenhum detalhe do fuzilamento que se tornou um massacre — foi necessário um pente inteiro de balas para matar o jovem filho de Nicolau, o torso protegido pelas jóias costuradas em sua roupa — e do sórdido enterro dos corpos. Um trabalho poderoso de pesquisa, uma janela para um dos momentos mais turbulentos da história do século XX.

Na madrugada de 17 de julho de 1918, a família imperial russa é acordada às pressas e levada ao porão da casa Ipatiev, sua prisão em Ecaterimburgo. Em primeiro seguia o czar Nicolau II, com o filho Alexei no colo. Vinte e três degraus, um para cada ano de seu desastroso reinado, o separavam do destino coletivo da família. No abafado cômodo, um dos mais famosos e brutais assassinatos políticos da história ganharia contornos de um cruel banho de sangue.

Após quase duas semanas aprisionado na industrial e bolchevique cidade dos Urais, Nicolau Alexandrovich Romanov se tornaria o último czar de todas as Rússias. Mas como teriam sido os últimos momentos da família? Apesar dos aspectos gerais do reinado de Nicolau serem conhecidos, pouco se sabe sobre esses seus dias finais. Desde o princípio distorcidos por uma rede sistemática de mentiras, confusões, lapsos e desinformações oficiais.

Especialista em história russa, Helen Rappaport disseca os quatorze dias da prisão domiciliar dos Romanov: tanto o clima claustrofóbico no interior de Ipatiev— o homem que um dia governara 22 milhões de metros quadrados reinava sobre um único aposento — quanto as manobras políticas de seus aliados e inimigos. As janelas pintadas de branco e uma alta paliçada impediam o contato com o mundo exterior. Jornais e a troca de cartas eram proibidos.

Com acesso ao depoimento de várias testemunhas-chave, Helen revela o papel de Lênin na execução. Mostra, ainda, como os Romanov e seus carcereiros desenvolveram uma relação complexa. Alguns achavam difícil associar o rosto dócil de Nicolau, e de suas lindas filhas, com o que a propaganda bolchevique lhes havia incutido. Jovens soldados não resistiram ao charme das grã-duquesas russas em flertes que preocuparam a czarina.

Peões indefesos de um jogo político que não levava em conta seu destino como pessoas, apenas como participantes de acontecimentos políticos maiores, os Romanov chegaram ao fim despidos de todo a pompa. A cada dia mais unidos e resignados, extremamente religiosos, morreram como uma família. Seu assassinato, o início de uma orgia de terror e represálias sangrentas que caracterizaria a guerra civil russa.

Nascida em Bromley, Inglaterra, Helen Rappaport estudou russo na Leeds University. Trabalhou como tradutora, vertendo para o inglês todas as peças de Chekhov. Até o início da década de 1990, no entanto, se dedicou à carreira de atriz, aparecendo em vários filmes e programas da TV britânica. Especialista em história russa e história das mulheres do século XIX, é autora de diversos livros, entre eles: No Place for Ladies e Conspirator: Lenin in Exile. Atualmente vive em Oxford.


“O brutal massacre dos Romanov em 1918 pode ser conhecido, mas pelas mãos de Rappaport a história ganha contornos de um thriller”
– People

“Um tocante tributo” – The independent

“Rappaport evoca a atmosfera claustrofóbica na casa e não nos poupa dos mais sórdidos detalhes do massacre” – Daily Telegraph

“Um intrigante novo ângulo no que parecia um assunto exaurido” – Sunday Times











Clima ruim

Mudanças climáticas poderão provocar guerras?


<>deste século serão provocadas por mudanças climáticas

Neste século 21 os homens não vão mais entrar em guerra, matar e morrer só por causa da economia, da religião e dos conflitos raciais, mas também em conseqüência das mudanças climáticas que podem tornar imensas áreas no planeta inúteis para a sobrevivência. Os espaços vitais disponíveis encolherão e provocarão conflitos armados permanentes. As guerras civis, os fluxos de refugiados e as injustiças atuais se aprofundarão. Ondas de refugiados climáticos e fugitivos do terrorismo vagarão pelo planeta.
Esse cenário apocalíptico – cujos sinais já estão presentes nos furacões, terremotos, enchentes, falta de água em quase todo o planeta – é apresentado e comentado no livro “Guerras Climáticas – por que mataremos e seremos mortos no século 21 – do cientista e psicólogo alemão Harald Welzer, do Instituto de Ciências Culturais de Esse e professor da Universidade e Witten-Herdecke.
Welzer começa seu livro com uma pergunta dramática: o que estamos fazendo para conter o terror que se avizinha? Pouca coisa, responde. E enumera a seguir, numa introdução e 11 capítulos apavorantes, o que acontece no planeta, as origens das crises e, finalmente, o que se pode e não se pode fazer para deter o caos que se avizinha cada vez mais rápido.
Os conflitos climáticos, as cenas de oceanos refluindo em algumas áreas do planeta, ou de desertos avançando continente adentro, as secas, as guerras civis, são descritas de forma rigorosa. O aquecimento e as catástrofes sociais em várias partes do planeta desfilam, enquanto se comparam as mortes do passado com as mortes do presente. “Ecocídios” substituem outras formas de matar. Um capítulo tem um subtítulo patético – “a carne de sua mãe está entre meus dentes”, e não se trata de uma metáfora: cenas de canibalismo e genocídio na África desfilam diante de nossos olhos para reforçar os argumentos. Guerras permanentes, limpeza étnica, o terror como meio de transformação do espaço social, e pessoas que se transformam dentro de realidades também alteradas: os lideres mundiais, afirma Welzer, ainda não se deram conta da dimensão trágica do que se avizinha.
O que há de comum entre as inundações na região metropolitana de São Paulo, onde vivem 20 milhões de habitantes, e o Haiti, onde um terremoto matou mais de 170 mil pessoas? A falta de preparo das autoridades locais para enfrentar a inclemência da natureza. As variações climáticas colocarão as sociedades diante de perguntas totalmente novas nas áreas de segurança, responsabilidade e justiça. “Guerras Climáticas” vai ao passado para iluminar o presente: o extermínio das tribos Hereros e Namas, na África, pelas tropas coloniais da Alemanha, no começo do século XX, deu-se pela ocupação das nascentes de água no deserto de Omaheke, o que dizimou grande parte das tribos.
A criação da Agência Européia para Administração do Trabalho de Cooperação Operacional nas Fronteiras Externas dos Estados-membros da União Européia, em 2005, não teve outra justificativa senão esta: os países europeus precisavam controlar e tentar banir a entrada de refugiados e imigrantes ilegais de outros cantos do mundo.
Tragédias anunciadas não encontram resposta rápida do poder público: o furacão Katrina pôde ser previsto cerca de quatro anos antes, por um artigo na revista Scientific American, mas nada se fez e depois do desastre o que se viu foi uma escalada da violência em curto espaço de tempo em Nova Orleans. Com os alojamentos superlotados e Nova Orleans isolada, as autoridades foram obrigadas a declarar estado de guerra para conter a onda de saques e da revolta da população.

Aquecimento global, um problema constante

As modificações do clima no mundo trouxeram à tona uma série de problemas. Em “Guerras Climáticas” há questionamentos sobre o aquecimento global, as mudanças nas temperaturas, com as causas e efeitos nas populações, além das possíveis conflitos devido à disputa por novos territórios. O autor utiliza como base para debate os relatórios do Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC ou Painel Intergovernamental sobre as Mudanças Climáticas).
Welzer recorda as limpezas étnicas e os genocídios dos séculos dezenove e vinte e afirma que, embora injustos e trágicos, geraram modernização. O processo de globalização em curso, acrescenta, poderá trazer em sua esteira comportamentos violentos ainda mais homicidas.
Um dos dados mais chocantes em “Guerras Climáticas” é quando Welzer demonstra que as guerras civis e entre países acabam sendo também elementos devastadores do meio ambiente.. No Afeganistão, uma das consequências do estado de guerra permanente é que oitenta por cento da terra está sendo inutilizada pela erosão do solo. A fertilidade do solo vem diminuindo, a salinização crescendo, o espelho de água subterrânea vem descendo dramaticamente, a desertificação se expande sobre amplas superfícies e a erosão provocada pela água e pelo vento foi grandemente ampliada. De acordo com Abdul Rahman Hotaky, Presidente da AOHREP (Afghan Organization for Human Rights and Environment Protection [Organização Afegã para os Direitos Humanos e Proteção do Meio-Ambiente]), setenta por cento das florestas do Afeganistão já foram destruídas e cinqüenta por cento das planícies agrícolas pararam de ser cultivadas durante as duas últimas décadas. O livro também traz dados do Vietnã, Darfur e outros países africanos.
Para o autor, as variações climáticas ainda não provocam ameaças às grandes nações, pelo menos por enquanto. Mas as alterações no clima já ameaçam as populações mais pobres, que não tem acesso a água potável, diminuição constante da produção de alimentos, aumento dos riscos à saúde e encolhimento do espaço vital, ocasionado pela degradação das terras de cultivo ou de pastagem e por sua exploração. Esses fenômenos poderão resultar nos intermináveis crises violentas internas, guerras civis, genocídios e as migrações desenfreadas.
“Guerras Climáticas” exibe mapas e gráficos sobre o acesso a água potável, encolhimento do mar, as transformações climáticas no mapa-múndi, regiões já atingidas pela escassez de água em 1995 e prognóstico para 2025, conflitos ambientais que provocaram violência, números de guerras e conflitos armados em andamento. No capítulo “Linhas Básicas em Transformação”, a discussão e análise são feitas em cima dos acontecimentos atuais, como as enchentes em Uganda, ou a pior seca em cem anos na Nova Guiné, onde milhares de habitantes morreram de fome. A falta de chuvas nas florestas de Bornéu, do Brasil, do Peru e da Tanzânia, da Flórida e da Sardenha provocaram queimadas nunca vistas antes nestas regiões. A maior parte dos rebanhos das tribos nômades da Mongólia morreu durante uma onda de frio inesperada, enquanto no Tibet caíam tempestades de neve como não se viam há cinquenta anos. Nas zonas áridas da Califórnia avalanches de lama arrastaram casas pelos rochedos.










A simetria nas artes e na percepção humana

Em “Deus é matemático?”, Mario Livio, autor de “Razão Áurea”, investiga os fundamentos de uma das mais fascinantes ciências
O ganhador do Prêmio Nobel Eugene Wigner certa vez se perguntou sobre "a inexplicável efetividade da matemática" na formulação das leis da natureza. Como uma disciplina aparentemente tão abstrata é capaz de explicar perfeitamente o mundo natural? Mais que isso – de fazer previsões, por exemplo, sobre fenômenos cósmicos até então desconhecidos, mas que depois se demonstrou serem verdadeiros. Desde os tempos antigos até o presente, a questão vem desafiando cientistas e filósofos.
Em “Deus é matemático?” o astrofísico e matemático Mario Livio, autor de A equação que ninguém conseguia resolver, investiga por que a matemática tem o poder que tem. E explora uma das questões mais fascinantes da física fundamental: afinal de contas, a matemática é uma invenção da mente humana ou vem sendo descoberta aos poucos — assim como os astrônomos descobriram antes galáxias desconhecidas? Se, como insistia Einstein, a matemática for "um produto do pensamento humano que é independente da experiência", como é capaz de descrever com tanta precisão e até prever o mundo que nos cerca?

Os próprios matemáticos muitas vezes insistem em que seu trabalho não tem nenhum efeito prático. O matemático britânico G. H. Hardy foi longe a ponto de descrever seu próprio trabalho desta maneira: "Nenhuma descoberta minha fez, nem é provável que venha a fazer, direta ou indiretamente, para o bem ou para o mal, a menor diferença para o bem-estar do mundo". Ele estava errado. A lei de Hardy-Weinberg permite que geneticistas de população prevejam como os genes são transmitidos de uma geração à seguinte e o trabalho de Hardy sobre a teoria dos números encontrou implicações inesperadas no desenvolvimento de códigos.
Mario Livio explora com brilhantismo as ideias matemáticas desde Pitágoras e Arquimedes até os dias de hoje ao nos mostrar como as intrigantes perguntas e as engenhosas respostas levaram a concepções cada vez mais profundas do nosso mundo. E oferece uma discussão original e vigorosa de tópicos que abrangem da cosmologia às ciências cognitivas, da matemática à religião. Este livro fascinante interessará a qualquer pessoa curiosa sobre a mente humana, o mundo científico e as relações entre eles.
Mario Livio é astrofísico sênior e Chefe do Gabinete de Divulgação do Instituto de Ciências do Telescópio Espacial Hubble, de Baltimore, Maryland. É autor de vários livros, entre eles Razão Áurea: a história de Fi, um número surpreendente, A equação que ninguém conseguia resolver e The Accelerating Universe. Conduz pesquisas em uma grande gama de tópicos de cosmologia e astrofísica. Publicou mais de quatrocentos artigos científicos e costuma dar palestras para o público geral sobre temas científicos.











JÁDER DE CARVALHO E O DIÁRIO DO POVO

Jáder de Carvalho e o Diário do Povo, do historiador João Alfredo Montenegro, resgata as lutas do combativo jornalista e escritor Jáder de Carvalho (1901-1985) contra o arbítrio dos regimes ditatoriais no país.

Esta obra, de grande valor histórico e jornalístico, enfoca a figura do cearense Jáder de Carvalho, homem típico de seu tempo e um dos maiores jornalistas da imprensa brasileira e que teve a ousadia de criar e manter jornais como A Esquerda e O Diário do Povo, em épocas diferentes, porém, igualmente difíceis.

O Diário do Povo criado em 1947, atuou por doze anos, em nome da liberdade de expressão, no período em que o país foi regido pela ditadura do Estado Novo. Este veículo era um reflexo da personalidade de seu fundador, lutador sem amarras, por vezes intransigente, na defesa dos seus ideais, acreditando que seu jornal era o mais democrático e independente do Estado.
Jáder de Carvalho e o Diário do Povo tem uma história muito peculiar e muito importante para compreensão de nossa história e, igualmente de grande valia para se compreender a evolução do jornalismo no Brasil. Nascido em Quixadá/Ce, João alfredo Montenegro, Procurador do Estado e Professor Titular do Departamento de História da UFC, é autor de mais de 20 títulos.

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