segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

CINEMA NACIONAL

Com boas atuações, 'Desenrola' trata de sexualidade sem apelação

Sexo deixou de ser tabu em discussões nas escolas. Não há muito tempo, se uma menina contasse para as amigas que não era mais virgem, ela poderia ser taxada de vários adjetivos preconceituosos. Hoje, a realidade é oposta. E foi pensando em como discutir o assunto com adolescentes que a diretora Rosane Svartman, de Mais uma vez amor, criou o roteiro de Desenrola, baseado em documentário e websérie.

O filme, que estreou nesta sexta-feira (14), conta a história da romântica Priscila (Olívia Torres), uma menina de 16 anos que adora ouvir músicas como Dont' you forget about me, do Simple Minds. Priscila não vê a hora de ter sua primeira vez e sonha que ela seja com Rafa (Kaky Brito), o surfista mais gato da turma e irmão de Iize (Juliana Paiva), a garota mais popular da escola. Priscila aproveita a oportunidade que sua mãe (Claudia Ohana) foi viajar e tenta realizar o seu desejo, mesmo que tenha que passar por diversas primeiras vezes. E aprende que nem sempre o cara popular é a melhor escolha.

Rosane e a produtora Clélia Bessa aproveitaram a popularidade de filmes adolescentes nacionais e adaptaram em Desenrola um roteiro e uma linguagem sem qualquer apelação, até porque elas queriam uma classificação maior (12 anos). Palavrões quase não existem e, portanto, não há constrangimentos. Olívia, apesar da pouca idade (na época das filmagens ela tinha 15 anos) convenceu em sua atuação e fez de Priscila uma garota que tem problemas e que, no entanto, não tem nada de problemática.

Kayky Brito, que exibe ótima forma, também teve uma atuação correta, sobretudo quando dispensa delicadamente a mocinha apaixonada. Mas quem realmente rouba as cenas é o ator Lucas Salles, que dá vida ao divertido Boca. Ele e o amigo Amaral, interpretado por Vítor Thiré, são os responsáveis pelas risadas do filme. Boca é um garoto irônico que sonha em perder a virgindade, seja com quem for. O que ele não esperava é se apaixonar por Priscila, sentimento que desperta nele a forma mais delicada de amar. Esse amor proporciona uma cena inspiradora: enquanto caminha desiludida pela rua, Priscila ganha flores oferecidas por estranhos ao som de Linda Rosa, cantada pela banda Playmobil.



Rosane teve o cuidado em conduzir as cenas com foco em seu público alvo e idealizou as reações que ele teria na abordagem de cada assunto, como gravidez precose e homossexualidade.

Desenrola tem os ingredientes para agradar. Apresenta, de maneira sutil, que virgindade, sexo e amor necessitam estar entrelaçados, independentemente da idade.






'De Pernas Pro Ar' tenta falar de sexo com "toda a família"


Camuflado pela auto-definição de "fábula realista sobre a vida da mulher moderna", De Pernas Pro Ar estreou em todo o Brasil com uma segunda intenção implícita no roteiro: fazer do sexo um tema discutível por "toda a família".

Com Ingrid Guimarães e Maria Paula no elenco, o filme refugia-se na comédia quando, invariavelmente, o sexo vira tema central da trama. Para Mariza Leão, produtora e uma das argumentistas, De Pernas Pro Ar é, sobretudo, um "family movie, que a filha adolescente pode ver com o pai, acender discussões". Mesmo misturando, intencionalmente, brinquedos infantis com objetos eróticos, como vibradores, o filme, dirigido por Roberto Santucci, conseguiu chegar aos cinemas com faixa etária de 14 anos.

A história gira em torno de Alice (Ingrid Guimarães), uma mulher workaholic que tenta se equilibrar entre a rotina do trabalho e a família. Depois de perder o emprego e o marido (Bruno Garcia), Alice vai descobrir, com a ajuda da vizinha Marcela (Maria Paula), dona de um sex shop, que é possível ser uma profissional de sucesso sem deixar os prazeres da vida de lado.

Por querer trazer para a discussão sexual pessoas que, até então, não tinham livre acesso ao tema no cinema, o filme acaba utilizando um humor que pode desagradar o público mais maduro. Com isso, a ambição de querer conquistar "toda a família" pode se perder nas entrelinhas da comédia, que, coincidentemente, por contar com Ingrid Guimarães e Maria Paula, muitas vezes parece não fugir do humor restrito, enraizado em programas como Zorra Total e Casseta e Planeta.

Deixando a "pornocomédia" de lado, é pertinente, e bem conduzida por Ingrid Guimarães, a representação da mulher que tem a vida cada vez mais atribulada e fica sem tempo para a família. Por fim, Alice percebe que a verdadeira independência feminina só é conquistada quando se consegue compatibilizar a vida profissional com a amorosa, afetiva, familiar e social.



Em um patamar ainda além do de Ingrid, Bruno Garcia foi feliz em seu papel de "homem que se adapta à mulher e cuida dos filhos" e Maria Paula se saiu bem como a "vizinha gostosona". No entanto, talvez só pudessem agradar a família inteira, como a direção do filme previa, se atuassem com mais humor e menos sexo, a partir de um roteiro que não estivesse, necessariamente, "de pernas pro ar".






Filmes brasileiros baseados em fatos reais que estreiam em 2011


“Assalto ao Banco Central”, com filmagens em Fortaleza, e “Vips”, com Wagner Moura fazendo o garoto que enganou a todos dizendo ser filho do dono da Gol: aguardadas produções nacionais para este ano

Com o sucesso do cinema nacional em 2010, não podemos deixar de destacar pelo menos duas aguardadas produções, baseadas em fatos reais, sendo uma delas com filmagens e ação ocorridos em Fortaleza.

Dia 25 de março chega as salas de cinema o filme “Vips”, de Toniko Melo, com Wagner Moura e Gisele Fróes, baseado na história real do homem que fingiu ser filho do dono da Gol para passar o carnaval com celebridades e milionários. Depois de fazer o durão e mais velho Coronel Nascimento no sucesso “Tropa de Elite 2”, Wagner aparece jovial, com outro trabalho de caracterização – o longa investiga um garoto em busca de identidade e especialista em roubar a dos outros.

Outra produção nacional esperada para 2011 é “Assalto ao Banco Central”, com Milhem Cortaz, Lima Duarte, Giulia Gam, estreia de Marcos Paulo em direção cinematográfica. O filme, com previsão de ser lançado em julho, filmado na capital cearense ano passado, é sobre o roubo de 164 milhões do Banco Central de Fortaleza.




TV DIVIRTA-CE

Confira Making Of feito pelo canal Telecine das filmagens do "Assalto ao Banco Central" em Fortaleza e trailer do filme "Vips"












Ana Paula Arósio sai da Globo e vive lésbica no filme "Como Esquecer", que estreia sexta

Afastada da novela "Insensato Coração" por faltar às gravações, a atriz decidiu romper seu contrato com a TV Globo e diz não estar negociando com nenhuma outra emissora

Ana Paula Arósio protagoniza o filme “Como Esquecer”, que estreia sexta no Espaço Unibanco Dragão do Mar

A atriz Ana Paula Arósio deixou a TV Globo. A emissora anunciou o desligamento da atriz em comunicado divulgado no início da tarde desta quarta-feira. "No último dia 20 de dezembro, a atriz Ana Paula Arósio solicitou formalmente o seu desligamento da TV Globo. A emissora aceitou o pedido e, cumpridas as formalidades legais, considera encerrado o contrato", diz o comunicado.

A atriz se desentendeu com a direção da emissora depois de deixar a novela "Insensato Coração" nos primeiros dias de filmagens, em outubro do ano passado. Ela iria interpretar a protagonista da novela, próxima trama das 21h, e foi substituída por Paola Oliveira. Na festa de lançamento da novela, realizada esta semana, o diretor Dennis Carvalho afirmou não ter perdoado a atriz. "Não me faz bem falar dessa pessoa", disse.

A atriz tinha contrato com a emissora e estava na "geladeira" por ter desistido de um papel em "Insensato Coração", a próxima novela das 21h, que estreia na segunda-feira que vem. "Ela está fechando um ciclo", disse Paulo Marra, assessor da atriz "Ela não pretende negociar. Emissoras tentaram fazer convite, mas nem com a demissão ela pretende rever isso."
Segundo Marra, a carreira dela continua. Em abril, Ana Paula vai rodar o filme de Philippe Barcinski "Vales e Montanhas". "Ela quer trabalhos que encantem, que mexam com ela. A exemplo do [filme] 'Como Esquecer', um papel que para ela fez diferença", disse o assessor.

O novo filme da atriz estreia sexta em Fortaleza: em “Como Esquecer”, Ana Paula é Júlia, uma professora universitária de 36 anos que perde o grande amor da sua vida depois de mais de dez anos de relacionamento.

Acostumada a viver numa espécie de “torre de marfim”, Júlia se vê obrigada a voltar a interagir com as pessoas, o que havia deixado de praticar por ter um temperamento autocentrado e por ter acreditado, nos anos de relacionamento, que sua vida se resumia ao casamento com a parceira, Antonia. Sem o suporte financeiro do ex-amor, Júlia recebe apoio do melhor amigo, Hugo. Juntos, eles partem para uma nova empreitada
“Como Esquecer” aborda o tema da superação da perda de uma pessoa amada e da conseqüente busca de caminhos para superação da dor e prosseguimento da vida. Da adversidade, nasce a esperança e a constatação de como os sentimentos são mutáveis e de como o instinto de defesa do ser humano possui mecanismos, por vezes desconhecidos, que são transformadores, renovadores e podem indicar caminhos diferentes para se encontrar a felicidade.

Duas mulheres formam o par amoroso central que se desfaz deixando todo um deserto de lembranças e sofrimento. “A história mostra conflitos e sentimentos que são comuns à maioria das pessoas. Por tratar de temas universais, como amor, morte, solidão, sexo e amizade a história ganha a imediata identificação e cumplicidade do espectador, independentemente de sua orientação sexual”, comenta a diretora Malu De Martino.
“Levar um filme de temática homossexual às telas é estar em total sintonia com o crescente foco de interesse das artes contemporâneas, dando sua contribuição, sem preconceitos, para a construção de uma sociedade mais igualitária”, afirma Elisa Tolomelli, produtora do filme.



Estrelado por Ana Paula Arósio, Murilo Rosa, Natália Lage e Arieta Correa, o longa é uma adaptação do livro “Como Esquecer – Anotações Quase Inglesas”, de Myriam Campello, e estreia sexta, no Espaço Unibanco Dragão do Mar.









Decreto de Lula determina que cinemas exibam mais títulos nacionais


O ano de “Tropa de Elite 2″, dono da maior bilheteria da história no Brasil, terminou com um decreto presidencial que fará com que, em 2011, os cinemas coloquem um maior número de filmes brasileiros em cartaz.

O decreto que estabelece a cota de tela, mecanismo de proteção aos títulos nacionais, foi publicado ontem no “Diário Oficial” da União.

Tal como nos três últimos anos, cada cinema deverá exibir produções brasileiras durante, pelo menos, 28 dias por ano. O período varia conforme o número de salas do complexo, podendo chegar, no caso de um multiplex com sete telas, a 63 dias.

A diferença, a partir deste ano, é que, nesse mesmo espaço de tempo, os cinemas serão obrigados a ofertar mais títulos. Até 2010, uma sala de rua tinha de exibir dois filmes diferentes; agora, serão três. No caso dos cinemas com mais de 10 salas, a cota salta de 11 longas-metragens por ano para 14.

“É uma prevenção contra mega-sucessos”, diz Adhemar Oliveira, sócio da rede Arteplex de cinemas.
A mudança, não por acaso, acontece no ano em que “Tropa de Elite 2″, que ficou várias semanas em cartaz, facilitando o cumprimento da lei federal.

“Apesar da exigência de um maior número de títulos, não vejo com maus olhos essa mudança”, diz Oliveira. “Com isso, o público acaba tendo uma maior diversidade à disposição.”

A cota de tela, estabelecida no Brasil na década de 30, já foi alvo de duras críticas por parte dos donos de cinemas. Mas como estabilizou-se nos últimos três anos, foram amainadas, também, as disputas envolvendo cineastas, empresários e governo.

O novo aumento acontece no ano em que, pela primeira vez em duas décadas, três filmes nacionais superaram a marca dos três milhões de ingressos vendidos.

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