domingo, 6 de setembro de 2009

TEATRO

Fortaleza recebe Festival do Teatro Brasileiro

Espetáculos da Bahia serão encenados em diversos locais da cidade


O Festival do Teatro Brasileiro (FTB) promove mais uma vez o intercâmbio cultural entre estados brasileiros. Em sua nona edição, FTB ocorre no Ceará com apresentação de espetáculos em diversos locais de Fortaleza, com toda programação gratuita.
Depois de apresentar, em maio deste ano, peças de grupos pernambucanos para mais de 15 mil pessoas nos teatros de Sergipe e Bahia, o FTB traz para Maranhão e Ceará uma amostragem do teatro feito na Bahia. De 22 de setembro a 11 de outubro. Ao todo, serão dezessete espetáculos contemplando várias vertentes do teatro baiano, além de oficinas e debates, sempre gratuitos.
Foram escolhidos 13 dentro de um universo de 87 grupos inscritos. A seleção feita pelos curadores Guilherme Filho e Sérgio Maggio, ambos jornalistas e críticos de teatro, contemplou diferentes linguagens teatrais, como clown, drama, comédia, stand up comedy, teatro ritualístico e antropológico, teatro físico e teatro do absurdo, formando um mosaico diversificado das produções realizadas atualmente pelo teatro baiano. E as crianças não ficaram de fora da programação do Festival. Antecipando as comemorações do dia 12 de outubro, o FTB preparou uma agenda especial para o público infanto-juvenil.
A etapa se inicia no dia 22 de setembro com a stan up comedy de Frank Menezes, “O Indignado”. Depois dele, passarão pelos palcos dos teatros José de Alencar, Dragão do Mar, Sesc Senac Iracema e Sesc Emiliano Queiroz, os espetáculos “Redimunho”, do grupo Estado Dramático; “Ó Paí, ó”, do Bando de Teatro Olodum; o cultuado espetáculo de clown “O Sapato do Meu Tio”; “Batata!”, da companhia Dimenti; a comédia “R$ 1,99”, de Ricardo Castro; a dramaturgia angolana de “Amêsa”; o teatro do absurdo de “Os Javalis”; e “Deus Danado”, peça rica em simbolismos e metáforas, ganhadora de 13 prêmios em festivais de várias regiões do País. Para a criançada foram selecionados “Chuá”, uma versão nada convencional da companhia Dimenti para o clássico “Lago dos Cisnes”; e “Da Ponta da Língua à Ponta do Pé”, primeira incursão da companhia Viladança na área infantil. Nos dois casos das peças infantis, haverá sessões exclusivas para crianças e adolescentes da rede pública de ensino.
A programação geral você confere no www.divirta-ce.blogspot.com
SERVIÇO
Festival do Teatro Brasileiro – Cena Baiana, etapa Ceará
de 22 de setembro a 11 de outubro de 2009
Teatros: Centro Cultural Bom Jardim, Theatro José de Alencar, Sesc Senac Iracema, Sesc Emiliano Queiroz e Teatro Dragão do Mar. Informações (85)3235-4063 (Quitanda das Artes)


Bando de Teatro Olodum apresenta gratuitamente "Ó paí, ó"
O espetáculo “Ó Paí, ó!”, dentro da programação do Festival Brasileiro de Teatro - Cena Baiana, será montado neste sábado e domingo, 19h, no TJA, com entrada franca. Apresentado pelo Bando de Teatro Olodum desde 1992, ele permanece atual pela síntese que faz do modo de ser e sobreviver dos moradores e freqüentadores do histórico bairro do Pelourinho, Centro Histórico de Salvador. O nome deriva da expressão popular das ruas de Salvador, uma corruptela de “Olhe para isso, olhe”.

Em “Ó Paí, ó!”, a realidade do Pelourinho Antigo é apresentada por meio de personagens cômicos, representativos dos mais diferentes tipos que movimentavam o bairro, e que dividem o ambiente de um pequeno cortiço administrado pela intolerante Dona Joana, a religiosa proprietária. São músicos, artistas plásticos, prostitutas, travestis, baianas de acarajé, proprietários de pequenos bares, associações comunitárias, blocos afros, enfim, personagens reais que, pouco a pouco, foram expulsos do local para dar espaço a um fictício shopping turístico a céu aberto.

A montagem do Bando retrata um dia na vida desses diversos tipos que viviam no Centro Histórico. Um dia especial: uma Terça-feira de Benção, quando a movimentação na área é ampliada e também as alegrias e sofrimentos dos moradores de uma região estigmatizada e abandonada pelas autoridades. Enquanto se preparam para curtir a farra da Terça da Benção, os moradores precisam enfrentar a falta de água no prédio (ação proposital da proprietária) e o extermínio de crianças da área a mando de comerciantes interessados na "limpeza étnica" do local para aumentar a atração de turistas. Tudo discutido com criatividade, consciência racial e humor, marcas definitivas das produções do Bando de Teatro Olodum.

Em 2006, com direção da cineasta Monique Gardemberg, participação dos atores Lázaro Ramos (que iniciou sua carreira artística no Bando), Wagner Moura, Stênio Garcia, e os atores do Bando, a adaptação para o cinema de “Ó Paí, ó!” ganhou o gosto nacional. Dois anos depois, a mesma cineasta transformou o filme em uma série para a TV Globo.

“Ó Paí, ó!”
Data: dias 26 e 27 de setembro de 2009
Local: Theatro José de Alencar
Horário: sábado e domingo, às 19h
Entrada franca


Espetáculos e Oficinas - 22-09 a 11-10

Programação Festival do Teatro Brasileiro

A seguir, a agenda com datas e horários de todas a programação para o público de Fortaleza.
Espetáculos FTB – Cena Baiana, etapa Ceará


“O Indignado”
Data: dias 22 e 23 de setembro de 2009
Local: Theatro José de Alencar
Horário: terça e quarta, às 19h
Entrada franca
Classificação etária: 16 anos
Duração: 90 minutos

Direção: Fernando Guerreiro
Elenco: Frank Menezes


“Redimunho”
Data: dias 24 e 25 de setembro de 2009
Local: Teatro Sesc Senac Iracema
Horário: quinta e sexta, às 20h
Entrada franca
Classificação etária: 16 anos
Duração: 50 minutos

Direção, concepção e roteiro: Maurício Assunção
Interpretes: Maurício Assunção e Patrícia Caetano


“Ó Paí, ó!”
Data: dias 26 e 27 de setembro de 2009
Local: Theatro José de Alencar
Horário: sábado e domingo, às 19h
Entrada franca
Classificação etária: 16 anos
Duração: 80 minutos

Direção: Márcio Meirelles
Elenco: Arlete Dias, Auristela Sá, Cássia Valle, Cell Dantas, Clésia Nogueira, Ednaldo Muniz, Elane Nascimento, Érico Brás, Fábio Santana, Gerimias Mendes, Jamíle Alves, Jorge Washington, Leno Sacramento, Merry Batista, Rejane Maia, Rídson Reis, Robson Mauro, Sérgio Laurentino, Telma Souza, Valdinéia Soriano. Atores convidados: Amós Heber, Geni Capinan e Ruth Marinho
Músicos: Maurício Lourenço e Daniel Vieira (Nine)


“O Sapato do Meu Tio”
Data: dias 1 e 2 de outubro de 2009
Local: Theatro José de Alencar
Horário: quinta e sexta, às 19h
Entrada franca
Classificação etária: 7 anos
Duração: 105 minutos

Direção: João Lima
Texto e Atuação: Lúcio Tranchesi e Alexandre Luís Casali


“Batata!”
Data: 4 de outubro de 2009
Local: Teatro Sesc Senac Iracema
Horário: domingo, às 20h
Entrada franca
Classificação etária: 15 anos
Duração: 50 minutos

Direção e dramaturgia: Jorge Alencar
Intérpretes-criadores: Daniel Moura, Fábio Osório Monteiro, Jorge Alencar, Lia Lordelo, Márcio Nonato, Olga Lamas, Vanessa Mello


“R$ 1,99”
Data: dias 3 e 4 de outubro de 2009
Local: Theatro José de Alencar
Horário: sábado e domingo, às 19h
Entrada franca
Classificação etária: 16 anos
Duração: 80 minutos

Direção, texto, atuação, figurino, cenário, luz, sonoplastia: Ricardo Castro


“Amêsa”
Data: dias 8 e 9 de outubro de 2009
Local: Teatro Sesc Emiliano Queiroz
Horário: quinta e sexta às 20h
Entrada franca
Classificação etária: Livre
Duração: 50 minutos

Direção e cenário: Suelma Costa
Interpretação: Heloisa Jorge


“Os Javalis”
Data: 10 e 11 de outubro de 2009
Local: Teatro Dragão do Mar
Horário: sábado e domingo às 20h
Entrada franca
Classificação etária: 14 anos
Duração: 50 minutos

Direção e texto: Gil Vicente Tavares
Elenco: Carlos Betão e Marcelo Praddo


“Deus Danado”
Data: dias 10 e 11 de outubro de 2009
Local: Teatro Sesc Senac Iracema
Horário: sábado e domingo, às 20h
Entrada franca
Classificação etária: 12 anos
Duração: 80 minutos

Direção: Alda Valéria
Elenco: Bira Freitas e Pisit Mota


Programação infantil FTB – Cena Baiana, etapa Ceará

“Chuá”
Data: dias 1º e 02 de outubro de 2009
(sessões exclusivas para alunos da rede pública)
Local: Teatro Sesc Senac Iracema
Horário: quinta às 15h e sexta às 10h
Classificação etária: a partir de 05 anos
Duração: 50 minutos

Data: dias 3 e 4 de outubro de 2009
Local: Teatro Sesc Senac Iracema
Horário: sábado e domingo às 16h
Entrada franca
Classificação etária: a partir de 05 anos
Duração: 50 minutos

Intérpretes-criadores: Daniel Moura, Fábio Ferreira, Fábio Osório Monteiro, Lia Lordelo, Márcio Nonato, Olga Lamas, Paula Lice, Vanessa Mello
Direção e coreografia: Jorge Alencar


“Da Ponta da Língua à Ponta do Pé”
Data: dias 6, 7 e 8 de outubro de 2009
(sessões exclusivas para alunos da pública)
Local: Teatro do Centro Cultural Bom Jardim
Horário: terça, quarta e quinta às 15h
Classificação etária: livre

Data: dias 10 e 11 de outubro de 2009
Local: Anfiteatro Dragão do Mar
Horário: sábado e domingo às 18h
Entrada Franca
Classificação etária: livre

Direção: Cristina Castro
Elenco: Bárbara Barbará, Jorge Oliveira, Janahina Santos, Leandro de Oliveira, Sérgio Diaz, Ricardo Fagundes, Mariana Morais, Dailton José



Oficinas FTB – Cena Baiana, etapa Ceará

Iluminação, com Fernanda Paquelet
Data: de 15 a 21 de setembro de 2009
Local: Theatro José de Alencar
Horário: segunda à sexta 9h às 12h – sábado e domingo 14h às 17h
Inscrição: (85)3101-2567/ 3101-2583
Público-alvo: iluminadores e jovens profissionais


Direção Teatral, com Fernando Guerreiro
Data: de 21 a 25 de setembro de 2009
Local: Teatro José de Alencar (com exceção de segunda-feira, que será na Vila das Artes)
Horário: segunda à sexta-feira, das 15h às 19h
Inscrição: (85)3101-2567/ 3101-2583
Público-alvo: diretores e jovens profissionais


Interpretação, com Fábio Vidal
Data: de 5 a 09 de outubro de 2009
Local: Theatro José de Alencar
Horário: segunda à sexta-feira, das 9h às 13h
Inscrição: (85)3101-2567/ 3101-2583
Público-alvo: atores e jovens profissionais


Dança: investigação de movimento e produção de sentido, com Rita Aquino
Data: de 05 a 10 de outubro de 2009
Local: Vila das Artes
Horário: segunda a sábado, das 14h às 18h
Inscrição: (85)3101-2567 / 3101-2583
Público-alvo: profissionais e estudantes de arte com interesse em trabalhar com o corpo dentro da proposta da oficina



Festival do Teatro Brasileiro – Cena Baiana, etapa Ceará
de 22 de setembro a 11 de outubro de 2009
Teatros: Centro Cultural Bom Jardim, Theatro José de Alencar, Sesc Senac Iracema, Sesc Emiliano Queiroz e Teatro Dragão do Mar




"A propósito da Noite Úmida" leva Dostoievski aos sábados e domingos no TJA

Texto Original de Fiódor Dostoievski em Pesquisa, Adaptação e Direção – Ângela Moura com Atores Colaboradores – Isabele França e Thiago B. C, “A Propósito da Noite úmida” é um subtítulo adaptado de “A Propósito da Neve derretida”. Segunda parte do Romance “Memórias do Subsolo”, obra que marca a grande virada de Dostoievski como narrador existencialista contrário ao materialismo e ao conformismo Trata-se de uma fábula realista de estilo sofisticado, mas, simples e informal, onde o personagem narrador, cujo nome não é revelado, aparece como anti-herói revelando um comportamento estranho, ríspido e hostil, vítima segundo ele próprio, de uma sociedade heterodoxa, injusta e cruel.

Com relação á linguagem do texto existe uma larga utilização de elementos dos registros informais como: Palavras depreciativas, repetições, hesitações, frases feitas, marcadores discursivos e conversacionais, que por sua vez são amplamente aproveitados na construção das cenas.

O episodio se passa em um bordel onde o protagonista conhece a jovem prostituta Liza, ponto alto da cena que começa com o encontro envolvente entre os dois culminando numa conversa que tem inicio de forma um pouco mórbida, versando sobre a morte e sobre os impactos que a profissão dela terá em sua vida e em sua juventude.

Liza, entretanto, rejeita o que supõe ser fruto do moralismo e paternalismo do ator narrador que percebe e pensa: “Preciso adotar um tom mais forte e justo, com sentimentalismo não vou muito longe.” Mas, ela ainda resiste ironizando o tom livresco de sua fala, no qual o narrador tomado pela eloqüência faz uma apaixonada defesa do amor e da vida. A partir daí, ele adota uma nova estratégia narrativa através de um discurso impactante que causa na prostituta uma emoção enredada por carência medo e desespero, o que faz com que ela reflita e o procure depois que ele se despede.

Ao procurá-lo, a moça demonstra uma nova conduta enquanto o narrador assume sua postura contraditória, reagindo com ódio à compreensão de sua infelicidade por parte da agora ex-prostituta.

Ao narrador e a trama resta um paradoxo ambulante: Um homem solitário entre a multidão, oscilando entre o orgulho e a autodepreciação que busca ser entendido e aceito pelos seus semelhantes ao mesmo tempo em que despreza a necessidade de se conformar a padrões tidos como normais ou naturais pela maioria, tornando sua vida sombria, desordenada e selvagemente solitária.

SERVIÇO
“A propósito da noite úmida”, aos sábados e domingos, às 19h na sala de teatro Nadir Pápi Saboya * 80 lugares - R$ 5 e 10 - Para maiores de 14 anos.

Texto Original – Fiódor Dostoievski em Pesquisa, Adaptação e Direção – Ângela Moura. Atores Colaboradores – Isabele França e Thiago B. C.




A sexualidade como tema no teatro cearense

O Grupo Imagens de Teatro estreia em agosto "O Abajur Lilás", primeiro espetáculo do projeto "Trilogia do Maldito", com peças de Plínio Marcos - serão montados também "Barrela" e "Navalha na Carne"

O Grupo Imagens de Teatro estreou mês passado“ O Abajur Lilás”, e continua com a temporada se estendendo todas as quintas de setembro, no mesmo horário, no Teatro José de Alencar (Sala Nadir Papy Saboia).

A peça conta o drama de três prostitutas torturadas pelo cafetão que quer descobrir quem quebrou o abajur lilás do seu quarto. A trama que incluem da tortura ao assassinato, foi escrita há mais de 30 anos, transcende o momento, a circunstância e infelizmente, resiste ao tempo, demonstrando a extrema atualidade de seu contexto.

Ação dramática, humana e de alta significância, o Abajur Lilás joga atores e público no olho do furacão, levando às entranhas do submundo que preferem ignorar existir, fazendo-os cúmplices privilegiados do mundo de Plínio Marcos, esse universo denso e marginal invade os palcos do teatro cearense.

O elenco é composto por Kátia Kamila, Adriana Pimentel, Mara Carvalho, Gilson Tenório, Beto Menêis e Fábio Frota, com direção de Edson Cândido.

O Grupo mergulhou em uma pesquisa profunda, tanto da obra como do universo que o autor Plínio Marcos traz para o seu texto, através de análises sobre a vida e obra do autor e contextualização histórica, prosseguindo com pesquisa de campo, palestras, seminários, oficinas, filmes e vivência em entidades, enriquecido por laboratórios onde os atores visitaram cinemas pornôs, casas de prostituição, saunas, bares e praças, locais onde os personagens retratados na peça viveriam. Esse é o princípio que torna a obra de Plínio Marcos tão contemporânea, pois podemos encontrar esses personagens em cada esquina de Fortaleza. Como em toda obra do autor," O Abajur Lilás" expõe a alma humana.
O ambiente é um bordel de quinta categoria, tendo à frente um bar, salpicado de luzes vermelhas. Há música de cabaré, cantada ao vivo. Ao fundo, o quarto na penumbra, onde ocorrem os programas e as tramas.
O público, logo ao entrar terá o contato direto e real com o elenco, pois a platéia será composta por mesas e cadeiras, como em um bar, onde posteriormente será servida uma “branquinha”. O universo abordado é o que sempre determina o espaço cênico e não há qualquer distância entre personagens e espectadores.

Boate, Puteiro, Noite, Torturas e a própria sociedade são temas constantes nesse espetáculo, abordando tramas em que os personagens são socialmente marginalizados.

“Isso tudo que construirmos no espetáculo denominamos como um “ soco no estomago” da sociedade, acreditamos que o teatro vem para incomodar e questionar, queremos também que as pessoas saiam do espetáculo pesando em toda a violência sofrida pelas as mulheres, no abandono e acima de tudo na tortura em que existem ainda hoje, mesmo que seja de outras formas” comenta o diretor do espetáculo Abajur Lilás , Edson Cândido

O medo transvertido em autoridade, alcoolismo e angústias estão presentes no palco.

O cheiro da cachaça misturado ao perfume barato emanado dos corpos sofridos disfarça a angustia das mulheres presente no palco. O realismo das falas choca pela crueza, pelo comodismo desumano, sem a menor convenção moral. Não tem meio termo nem consideração, as palavras vêm em jorros de sangue e de vômito.

“Não é a garota que sabe falar três idiomas lá na Beira Mar não, que cobrar quinhentos reais. É a prostituta da Periferia mesmo que queremos retratar. Essa sim que nos interessa, dessas que cobram dez, quinze reais por programa. Quem for ver o espetáculo com certeza vai sai de alguma forma transformado do teatro “. Fala Edson Cândido

Sobre o Grupo

O Grupo Imagens de Teatro que teve origem em janeiro de 2002, quando seus integrantes iniciaram o estudo do texto de nome Meia-Sola, do mesmo autor da peça Imagens, durante uma oficina de teatro realizada no SESC. O grupo vem se destacando nos principais festivais regionais e nacionais, sendo contemplado com mais de 15 prêmios e tendo reconhecimento no cenário artístico.

Local: Teatro Jose de Alencar (Anexo: Sala Nadir Papy Sabóia)

Horário: 19h

Quintas de setembro

Informações: (85) 88341071 Edson Cândido




TRAGICOMÉDIA INSPIRADA NA OBRA DE CLARICE LISPECTOR E NAS CANÇÕES DE NÚBIA LAFAYETTE

ATOR WELLINGTON RODRIGUES, da Cia. Teatral Moreira Campos, protagoniza o espetáculo "Embriagada...eu quero desabafar!"

O espetáculo Embriagada...eu quero desabafar! é um texto inspirado na obra de Clarice Lispector (Laços de Família, A Hora da Estrela, A Paixão Segundo G. H.) e nas canções da grande compositora e interprete da música brasileira, Núbia Lafayette. A peça relata a vida cômica e trágica de Dolores, uma mulher feia, datilógrafa, semi-analfabeta, magra, casada há dez anos com um marido machista, egoísta, ignorante e estúpido. Embriagada e em meios a devaneios, diante da situação em que se encontra - a beira de um ataque de nervos - ela resolve desabafar tudo aquilo que a sufocava, que estava preso na garganta.

De forma sutil, cômica e quase trágica, Dolores conta suas angústias, decepções, sonhos, traições e sua “anti-vida” com seu marido “Amado”.

Afinal, o que pode acontecer entre quatro paredes e na intimidade diária de um casal juntos há dez anos???


A Montagem

Penetrar no universo feminino não é uma tarefa fácil. Fazer uma personagem feminina, ser sutil, sentir-se mulher, casada, solitária, angustiada, repleta de conflitos, sonhos fracassados, sendo homem, também não é uma coisa que se faz da noite para o dia. Mas esse foi um desafio a percorrer. As palavras poéticas de Clarice Lispector e as canções inesquecíveis de Núbia Lafayette, conduziram-me ao sublime da construção de um texto que pudesse ajustar num só conceito de poesia essas duas mulheres que mexeram com o mundo de muitas outras mulheres através de suas palavras ditas e/ou não ditas, apenas, sentidas.

O fato é, que, Demonstrar frustrações, desejos e vontades...embriagar-se nas dores de Dolores... mulher... mãe... sem fazer clichês, dentro de uma poética onde a palavra é um forte, a submissão é um forte, o sentimento é um forte, o monólogo interior é um forte, a presença da ausência é um forte, a vida a um (dois) é um forte, foi o que tornou esse espetáculo uma grande experiência minha quanto ator e quanto pesquisador do enigmático mundo literário.

O texto situa-se numa confluência de paradigmas que entretece e destece, pondo o espectador numa espécie de tensão ilusória facilitada pela personagem Dolores em situações da vida diária, mas num intenso lirismo. As cenas nos colocam diante de um realismo-naturalismo e de um romantismo-simbolismo significante, uma vez que, encontram-se veios recessivos que criam um entrelaçamento entre realidade e a “realidade adivinhada”, produzindo uma poética que lhe é própria.

Desafios foram lançados. Desafios múltiplos: uma produção sem dinheiro, estréia fora da capital cearense (estreamos em Guaramiranga – maio de 2009), monólogo, reassumindo um grupo que estava desativado há três anos e outros desafios.

Era preciso coragem. Como num ritual dionisíaco, Dolores, embriaga-se. Palavras repletas de sentimentos ecoam pelos quatro cantos do palco, como a forte batida de um coração alado. Eu quero desabafar...!


Clarice Lispector

Clarice Lispector nasceu em Tchetchelnik, pequena cidade da Ucrânia, e chegou ao Brasil aos dois meses de idade, naturalizando-se brasileira posteriormente. Criou-se em Maceió e Recife, transferindo-se aos doze anos para o Rio de Janeiro, onde se formou em Direito. Trabalhou como Jornalista e destacou-se na carreira literária. Viveu muitos anos no exterior, em função do casamento com um diplomata brasileiro. Teve dois filhos e faleceu em dezembro de 1977, no Rio de Janeiro.

Núbia Lafayette

Uma das maiores intérpretes e compositoras da música brasileira. Dentre suas canções mais conhecidas, destacam-se os seguintes títulos: Lama, Fracasso, Aliança com filete de prata, Casa e comida, Devolvi, Hino ao amor, Mata-me depressa e Amargura. Núbia Lafayette participou recentemente do Programa “Rei Majestade”, exibido pelo SBT, e logo depois, em 2007, veio a falecer, deixando-nos sua eterna poesia.

A Cia. Teatral Moreira Campos

A Cia. Teatral Moreira Campos foi fundada no ano de 1998, por alunos do Curso de Letras e do Curso de Arte Dramática da Universidade Federal do Ceará, tendo como principal objeto de pesquisa obras da literatura brasileira e universal.

Ao longo de onze anos, vários atores e diretores da classe artística de Fortaleza passaram pelo grupo. A companhia participou de festivais locais e regionais de teatro, sendo indicada a prêmios. Montou três esquetes e oito espetáculos: A Morte e a Alta Costura (1998-2001), Odisséia I (1999), Odisséia II (2000), Relembranças (2001), Agosto (2001-2002), Os Sertões (2002-2004), A Casa (2004-2005), Embriagada...eu quero desabafar (2009...).

O nome do grupo é uma homenagem a um dos maiores contistas da literatura cearense, Moreira Campos, nascido na cidade de Senador Pompeu, em janeiro de 1914. Foi professor da Universidade Federal do Ceará, membro da Academia Cearense de Letras e integrante do grupo literário Clã. É autor, dentre outras obras, do livro de contos Dizem que os cães vêem coisas. Moreira Campos faleceu em Fortaleza, em maio de 1994.

O Ator

Wellington Rodrigues é formado em Letras, Especialista em Cultura Clássica e Mestrando em Literatura Brasileira pela Universidade Federal do Ceará. Também é formado pelo Curso de Arte Dramática da UFC. Fundador da Cia. Teatral Moreira Campos, ao longo de onze anos no teatro como ator e produtor, fez 14 espetáculos. Foi indicado pelo Prêmio Balaio do Ceará nas seguintes categorias: Melhor Produção, Ator Revelação e Ator Coadjuvante. Participou como ator convidado de espetáculos montados pela Companhia Palmas Produções Artísticas, pelo Grupo Palcos Produções Artísticas e pelo grupo Bilu Bila de Teatro.

SERVIÇO
O ESPETÁCULO "EMBRIAGADA...EU QUERO DESABAFAR!"

TEATRO SESC EMILIANO QUEIROZ
(AV.DEQUE DE CAXIAS, 1701 - CENTRO)

EM CARTAZ TODOS OS SÁBADOS E DOMINGOS DE SETEMBRO

HORÁRIO: 20 HORAS
INGRESSOS: 12,00 INTEIRA / 6,00 MEIA
INFORMAÇÕES: 3452.9066 / 3452.9065 / 88019645 / 88045161



Outras peças em cartaz no Centro Dragão do Mar


Pesadelo numa noite de verão

Grupo Ó Nóis Aki - Texto e direção: Val Palha

Traumatizado por ter sido escolhido para ser um "muro" numa peça, o personagem "Bicudo" resolve ter aulas de teatro para virar um grande ator. 50 min.

Todos os domingos, 20h, no Espaço Rogaciano Leite Filho. Acesso livre


+ Vezes Comédia

Grupo Arte de Viver - Direção: Hemetério Segundo

No espetáculo a platéia escolhe as peças da noite, o destino dos personagens e os finais. 75 min. Classificação: 12 anos.

Dias 05, 06, 12 e 13, 20h, no Teatro R$ 14,00 / 7,00



Os Bufões

Dona Zefinha

Texto e direção: Orlângelo Leal

Comédia musical infantil que retrata a história popular circo mambembe nordestino. Os palhaços “Bufão”, “Panfeto” e “Pafim” fazem de tudo para que a magia e a beleza do circo não cheguem ao fim. 50 min.

Dia 15, 18h, Praça Verde. Acesso livre



Teatro da Terça

O Casamento de Tabarim

Dona Zefinha - Texto e direção: Orlângelo Leal

Tabarim deseja encontrar uma noiva para se casar e vive inventando trapaças para ganhar dinheiro de modo fácil. 60 mim. Classificação: 14 anos.

Dias 08, 15, 22 e 29, 20h, no Teatro R$ 2,00 / 1,00

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