segunda-feira, 7 de setembro de 2009

CINEMA DE ARTE

'Uma Canção de Amor' mostra diferentes impactos da 2ª Guerra

Filme está em cartaz no Espaço Unibanco Dragão do Mar

Depois de um bem-sucedido início de carreira com o tocante Pequena Jerusalém, que lhe valeu o prêmio de melhor roteiro em Cannes, em 2005, a diretora Karin Albou volta a falar da condição feminina nas culturas judaica e muçulmana.

Desta vez, no entanto, em vez de Paris, a diretora vai a Tunísia, em meio à 2ª Guerra Mundial, e mostra como os conflitos impactaram as relações entre essas comunidades. O resultado está em Uma Canção de Amor, que estreia nacionalmente na sexta-feira.

A história se centra na amizade entre as jovens Myriam (Lizzie Brocheré) e Nour (Olympe Borval). Amigas desde a infância, moram em uma vizinhança pobre, onde judeus e muçulmanos convivem em harmonia.

Por causa da religião, Nour não pode ir à escola e se vê noiva de seu primo Khaled (Najib Oudghiri). Enquanto isso, Myriam é forçada a casar com Raoul (Simon Abkarian, de 007 - Cassino Royale), um médico rico e mais velho, após sua mãe (interpretada pela própria diretora) ter perdido o trabalho por ser judia.

A amizade entra elas começa a mudar com a invasão nazista, em 1942, quando a Tunísia, então protetorado da França (também invadida), é palco de combates. Responsabilizando os judeus como a causa dos conflitos, o Exército alemão começa a cooptar muçulmanos na perseguição a seus inimigos.

Khaled, que precisa de um emprego para se casar, passa a trabalhar para os nazistas, hostilizando a amizade de sua noiva, Nour, por Myriam. Entre a religião, a luta e a condição feminina, Karin Albou mantém sua delicada visão sobre a juventude em meio a desesperança.

A proposta ambiciosa do roteiro é executada com naturalidade pela diretora, que faz um delicado trabalho com suas protagonistas. Com uma narrativa dramática bem pontuada, Uma Canção de Amor - cujo título original e mais correto é "canção das noivas" - usa a sensibilidade contra a barbárie. E se sai muito bem.


TV DIVIRTA-CE

Confira trailer de "Uma canção de amor"



Clique e veja horários na PROGRAMAÇÃO DE CINEMA




Filme argentino no Cine São Luiz

O Cinema Argentino tem nos dado ótimos filmes. Esse, ‘Lugares Comuns', em cartaz no cine São Luiz, é mais um a engrossar a lista. Um filme que somente por uma certa aula de um professor já valeria muito a pena assistir. Acontece que o filme por um todo nos levar a várias reflexões. E emociona! Não deu para segurar as lágrimas no final.

O que teria de tão especial nessa aula? Eu não sei se os jovens de hoje criam uma relação de respeito aos professores. Não a todos, mas àqueles que fazem a diferença nessa profissão. Os que tem nela sua profissão de fé. O seu sacro-ofício. O protagonista desse filme, é um deles.

Fernando Robles (Federico Luppin) fora forçado a se aposentar, por decreto, faltando pouco tempo para isso, e ai então sairia com um salário integral. Num governo repressor, seu temperamento anárquico, teve seu nome até endossado pelo Reitor. Sem ter como reverter o quadro, o jeito era se adequar a nova situação. Se o tempo já era dureza para alguém mais novo encontrar emprego, o que dirá alguém da sua idade. Sem esquecer, que não era muito querido no meio acadêmico, por não gostar de cabresto. Nossa! Seu embate com o Reitor, de mente retrógada, é de querer voltar a fita.

Fernando, então dá a sua última aula… “Eu quero que se lembrem que ‘ensinar’ significa ‘mostrar’. Mostrar não é doutrinar. É dar informação, enquanto ensina a maneira de entender, de avaliar, de ponderar, e questionar essa informação.” E é nela que ficaremos conhecendo também o porque do título. (E para uma explicação muito mais detalhada desse termo literário – lugar comum -, leiam aqui.)

O Fernando, dando aula, me fez lembrar de uma Professora, D. Nilza. Num período de Ditadura, ela fez a diferença para nós. Por não adotar oficialmente o livro oficial. Por ele ser emburrecente, nós os deixávamos abertos numa página previamente combinada para o caso de uma visita surpresa de alguém da Diretoria. E assim, com alguma notícia lida no jornal do dia, ela nos dava uma senhora aula de geopolítica. Além de nos fazer gostar de ler os jornais diariamente. Saber o que estava se passando no mundo. Saber questionar os fatos. Valeu D. Nilza!

Além de Professor de Literatura, ele é um Crítico Literário. E guarda um desejo de um dia vir a ser um grande escritor. Por ser muito autocrítico, limita-se a escrever um diário. Um livro que crê que só será lido por sua amada esposa, Lili (Mercedes Sampietro), e quem sabe seu filho único, Pedro (Carlos Santamaría). Esse vive na Espanha com a esposa e filhos. São por essas anotações que somos levados a conhecer esse período da história desse casal encantador. Do que fizeram com a peça que o destino lhes pregou.

Como já estava no programado uma viagem a Madri – o filho os hospedariam, além de dar as passagens -, decidem ir. Para reverem o filho, além de Lili tornar a ver a sua terra natal. Ele até tentou esconder a demissão dela, mas ela o conhecia bem. Resolveram então ocultar do filho. Aqui há algo também para refletir. Isso de tentar poupar alguém omitindo algo que ficará sabendo mais a frente. Por melhores das intenções, pode trazer alguns julgamentos precipitados. E no caso do Fernando, sua relação com o filho já era conflitante. Assim, esse pequeno convívio, já levava uns pontos nelvrágicos. Não deu outra!

Na volta… Lili decide vender seu belo apartamento, herança de família, e embarcar numa nova empreitada do Fernando. Compram uma chácara que fora meio que não mais objeto de desejo do então proprietário. Por ter ficado viúvo. Nas terras, iriam plantar flores para a indústria de perfumes.

Para ambos, era uma grande aventura. Ir morar no campo… Por estarem acostumados ao conforto da cidade. A chácara ficava no meio do nada. Mas de um nada de tirar o fôlego pela beleza. Embora o ex-proprietário deixou quase um manual da plantação a destilação… eles teria que aprender na prática tudo. Com um detalhe a mais nesses esforços, o de Fernando ser um safenado.

Um outro fator relevante nesse filme, é a relação entre patrão e empregado na chácara. Até por conta dos ideais de Fernando. Assim, ganhamos nós com ela. Fernando e Demedio (Claudio Risi) são um show à parte.

E entre tantos lugares comuns… o filme também nos mostra que, por trás de um grande homem, há uma sábia mulher. Assistam! Um ótimo filme para ver e rever.



Animação para adultos na Sessão de Arte do North Shopping

Confira 'Branca de Neve - Depois do Casamento'

Tirar sarro dos carinhosos personagens de contos de fada é mais uma maneira que a turma da animação arrumou para levar público ao cinema. Se em Shrek e em Deu a Louca na Chapeuzinho tipos como Lobo Mau, os Três Porquinhos e o Gato de Botas ganharam suas versões turbinadas, em Branca de Neve - Depois do Casamento que estréia nesta sexta-feira (19) nas salas do País, os personagens surgem apimentados.

O desenho animado traz Branca de Neve no momento em que a mocinha conhecerá intimamente o seu Príncipe (nada) Encantado. Como a lua-de-mel vai por água abaixo, o marido, frustrado e ainda virgem, começa a bandear pelos cenários de Cinderela, Bela Adormecida e Chapeuzinho Vermelho.

Libidinoso e cheio de referências sexuais, o longa do cartunista e diretor belga Picha (de Tarzan, a Vergonha da Selva, de 1975) capricha no sarcasmo e na escandalização geral - lembrando vez por outra um pouco o que a trupe Monty Python aprontava. No longa, a única personagem "puritana" é Branca de Neve. Mesmo assim, é disputada por um ogro faminto e por sete anões nada bem-intencionados. Tarados, tentam de qualquer forma fazer com que a donzela vá dormir em sua mina. Diferentemente de Shrek e pares recentes, Branca de Neve - Depois do Casamento é indicado só para maiores de 16 anos.

Branca de Neve - Depois do Casamento. (Blanche-Neige, la Suite / Snow White, the Sequel). Bélgica, 2007, cor, 82 min. Direção, roteiro e animação: Picha. Narração: Stephen Fry. Classificação: 16 anos.



Clique e veja horários na PROGRAMAÇÃO DE CINEMA



CINEMA DO DRAGÃO DO MAR RECEBE PROGRAMA “IMAGINÁRIO” DO PROJETO CURTA ÀS SEIS


A partir desta sexta-feira, dia 11, entram em cartaz quatro curtas do projeto Curta às Seis com entrada franca.
Até o dia 6 de outubro o publico poderá conferir “Até o Sol Raiá”, de Fernando Jorge e Leanndro Amorim, “Santa de Casa”, de Allan Sieber, “Copo de Leite”, de Jura Capela e “Um Caffé com o Miécio”, de Carlos Adriano.

O Curta às Seis teve início em 1999, em apenas uma sala em São Paulo. Hoje em sua sexta edição, o projeto tem exibições em Aracaju, Belo Horizonte, Brasília, Campo Grande, Curitiba, Florianópolis, Fortaleza, Goiânia, Guarulhos, Juiz de Fora, Natal, Niterói, Porto Alegre, Recife, Campinas, Rio de Janeiro, Salvador, Santos, São Paulo e Vitória. Em sua sexta edição, o projeto é uma iniciativa do Circuito Espaço de Cinema, em São Paulo, com patrocínio da Petrobras através da Lei Rouanet.


FORTALEZA

Programação de 11/09 a 06/10/09

Sempre às 18h - Grátis

Programa: Imaginário

Até o Sol Raiá

Direção: Fernando Jorge e Leanndro Amorim

PE – 2007 – 12 min – Animação – cor

Um conto de fantasia e de celebração ao imaginário nordestino. Personagens criados por um artesão em barro ganham vida e agitam uma pacata vila sertaneja numa noite de festa. Funde a tradição do artesanato em barro com o cangaço, numa referência a dois ícones da cultura do Nordeste.



Santa de Casa

Direção: Allan Sieber

RJ – 2006 – 17 min – Animação – cor

Oséias leva uma vida desregrada até que sua mulher tem problemas no parto. Desesperado, faz então uma promessa: se a filha sobrevivesse, ela se chamaria Aparecida; ele pararia de fumar; e durante três Carnavais ele a vestiria de santa e a colocaria em cima de um andor no meio do seu bloco, o Grêmio Carnavalesco Quem Nunca Sentiu Vai Sentir Agora.



Copo de Leite

Direção: Jura Capela

PE – 2004 – 12 min – Exp – cor

O filme flerta com o universo feminino e se lança na natureza numa busca que movimenta riachos, regaços, marés, seios, leite, árvores, umidade, pernas e profundas inquietações.



Um Caffé com o Miécio

Direção: Carlos Adriano

SP – 2003 – 15 min – Doc/Exp – cor

Miécio Caffé, caricaturista, colecionador de discos e pesquisador da música brasileira, retratou a cena musical, os esportes e a política do Brasil, dos anos 50 aos 90, com seu traço peculiar. Falecido em 2003, em São Paulo, o artista gráfico baiano reuniu a maior coleção particular de discos da música brasileira.


Classificação: 16 anos

Nenhum comentário: