segunda-feira, 7 de setembro de 2009

LIVROS - NÃO FICÇÃO



Honoráveis Bandidos - Um retrato do Brasil na era Sarney

Geração Editorial, a editora mais ousada do País em instant books, aquece o mercado editorial com um livro-bomba polêmico, histórico e arrasador do jornalista Palmério Dória

“Em 2008, o senador José Sarney voltou a ser manchete, principalmente das páginas policiais, quando revelada a organização criminosa da qual seu filho fazia parte. Para não deixar o filho ir para a cadeia, ele teve de disputar no ano seguinte a presidência do Senado. Foi preciso colocar a cara para bater. O poderoso coronel voltou para dar forças aos filhos, para salvá-los”.

Pela primeira vez em livro, um jornalista – Palmério Dória, um veterano do jornalismo investigativo – reconstrói toda a insólita trajetória do ex-governador do Maranhão, ex-presidente da República e atual senador José Sarney. Sua vida, seus negócios, seu destino – presidente da República por acaso – sua família, amigos e correligionários, todos envolvidos numa teia cujos meandros os jornais e revistas revelaram nos últimos meses – sem a riqueza de detalhes e revelações surpreendentes agora contidas em livro.

Obediente às regras do “bom e verdadeiro jornalismo”, Palmério faz um implacável retrato do poderoso coronel de maneira transparente e inteligente. Neste livro o leitor vai saber como Sarney consegue envolver tanta gente na sua teia.

A objetividade, veracidade na descrição de personagens e situações, concisão, originalidade e calor humano fazem da obra uma leitura obrigatória e prazerosa.
“E, para honrar o jornalismo, atualidade absoluta e, ao mesmo tempo, permanência, pois vai girar a roda da história e os pósteros sempre aí beberão em fonte cristalina para conhecer costumes políticos e sociais desta nossa época em que um político brasileiro, metido em escândalos até o pescoço, exerce o poder de fato, acima de qualquer suspeita”, enfatiza Palmério, que fez o livro a quatro mãos com o jornalista e amigo de décadas Mylton Severiano, o Myltainho da revista “Realidade”, dos anos 1960, e da equipe que fundou o “Jornal da Tarde”.

Os dois formaram uma dupla de peso. Enquanto Palmério cuidava da investigação, Mylton fez a pesquisas e reuniu os dados, posteriormente cruzados e checados com rigor.

“Honoráveis Bandidos” contém um caderno especial de 16 páginas com hilariantes charges de nada menos que os irmãos Caruso – Chico e Paulo – sobre o principal ator desta história real. “Sarney sempre esteve na história do Brasil. Não há como descartar o Sarney. Ele sempre foi o mal maior”, responde Palmério Dória ao ser indagado “por que Sarney?”.

É a primeira vez o mercado editorial receberá um livro com toda a história secreta do surgimento, enriquecimento e tomada do poder regional da família Sarney no Maranhão e o controle quase total, do Senado, pelo patriarca que virou presidente da República por acidente, transformou um Estado no quintal de sua casa e ainda beneficiou amigos e parentes.

Um livro arrasador, na mesma linha de “Memórias das trevas – uma devassa na vida do senador Antonio Carlos Magalhães,do jornalista João Carlos Teixeira Gomes, também da mesma editora, e que na época do lançamento contribuiu para a queda do poderoso coronel da política baiana. Um best seller que ficou semanas nas listas dos mais vendidos.




"A Marquesa de Santos” volta às livrarias com histórias da amante de D.Pedro I

O romance de Paulo Setúbal, reconhecido pelo alto valor literário e historiográfico, é relançado em edição de luxo ilustrada

Depois do sucesso da reedição de “As maluquices do Imperador”, a editora Geração Editorial relança neste ano mais uma obra do escritor brasileiro Paulo Setúbal, um dos mais lidos de seu tempo. Trata-se do romance-histórico “A Marquesa de Santos”, que conta em detalhes a trajetória de uma das mulheres mais intrigantes e célebres da História do Brasil.

A aristocrata paulista Domitila de Castro Canto e Melo, a Marquesa de Santos, foi a amante e grande paixão de D.Pedro I, o primeiro Imperador do País. E mais: como escreve o autor do livro, “a única mulher, na História das Américas, que encheu um Império com o ruído do seu nome e o escândalo do seu amor”.

O papel de coadjuvante, geralmente destinado às mulheres dos estadistas, Domitila de Castro deixou para a Imperatriz Leopoldina, única pessoa de toda a Corte a não saber do relacionamento entre o Imperador e a bela paulista. Com incrível capacidade de fazer o Monarca ceder a todos os seus caprichos, a Marquesa tomou para si a condição de protagonista, exercendo forte influência na política do Primeiro Reinado.

Outro personagem de importância extrema nas decisões imperiais, mas que passa ao largo da chamada História oficial, é Francisco Gomes da Silva, o Chalaça. Um “violinista folião, cantador de lundus” pelo qual D.Pedro I teve grande empatia desde o início e, assim, tornou-se Secretário Privado e Comendador do Império. Hábil e oportunista, o Chalaça sabia manipular os figurões do Reinado e conduzir os atos do Estado a seu bel-prazer.

Como um Conselho de Ministros do Império inteiro pediu demissão em uma única noite e foi prontamente reconstituído? Por que D. Pedro I dissolveu a Assembleia Constituinte em 1823? Como José Bonifácio de Andrada e Silva, o Patriarca da Independência, foi preso e exilado?

“A Marquesa de Santos” mostra que as respostas para essas questões giram quase sempre em torno dos desejos, extravagâncias e gostos pessoais do Imperador e de sua amante, além das intrigas criadas pelo Chalaça, em um ambiente de confusão total entre o público e privado que talvez seja o cerne das incoerências e desmandos da política atual.

Escrita originalmente em 1925, o livro de Paulo Setúbal, que compreende o período de 1813 a 1829, recria com precisão histórica o cenário de um Brasil em transformação em virtude da chegada da Família Real e Abertura dos Portos (1808) e Proclamação da Independência (1822). A obra, portanto, é leitura obrigatória para quem quer conhecer, além da vida política da época, os hábitos e costumes de uma sociedade escravocrata dominada por sua elite ociosa.

Com vocabulário rico, estilo único e narrativa fluente capaz de prender a atenção do leitor, Setúbal consegue aliar o alto valor historiográfico de sua obra à extrema qualidade literária. Soma-se a isso dezenas de imagens da época, de pintores como Debret, e a nova edição produzida pela Geração Editorial torna-se indispensável na estante de quem procura conhecimento.


O LIVRO DAS HORAS DA PRAÇA DO FERREIRA

OBRA APRESENTA FOTOS DE JARBAS OLIVEIRA E TEXTOS DE JOSÉ MAPURUNGA


Foi lançado dia 03 de setembro, com o fotógrafo Jarbas Oliveira e o escritor José Mapurunga, no coração da Praça do Ferreira, o livro sobre a poética cotidiana do logradouro mais popular da cidade, repleto de histórias e personagens.

A mulher do cafezinho, o vendedor de algodão doce, os evangélicos, os jogadores de porrinha, o homem que descasca cocos com os dentes, a moça que passa lépida, os jovens comerciários, os velhos frequentadores. Figuras anônimas popularmente conhecidas, como o poeta Mário Gomes, o velho Valmir, o jornaleiro Paixão, o João Engraxate, o Nietzsche, o Deputado. Todos esses, que fazem o dia-a-dia do centro nervoso da cidade, estão nas páginas de “O Livro das Horas da Praça do Ferreira”, que percorre o local desde a “Matinas” (quando “a vida foi dormir e ainda não acordou”), até a madrugada seguinte (quando um “homem se dirige para o banco mais próximo, onde se senta, talvez à espera do amanhecer”).

Eles são personagens ilustrativos de uma excursão íntima que leva a assinatura de dois especialistas em diferentes linguagens: Jarbas Oliveira, fotógrafo com trabalhos impressos nos mais importantes veículos de comunicação do País, e José Mapurunga, premiado dramaturgo, roteirista, contista, poeta, cordelista e letrista de música. Neste trabalho de co-autoria, o escritor e o fotógrafo se apropriaram das horas canônicas – antigas divisões de tempo que serviam aos cristãos como diretrizes para as orações diárias – para falar das horas que passam e dos que passam pelas horas no cotidiano da Praça do Ferreira.

“Eu sou um frequentador antigo do local e em 1999 escrevi uma crônica baseada nas horas canônicas para mostrar um dia inteiro na praça, as pessoas e os sentimentos que rondam por lá”, explica Mapurunga. Dez anos depois, os textos se casam com o registro fotográfico de Jarbas Oliveira, para quem a maior dificuldade foi escolher 157 fotos dentre as 4.000 que bateu. “O interessante é que antes de fotografar, eu tinha lido apenas uma vez o texto, porque não queria me prender, mas depois vimos que as narrativas se comunicam e complementam”, ressalta Jarbas.

Para Mapurunga, que veio de Viçosa aos sete anos de idade, a Praça do Ferreira é o lugar de Fortaleza mais parecido com o interior. “Lá, inclusive, existe um banco que é dividido entre as pessoas de Viçosa e as de Quixadá”, comenta com o bom humor de quem conhece todas as horas da praça, sob diversos ângulos, no centro dela mesma e em seus arredores, que se derramam pela Pharmácia Osvaldo Cruz, a pastelaria Leão do Sul, o antigo Cine São Luís, o Excelsior Hotel, o Clube do Advogado, os restaurantes de comida rápida e as lojas fervilhantes de produtos variados.

Com 144 páginas, “O Livro das Horas da Praça do Ferreira” é patrocinado pela Prefeitura Municipal de Fortaleza, através da Secultfor, e foi desenvolvido em comemoração ao aniversário da Cidade. Na apresentação da obra, a jornalista e professora Beatriz Furtado resume o espírito que movimentou o projeto: “Saltando entre lá e cá, em meio a todas as coisas que são propriamente o mundo, a obra de Jarbas Oliveira e José Mapurunga se encontra em meio — da praça, das pessoas, das horas, do movimento, do esquadrilho do espaço, das vitrines, das bolhas de sabão, das rodas feirantes, dos escureceres. Em meio ao mundo cujas horas não respeitam os ditames dos relógios, nem as cronologias do passar”.

“O Livro das Horas da Praça do Ferreira” será doado a instituições públicas de cultura e bibliotecas. Todos os retratados na obra receberão um exemplar. Quem estiver na Praça do Ferreira durante o lançamento poderá também contemplar as imagens da edição projetadas em local de destaque do referendado logradouro.



O alquimista dos sons

Edições Sesc celebram obra do compositor suíço Walter Smetak


As Edições Sesc SP – que editam publicações que abrangem as áreas de cultura, artes, esportes, ciências sociais, educação e filosofia – e a Editora Perspectiva lançaram o livro ‘Walter Smetak: O alquimista dos sons’. O evento será marcado pela apresentação musical do Sonax - Coletivo de compositores e artistas sonoros, o Sonax desenvolve projetos e criações musicais integrando a música a outras linguagens artísticas, tais como: o cinema, o vídeo, o teatro e a dança. A partir da criação de plásticas sonoras feitas por Marco Scarassatti e instrumentos inusitados de Marcelo Bomfim, o grupo Sonax une esse processo ao da composição coletiva a partir da música improvisada e à manipulação eletroacústica (live eletronic) de Nelson Pinton. Haverá a participação especial de Lívio Tratenberg - que, além de celebrar o lançamento do livro em São Paulo, integra também o Programa Instrumental SESC Brasil.
Violoncelista, compositor, escritor, escultor e construtor de instrumentos musicais, o suíço Anton Walter Smetak (1913-1984) passou a viver no Brasil a partir de 1937, tendo lecionado na Universidade Federal da Bahia e influenciado toda uma geração de músicos brasileiros. Sua obra está em sintonia com as vanguardas estéticas do início do século XX, aproximando a produção artística e o conhecimento científico. Nesse contexto, destaca-se a importância de Smetak, que, a partir de pesquisas acústicas, concebeu instrumentos musicais com um caráter escultórico, por ele denominados “plásticas sonoras”.
A primeira parte do livro aborda a época de formação do artista e suas fases de transição: desde a Europa ao Brasil, do fazer musical para sobrevivência em seus primeiros anos no país ao trabalho puramente artístico, da lutheria à plástica sonora. Além de dedicar capítulos aos processos de criação, à composição e à improvisação smetakiana; a segunda parte procura estabelecer uma tipologia para as obras do artista, classificando-as em instrumentos de inspiração primitiva, cinéticos e coletivos.



Livro sobre o Caso Richthofen, de Ilana Casoy, é relançado pela Ediouro

Foram quatro anos de pesquisas e mais de 100 depoimentos colhidos por Ilana. Ela acompanhou o trabalho dos legistas, detalhando o depoimento dos envolvidos, descrevendo o exame da perícia na procura de evidências e participando da reconstituição do crime. Esta edição de O Quinto Mandamento – Caso de Polícia – O assassinato do casal Richthofen, que será lançado pela Ediouro, ganha prefácio escrito pelo advogado criminalista Alberto Zacharias Toron, que atuou representando a assistência de acusação no julgamento de Suzane Richthofen.

Munida de uma autorização judicial, Ilana Casoy foi a única civil a participar da reconstituição do crime. Conversou com aproximadamente 100 envolvidos na investigação entre advogados, policiais, juizes, promotores. Por intermédio dos peritos, tirou dúvidas com os próprios assassinos. Em um só fôlego, claro e objetivo como uma reportagem e com foco na perspectiva policial, a especialista nos mostra - como em séries policiais e filmes de suspense - a conturbada semana durante a qual as vítimas se transformam em acusados.

A autora descreve também o comportamento dos criminosos, do momento da confissão até a prisão.

A narrativa é explosiva e desconcertante ao tocar em algo que está impresso na memória coletiva da humanidade: Honrar pai e mãe, um mandamento bíblico.

O que levou, então, uma aplicada estudante de Direito, bonita e rica, a planejar o assassinato de seus pais e participar de cada etapa da elaboração do crime, prosseguindo sem hesitação até a aterrorizante noite fatal? O que fez o namorado dela, um rapaz também aparentemente normal, encabeçar o plano com a ajuda do irmão?

A primeira edição de O Quinto Mandamento foi lançada na época do julgamento dos três acusados, em 2006.

A obra é relançada agora porque nunca perdeu sua atualidade, pois pode ajudar na resolução de outros crimes, servindo como ferramenta para investigadores. Além disso, é prova contundente do efetivo trabalho da polícia diante dos poucos recursos disponíveis.

Cine Sobremesa com exibição gratuita de filmes no Sobrado dr. José Lourenço

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