segunda-feira, 7 de setembro de 2009

CINEMA

Sacha Baron Cohen incorpora Brüno, que após duas semanas chega aos cinemas de Fortaleza

Em entrevista, personagem se compara a Lady Di e revela suas preferências


Sacha Baron Cohen é um cara que se dedica aos próprios papeis. Depois de fazer o mundo rir com Borat - O Segundo Melhor Repórter do Glorioso País Cazaquistão Viaja à América, há pelo menos um ano ele é Brüno, repórter fashionista que quer se transformar no mais famoso austríaco depois de Adolph Hitler (nas palavras do próprio).

O personagem está nos cinemas com Brüno, "documentário" (na verdade uma ficção muito bem feita) que mostra suas peripécias. Nas telas, ele fala de assuntos como sexo e política sem qualquer tipo de restrição.

Olá, Bruno. Hoje você está muito sexy. Que marcas está usando?
Muito obrigado! Hoje, por exemplo, estou usando, na parte de cima, uma maravilhosa camiseta de seda azul da marca Balenciaga, um culote (espécie de calça de montaria) de veludo da Vivienne Westwood e no meu estômago "visto" o suado esperma de um garçom filipino chamado Cesar.

A "shopaholic" Becky Bloom, fashionista de Nova York, sabe se vestir? Melhor que a Isla Fischer?
Definitivamente Isla Fischer se veste melhor que a maioria dos australianos - o que não é muito difícil. Pessoas do país dela se vestem, basicamente, como americanos sem dinheiro. Eu fico pensando como os mendigos australianos saem por aí na rua. Não deve existir nada pior que isso. (A atriz Isla Fischer, mulher de Sacha Baron Cohen, não é australiana e sim de Omã. Ela se mudou para a Austrália aos 3 anos de idade e recentemente interpretou o papel da fashionista Becky Bloom nos cinemas).

Você também é louco por echarpes verdes, como Becky Bloom? Qual acessório é seu amuleto?
Eu não deixo minhas roupas no armário a ponto delas ficarem especiais. "Meu" filosofia fashion é cuidar das suas roupas como normalmente as pessoas fazem com seus bichinhos de estimação: você os ama por uma semana, depois os coloca num saco plástico e atira no rio.

Quais são suas aspirações na vida?
Eu quero me focar no trabalho social, que já tomou grande parte da minha rotina. Todo ano na Áustria, no "Dia do Santo Adolph", meu programa de caridade Funkyzeit paga um clareamento de dentes para 100 mendigos. Atualmente, estamos levantando fundos para mandar Sammy Kassaie, o produtor de moda "do" Pussycat Dolls, para Darfur. Ele vai transformar uma menina sortuda numa mulher sexy. Nada demais. (resposta recorrente de Brüno para várias perguntas).

Como Brüno lida com a fama?
Eu acho muito difícil. Na verdade, sou muito fechado, na minha. Não gosto de ficar falando sobre minha vida pessoal, como deixei muito claro nas minhas três autobiografias. Tenho muito medo que a fama me mate como fez com a Princesa Diana. Você sabe, eu e Di tínhamos muitas coisas em comum: eu também faço trabalho beneficente, sofro de bulimia e durmo com vários jogadores de futebol.

Brüno já disse que admira Adolph Hitler. Por quê?
Embora todos se lembrem de Hitler como o cara que criou os uniformes militares mais sensuais dos últimos 70 anos - competindo apenas com os uniformes dos comissários de bordo do Air Malaysia -, na minha opinião ele era meio sacana. Eu conheci o neto de um assistente pessoal do Hitler e, acredite, ele foi um verdadeiro tirano! Muito pior que o Elton John.

Você já teve uma noite de sexo inesquecível? Como foi?
Foi uma orgia que fiz com três astros de Hollywood, mas não posso dizer os nomes porque eles não saíram do armário e me confiaram um segredo. Como você está insistindo, posso te dar algumas dicas. Procure os envolvidos nos filmes "Bundudos e Furiosos", "Jerry Magay-er" e "Conan, o Homossexual" (referência aos filmes Velozes e Furiosos, Jerry Maguire e Conan, O Bárbaro, estrelados por, entre outros, Vin Diesel, Tom Cruise e Arnold Schwarzenegger).

Para você, o que é o amor verdadeiro e como saberá que o encontrou?
Eu conheci o verdadeiro amor pelo menos duas vezes em minha vida. Uma por sete minutos com Mili, da dupla Milli Vanilli, e depois com meu namorado atual, Diesel, que eu encontrei há 9 anos na Polinésia Francesa. Eu estava usando minha tanga ao pôr-do-sol, na praia, e coletando conchinhas quando avistei um lindo pigmeu. Na época ele trabalhava como o "passador" de óleo nos corpos dos rapazes de um hotel. Ele roubou meu coração, minha carteira e também meu kugelsack.

O que aconteceria se, no futuro, os homens pudessem engravidar? Tom Cruise teria um monte de filhos. Isso eu posso garantir.

Quais celebridades se vestem melhor?
Eu acho que a celebridade que se veste melhor no momento é Britney Spears. Você nunca sabe qual vai ser seu próximo look: gorda, careca, vadia, drogada, louca. É tão difícil acompanhar! E o mais mal-vestido é o Zac Efron. Eu gostaria de vê-lo usando minhas coxas como brincos e meu kugelsack em volta do pescoço.


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Animação 'Up - Altas Aventuras' promete mais do que cumpre

Em suas primeiras imagens, a animação Up - Altas Aventuras, é bastante promissora. Os 15 minutos iniciais são tão belos quanto criativos e cinematográficos.

Um garotinho vai ao cinema para assistir a um cinejornal sobre seu explorador preferido, Charles Muntz. Porém, quando este não consegue provar a existência de um pássaro raro, ele cai no ostracismo e some da mídia. O menininho, Carl Fredricksen, não se deixa abater. Conhece uma garota com os mesmo sonhos que ele, se apaixonam, se casam e vivem juntos por décadas - até a morte dela.

Em cinco minutos, o filme é capaz de comprimir com maestria meio século da vida dos dois personagens. A montagem, sem qualquer diálogo, conta apenas a história por meio de imagens de forma hipnótica e com ritmo preciso. Por isso, é uma pena que quando o prólogo acaba e o filme realmente começa, os diretores e roteiristas Peter Docter (Monstros S.A.) e Bob Peterson (roteiro de Ratatouille) mandam a criatividade e ousadia para a estratosfera e desenvolvem uma história burocrática com um vilão desnecessário e que não convence.

Carl cresce e se torna um velho rabugento e solitário cuja casa é um empecilho para os planos imobiliários de uma construtora, interessada em construir prédios no mesmo quarteirão. Quando finalmente parece que vai ceder e ir para um asilo, ele prende milhares de balões coloridos à chaminé de sua lareira e levanta vôo.

Quando está nas alturas, descobre que tem um passageiro non grato. Trata-se do pequeno gorducho Russel, um garoto hiperativo que precisa ajudar um idoso para ganhar um distintivo de Explorador da Vida Selvagem Sênior.

Como não há outra saída, Carl tem de levar o garoto com ele pois, afinal, já estão voando. Uma série de incidentes os leva até o objeto do velhote: pousar sua casa numa região paradisíaca da América do Sul, que ele e sua mulher sonhavam conhecer.

Docter e Peterson não têm limite de imaginação para o visual, criam uma floresta, cachoeiras e animais, como um pássaro raro de um colorido de encher a tela. No entanto, no campo da narrativa, eles estão presos às convenções preestabelecidas do padrão Disney, mesmo sendo uma produção da Pixar, que fez filmes como Procurando Nemo e Os Incríveis.

Primeiro: é necessário ter um vilão. Não importa como, não importa quem, mas num dado momento é preciso que um vilão surja na tela para ser um obstáculo ao herói. Aqui, eles resgatam Charles Muntz, que ficou perdido lá no primeiro rolo de filme.

Esse talvez seja o maior problema de Up - Altas Aventuras: o personagem e seu desenvolvimento soam tão fora de contexto que não fazem muito sentido. Ele é apenas uma necessidade burocrática para manter a história em movimento.

Cercado de cachorros falantes - graças a um dispositivo inventado por ele - Muntz vive pela obsessão de capturar o pássaro colorido e raro, a quem Russell deu o nome de Kevin. O vilão é uma espécie de Capitão Ahab - o louco obcecado pela cachalote-título de Moby Dick. Up - Altas Aventuras estreia em versões 35mm e 3D, todas dubladas em português. O humorista Chico Anysio faz a voz de Carl. Segundo a revista Variety, os óculos especiais diminuem em média 20 por cento da luminosidade de um filme. Talvez valha a pena assistir a uma sessão 'normal', que destacará o brilhos das imagens coloridas.


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Excessos atrapalham filme 'O Sequestro do Metrô 123'

Filme esté em cartaz no Multiplex UCI Ribeiro Iguatemi - clique e
confira a

Há alguns momentos no suspense O Sequestro do Metrô 123, que comprovam estarmos diante de um filme de Tony Scott. É quando a câmera gira. Num filme de Tony Scott, a câmera gira de todas as formas possíveis e imagináveis e, a cada novo trabalho, o diretor parece aumentar a lista de possibilidades para esse efeito. O problema é que há muito tempo esse tipo de artifício deixou de ser eficiente e passou a ser irritante.

Irmão mais novo de Ridley Scott, Tony chamou a atenção nos anos 1980 com Fome de Viver, mas ficou famoso mesmo em meados daquela década com Top Gang - Ases Indomáveis. Desde então, sua carreira andou na corda bamba dos filmes medíocres com cara de videoclipe.

É o caso de O Sequestro do Metrô. Trabalhando com um roteiro de Brian Helgeland (Sobre Meninos e Lobos), a partir de um romance de John Godey já filmado duas vezes - em 1974, por Joseph Sargent e, em 1988, numa produção para a TV por Félix Enríquez Alcalá - o diretor encontra uma desculpa para todos os seus tiques visuais de comercial de televisão.

Como o título já entrega, o filme é sobre o sequestro de um trem do metrô de Nova York. John Travolta (o eterno Tony Manero) é o vilão, Denzel Washington (O Gângster), mais uma vez é o sujeito comum que salva o dia bancando o herói. A trama, por si, não tem nada de novo, mas poderia manter a tensão não fossem os exageros visuais de Scott.

Walter Garber (Washington) é um controlador de tráfego do metrô que atende a ligação do sequestrador Ryder (Travolta), que tomou um vagão com passageiros e, em uma hora, começará a matar um por minuto se o seu pedido de resgate não for atendido. É uma corrida contra o tempo - e Scott parece levar isso a sério demais com sua câmera giratória e planos que duram um piscar de olhos.

Em meio a esse caos visual de fotografia estourada, cores saturadas, cortes rápidos e câmera frenética existe uma questão moral soterrada. O personagem de Washington é investigado por suborno e o de Travolta tem um passado que vai se revelando pouco idôneo também.

James Gandolfini (Tony Soprano) é o prefeito de uma Nova York pós-11 de Setembro, pós-Giuliani, na qual o dinheiro, mais do que nunca, manda e desmanda nos homens. Alguns aceitam as ordens por motivos nobres, outros, por pura ganância. Seria um comentário ácido - embora pouco original - não fosse o desvario ao qual O Sequestro do Metrô 123 se entrega antes mesmo de acabar a sequência de créditos iniciais.

As cenas de ação, especialmente aquelas que acontecem na superfície da cidade (e não no vagão sequestrado) são absurdamente exageradas e parecem planejadas apenas para aplacar a fome de Scott pelo caos.

Fosse feito alguns anos atrás, ainda no calor do 11 de Setembro, talvez O Sequestro do Metro 123 fosse mais palatável - ao menos para os nova-iorquinos. Agora, quase uma década depois do ataque terrorista, o filme se perde e fica girando em falso, como a câmera de seu diretor.


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Criança é capaz de maldades extremas em 'A Órfã'


Há quem diga que as crianças, por causa de sua ingenuidade, são capazes das maiores crueldades. E o cinema tem carimbado essa tese com exemplos como Damien, de A Profecia. Poderíamos também imaginar o que faria o bebê de Rosemary quando desse seus primeiros passos. Agora chega mais uma criança adorável para aumentar a lista de representantes do mal: Esther, a protagonista do terror A Órfã.

Esther é uma garotinha sem ninguém no mundo que cai nas graças de Kate (Vera Farmiga, de Os Infiltrados), uma ex-alcoólatra cujo terceiro filho nasceu morto e, por isso, decide adotar uma criança. Os problemas em casa não são poucos. O marido, John (Peter Sarsgaard, de Fatal), é meio desligado e ela se culpa pelo problema de audição de sua filha Max (Aryana Engineer), causado por um acidente.

Tentando dar um novo fôlego para a família, Kate encontra Esther num orfanato. A diretora da instituição mal consegue esconder sua surpresa e alívio pela adoção da criança (Isabelle Fuhrman). Por que será?

No início, a garota é educada, gentil e muito dedicada. Sua fala tem um leve sotaque, mas nada que atrapalhe sua compreensão. Sempre com roupas recatadas e uma Bíblia debaixo do braço, a menina sabe que é diferente e vive falando isso. Mas Kate, como mãe dedicada que é, explica para a nova filha que não há nenhum problema em não ser igual aos outros.

Mal sabe ela o que está para acontecer em sua casa. Esther fica amiga de sua nova irmã, mas é hostilizada pelo primogênito, Daniel (Jimmy Bennett). Em relação aos pais, ela tem atitudes estranhas e sempre aparece na hora em que eles estão tendo alguma intimidade.

Se isso é por acaso ou proposital, só mais tarde iremos descobrir. A verdade é que A Órfã, que começa de forma quase humorística, se torna bastante violento. Esther é capaz de muitas crueldades.

Kate passa a ser a única a desconfiar que Esther é má. Tudo terá uma explicação, em seu devido tempo, mas não peça plausibilidade. O efeito buscado aqui é mais a surpresa do que a veracidade.

Nos Estados Unidos, o filme causou polêmica, fazendo com que instituições especializadas temessem uma diminuição no número de casais que procuram orfanatos em busca de adoção. Uma frase ("Deve ser difícil amar uma criança adotiva mais do que seus verdadeiros filhos"), em especial, teve repercussão negativa e acabou sendo removida do trailer do filme.

Dirigido pelo espanhol Jaume Collet-Serra (A Casa de Cera), o filme combina todos os tiques básicos do gênero: ruídos abruptos, momentos de surpresa e música típica. Quem se destaca é Isabelle Fuhrman, no papel-título, capaz de provocar arrepios de medo e aflição.



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