Cacau Brasil ganha prêmio internacional
O artista receberá o Brazilian International Press Award na Flórida
Cacau Brasil acaba de ganhar o prêmio Brazilian International Press Award nas categorias Arte, Cultura e Comunidade da temporada 2008, sendo destaque como Show Brasileiro / Pop. Para receber o troféu “Newspaper Boy” o cantor estará no dia 08 de maio no Amaturo Theater, na Flórida, onde também fará um show, seguido à apresentação de Toquinho.
Um dos motivos que fizeram Cacau ganhar o prêmio foi a excelente receptividade da sua turnê nos Estados Unidos, quando se apresentou em sete cidades, divulgando o CD/DVD Acordes pro Mundo. Além de Cacau Brasil, outros brasileiros integram a lista do Brazilian International Press Award, entre os quais: Djavan, Leonardo, Aline Barros e Araketu.
A missão do Brazilian International Press Award é celebrar a Cultura e Imagem Positiva do Brasil e dos brasileiros no Exterior, através da premiação de personalidades, entidades e iniciativas individuais ou coletivas que sejam consideradas como merecedoras destes destaques. Mais informações: www.pressaward.com
O primeiro trabalho ao vivo do cantor, gravado em Fortaleza, foi lançado em 2008 e está repleto de participações especiais como Alceu Valença, Flávio Venturini, Ballet Oficial da Macedônia e os músicos senegaleses Alboury Dabo e Cherifo Sisokho. Acordes Pro Mundo é um compêndio dos três álbuns anteriores de Cacau e conta com canções como: Pele de Couro, Voa Guerreiro e História Linda.
A força das mulheres
Álbum reúne sucessos de cantoras como Joss Stone, Norah Jones e Alícia Keys
Coletânea que reúne musas do soul, jazz, indie, pop, R&B e country, o CD Mulher Internacional dá continuidade à série da Som Livre e traz, desta vez, sucessos de Norah Jones, Alicia Keys e Joss Stone, entre outras cantoras. No repertório, hits de queridinhas da cena musical atual como Feist, Kate Nash e Sara Bareilles, e duas das canções mais tocadas dos anos 90: como You’re Still The One, da canadense Shania Twain, e You Gotta Be, da inglesa Des’ree.
As cantoras que alcançaram o sucesso nos últimos anos são o destaque de Mulher Internacional. A americana Sara Bareilles conquistou as paradas mundiais em 2008 com a sarcástica Love Song – indicada na categoria “Música do Ano” no Grammy 2009. A canção, que faz parte da coletânea, foi composta por Sara em resposta à sua antiga gravadora e virou hit por aqui quando entrou para a trilha da novela Beleza Pura. Do outro lado do Atlântico, a ruivinha Kate Nash, com seu forte sotaque inglês, também garante espaço no álbum. Kate participa com Foundations (Paul Richard Epworth / Kate Nash), crônica de uma relação, que virou hit em 2007 e transformou a jovem numa das novas sensações do pop inglês. A cantora surgiu primeiro na rede social MySpace, seguindo os passos da conterrânea – e hoje amiga – Lily Allen, que contribui para a coletânea com Smile (Lily Allen / Iyiola Babalola / Darren Lewis / Jackie Mittoo / Clement Dodd), sucesso de 2006 que a catapultou ao estrelato.
O predomínio da nova safra de cantoras britânicas continua com canções de Corinne Bailey Rae, Joss Stone e KT Tunstall. Dona de uma voz suave e ao mesmo tempo marcante, a inglesa Corinne Bailey Rae surgiu em 2006 com sua mistura de soul, blues e pop. Entre as músicas de destaque está a doce Like a Star (Corinne Bailey Rae), que entra na coletânea. A jovem Joss Stone – considerada uma diva moderna do soul – também despontou logo no começo da carreira, aos 16 anos, com o lançamento do CD The Soul Sessions (2003). Seis anos depois, Joss continua entre as preferidas do público e aparece na coletânea com Baby Baby Baby (Daniel Pierre/ Jonathan Shorten / Joss Stone), do seu mais recente disco, Introducing Joss Stone (2007). A escocesa KT Tunstall marca presença com Suddenly I See – hit do primeiro álbum, Eye to the Telescope (2006), que apresentou a cantora ao mundo.
Das Américas, entram a canadense Feist e as americanas Norah Jones e Alicia Keys. Feist estourou em 1234 (Leslie Feist / Sally Seltman), do terceiro álbum solo, The Reminder. A canção, também na coletânea, virou hit depois de aparecer num comercial do iPod Nano. Apontada como uma das responsáveis pela renovação da música negra norte-americana, Alicia Keys lançou o primeiro álbum, Songs in A Minor, em 2001 e, desde então, não parou mais. Alicia entra em Mulher Internacional com a balada Like You’ll Never See Me Again (Alicia Augelo-Cook / Kerry Brothers), de As I Am (2007). A musa do jazz Norah Jones não podia ficar de fora, participando com a música Strange Transmissions (Peter Malick), gravada em 2000 ao lado do The Peter Malick Group, ainda antes de a cantora lançar seu prestigiado CD de estréia, Come Away With Me (2002).
Mulher Internacional também reserva espaço para grandes hits dos 90. Musa da música country, a canadense Shania Twain contribui com a romântica You’re Still The One (R. J. Lange / Eilleen Lange), enquanto a cantora inglesa de R&B Des’ree entra com You Gotta Be (Des'ree / A Ingram) – sucesso que ficou 80 semanas na parada da Billboard. *** 3 ESTRELAS / Bom
Violas de Bronze
Siba e Roberto Corrêa lançam CD
Os argentinos têm um termo para isso: maestro. Quando usado na vida cotidiana, ao referir-se a alguém ou cumprimentando este alguém com efusão, maeeeeestro não quer dizer o que entendemos por “maestro”. Nem é simplesmente “mestre”. É outra coisa.
Siba e Roberto Corrêa são, indiscutivelmente, maestros. Mestres cheios de paralelismos em vida & obra. Linhas paralelas que - contrariando a física que Roberto por anos ensinou como professor - acabaram se encontrando.
Com relação à academia: mestre Corrêa segue lá ensinando, mas agora não mais física. E sim viola - pioneiro que foi, na Escola de Música de Brasília, em criar a primeira cadeira dedicada ao estudo do instrumento. Apontado hoje por dez entre dez violeiros brasileiros como um mestre. Não o tratam assim só pelas aulas que dá.
Já Siba formou-se em música, no Recife, para esquecer (quase) tudo e ir em busca de um mestrado nada ortodoxo. O de ser reconhecido por seus pares da Mata Norte de Pernambuco - muitos deles pouco mais que alfabetizados - como mestre Siba. Mestre de maracatu rural, um dos mais jovens.
Paralelos de vida: ambos filhos da classe média, letrada e estabelecida, foram reencontrando ao longo da vida as raízes lá de seus avós. Os de Siba não eram músicos, mas tinham uma profunda relação com as tradições de poesia rimada do interior de Pernambuco. O de Roberto – e ele só descobriria isso quando já começava sua carreira na música -, era violeiro e cantador de modas de viola, folias e catiras (carreira interrompida numa emboscada, quando foi morto por causa de uma moda escrita contra os desmandos de um poderoso da região).
Pra completar os paralelos, ambos - Siba e Roberto -, empreenderam uma trajetória de sentido inverso: indo do mundão lá fora para os mundinhos mais íntimos do chamado “Brasil de Dentro”.
Os 10 anos de São Paulo e turnês por Europa e Japão com o Mestre Ambrósio (e novas tours, agora com a Fuloresta) só aumentaram a vontade do recifense em ter sua casa lá em Nazaré da Mata, e lá passar as possíveis noites vagas de sábado dançando e versejando nos maracatus da cidade.
Já Roberto há décadas corre mundo como solista de viola, mas é pra depois poder correr para os interiores desse Brasil, pesquisando seu instrumento, suas possibilidades, suas infinitas variações. E registrando-as em disco, como artista criador e intérprete releitor de tradições que é. Ou então em livros - que formam aos poucos um patrimônio inédito de saberes violeiros.
E aí esses dois se cruzaram na virada do milênio, em São Paulo. Foram oito anos até se materializar esse disco que você tem na mão. Um disco de fusão. De fusão de estilos de instrumentistas/compositores que criaram sua própria assinatura em cima de tradições estabelecidas. Levando-as a lugares harmônicos, melódicos e poéticos nunca dantes navegados – e quanto mais se conhece as raízes que sustentam as árvores de cada um, mais claro fica o nível de elaboração e arrojo de peças instrumentais como a dobradinha “Caninana do Papo Amarelo” e “Jararaca Chateadeira” (de Roberto) ou as canções “Casa de Reza” e “Da Espera”, de Siba.
Um Siba que canta em tons insuspeitadamente graves, em interpretações nunca antes tão suaves. E ainda retornando à seu primeiro instrumento: a guitarra elétrica, agora uma de sete cordas (duas duplas, três simples), inspirada na viola de repente sertaneja. Uróboro: a cobra morde o rabo do rapazinho que começou tocando Motörhead na Gibson SG.
Uróboro, que é o nome do disco em que, em 1994, Roberto Corrêa resumia suas intenções de violeiro. Intenções que, a cada disco, revelaram insuspeitas maravilhas não só do instrumento já clássico, de 10 cordas, quanto da sua parenta pantaneira - tão formosa e recatada quanto pobrinha de recursos: a viola de cocho.
Isso sem nem falar na rabeca de Siba, hoje presente até em produções hollywoodianas, projetando a tradição da Mata Norte a um padrão de referência mundial de excelência.
Ou na maravilha que é reunir, num mesmo disco, dois poetas populares, versejadores de tradições tão distantes quanto o maracatu de baque solto, e as cantorias de viola mineira ou pernambucana, em parcerias que buscam a possível síntese. *** 3 ESTRELAS / Bom
Música para “nanar”
“Hora de Nanar” reúne suaves melodias infantis de Alexandre Guerra e Michel Freidenson. Considerado um dos pianistas mais talentosos do cenário musical brasileiro, Michel Freidenson tem uma vasta carreira como produtor (mais de 70 discos no currículo), além se dedicar a composições de melodias infantis. Alexandre Guerra é arranjador e compositor de diversas trilhas sonoras, entre as mais importantes, consta a do longa-metragem infanto-juvenil “Castelo Rá-Tim-Bum”, além de documentários para a TV Cultura. O lançamento da Azul Music, “Hora de Nanar”, é uma coletânea de músicas delicadas, interpretadas em suaves arranjos para acalmar o bebê, músicas inspiradas para proporcionar um ambiente tranquilo e agradável para o pequenino dormir calmamente. *** 3 ESTRELAS /Bom
Para “viajar” com Buda
Azul Music lança mais um CD da série “Buddha Lounge”, referência do estilo lounge music
Referência do estilo lounge music no Brasil, a coleção Buddha Lounge lança seu sétimo álbum, “Buddha Lounge 7” (Azul Music). Caracterizada por uma combinação contemporânea de beats e texturas eletrônicas com sonoridades acústicas orientais, fórmula que tem encantado ouvintes no mundo todo, a série Buddha Lounge já alcançou a marca de 100.000 cópias comercializadas.
Explorando ritmos eletrônicos e sons orientais, o CD dá continuidade à ótima qualidade da série. Entre as faixas que merecem destaque estão: “Magical Chants”, “Ubud – The Heart of Bali”, do músico e produtor brasileiro Marcelo Gallo, e “Satori”, do músico e compositor Marsicano.
A combinação de vocais suaves com ritmos modernos cria um clima íntimo e misterioso; as diferentes sonoridades e a reunião de músicos de diversas partes do mundo mostram a diversidade cultural. É assim, com requinte e qualidade, que o álbum “Buddha Lounge 7” irá conquistar seus antigos admiradores e ganhar novos ouvintes. **** 4 ESTRELAS / Òtimo
Música da India
Álbuns reúnem as sonoridades e ritmos indianos
A India está mesmo na moda, e o Divirta-CE decidiu destacar dois ótimos lançamentos da Azul Music que acabam de ser lançados para os apreciadores da música indiana. Referência em diversos estilos musicais no Brasil e no exterior, Marcelo Gallo lança seu mais novo álbum, apenas com músicas inéditas: “Spirit Of India” traz músicas tradicionais indianas e mantras milenares, com ritmos pulsantes, acompanhada por instrumentos peculiares da Índia e instrumentos ocidentais, levando o ouvinte a uma viagem sonora, mágica e instigante.
Sonoridades eletrônicas, ritmos e grooves étnicos, somados a instrumentos e cantos tradicionais indianos, as melodias criam uma verdadeira celebração entre o ancestral e o moderno. Este álbum apresenta ainda a parceira de Dani Nathan e Gallo nas músicas “A Pray To The World”, “Om Eim Saraswatiyei Swaha” e “Narayana” .
Outro CD que vai na carona do sucesso da novela global “Caminho das Índias” é o álbum intitulado “India”, que reúne artistas nacionais e internacionais, com músicas tradicionais indianas e mantras milenares, com ritmos pulsantes, acompanhada por instrumentos peculiares da Índia e instrumentos ocidentais, levando o ouvinte a uma viagem sonora, mágica e instigante.
Sonoridades eletrônicas, ritmos e grooves étnicos, somados a instrumentos e cantos tradicionais indianos, as melodias criam uma verdadeira celebração entre o ancestral e o moderno. Suas músicas estão presentes em inúmeras coletâneas internacionais de sucesso e trilhas sonoras de filmes e novelas. A coletânea “India” reúne músicas dos artistas Gallo, Ratnabali, Karunesh, Edson X, Ma3, Marsicano e Sherazade. *** 3 ESTRELAS / Bom
Roberto Carlos: show no Maracanã transmitido pela Globo que vai virar CD e DVD no fim do ano
O primeiro show de Roberto Carlos no Maracanã será um dos pontos altos da comemoração dos 50 anos de carreira do cantor. A TV Globo, que transmitirá ao vivo a apresentação, com direção de Roberto Talma, informa que a data está praticamente fechada: 11 de julho. Cantar no estádio do Rio é um desejo antigo de Roberto, que já gravou o DVD "Pra Sempre" (Sony) no Pacaembu, em São Paulo. A programação completa das comemorações, impulsionada por patrocínios e uma grande campanha de marketing, deverá ser lançada em abril. Para o dia 19 do próximo mês, quando o artista completará 68 anos, está previsto um show em sua cidade natal, Cachoeiro de Itapemirim (ES). Uma apresentação do Rei ao lado de 14 cantoras brasileiras, no Teatro Municipal de São Paulo, neste ano, também será anunciada. Os festejos devem se encerrar em 19 de abril de 2010, no Radio City Music Hall (Nova York).
Na TV Globo, segundo disse o próprio Roberto no mês passado, em coletiva realizada durante o cruzeiro "Emoções em Alto-Mar", ele aparecerá em alguns programas ao longo do ano. Ainda não há informações sobre como será o tradicional especial de dezembro. O cantor estabeleceu como marco inicial da carreira seu primeiro contrato, como crooner da boate Plaza, em Copacabana, no Rio. A boate foi um dos lugares em que a bossa nova foi gerada, e Roberto cantava à moda de João Gilberto. Seu primeiro disco, "Louco por Você" (1961), foi marcado por essa influência, e Roberto nunca permitiu que ele fosse relançado.
Já se fala que "nenhum artista do mundo" teve uma comemoração como a que Roberto terá. Talvez a renovação, escassa na música, seja farta no business. O "Emoções em Alto-mar", por exemplo, cresce a cada ano e terá em sua sexta edição, em 2010, dois cruzeiros de quatro dias, num navio maior, com 1.500 cabines. Da versão encerrada este ano participaram 3.070 pessoas, que pagaram entre US$ 1.470 e US$ 4.330. Além de assistirem à habitual distribuição de rosas com Roberto em trajes de comandante de navio, 800 dos passageiros puderam acompanhar a entrevista coletiva. Não pouparam palmas, gritos e flashes após as respostas do ídolo. Em situação tão felliniana, era previsível que muitas perguntas fossem sobre a vida pessoal de um rei que já tratou em público de dores e amores. Além de negar que estivesse namorando ou se mudando para São Paulo --onde vive a suposta namorada de 24 anos--, corou ao dar a entender que "fica" com mulheres ("Vivo de acordo com a época. Todo mundo tem direito ao que é bom"). Questionado sobre amor entre homossexuais, o católico Roberto Carlos defendeu o casamento gay, mas de uma maneira não totalmente clara. "Todo ser humano merece a felicidade, desde que a felicidade dessa pessoa não signifique a infelicidade de outras. Se isso [o casamento gay] significa a felicidade das pessoas do mesmo sexo que se amam e não significa a infelicidade de ninguém, não vejo por que negar a eles essa felicidade."
Na TV Globo, segundo disse o próprio Roberto no mês passado, em coletiva realizada durante o cruzeiro "Emoções em Alto-Mar", ele aparecerá em alguns programas ao longo do ano. Ainda não há informações sobre como será o tradicional especial de dezembro. O cantor estabeleceu como marco inicial da carreira seu primeiro contrato, como crooner da boate Plaza, em Copacabana, no Rio. A boate foi um dos lugares em que a bossa nova foi gerada, e Roberto cantava à moda de João Gilberto. Seu primeiro disco, "Louco por Você" (1961), foi marcado por essa influência, e Roberto nunca permitiu que ele fosse relançado.
Já se fala que "nenhum artista do mundo" teve uma comemoração como a que Roberto terá. Talvez a renovação, escassa na música, seja farta no business. O "Emoções em Alto-mar", por exemplo, cresce a cada ano e terá em sua sexta edição, em 2010, dois cruzeiros de quatro dias, num navio maior, com 1.500 cabines. Da versão encerrada este ano participaram 3.070 pessoas, que pagaram entre US$ 1.470 e US$ 4.330. Além de assistirem à habitual distribuição de rosas com Roberto em trajes de comandante de navio, 800 dos passageiros puderam acompanhar a entrevista coletiva. Não pouparam palmas, gritos e flashes após as respostas do ídolo. Em situação tão felliniana, era previsível que muitas perguntas fossem sobre a vida pessoal de um rei que já tratou em público de dores e amores. Além de negar que estivesse namorando ou se mudando para São Paulo --onde vive a suposta namorada de 24 anos--, corou ao dar a entender que "fica" com mulheres ("Vivo de acordo com a época. Todo mundo tem direito ao que é bom"). Questionado sobre amor entre homossexuais, o católico Roberto Carlos defendeu o casamento gay, mas de uma maneira não totalmente clara. "Todo ser humano merece a felicidade, desde que a felicidade dessa pessoa não signifique a infelicidade de outras. Se isso [o casamento gay] significa a felicidade das pessoas do mesmo sexo que se amam e não significa a infelicidade de ninguém, não vejo por que negar a eles essa felicidade."
O novo CD e DVD de Verônica Sabino
Filha do escritor Fernando Sabino lança "Que nega é essa"
Ela não é dada a cronogramas, nem se liga em cronologias, mas logo no primeiro disco solo, Verônica Sabino já carimbava sua profissão de fé no título - “Metamorfose”. Lançado em 1985, ele atestava, a partir da célebre composição de Raul Seixas, que a nova cantora preferia trafegar na contramão estética, do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo. E é esse trajeto de aprendizados e descobertas, onde ela sempre se deixou levar pela intuição, que é revisitado no CD/DVD “Que nega é essa”, com direito a inéditas. Um timaço instrumental formado por Sérgio Chiavazzoli (produção e violões), Marcos Suzano (ritmo), Pedro Braga (violões) e Marcelo Caldi (piano e acordeom) alicerça o trabalho. E como se trata de Verônica, o retrovisor também aponta para frente, com inéditas e músicas alheias que ela nunca tinha gravado antes.
Tudo começou quando a estudante de música da Pró-Arte percebeu que o coral informal dos colegas era mais atraente que as aulas eruditas. E tomou o atalho. Em pouco tempo o coral recebeu a alcunha de Desbundeto e profissionalizou-se como Céu da Boca. “Foi uma vida longa e intensa. Descobri o palco e a troca musical”, lembrou na entrevista que acompanha o DVD. Além de uma carreira própria com discos gravados em seu nome, o grupo fazia participações nos discos de outros artistas como Nara Leão, Olívia Hime, Kleiton & Kledir. Só que o motorzinho da metamorfose já estava ligado. E ela começou a examinar as canções sob um ponto de vista individual: “Como eu cantaria essa música?”, perguntava-se. Levou as questões ao diretor artístico da gravadora do grupo na época, o compositor Roberto Menescal. Ele a encaminhou ao estúdio, para fazer uma demo. “Vamos ver agora se você sabe cantar ou não”, decidiu ele. E a filha do pianista cujo sonho era ser baterista de jazz, mas ficou consagrado como o grande escritor Fernando Sabino, sabia. E não parou mais.
Trafegou da MPB clássica ao pop/rock mais deslavado, mas sem nunca derrapar no banal. Se admite alguma imaturidade no início, é verdade que esses rascunhos afiaram seu gume estético. Como em “Vênus” (1995) quando ela se questionava sobre os signos feminino e masculino, e resolveu gravar um repertório assinado apenas por mulheres. Dele, Verônica repesca a Adriana Calcanhotto de “Tardes” (“é quase inédita, não foi trabalhada”), a pioneira Chiquinha Gonzaga de “Lua branca”, acoplada à rara e atualíssima Maysa, de “Rindo de mim”. Verônica teve sua fase de estourar música na novela, como ocorreu com “Todo Sentimento” (Cristóvão Bastos/Chico Buarque), que “Vale tudo”, da TV Globo, se encarregou de propagar aos quatro ventos. A canção está de volta ao tempo da delicadeza que pede a letra no novo CD/DVD. “Peito vazio” (Cartola/Elton Medeiros), outro cristal fino, saiu de “Verônica” (anterior a “Vênus”), disco afirmativo que gravou, encerrada a fase feérica das novelas.
Do vanguardista e audacioso “Novo sentido” (1997) são o tenso “O beijo salvador” (Herbert Vianna), “Não se afasta de mim” (Celso Fonseca), em tratamento mais suingado e o baião incandescente “Rosa que me encanta”, permeado por bottleneck, com a participação de um dos autores, Rodrigo Maranhão. Mesmo uma coletânea como “Passado a limpo” (1999), trazia inéditas. Como “Lágrimas e chuva” (Leoni/George Israel/Bruno Fortunato), que Verônica tira do clima “rock de bermudas” (nada contra), do Kid Abelha inicial, para um aprofundamento da letra, típica de canção desesperada, como a clássica “Saia do caminho” (Custódio Mesquita/Ewaldo Ruy). O disco “Agora” (2002), além do título afirmativo inaugurava a assinatura autoral de Verônica, a partir da faixa principal, que volta em releitura no CD/DVD. Ela rebobina seu início como compositora:
“Comecei a estudar violão e também piano, com o Antonio Adolfo. Papai dizia que uma pessoa que canta deve saber algum instrumento. Estava harmonizando uma melodia no violão e fiquei na dúvida. Será que eu fiz uma música?”. Nascia “Agora”, que seria sucedida por outras como “Túnel do tempo” e “Rewind”, entre as incluídas no projeto. Vale observar que além de boa artesã melódica, VS domina o texto fluente e necessariamente sedutor do pop. Algo que só parece fácil para quem não sabe.
Para aventurar-se nas parcerias (“fazia tudo sozinha”), Verônica teve que exercitar-se nas artes do desapego. Ofereceu o tema musical de “Blues em braile” para Zeca Baleiro (“ele gosta de blues”) e a parceria saiu na medida. Nas latitudes da seleção, há ainda do samba maduro ao gaúcho Vitor Ramil. Dele, gravou “Invento” e “Longe de você”. “Eu o considero um dos grandes compositores da nossa música”, elogia. “Escolhi duas músicas dele que nunca havia cantado”. Temperado por novidades e revisitas, “Que nega é essa”, é um retrato de corpo de inteiro de uma artista completa. Como o título benjoriano, não semeia interrogações mas certezas. Chegou a hora de Verônica. *** 3 ESTRELAS / Bom
Compositora de sucesso e cantora, Liah lança novo álbum pela Som Livre
Quando lançou seu primeiro disco em 2004, Liah já era uma compositora de sucesso. Sua habilidade em escrever melodias interessantes e surpreendentes já havia chamado a atenção de muitos artistas e críticos do meio musical, tornando-a uma unanimidade entre os que a ouviam. Suas composições chegavam aos artistas através de “demos” que ela mesma gravava, e sua voz despertava em todos uma curiosidade em saber quem era aquela menina tão talentosa, que cantava, compunha e tocava tão intuitivamente.
E foi assim, através do sucesso de suas demos, que surgiu o primeiro contrato com uma grande gravadora. Cantora, compositora e musicista, sua voz chegou ao grande publico com as baladas Garotas choram demais (primeiro single a tocar nas rádios de todo o Brasil) e com a doce Poesia e paixão. Logo veio o convite do cantor italiano Tizziano Ferro para o duo na musica Sere nere, do seu disco que seria lançado no Brasil e América Latina pela EMI. Após lançar o segundo disco Perdas e Ganhos, com musicas que fizeram parte da trilha das novelas Malhação e Alta Estaçao, Liah se muda para a cidade do Rio de Janeiro e inicia uma nova experiência de intercambio cultural com músicos cariocas.
Desse laboratório musical que Liah se imergiu, surge o terceiro e mais completo trabalho dessa artista. Unindo varias influencias, “Livre” é o tipo de disco que não sai da disqueteira por surpreender a cada vez que se ouve. Com uma sonoridade refrescante e autêntica, o disco mescla pop, rock, MPB, e folk de uma forma relaxada e despretensiosa. Com baterias muito suingadas, arranjos criativos e performances vocais incríveis de Liah, ele promete conquistar os ouvintes de varias vertentes.
Alçando novos vôos, Liah assina a produção do disco juntamente com Dan Sebastian (parceiro e grande colaborador da concepção dessa nova etapa na vida de Liah), nas palavras dela: “é o primeiro disco em que consegui expressar e misturar todas as minhas influencias musicais da maneira mais livre possível”. Com sua veia popular, Liah consegue fugir do óbvio em suas composições, ao criar caminhos melódicos ricos em harmonias elaboradas. O fato é que a paixão da artista pela cidade do Rio de Janeiro fica explicita quando ela inclui no repertorio sua musica Segue devagar, dedicada a essa cidade “cheia de cores e contradições”, como a mesma a descreve. Liah também nos brinda com uma primorosa regravação de Antonio Marcos: Eu não vou deixar você tão só, que faz parte da trilha da novela Três Irmãs da rede Globo. *** 3 ESTRELAS / Bom
“Brasil afora” com Paralamas
Novo CD da banda tem participações especiais de Stephane San Juan, Carlinhos Brown e Zé Ramalho
Vinte e sete anos de carreira e 12 álbuns de estúdio dão segurança a qualquer banda. “Brasil afora”, novo disco dos Paralamas do Sucesso (primeiro de inéditas desde Hoje, de 2005), bem reflete isso. É um disco alegre, despretensioso e que, sem querer inventar a roda, traz a assinatura inconteste de Herbert Vianna, Bi Ribeiro e João Barone. Vindos de um bem-sucedido projeto revisionista (a comemoração de 25 anos de banda ao lado dos Titãs) e sem o fantasma do acidente de Herbert, o trio se mostra plenamente confortável com seu status nos dias de hoje.
O projeto gráfico foi inspirado nos dizeres que aparecem na parte posterior dos caminhões. O disco foi gravado em Salvador e Rio de Janeiro. Além da canção-título, há outras que fazem referência a diferentes regiões do país, caso de Mormaço (“Está lá ao deus-dará/ Na costa da Paraíba”) e Taubaté ou Santos. A sonoridade também é diversificada. Se nos trabalhos mais recentes – caso de Longo caminho (2002), o primeiro álbum da banda lançada pós-acidente de Herbert – era o rock quem ditava as regras, agora o grupo desacelerou. Nas 11 canções, o que se ouve é reggae e pop com algumas referências mais regionais. Há algumas exceções, caso de Brasil afora (a mais pesada do disco) e Aposte em mim (pop rock palatável de refrão forte).
O hiato entre Hoje e o novo disco foi maior (de uma maneira geral, os Paralamas lançam disco a cada dois anos) devido ao projeto com os Titãs. Tanto por isso, Brasil afora começou a ser trabalhado no início de 2007, sendo interrompido pouco tempo mais tarde. Foi retomado no início de 2008. Na época, o trio resolveu chamar Carlinhos Brown para uma nova parceria depois da bem realizada Uma brasileira (1995).
“Como fomos tocar com os Titãs na Bahia, o Brown convidou a gente para gravar no estúdio dele (Ilha dos Sapos, no Candeal). Nunca tinha ido lá, é um salão inteiro sem separação com a parte técnica e com instrumentos pendurados para todo lado. Resolvemos gravar lá, pois aí poderíamos nos dedicar somente ao disco. Não havia conta, babá, empregada em que pensar”, revela Bi Ribeiro. As bases foram registradas em Salvador em somente uma semana. No Rio, ficaram apenas metais e teclados, gravados no estúdio de Liminha, que mais uma vez produziu os Paralamas.
Outras participações no disco foram de Stephane San Juan (percussão em El amor, versão de Herbert para El amor después del amor, de Fito Paez), Carlinhos Brown (em Sem mais adeus, dele e Alain Tavares) e Zé Ramalho (em Mormaço).
Público renovado, “Brasil afora” é o álbum dos Paralamas que mais tem canções de terceiros. Carlinhos Brown ainda comparece com outra faixa, Quanto ao tempo (dele e Michael Sullivan); Arnaldo Antunes assinou a letra do primeiro single, A lhe esperar (com música de Liminha). É também o álbum mais curto da banda (não passa dos 33 minutos). Sinal dos tempos, conforme afirma Bi Ribeiro. “Atualmente é difícil ouvir um disco inteiro. Quinze músicas são um desperdício. Com meia hora, fica mais fácil ouvi-lo de uma tacada só”, explica Bi.
A reunião comemorativa com os Titãs para celebrar os 25 anos de cada uma das bandas rendeu mais do que os Paralamas imaginavam. O CD e o DVD foram lançados em 2008 e os dois grupos têm shows agendados até julho. A passagem da turnê por Fortaleza será no próximo dia 13 de março, no Siará Hall. **** 4 ESTRELAS / Ótimo
Tributo pelos 50 anos de Cazuza
Em 1º de maio de 2008, um show na Praia de Copacabana, no Rio de Janeiro (RJ), juntou artistas como Ângela RoRo, Caetano Veloso, Leoni e Ney Matogrosso para celebrar com quase um mês de atraso os 50 anos que Cazuza (1958 - 1990) teria completado em 4 de abril de 2008 se não tivesse saído precocemente de cena em 7 de julho de 1990. O registro ao vivo do show está sendo editado pela gravadora Som Livre em CD e DVD intitulado Tributo a Cazuza - Ao Vivo na Praia de Copacabana. O CD (capa à direita) reúne 14 números do espetáculo, inclusive seus melhores momentos: a ótima performance roqueira de Caetano em Maior Abandonado, a empolgante abordagem de Malandragem por Ângela RoRo e a participação de Ney Matogrosso em Por que a Gente É Assim? e Pro Dia Nascer Feliz, música que foi bisada no encerramento do tributo com a reunião de todos os artistas. A propósito, este número final entrou somente no DVD, que exibe 21 números do show (clique aqui para ler a resenha de Notas Musicais). Detalhe: a canção Minha Flor, meu Bebê - entoada por (sensível) Caetano Veloso - não entrou no CD e tampouco no DVD. *** 3 ESTRELAS / Bom
U2 em CD, internet e celular
Banda lança novo trabalho em diversas mídias
A banda de Bono Vox parece ter se adequado aos novos tempos. Simultaneamente ao lançamento físico, “No Line on the Horizon” estará disponível nos celulares da linha Motorokr, uma parceria da Universal Music com a Motorolla para toda a América Latina. O telefone conterá as 11 músicas do disco, uma faixa exclusiva para os celulares, o clipe de “Get On Your Boots” e papéis de parede da banda.
O trabalho de criação do novo álbum se iniciou em Fez, no Marrocos, onde o grupo alugou uma propriedade tradicional do lugar e a transformou em um estúdio de gravação provisório. Este período insinuou ao Bono que o álbum teria muitas influências hipnóticas, com algumas músicas contendo sons do Norte da África e Marrocos. Após esse período, o U2 também gravou em seu próprio estúdio, em Dublin, no New York’s Platinum Sound Recording Studios e no London's Olympic Studios.
Em junho de 2008, enquanto a banda gravava em Dublin, Bono afirmou: “Cansei de (compor) em primeira pessoa, então inventei personagens: um guarda de trânsito, um drogado, um soldado servindo no Afeganistão”. No álbum, o drogado, por exemplo, aparece na faixa “Moment of Surrender”. O produtor Brian Eno conta que “exceto algumas edições e o cello na introdução, a música aparece no álbum exatamente como aconteceu na primeira e única vez que foi tocada”.
“No Line on the Horizon” chega às lojas brasileiras em quatro embalagens diferentes: Standard, com um booklet de 24 páginas; Digipak, contendo booklet de 32 páginas, pôster e acesso para download do vídeo exclusivo "Linear", de Anton Corbijn; Revista + CD, uma edição limitada com 64 páginas de imagens e entrevista exclusiva concedida à jornalista Catherine Owens; e no formato Box, uma caixa especial contendo o álbum digipak, o DVD do filme de Anton Corbijn, um livro capa dura de 64 páginas e um pôster.
Segundo o outro produtor, Daniel Lanois, o som do novo álbum surpreende, assim como aconteceu com o álbum “Achtung Baby” de 1991. “Acredito poder dizer com segurança que este é um dos maiores e mais inovadores álbuns do U2”, disse. Steve Lillywhite, que se juntou à banda no estúdio um pouco mais tarde para ajudar nos toques finais do álbum, disse ao DJ Irlandês Tony Fenton, que este seria de longe o melhor trabalho da banda. **** 4 ESTRELAS / Ótimo
Na trilha de "Caminho das Índias"
CD nacional da novela traz músicas antigas e poucas novas
A trilha nacional de Caminho das Índias é feita, como a trama, de temperos culturais os mais diversos. Pop rock, bossa nova, romantismo, misticismo e até música indiana – da abertura da novela - combinam-se no álbum que apresenta fartas 20 faixas trazendo clássicos da MPB e muito da produção original lançada recentemente.
Abre o álbum a canção Beedi (Vishal Bharadwaj / Gulzar) na voz do premiado cantor indiano Sukhwinder Singh, que desde 1999 é sucesso graças a músicas para trilhas de filmes de Bollywood. Ele divide a música com outra cantora também conhecida pelo grandioso cinema local, Sunidhi Chauhan, de 25 anos. Especiais também são as gravações de Nando Reis e Nana Caymmi, exclusivamente encomendadas para o disco. Nana gravou com Erasmo Carlos a canção Não se esqueça de mim (Roberto Carlos/ Erasmo Carlos), que integra o lançamento do próximo CD da cantora pela Som Livre. Nando Reis, o autor do hit cheio de referências astrológicas O segundo sol, deu toques indianos à canção da dupla Paulo Coelho e Raul Seixas, Eu nasci há dez mil anos atrás. Zé Ramalho, na versão de Blowin in the wind, de Bob Dylan, O vento vai responder, faz parte do “núcleo” místico da trilha com o tema Alma, (Arnaldo Antunes / Pepeu Gomes), na voz de Zélia Duncan.
A produção nacional inédita é retratada em cinco faixas. A começar por Para-raio, de Skank, terceira música do CD Caminho das Índias e primeira faixa no novo trabalho dos mineiros, Estandarte. Os cariocas Marcelo D2 e Zeca Pagodinho apresentam os novos singles. Respectivamente Ela disse (Marcelo D2 / Mauro Berman), com Thalma de Freitas - trabalho do disco Arte do Barulho, lançado do final de 2008; e Uma prova de amor (Toninho Geraes / Nelson Rufino) do novo CD homônimo de Zeca – que quebra o jejum de dois anos sem gravar inéditas. É de Lenine a inconfundível Martelo Bigorna, que abre o álbum Labiata, de 2008.
Fiel à obra dramatúrgica, o CD espelha até o lado social da assinatura de Glória Perez trazendo a canção Sufuco da vida (Hamilton de Jesus / Alexandre Machado) do grupo Harmonia Enlouquece, surgido nos encontros de convivência de pacientes do Centro Psiquiátrico Rio de Janeiro.
O revival fica a cargo de Gilbelto Gil com o reggae Vamos fugir (Give me you love) (Gilberto Gil / Liminha); Angela Ro Ro na romântica Amor, meu grande amor (Ana Terra / Angela Ro Ro); e o inesquecível Gonzaguinha em Feliz (Gonzaguinha). Mais antigas são Dois pra lá, dois pra cá (João Bosco / Aldir Blanc na voz de Elis Regina e Até quem sabe (João Donato / Lysias Enio) com Nara Leão. Paula Toller está com Nada por mim (Herbert Vianna / Paula Toller). ** 2 ESTRELAS / Razoável
Segundo volume da trilha mista de "Três irmãs"
Nomes como Little Joy, Adriana Calcanhoto, Coldplay e Madeleine Peyroux estão no CD
A mistura de artistas nacionais e internacionais de diferentes estilos invade novamente as areias da novela Três Irmãs e a segunda trilha sonora que a Som Livre lança esse mês. Três Irmãs Vol.2 traz desde Little Joy, O Rappa, Marcelo D2 e Adriana Calcanhoto, até a franco-americana Madeleine Peyroux, o showman canadense Michael Bublé e o grupo inglês Coldplay. As canções – novos hits e regravações de sucessos – passeiam pelo rock, pop, romântico, entre outros gêneros.
Reflexo da mistura de nacionalidades e influências que toma conta da trilha de Três Irmãs, o Little Joy – projeto paralelo dos brasileiros Rodrigo Amarante (Los Hermanos) e Fabrizio Moretti (The Strokes), junto com a americana Binki Shapiro – marca presença com a “ensolarada” Brand New Start (Fabrizio Moretti / Rodrigo Amarante / Binki Shapiro). A música, do disco Little Joy – lançado no Brasil pelo selo SLAP -, é sucesso em todo o país.
Também no grupo de artistas consagrados que apresentam músicas de seus últimos trabalhos, estão Marcelo D2, O Rappa e Adriana Calcanhoto. Marcelo D2 chega cheio de suíngue com Desabafo (Marcelo D2 / Nave) – música que usa como refrão um sampler da voz da cantora Claudia no samba Deixa Eu Dizer (Ivan Lins / Ronaldo Monteiro Souza), de 1973. O Rappa participa da trilha com Meu Mundo é o Barro (Marcelo Falcão / Xandão / Marcos Lobato / Marcelo Lobato / Lauro Farias), do disco Sete Vezes (2008), enquanto Adriana conta com a participação especial de Moreno Veloso na singela Um Dia Desses, do CD Maré (2008). A música é resultado do trabalho do produtor, cantor e compositor Kassin, que musicou os versos do poeta tropicalista Torquato Neto.
Um dos maiores cantores de música pop do Brasil, Lulu Santos mostra mais uma vez por que continua sendo um dos colaboradores preferidos das trilhas de novelas. Em Três Irmãs Vol.2, Lulu participa com o hit De Repente, Califórnia – composto em parceria com Nelson Motta para Tempos Modernos (1982), primeiro disco do cantor. A faixa não é a única que o público já sabe cantar “de cor e salteado”: Três Irmãs Vol.2 traz regravações para grandes hits nacionais e internacionais. A roqueira Pitty regravou, especialmente para a novela, um dos maiores sucessos do rock brasileiro nos anos 80: o hit do Ultraje a Rigor, Nós Vamos Invadir Sua Praia (Roger). Já a cantora mineira Marina Machado – mais conhecida por sua parceria com o “padrinho” Milton Nascimento – interpreta Grilos, de Erasmo Carlos e Roberto Carlos. A dupla Cídia e Dan entra no álbum com When I Fall In Love (Victor Young / Edward Heyman), sucesso dos anos 50, enquanto Ronaldo Canto e Mello e Ed Wilson cantam os clássicos românticos I’ve Got You Under My Skin – de Cole Porter – e Love Me Tender (Matson / Elvis Presley), respectivamente.
De águas internacionais, o canadense Michael Bublé, que ganhou fama dando nova roupagem ao standards americanos e mediando as relações entre o jazz e o pop, participa com Sway (Pablo Beltran Ruiz - Vs. Norman Gimbel) – versão para a música Quien Será. A franco-americana Madeleine Peyroux canta J’ai Deux Amours (Due Amori) (Scotto/Konyn/Varna) – canção francesa de 1930, conhecida na voz de Josephine Baker.
Vale destacar a predominância dos britânicos, que emplacam cinco faixas em Três Irmãs Vol. 2. Um dos grupos ingleses de maior sucesso da última década, o Coldplay entra com Lovers In Japan (Guy Berryman / Jonny Buckland / Will Champion / Chris Martin), do álbum Viva La Vida or Death and All His Friends (2008). O quarteto inglês de pop rock McFly – fenômeno entre os adolescentes do mundo inteiro – também entra na trilha com Do Ya (Tom Fletcher / Danny Jones / Dougie Poynter / James Bourne. O conterrâneo James Morrison pede passagem com a voz que transpira soul para a balada You Make It Real (Paul Barry / James Morrison). Além do sucesso e da nacionalidade, as cantoras escocesas KT Tunstall e Amy MacDonald têm em comum o fato de serem autodidatas no aprendizado do violão e comporem as próprias canções. Mais conhecida no Brasil pelo hit Suddenly I See, KT entra na trilha com a faixa Little Favours. Amy contribui com Mr. Rock ’n’ Roll. *** 3 ESTRELAS / Bom
Som Livre lança segundo CD do produtor do funk Dennis DJ
Coletânea reúne nomes como MC Marcinho, Mr Catra, MC Leozinho e MC Buchecha
Do Norte ao Sul do Brasil, o funk já virou febre – tanto nas favelas quanto no asfalto -, e arrasta um público cada vez maior para os “bailes” e boates. Após o sucesso do primeiro álbum, Som do Galerão, o produtor número 1 de funk no Brasil, Dennis DJ, e a Som Livre se unem mais uma vez para apresentar os hits do momento no CD Som do Galerão – Funkirado.
O álbum leva o nome do programa diário apresentado por Dennis DJ na rádio BEAT98 (FM 98,1 MHz), do Rio de Janeiro. DJ veterano dos bailes e estúdios, Dennis descobriu e produziu sucessos como Bonde do Tigrão, MC Sapão e Tati Quebra Barraco. São de sua autoria hits como Um tapinha não dói e Dança da Motinha. Na coletânea, ele reúne nomes conhecidos da “massa funkeira”, como os MCs Marcinho e Buchecha, Mr Catra, e a nova turma, representada por MC Buiú, Dandara, Tati e as Gulosas, entre outros.
A galera fã do batidão vai dançar ao som de 25 canções, entre elas: Vuco Vuco, do Mr Catra; Quer Mexer (Ela Quer Dançar) (S. Farias), do MC Naldo; e Kika Kika no Calcanhar, do MC Koringa. MC Marcinho continua emplacando um hit atrás do outro e entra na coletânea com a música Favorita. Outros que dispensam apresentações são os MCs Leozinho e Buchecha, que cantam juntos Miragem (Leozinho / Fábio Muralha).
Os novos nomes do funk também garantem espaço no álbum! MC Buiú emplaca Relaxa e Quica e Aquecimento das Panteras, enquanto DJ Byano canta o Funk du Pica Pau. Os grupos femininos também não podiam ficar de fora! A Jaula das Gostozudas – formado por ex-integrantes da Gaiola das Popozudas – e Tati e as Gulosas aparecem com Tá Faltando Homem (San Danado) e Não Solta Não (Dj 17), respectivamente.
O CD ainda traz muitos outros funks que prometem agitar o verão, além de reservar uma surpresa: Sérgio Mallandro entra na onda do funk e emplaca a Dança do Jumento, em parceria com Dennis DJ. A Montagem do Galerão, feita por Dennis com as participações especiais de MC Buiú e MC Tan, fecha a coletânea. O Som do Galerão – Funkirado é garantia de animação para todos os “bailes” e festas. ** 2 ESTRELAS / Razoável
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