Exposição “Viva o Cego Aderaldo”, de Liara Leite, chega ao Theatro José de Alencar
De 1º a 08 de junho, as obras estarão nos jardins do TJA, durante a realização do Cine Ceará
Com o objetivo de dar maior notoriedade acerca da vida de um dos maiores cantadores e poetas nordestinos, entra em cartaz a exposição “Viva o Cego Aderaldo”, assinada pela artista Liara Leite. Cerca de 22 peças recriam passagens da vida de Aderaldo Ferreira de Araújo, que se tornou nacionalmente conhecido como Cego Aderaldo.
Liara Leite molda no barro com sensibilidade e arte, de uma forma nova e criativa, avançando em cima da herança deixada pelos mitos culturais. Apaixonada por culturas tradicionais do Nordeste, em suas exposições já abordou temas como o Padre Cícero, o Cangaço, o Bumba meu Boi e manifestações sertanejas. Considerada a maior ceramista do Estado, o interesse pelo mito Cego Aderaldo rendeu a reinvenção, no barro, da história desse ícone popular.
“Liara é uma artista que faz tudo com a paixão, e este sentimento é expresso na ‘aura’ que adquire cada peça modelada, durante dias e dias, no saber da natureza do barro e dos segredos do fogo, na construção da arte que, se tem muito de luz, mais ainda tem de sombras e de inconscientes”, comenta Rosemberg Cariry, cineasta e curador da exposição.
A exposição “Viva o Cego Aderaldo”, ao lado do documentário “Cego Aderaldo: O Cantador e o Mito”, de Rosemberg Cariry, que será exibido também no Theatro José de Alencar no dia 03 de junho, e os livros “Eu sou o Cego Aderaldo”, autobiografia do famoso cantador, e “Cego Aderaldo – O homem, o cantador e o mito”, também de Cariry, chegam para resgatar a história e ressignificar o mito do Cego Aderaldo, para que os cearenses e os brasileiros tenham viva a memória de um herói no qual possam se espelhar.
Sobre o Cego Aderaldo, por Rosemberg Cariry:
“De todos os cantadores e repentistas do Nordeste brasileiro, em todos os tempos, nenhum gozou da fama e do prestígio de Aderaldo Ferreira de Araújo, o popular Cego Aderaldo. A história desse homem, poeta, trovador, músico, projecionista de filmes, empresário, negociante, cantador e apologista dos cantadores nos grandes centros urbanos, cuja beleza da voz, inteligência e a agilidade no improviso de versos, nunca encontraram desafiantes à altura, é testemunho comovente da superação das contingências da vida e dos limites sociais impostos pela pobreza; um luminoso exemplo da grandeza humana.”
“A fama do Cego Aderaldo iria encontrar eco em todo o Norte/Nordeste e se ampliaria no Sudeste do País, com a divulgação dos jornais, rádios e televisão das suas cantorias em ambientes intelectuais, nas muitas viagens que realizou, em companhia do jornalista, poeta e cantador Rogaciano Leite, a partir de 1949. A imprensa alimenta o mito do Cego Aderaldo, como a ‘lenda viva’ do sertão e o maior de todos os cantadores.”
PEÇAS EXPOSTAS
01 - Cego Aderaldo e Angelina - Noivos.
02 - Cego Aderaldo cega aos 18 anos e recebe um bandolim, de presente, das mãos de Angelina, sua primeira e única namorada.
03 - Cego Aderaldo em roupa domingueira.
04 - Cego Aderaldo toca rabeca na feira.
05 - Aderaldo viaja pelo sertão em busca de cantorias.
06 - Cego Aderaldo canta para Lampião nas lonjuras dos sertões.
07 - Cego Aderaldo toca viola nas proximidades da pedra da Galinha Choca.
08 - A peleja de Cego Aderaldo com Zé Pretinho do Tucum.
09 - A peleja de Cego Aderaldo com o índio Azuplin, no Pará.
10 - Cego Aderaldo apresenta-se em uma feira com o Gramofone.
11 - Cego Aderaldo projeta cinema mudo e narra os filmes, cantando ao som da viola, pelos confins dos sertões.
12 - Cego Aderaldo e o índio Azuplin cantam numa aldeia.
13 - Cantoria de Cego Aderaldo e Zé Pretinho do Tucum tocando na feira.
14 - Cego Aderaldo, Luiz Gonzaga e Padre Cicero pousam para uma fotografia.
15 - O lambe-lambe faz a foto de Cego Aderaldo, Luiz Gonzaga e Lampião.
16 - Uma trindade nordestina: Cego Aderaldo, Padre Cícero e Lampião.
17 - Cego Aderaldo e Mário Aderaldo, o seu filho de criação.
18 - Os filhos de Cego Aderaldo (Cego Aderaldo adotou e criou 26 crianças, inclusive um índio de nome Antônio, que trouxe da Amazônia).
19 - Cego Aderaldo canta a vida dos pescadores para o cineasta Orson Welles, no Mucuripe.
20 - Cego Aderaldo pensa na vida de pelejas e sofrimentos.
21 - Cego Aderaldo pede para ser enterrado nas proximidades do mar.
22 - Cego Aderaldo e Padre Cícero no céu.
Serviço:
Exposição “Viva o Cego Aderaldo”, por Liara Leite
Período: De 1º a 08 de junho
Local: Theatro José de Alencar
Entrada gratuita
Informações: 3244.6944
Nenhum comentário:
Postar um comentário