segunda-feira, 4 de maio de 2009

SAÚDE

VIDA MAIS SAUDÁVEL SEM GLÚTEN

Nutricionista do Mundo Verde explica como identificar quando esta proteína causa desconfortos a pessoas hipersensíveis e como pode ser retirada da dieta

Tão comum no dia-a-dia, o glúten está sempre presente à mesa, de forma tão natural que só nos lembramos que o consumimos quando lemos a expressão ‘contém glúten’ na embalagem de pães, bolos, biscoitos e em quase todos os produtos industrializados. Nos últimos tempos, esta proteína presente no trigo, aveia, cevada, centeio e malte tem sido fonte de muita polêmica. Mas, afinal de contas, o glúten deve ou não estar presente em nossa dieta?

A nutricionista Flávia Morais, da rede Mundo Verde, especializada em produtos naturais e orgânicos e para bem-estar, explica que há dois casos em que o glúten não deve ser ingerido: entre portadores da doença celíaca e por quem possui hipersensibilidade ao glúten. “Os celíacos possuem intolerância permanente ao glúten e não podem ingeri-lo de forma alguma. A doença não tem cura, mas retirando esta proteína da dieta a pessoa consegue levar uma vida normal e saudável”, explica Flávia.

Já no caso da hipersensibilidade, a pessoa sente alguns desconfortos, mas como a alergia é mais leve, ela não será diagnosticada como celíaca. Segundo Flávia, existem diversas pesquisas que sugerem que a ingestão de glúten por pessoas hipersensíveis afeta a função normal do cérebro e pode causar sintomas imunológicos e intestinais. Os sintomas mais comuns relacionados ao glúten são constipação intestinal, rinite, asma, artrite, prurido, dermatite e acne, além de alterações de humor, ansiedade, depressão e síndrome do pânico.

“Quando não são imediatos, os sintomas podem se manifestar até quatro dias depois da ingestão do alimento, e muitas vezes de maneira crônica. Por isso torna-se difícil para a maioria das pessoas relacionar qual alimento ocasionou o sintoma. Daí a necessidade de observar permanentemente e, se possível, anotar em um papel como o corpo responde após a ingestão dos alimentos”, alerta a nutricionista.

No caso do glúten, um grande número de pessoas observa que os sintomas são atenuados e até desaparecem com a retirada do alimento alergênico. Por isso, a dieta é sugerida para verificar se a exclusão do glúten proporciona melhoria nos sinais e sintomas apresentados. É o caso da aposentada Sônia Regina Moreira Cobo, 58 anos, que cortou o glúten de sua dieta há seis meses. Ela não é celíaca, mas sentia alguns desconfortos e foi orientada por sua nutricionista a fazer o teste da dieta sem glúten para ver se conseguia melhora nos sintomas.

“Eu sentia um desconforto intestinal muito grande e fiz o teste da dieta sem glúten durante um mês. Mesmo com pouco tempo, a melhora já foi significativa. Então resolvi segui-la e hoje posso dizer que obtive uma melhora de 70%”, atesta Sônia Regina.

Para pessoas que apresentam problemas crônicos de constipação, flatulência, artrite, coceiras pelo corpo, enxaquecas, alterações de humor e ansiedade e que ingerem glúten com frequência, a sugestão é restringir o consumo desses alimentos para observar se há melhora dos sintomas. “É preciso lembrar que o glúten não é um nutriente essencial para a saúde e a sua retirada da dieta não causa prejuízos”, afirma a nutricionista Flávia Morais.

Dicas para uma dieta sem glúten

A nutricionista Flávia Morais elaborou algumas dicas para as pessoas que querem descobrir se têm hipersensibilidade ao glúten. Ela lembrando no entanto que, antes de tomar qualquer decisão, é sempre importante consultar um profissional de nutrição para que não haja prejuízos à saúde.

Ø A restrição ao glúten deve ser feita pelo período de duas semanas a 40 dias. Nesta fase, não se deve ingerir qualquer alimento que contenha a proteína em sua formulação. Portanto, a leitura do rótulo é fundamental para identificar a ausência de glúten nos produtos.

Ø Após o período de exclusão, o glúten deve ser reintroduzido na dieta, em três refeições, num mesmo dia. Depois, volta-se a excluir o glúten da dieta e se observa se nos quatro dias seguintes os sintomas indesejados se manifestam novamente. Se for identificada a melhora nos sintomas, a sugestão é persistir na dieta sem glúten.

Ø Durante o período de exclusão, trigo, aveia, centeio e cevada podem ser substituídos por arroz integral, trigo sarraceno, quinua, soja, milho, tapioca, e tubérculos como a batata, mandioca e inhame.

Ø Frutas, de todos os tipos, não contêm glúten e são ótimas opções para lanches no meio da manhã e tarde.

Ø Lembre-se: esta não é uma dieta com a finalidade de perda de peso, mas isso pode acontecer devido ao melhor funcionamento do corpo sem a exposição ao alérgeno.

Ø É importante ainda manter bons hábitos: escolher lugares calmos para realizar as refeições; mastigar bem os alimentos; evitar a ingestão de líquido durante as refeições para não prejudicar o processo de digestão e diminuir o consumo de alimentos refinados e industrializados.

Ø Também é recomendável aumentar o consumo de frutas, verduras e legumes, de preferência orgânicos; incluir no cardápio óleos vegetais como óleos de linhaça e de gergelim e azeite de oliva extra virgem, além de oleaginosas como castanha do Brasil, amêndoas, sementes de abóbora, linhaça e girassol.

Saiba mais sobre a doença celíaca

Nos Estados Unidos e na Europa estima-se que uma em cada 200 pessoas tem a doença celíaca. No Brasil, a estimativa é de uma em cada 600 pessoas enfrentem problemas de saúde por não poderem ingerir esta proteína. Mas nos últimos anos, com o surgimento de novos produtos no mercado de alimentação, os celíacos passaram a ter motivos para sentar-se à mesa sem sofrer riscos e já podem celebrar datas especiais sem culpa.

Os portadores da doença celíaca e as pessoas hipersensíveis ao glúten podem consumir os produtos à base de arroz, milho, mandioca, polvilho, batata, quinua, farinha de banana e soja. Produtos que naturalmente são isentos de glúten, como barras de arroz com açúcar, pipoca de milho de canjica, frutas desidratadas, frutas oleaginosas, arroz integral, milho, soja e derivados, leguminosas (feijões, ervilha, lentilha), frutas e hortaliças também são recomendados. “O celíaco vive com qualidade de vida e não manifesta os sintomas da doença desde que cumpra a dieta”, ressalta a nutricionista da rede, Flávia Morais.

Segundo ela, os portadores da doença e as pessoas hipersensíveis ao glúten devem estar sempre atentos aos rótulos, embalagens e bulas, que nem sempre contêm a composição correta ou bem clara dos ingredientes. “Se entre os ingredientes houver trigo, aveia, centeio e cevada, mesmo que não esteja escrita no rótulo a expressão ‘contém glúten’, o alimento não deve ser consumido por quem possui intolerância ao glúten pois estes ingredientes contêm a proteína”, destaca a nutricionista.

O que é? - A doença celíaca não é uma alergia, mas sim uma doença auto-imune caracterizada por lesão da mucosa do intestino.

O que causa? - O fator desencadeante da doença celíaca é o glúten, que dá elasticidade e ajuda as massas a crescer. Portadores da doença celíaca não conseguem digerir o glúten e por isso ele deve ser excluído da dieta dessas pessoas.

Como se manifesta? - A doença geralmente se manifesta na infância, entre o primeiro e terceiro ano de vida, podendo, entretanto, surgir em qualquer idade, inclusive na adulta.

Quais os sintomas? - Os sintomas incluem diarréia crônica ou prisão de ventre, flatulência, pouco ganho de peso e erupções na pele. Pode também se manifestar de forma atípica, principalmente em adultos, por meio de fadiga excessiva, irritabilidade, anemia resistente ao tratamento, infertilidade e osteoporose.

Como identificar? - Para diagnóstico da doença celíaca é necessário exames e biopsia do intestino delgado.

Como tratar? - O tratamento é seguir uma dieta rigorosa, sob orientação de nutricionista e/ou médico, que exclua do cardápio todos os alimentos e preparações que contenham glúten. A remoção do glúten da dieta resulta na regeneração do intestino, além de acabar com os sintomas na maioria dos pacientes.

Quais os cuidados especiais? - Evitar o glúten da dieta requer leitura cuidadosa das informações contidas nos rótulos das embalagens dos alimentos. A Lei nº 10.674, de 16 de maio de 2003, obriga que os produtos alimentícios comercializados informem sobre a presença de glúten, como medida preventiva e de controle da doença celíaca.

Quais são as opções de alimentos? - Como alternativa, o celíaco usa arroz, milho, mandioca, polvilho, batata, quinua, farinha de banana e soja, entre outros.

Alimentos indicados para celíacos



Para atender a todos os seus consumidores, o Mundo Verde dispõe de um mix de produtos prontos indicados para atender às necessidades dos celíacos, como farinhas, pães, torradas, biscoitos, cookies e bolos, macarrão, barras de cereais, cereal em flocos, snacks, massas de pizza, chocolates e alfarroba, quinua (grãos, farinha, flocos, macarrão), entre outros.

Farinhas sem glúten – Misturas à base de farinha de arroz, fécula de batata e fécula de mandioca ou farinha de banana ou farinha de quinua para preparo de pães, bolos, cremes, molhos, empanados.

Pães e torradas sem glúten – Feitos com ingredientes como abóbora, fécula de mandioca, aipim, mandioquinha, soja e batata.

Biscoitos, cookies e bolos sem glúten – Elaborados com amido de milho, fécula de mandioca, fécula de batata, farinha de arroz e com sabor de coco, gergelim, gengibre, cravo entre outros.

Macarrão sem glúten – Massas nutritivas feitas à base de arroz ou feijão ou quinua.

Barras de cereal sem glúten - Feitas com quinua e frutas desidratadas.

Cereal em flocos sem glúten – Flocos de milho e de quinua para adicionar a frutas e vitaminas.

Chocolates e Alfarroba – Alternativas sem glúten aos chocolates convencionais.

Snacks sem glúten – Soja torradinha e snacks à base de milho.




ALIMENTAÇÃO CORRETA GARANTE A SAÚDE DA GESTANTE E DO BEBÊ


No Mês das Mães, nutricionista do Mundo Verde orienta as futuras mamães sobre como se alimentar de forma saudável

Durante a gestação a mulher passa por um processo intenso de transformação psicológica e fisiológica, um verdadeiro turbilhão de emoções e hormônios. A responsabilidade passa a ser dobrada, os atos são mais pensados, pois a partir daí tudo que acontecer com ela afetará de forma positiva ou negativa o bebê. A alimentação é um dos fatores mais delicados. Muitas dúvidas surgem: o que, quanto e quando comer. Há também aquela velha crença de que a mulher deve “comer por dois” para suprir suas necessidades e as do bebê. Mas será que é assim mesmo que funciona?

A nutricionista Flávia Morais, da rede Mundo Verde, especializada em produtos naturais, orgânicos e para bem-estar, afirma que agir desta forma pode ser prejudicial para mãe e filho. “Neste período, a alimentação tem que ser particularmente variada e adequada às necessidades da gestante para fornecer todos os nutrientes necessários para a saúde da mãe e do bebê. Ela deve cuidar da qualidade do que come. É mito que a gestante deve comer por dois”, esclarece Flávia. Ela destaca que as alterações hormonais são as responsáveis pelas transformações do corpo da mulher, fazendo com que o metabolismo trabalhe com maior intensidade.

“Por este motivo, é de extrema importância que as futuras mães reponham as energias calóricas e os nutrientes para evitar problemas”, recomenda. Outro benefício de manter uma alimentação saudável, balanceada e regrada, é o aumento de energia e disposição, que são essenciais no dia-a-dia e ainda mais necessárias nesta fase da vida da mulher. Alimentos cheios de gorduras, com muito açúcar e sem nutrientes atrapalham o metabolismo e a saúde física e mental.

Durante o período de gestação é importante que a mulher evite ou utilize com cautela alguns alimentos. O sal, por exemplo, deve ser usado com moderação, pois em excesso retém líquidos, que causam edemas e hipertensão arterial. Também não deve abusar do café, refrigerantes à base de cola, guaraná e chás mate e preto, pois contêm muita cafeína, que podem causar taquicardia e picos hipertensivos. Os alimentos devem sempre ser bem lavados, cozidos e depois de prontos guardados em geladeira.

Alimentação ideal

A nutricionista do Mundo Verde explica a importância da ingestão dos nutrientes certos para garantir a saúde da mãe e do bebê. Um pequeno aumento do número de calorias e proteínas, além de uma oferta de nutrientes, vitaminas e minerais, garantirá o equilíbrio nutricional ideal indispensável ao desenvolvimento intrauterino.

- Proteínas: A ingestão deve ser ligeiramente aumentada pois é a partir delas que se dá a formação de novos tecidos na mulher, como a placenta, e o desenvolvimento de outros, como útero e mamas, além da formação e crescimento do bebê.



Alimentos indicados: As fontes devem ser variadas, dando preferência a carnes magras, como frango e peixe; feijões e leguminosas como a soja; frutas oleaginosas como nozes e castanhas; laticínios e ovos.

- Gorduras do Bem: Fornecem energia à gestante e ao feto. Contribuem para o crescimento do bebê e para formar estoques de energia que a mulher utilizará no período de aleitamento. Algumas gorduras como Ômega 3 e 6 são essenciais para o desenvolvimento e funcionamento do sistema nervoso e para os órgãos do feto. Também contribui para a regulação da hipertensão arterial, que muitas vezes se manifesta durante a gravidez; além de reduzir o risco de nascimento prematuro e ajudar a diminuir os problemas de depressão pós-parto que atinge muitas mulheres.



Alimentos indicados: Linhaça, óleos de milho e girassol; azeite de oliva; peixes como salmão, atum e sardinha.

- Carboidratos: É através deles que o embrião e o feto têm atendidas suas necessidades energéticas, que são bem altas já que precisam atender ao crescimento e maturação do bebê. Quando o consumo de carboidratos é baixo ao longo da gravidez, o recém-nascido corre o risco de nascer com déficit de peso.



Alimentos indicados: Aproximadamente 60% do valor calórico total ingerido pela mãe deve ser proveniente de carboidratos que são encontrados em frutas, verduras, legumes e cereais integrais, como arroz integral, pães e biscoitos integrais e barras de cereais. Nos cereais integrais, além de carboidratos complexos, encontram-se vitaminas, minerais e fibras que auxiliam no combate a prisão de ventre, um desconforto comum entre as grávidas.

Mãe de primeira viagem

Karina de Oliveira Esposito, 28 anos, é nutricionista, vegetariana há cinco anos, instrutora e praticante de yoga e está grávida pela primeira vez. Por ser nutricionista, Karina sabe muito bem a importância de uma alimentação correta para garantir a saúde de seu bebê. “Minha alimentação é rica em frutas e verduras e legumes. No café da manhã, como pão integral, patê de tofu e frutas com linhaça. No almoço, prefiro sempre uma leguminosa (legumes e verduras). No jantar, opto por uma variação do almoço ou cereais com leite de soja e quinua. Nos intervalos entre as refeições, não abro mão de frutas ou sucos”, explica Karina.

Uma das principais preocupações dos médicos em relação às necessidades nutricionais da gestante é sobre a ingestão de iodo (microelemento essencial dos hormônios da tireóide). A falta de iodo no organismo durante a gestação pode provocar diversos problemas para o feto, como por exemplo, alterações do cérebro, sistema imunológico e funções motoras. Por este motivo, a ingestão de peixes é importante, já que os alimentos marinhos são ricos em iodo. Mas e uma gestante vegetariana, como faz para suprir essa necessidade?

“A gestante deve de fato estar atenta ao iodo, uma vez que a falta deste mineral na formação do feto pode lhe causar cretinismo. Para as mamães vegetarianas temos as algas marinhas como principais fontes. Prefira o uso de sal marinho, que por não passar por refino, mantém melhor os seus nutrientes”, recomenda Karina.

Como amenizar os desconfortos

A nutricionista da rede Mundo Verde, Flávia Morais, elaborou algumas dicas para ajudar as gestantes a amenizar alguns desconfortos sentidos durante a gravidez.

Enjoo: O consumo de gengibre auxilia na redução de enjoos e náuseas.

Azia: Comer mais vezes ao dia, com porções menores de alimentos e mastigando bem.

Má digestão: Comer mais vezes ao dia, em menores porções e mastigar bem. Pequenas quantidades de frutas como abacaxi e limão antes das refeições podem aumentar a acidez gástrica e melhorar a digestão.

Dores nas mamas: O ômega 3 estimula a produção de substâncias anti-inflamatórias, e diminuem a dor. O óleo de linhaça é boa fonte de ômega 3.

Estrias: Os óleos vegetais podem ser passados na pele (uso externo), favorecendo a hidratação e prevenindo estrias. O óleo de macadâmia é uma boa alternativa.

Queda de cabelo, manchas e ressecamento da pele: Consumir alimentos ricos em antioxidantes, frutas verduras legumes variados, de preferência orgânicos.

Prisão de ventre: Aumente o consumo de fibras, sementes de linhaça, farelo de arroz, farinha da casca de maracujá, farelo de aveia. Aumente também a ingestão de líquidos.

Cãibras: Alimentos fontes de potássio como banana passa e água de coco e alimentos fontes de magnésio como as folhas verdes escuras.

Nenhum comentário: