domingo, 1 de fevereiro de 2009

EXPOSIÇÕES

Uma viagem com Leonilson


No Espaço Cultural Unifor, mais uma grande exposição apresenta o melhor da arte cearense

O Espaço Cultural Unifor Anexo recebe a partir do dia 10 de fevereiro a exposição Diário de Bordo – uma viagem com Leonilson. Promovida pela Fundação Edson Queiroz e a Universidade de Fortaleza, a mostra traz uma seleção de obras, brinquedos e objetos do artista plástico cearense Leonilson, um dos expoentes da arte brasileira contemporânea, organizadas especialmente para o público infanto- juvenil. A abertura da mostra acontece na terça-feira, 10 de fevereiro, às 20 horas.

Lúdica, a mostra reúne cerca de 40 trabalhos e quase 70 objetos colecionados pelo artista, além de recursos audiovisuais. É possível conhecer suas obras autobiográficas de cores fortes, frases poéticas, desenhos, pinturas, bordados, objetos e instalações. A exposição funciona como ponto de partida para crianças e jovens, artistas em formação e estudantes de artes, educação, literatura e moda construírem suas próprias reflexões sobre a arte contemporânea. Tudo numa proposta de interação lúdica com cores e formas.

Com curadoria de Ricardo Resende, Renata Sant'Anna e Valquíria Prates, Diário de Bordo: uma viagem com Leonilson é parte integrante do Programa Arte à Primeira Vista, do Projeto Leonilson, que tem como objetivo a formação de público para a arte contemporânea brasileira por meio da realização de exposições, publicações, workshops e cursos para crianças e professores.

Serviço
Exposição Diário de Bordo: uma viagem com Leonilson
Local: Espaço Cultural Unifor – Anexo
Endereço: Av. Washington Soares, 1321 – Bairro Edson Queiroz, Fortaleza/CE
Abertura: 10 de fevereiro, às 20h
Visitação: De 11 de fevereiro a 15 de março
Horário: Das 10h às 20h, de terça-feira a sexta e 10 às 18h, sábados e domingos
Entrada Franca



Novas exposições no Centro Cultural Banco do Nordeste


O Centro Cultural Banco do Nordeste-Fortaleza (rua Floriano Peixoto, 941 – Centro – fone: (85) 3464.3108) abriu terça duas exposições individuais de artes visuais. São elas: “+ Um Dia...”, de Claudia Sampaio, com curadoria de Adriana Barroso Botelho; e “Desenhos e Outras Situações de Risco”, de Járed Domício, com curadoria de Bitu Cassundé. Gratuitas ao público, as exposições ficam em cartaz até o próximo dia 21 de março (horários de visitação: terça-feira a sábado, de 10h às 20h; e domingo, de 10h às 18h).Em “+ Um Dia...”, Claudia Sampaio busca um diálogo entre o público e o privado, trazendo para a exposição as marcas do seu cotidiano num diário íntimo inscrito nas paredes de sua casa, agora transferido para o espaço da mostra.Por sua vez, a exposição “Desenhos e Outras Situações de Risco”, de Járed Domício, é o resultado de uma pesquisa artística sobre o ato de desenhar. Nela, o risco e o traço são avaliados sob a ótica de diferentes técnicas e formas de observar. + Um Dia...: uma poética do tempo (texto de Adriana Botelho) A artista Claudia Sampaio inicia em 2004 um diário íntimo revelando seu percurso de vida. Uma autobiografia expressa no diálogo de formas plásticas no espaço de sua casa. Apropria-se de paredes e pisos. As paredes estão preenchidas de suas marcas, fissuradas, grafitadas, arrancadas... deixando visível o reboco estrutural, partes delas remendadas com band-aid, casa-corpo. A casa como metáfora do percurso da existência. Nela coabitam sua memória familiar, as fotos de parentes, dos amigos, os amores, raios-x, imagens sacras, dinheiro-coleção do tio, a grade da casa do avô. Tudo impregnado do tempo passado, registrados no presente. Nos objetos do seu cotidiano, ela sobrepõe camadas de pigmento de cor, estão imersos em volumes de resina incolor. Apreensão do tempo. Suspenso no canto do pé direito da sala de entrada, existe um casulo. Espaço em transformação. Um contraponto à imobilidade dos materiais envolvidos na resina. Tudo contém a passagem do tempo, na ferrugem dos metais, no esmaecimento das cores, no pó das paredes, no mofo do ar. As palavras fazem linhas em trajetórias pela casa. São frases tiradas das músicas que escuta enquanto registra. Tudo impregnado dos sentidos. O trabalho de Claudia é fruto das questões artísticas relacionadas ao relato extremamente pessoal que veio das experiências estéticas dos artistas Kurt Schwitters (casa Merz), Joseph Beauys, Leonilson e Farnese de Andrade. O universo denso do privado se propõe a interpenetrar o espaço público do museu. Espaço de subjetividade. Desenhos e outras situações de risco (texto de Bitu Cassundé)A bifurcação semântica que se localiza na palavra “risco” também habita a produção de Járed Domício. A exposição Desenhos e outras situações de risco traça a poética desenvolvida pelo artista nos últimos anos. Com uma sintaxe construída na estruturação de um vocabulário plástico, marcado por pesquisas que revelam em sua arqueologia referências construtivas, minimalistas e pós-minimalistas, o processo do artista se localiza na estruturação do “risco”, na ousadia de direcionar suas pesquisas para diversas linguagens como a fotografia, a escultura, a pintura, a instalação, o vídeo e o objeto, ao traçar com coerência e posicionamento sua obra na produção contemporânea brasileira. Com trabalhos geralmente associados à arquitetura, à desconstrução ou ao desequilíbrio dessa arquitetura, as pesquisas do artista se relacionam com mais intensidade nas questões do espaço, como é habitado e manipulado. Essa manipulação ou crítica espacial – que permeia o corpo/arquitetura de ações nas instituições ou na cidade e que reflete aspectos políticos e sociais de uma forma direta ou não – percorre um conjunto significativo de suas obras como: área de insegurança (2003), vala comum (2005), lugar solúvel (2006), redesenho (2007) etc. Entre os site-specifics citados, redesenho é um dos trabalhos que compõe a mostra.E se existe um elemento fundador na poética de Domício, poderíamos citar o desenho como agente norteador. O desenho revela-se dentro da sua produção como uma força potencializadora de pensar o risco/traço/linha, além de ser utilizado como um canal de reflexão para o exercício da sua poética. É na construção de uma nova espacialidade através do desenho, que a arquitetura surge nas intervenções do artista. Refletir sobre a espacialidade presente na poética de Domício é observar construções plásticas que falam de vários espaços, é também discutir sobre as camadas existentes nas diversas aproximações que formam o espaço residual. Michel Foucault na conferência intitulada “De Outros Espaços”, proferida em 1967, discute o Espaço/Lugar e observa as relações construídas por esses:“A nossa época talvez seja, acima de tudo, a época do espaço. Nós vivemos na época da simultaneidade: nós vivemos na época da justaposição, do próximo e do longínquo, do lado-a-lado e do disperso. Julgo que ocupamos um tempo no qual a nossa experiência do mundo se assemelha mais a uma rede que vai ligando pontos e se intersecta com a sua própria meada do que propriamente a uma vivência que se vai enriquecendo com o tempo”. Esses espaços que Járed problematiza refletem questões que percorrem a sua poética e se conectam na formação de uma rede, campo de atuação, revelando interesses como: arquitetura, corpo, auto-retrato, linha, ironia, natureza etc. Em alguns trabalhos como o site-specific “redesenho’’, o espectador é agente ativo na percepção da obra. Há um ponto exato no qual a imagem deve ser observada e a proposição convoca a interagir com o que se olha. Georges Didi-Huberman ao analisar o processo poético da imagem observa: “o que vemos só vale – só vive – em nossos olhos pelo que nos olha. Inelutável, porém, é a cisão que se separa dentro de nós o que vemos daquilo que nos olha. (...) o ato de ver só se manifesta ao abrir-se em dois (...)” .As imagens produzidas por Járed resgatam esse olhar atento do espectador, capturam aquele que a observa e o convidam a uma troca. É nessa bifurcação que se encontra uma cumplicidade entre os dois olhares, entre as percepções e os estados de sinestesia estabelecidos. Gaston Bachelard n’ A Poética do Espaço observa sobre as construções das poéticas artísticas e analisa o caráter residual na produção de uma imagem: “as grandes imagens têm ao mesmo tempo uma história e uma pré-história. São sempre lembrança e lenda ao mesmo tempo. Nunca se vive a imagem em primeira instância”.




EXPOSIÇÃO MARACATU NA GALERIA BENFICARTE

“Maracatu de Museu e em bico de pena”

O Shopping Benfica recebe em sua Galeria BenficArte, a Exposição Maracatu que apresenta uma parte do acervo do Museu do Maracatu organizado pelo Sr. José Couto, um estudioso dos ritmos, cadência e vestuários do Maracatu, essa expressão afro-brasileira que se originou da necessidade que tinham os escravos trazidos de África, desenraizando-se de seus costumes e família, de, através de lamentos tirados de instrumentos musicais feitos artesanalmente, executar passos ritmados que os fizessem lembrar de suas terras e minorar as dores da vida sujeitos a um senhor. Eram escravos, mas se imaginam reis e rainhas.



A exposição é claramente enriquecida por desenhos feitos a bico de pena pelo artista plástico João Jorge Melo, nome conhecido por sua larga experiência com pincéis e tinta, em que são destacados reis, rainhas, princesas, retratando todas as alas coreografadas no desfile do Maracatu. A delicadeza dos traços pode ser observada pela seqüência que, lato senso, poder-se-ia comparar a uma espécie de via-sacra profana, em que cada batida de maracás ou afochê fosse um açoite recebido pelos integrantes dos maracatus.



Serviço:

Período: 11 a 28/02

Hora: 10 às 22h

Local: Galeria BenficArte – 2º piso do Shopping Benfica

Maiores informações: 243-1000

Abertura oficial: dia 11/02, às 18h

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