Mick Hucknall. No começo da carreira, com a banda, e hoje: shows no Brasil
A banda Simply Red já começou a comemorar seus 25 anos de existência com o lançamento de uma coleção definitiva de Greatest Hits, o CD duplo inclui faixas de todas as fases da banda. E nestes 25 anos de sucesso arrasador, os números da banda impressionam, seus 10 discos de estúdio venderam mais de 50 milhões de cópias pelo mundo afora e renderam mais de 30 canções posicionadas nas primeiras posições das paradas de sucesso britânicas e dois hits na primeira posição das paradas americanas.
O álbum "Stars" (91), foi o disco mais vendido do Reino Unido durante dois anos consecutivos, nos quais a banda apresentou mais de 1000 shows ao vivo para mais de 10 milhões de pessoas. Mas números a parte, temos uma coleção de 25 sucessos que dão uma boa idéia de tudo o que aconteceu musicalmente nestes últimos 25 anos; e como fio condutor de toda esta história a voz única de Mick Hucknall e seu incontestável bom gosto musical que o levou a criar versões únicas para clássicos já existentes como ‘Money's Too Tight To Mention' um divertido protesto contra a política econômica da era Reagan dos Valentine Brothers, ou as belíssima baladas "If You Don't Know Me By Now", de Harold Melvin e "You Make Me Feel Brand New", dos Stylistics, todas apresentadas a novos públicos graças ao talento da banda.
Mas o sucesso do Simply Red não pode ser contabilizado só pelo número de covers que ganharam notoriedade em suas interpretações magistrais, Mick Hucknall também é um grande compositor e alguns de seus melhores trabalhos como "You've Got it", "Stars", "So Not Over You" e "Home" se fazem presentes nesta coletânea.
Outro ponto positivo deste trabalho é que ele não segue nenhuma ordem cronológica, todas as fases estão representadas nos dois CDs, o que faz com que clássicos como "Holding Back the Years" (86), estejam ao lado de músicas mais recentes como "Fake" ou "Sunrise", ambas presentes no disco Home de 2003. A única inédita deste disco é também uma versão, trata-se de "Go Now", uma música da banda The Moody Blues que tem clima de despedida e deve ser a última gravação que Hucknall fez com o Simply Red.
A coletânea "The Greatest Hits 25" chega às lojas também em uma edição especial para colecionadores que inclui um imperdível DVD com 25 faixas.
Mas para a sorte de quem gosta da banda e quer ver um show da banda antes de seu fim: a Greatest Hits World Tour chega ao Brasil em março. Os brasileiros vão poder conferir o show em três apresentações, dias 3 e 4 de março em São Paulo, no palco do Credicard Hall, e dia 7 de março, no Rio de Janeiro, no Citibank Hall.
Hoje o grupo de Mick Hucknall (vocal) tem Ian Kirkham nos teclados e saxofone, Kenji Suzuki na guitarra, Dave Clayton nos teclados, Pete Lewinson na bateria, Steve Lewinson no baixo, Kevin Robinson no trompete e flauta e Sarah Brown e Dee Johnson nos backing vocals.
"De certo modo decidi que 25 anos são suficientes", declarou Hucknall em entrevista à rádio britânica Gold. O músico explicou que quer se concentrar mais em sua carreira solo e que acaba de concluir seu próprio álbum: um tributo ao músico de blues e R&B Bobby Bland. "Gostei de fazer, tanto que às vezes sinto que chegou a hora de pôr um ponto final à história do Simply Red", disse Hucknall, que assegurou que pretende "inventar" uma nova forma de fazer música, influenciada pelo R&B dos anos 1960. Segundo o músico, esse projeto solo é um "grande desafio" que não pode fazer sob o nome da banda.
Franz Ferdinand para dançar
Tonight. Novo álbum do quarteto acaba de ser lançado no Brasil
Se o Strokes foi o responsável pelo ressurgimento do rock no novo milênio, o Franz Ferdinand foi aquele que o tornou sexy, dançante e pop. Desde sempre, os singles dos escoceses conseguiram conviver ao lado de qualquer coisa criada para as rádios, mesmo sendo uma música com camadas e repletas de referências históricas - sem mencionar o fator "arte" da banda.
Não, o novo álbum do Franz Ferdinand não é tão bom quanto o primeiro, Franz Ferdinand (2004), muito menos quanto o segundo, You Could Have It So Much Better (2005). Mas nem por isso faz feio diante da discografia do quarteto. O principal ponto positivo é que o disco mostra uma louvável tentativa de expandir o som do grupo para além do rock dançante dos dois trabalhos anteriores.
Nesse sentido, o resultado é bem-sucedido. “Tonight: Franz Ferdinand” traz alguns novos elementos, mas sem fugir das características do grupo. O que o álbum não consegue é criar algo do porte de "Take Me Out" ou "Do You Want To". O disco está cheio de boas músicas, mas clássico instantâneo como as duas canções citadas não há. "No You Girls", "Can't Stop Feeling" e "Live Alone", por exemplo, batem na trave. São energéticas, divertidas, dançantes, com refrões até que pegajosos. Mas não têm aquele algo mais... apenas boas.
Em “Tonight: Franz Ferdinand” o título dá a impressão de que a banda se anuncia, se apresenta ao público. Como se isso fosse realmente necessário aos milhares de fãs espalhados pelo mundo - e ansiosos pelo lançamento. O quarteto parece mais solto e dançante do que nunca. Vai ver é algum tipo de tendência ou moda: o Keane e o Killers também lançaram álbuns com mais sintetizadores.
O repertório de “Tonight: Franz Ferdinand” traz 12 faixas comerciais e interessantes. À exceção de “Lucid Dreams”, que havia sido apresentada ao público em agosto passado, todas as canções são relativamente curtas. Com mais de 7 minutos, “Lucid Dreams” parace ter vindo já remixada para pistas. “Live Alone” é outra que convida à pista.
Apesar do tom dançante, encontramos ‘riffs’ de guitarra ou distorção - repare na indie “Bite Hard” e em “What She Came For”. Há também uma balada: “Katherine Kiss Me”, tipo de canção quase romântica e leve.
Bruce Springsteen associa música e política mais uma vez, em “Working on a Dream”
O novo álbum do veterano cantor e guitarrista Bruce Springsteen está disponível na internet para audição gratuita. No álbum, batizado “Working on a Dream”, lançado oficialmente no dia 27 de janeiro, Bruce mais uma vez conta com a ajuda da The E Street Band. O novo trabalho saiu dois anos após o último disco de estúdio, “Magic”. Os norte-americanos amam Bruce Springsteen. Prova recente dessa idolatria foi o aumento daquela que por si só já é considerada a maior audiência da televisão norte-americana: a transmissão do Super-Bowl, realizada semanas atrás e que contou com a apresentação do ídolo.
O fato é que o garoto de New Jersey que sonhava em ser Bob Dylan sempre associou a política ao seu trabalho. Consideremos alguns dos últimos álbuns de sua discografia. Em “The Rising”, lançado em 2002, um ano após o maior atentado da história, a motivação foi a tônica do trabalho. Já em “Magic”, Bruce reafirmava sua oposição convicta ao governo Bush e ao mesmo tempo, pedia mudanças profundas.
“Working On A Dream” mostra toda a empolgação de Bruce com o novo cenário político norte-americano. Musicalmente, o álbum é inquestionável: sua sintonia com a eterna banda de apoio, a E-street Band, é ímpar e o resultado é um Folk Rock para lá de convincente, lembrando Johnny Cash, Roy Orbison e, é claro, Bob Dylan.
Destaques para a faixa de abertura “Outlaw Pete”, a faixa-título “Working On a Dream”, “Kingdown Of Days” e para “The Wrestler”, trilha-sonora do filme “O Lutador”, um dos vencedores do último Globo de Ouro, na categoria melhor canção.
Como era previsto, "Working on a dream", novo álbum de Bruce Springsteen, foi diretamente para o topo da lista de CDs mais vendidos dos EUA, segundo a revista "Billboard", destronando assim "Fearless", da cantora Taylor Swift, que reinava há oito semanas consecutivas no primeiro lugar.
Em sua primeira semana, "Working on a dream" vendeu 224 mil cópias nos EUA, garantindo ao "Boss" seu nono álbum a chegar ao topo da parada. Segundo a revista "Rolling Stone", graças a esse feito, Springsteen se igualou ao grupo Rolling Stones, em terceiro lugar na relação de artistas com mais discos número 1. Acima deles estão os Beatles (19) e, empatados em segundo lugar, com dez, Elvis Presley e Jay-Z. *** 3 ESTRELAS/ BOM
A estrela, famosa por seus turbantes, fixou o jeito de cantar o samba e a marchinha e gravou quase 300 músicas no Brasil
De setembro de 1929 a maio de 1939 (com direito a uma curta prorrogação em setembro de 1940), Carmen Miranda gravou 281 músicas no Brasil, em discos avulsos de 78 rpm -uma música por face, como se dizia. Se na época já existisse o álbum convencional de 12 faixas, isso equivaleria a 23 LPs -mais de dois por ano, durante dez anos. Se se fizer os cálculos baseados nas avaras possibilidades dos 78s, Carmen lançou uma média de 2,5 músicas por mês, todo mês, chovesse ou fizesse sol, durante aqueles dez anos. Nenhuma outra cantora brasileira, antes, durante ou depois, chegou perto de tais números -até hoje.
Noventa por cento desses discos eram de gêneros musicais recém-criados e que ainda estavam se estabelecendo no começo dos anos 30, como o samba -em diversas variações: rasgado, de Carnaval, de breque, samba-choro, samba-jongo, samba-batuque- e a marchinha -idem: de Carnaval, junina, natalina. Esses ritmos não nasceram prontos e acabados. Foram se definindo à medida que eram produzidos e gravados e, nesse caso, a participação de Carmen, cantando-os à sua maneira, foi fundamental para a sua fixação.
Em pouco tempo, muitos autores de sambas e marchinhas começaram a compor explicitamente para a voz e o estilo -a "bossa"- de Carmen, o que a tornou não apenas o veículo ideal para os ritmos, mas, de certa forma, sua inspiradora. Esses compositores e letristas eram garotos, todos menores de 30 anos em 1930, recém-chegados à cena musical carioca, vindos de Minas Gerais, da Bahia, do Estado do Rio ou dos subúrbios cariocas mais distantes: Ary Barroso, André Filho, Lamartine Babo, a dupla João de Barro e Alberto Ribeiro, Assis Valente, Ataulpho Alves, Synval Silva, Alcyr Pires Vermelho, Herivelto Martins, Dorival Caymmi. Alguns deles, como Ataulpho, Synval, Alcyr e Caymmi, tiveram em Carmen sua primeiríssima intérprete; outros, como Ary, André ou Assis, tiveram nela sua principal ou mais frequente intérprete. É difícil imaginar esses autores nas vozes de Gesy Barbosa, Olga Praguer Coelho ou da própria Aracy Côrtes, que eram as cantoras já estabelecidas quando Carmen apareceu -todas formidáveis a seu modo, mas refinadas demais para o que o samba exigia. Carmen, por sua vez, já nasceu falando a língua e a linguagem deles.
Drible de língua
Ela levou as ruas para a música popular, liquidando com o sotaque lírico, de bibelô, que marcava suas antecessoras. E que ruas eram essas? As da Lapa, onde foi criada, dos seis aos 16 anos, entre 1915 e 1925, um caldeirão onde se cozinhavam políticos, empresários, ministros de Estado, turistas, escritores, jornalistas, boêmios e malandros, entre a fauna que efetivamente trabalhava ali: policiais, garçons, cozinheiros, engraxates, motoristas de táxi, leões-de-chácara, cafetões, prostitutas. Na Lapa nasciam as gírias, os duplos sentidos, as corruptelas e outras modernidades que fariam da nova língua cantada algo a anos-luz das lindas valsas e modinhas de Freire Jr. e Bastos Tigre que predominavam até bem pouco.
Saíam as pálidas morenas, os luares prateados e as velas em silhueta à beira-mar para dar lugar a "Já me disseram que você andou pintando o sete/ Andou chupando muita uva e até de caminhão/ Agora anda dizendo que está de apendicite / Vai entrar no canivete, vai fazer operação" ("Uva de Caminhão", por Assis Valente, que Carmen gravou em 1939). Mas, mais do que isto, Carmen levou um jeito novo de cantar -esperto, moleque, malicioso- em oposição ao "sentimento" ou "sinceridade" dos outros cantores. Com um drible de língua, podia-se ouvi-la sublinhar certas palavras ou extrair conteúdos insuspeitos de um verso.
Obras-primas
Nesse sentido, pode ter sido tudo, menos uma cantora romântica ou dramática -lacuna que só se preencheria em 1935, quando surgisse Aracy de Almeida. Equivale a dizer que, por cinco anos, Carmen reinou sozinha, e a única cantora a lhe fazer alguma sombra era sua irmã Aurora -mas uma sombra benigna, porque as duas viviam se apresentando juntas e até trocavam repertório. Considerando-se que tudo que Carmen gravou no Brasil foi em primeira mão -ou seja, legítimas criações suas como intérprete-, devemos a ela, como se não bastasse, uma quantidade de obras-primas do patrimônio musical brasileiro.
Mas o poder da máquina é arrasador. Quando Carmen foi trabalhar nos Estados Unidos, teve de deixar para trás seu grande instrumento de trabalho -as sutilezas da língua portuguesa- e trocá-lo por sua graça como dançarina e comediante e limitar seu repertório a músicas mais simples, como "Mamãe Eu Quero" e "Touradas em Madri". Em Hollywood, por imposição da indústria, os turbantes, os balangandãs e as saias só fizeram crescer. Nada de mal nisso -mas esta foi a Carmen que o mundo passou a conhecer e que, ironicamente, o Brasil também pôs no lugar da cantora que tinha quebrado tudo.
25 gravações a não perder
Das 281 gravações de Carmen no Brasil, pelo menos um terço foi sucesso e vários, de arromba. Mas, como os únicos critérios confiáveis para se aferir isso seriam os boletins de venda das gravadoras, já desaparecidos há muito, aqui vai uma lista de 25 deles, baseada na presença desses títulos na imprensa da época e na frequência com que, desde a morte de Carmen em 1955, foram relançados em LP, CD e outras mídias. A ordem é cronológica.
Todos esses títulos podem ser ouvidos com Carmen pelo www.carmen.miranda.nom.br, site que contém as gravações originais e as letras completas.
Se vários títulos na lista o surpreenderem
"Ué, foi a Carmen quem lançou esta? E esta?", não se abata. Nos últimos 50 anos, esse tipo de informação foi privilégio dos pesquisadores.(RC)
1 Dona Balbina - Josué de Barros, 1929, samba
2 Pra Você Gostar de Mim - Joubert de Carvalho, 1929, marchinha
3 Chegou a Hora da Fogueira - Lamartine Babo, 1933, marchinha junina, com Mario Reis
4 Alô... Alô?... - André Filho, 1933, samba
5 Na Batucada da Vida - Ary Barroso e Luiz Peixoto, 1934, samba
6 Isto é Lá com Santo Antonio - L. Babo, 1934, marchinha junina, com Mario Reis
7 Primavera no Rio - João de Barro, 1934, marchinha
8 Minha Embaixada Chegou - A.Valente, 1934, samba
9 Tic-Tac do Meu Coração - Alcyr Pires Vermelho e Walfrido Silva, 1935, samba
10 Adeus, Batucada - Synval Silva, 1935, samba
11 Querido Adão - Benedito Lacerda e Oswaldo Santiago, 1935, marchinha
12 Cantoras do Rádio - J. de Barro, Alberto Ribeiro e L. Babo, 1936, marchinha, com Aurora Miranda
13 No Tabuleiro da Baiana - A. Barroso, 1936, batuque, com Luiz Barbosa
14 Balancê - J. de Barro e A. Ribeiro, 1936, marchinha
15 Cachorro Vira-Lata - A. Ribeiro, 1937, samba-choro
16 Fon-Fon - J. de Barro e A. Ribeiro, 1937, samba, com Sylvio Caldas
17 Camisa Listada - A. Valente, 1937, samba-choro
18 ...E o Mundo Não se Acabou - A. Valente, 1938, samba-choro
19 Boneca de Pixe - A. Barroso e Luiz Iglesias, 1938, cena carioca
20 Na Baixa do Sapateiro - A. Barroso, 1938, samba-jongo
21 O Que é Que a Baiana Tem? - Dorival Caymmi, 1938, samba
22 Uva de Caminhão - A. Valente, 1938, samba
23 Voltei pro Morro - Vicente Paiva e Luiz Peixoto, 1940, samba
24 Disseram que Voltei Americanizada - V. Paiva e L. Peixoto, 1940, samba
25 Recenseamento - A. Valente, 1940, samba
Família diz não ter "intenção de complicar nada", mas Paula Lavigne, dona dos direitos audiovisuais sobre a vida da cantora, quer ressarcimento
Em maio do ano passado, ela e os outros três herdeiros oficializaram a criação da Carmen Miranda Administração e Licenciamento, trazendo para as mãos da família o que estava com um escritório especializado havia dez anos. "Vão vir muitas mudanças", avisa Maria Paula, 59, diretora da empresa.
De acordo com seu relato, já estão vindo, ainda que ela prefira não dar nomes de projetos. Um deles foi vetado às vésperas de acontecer, pois os responsáveis não tinham consultado a família. Outros foram realizados sem autorização e estão sendo notificados.
"Queremos que as coisas comecem do começo, que falem com a gente", diz Carminha Miranda, 72, que representa na sociedade sua mãe, Cecília, 95, única irmã viva de Carmen.
As primas não negam que um dos objetivos da nova empresa é aumentar a receita dos herdeiros -além delas, há Gabriel, irmão de Maria Paula, e Suely, filha adotiva de Mário, outro irmão de Carmen. Mas garantem que terão bom senso. Maria Paula diz que se por um lado acabou de fechar um bom contrato de uso da imagem de Carmen em publicidade, por outro está encantada com um projeto cujo autor tem poucos recursos. "Não temos intenção de complicar nada, queremos estimular os projetos. Mas é preciso ter uma ordem, regras", afirma ela, que pensa em ouvir especialistas para avaliar, por exemplo, roteiros de filmes.
Pendenga judicial
Roteiros envolvendo Carmen, por enquanto, só de ficção. Os direitos audiovisuais sobre a vida da cantora foram comprados por Paula Lavigne em 1998, e uma pendenga judicial se arrasta desde então.
A produtora pagou US$ 20 mil de sinal, mas a Copyrights Consultoria, que representava os herdeiros, entrou na Justiça para rescindir o contrato. Paula depositou os US$ 180 mil restantes em juízo, ganhou os recursos e a causa.
Segundo a advogada Silvia Gandelman, da Copyrights, desde 2006 Paula está livre para iniciar a produção. Só que, agora, a dona da Natasha Filmes quer duas coisas. A primeira é o ressarcimento do que gastou no processo. "R$ 400 mil. É isso o que eu quero de volta, e eu vou ter", afirma.
A segunda é que o contrato seja refeito, para lhe dar mais "segurança". "Vou fazer o filme assim que a família me der garantias de que eu posso começar uma produção tão grande e que não vou ter problemas", diz ela, que planeja um longa e uma minissérie.
Maria Paula e Carminha mostram interesse em ver uma solução negociada para o caso, mas preferem não fazer muitos comentários. Até 2025, quando se completarão 70 anos da morte de Carmen e os direitos cairão em domínio público, os herdeiros poderão ganhar royalties sobre o que se refere à cantora.
Frases
"Queremos estimular os projetos. Mas é preciso ter ordem" MARIA PAULA RICHAID
sobrinha de Carmen Miranda
"Vou fazer o filme assim que a família der garantias de que eu posso começar uma produção tão grande e que não vou ter problemas"
PAULA LAVIGNE
produtora que comprou os direitos audiovisuais sobre a vida da cantora
Coldplay ganha três prêmios Grammy mas quem surpreende é Robert Plant
O cantor do Led Zepellin levou cinco estatuetas; Gilberto Gil não ganhou Grammy Latino; confira os vencedores das principais categorias
O grupo britânico Coldplay, um dos grandes favoritos da 51ª edição do Grammy, levou o prêmio de Álbum do Ano, Música do Ano e Melhor Álbum de Rock pelo disco "Viva la vida" e a música que dá nome ao álbum. Os prêmios são três entre as sete indicações da banda no evento da música.
"Please Read the Letter", de Robert Plant e Alison Krauss, ganhou o prêmio de Gravação do Ano. A parceria entre o ex-vocalista do grupo de rock Led Zeppellin e a cantora folk foi o motivo alegado pelo cantor para não excursionar com sua antiga banda. A dupla também venceu na categoria Melhor Colaboração Pop com "Rich Woman".
Já a cantora Jennifer Hudson levou o Melhor Álbum de R&B pela obra "Jennifer Hudson". Ela, que perdeu sua mãe, irmão e sobrinho, assassinados em outubro de 2008, agradeceu muito o prêmio e o dedicou a sua família.
Confira a lista de indicados e os vencedores das principais categorias do Grammy:
Álbum do Ano
"Viva la vida," Coldplay
"Tha carter III: The rebirth," Lil Wayne
"Year of the gentleman," Ne-Yo
"Raising sand," Robert Plant e Alison Krauss (vencedor)
"In rainbows," Radiohead
Melhor Álbum de R"n"B
"Love life," Eric Benet
"Motown: a journey through Hitsville USA," Boyz II Men
"Lay it down," Al Green
"Jennifer Hudson," Jennifer Hudson (vencedora)
"The way I see it," Raphael Saadiq
Música do Ano
"American boy," William Adams, Keith Harris, Josh Lopez, Caleb Speir, John Stephens, Estelle Swaray e Kanye West
"Chasing pavements," Adele Adkins e Eg White
"I"m yours," Jason Mraz
"Love song," Sara Bareilles
"Viva la vida," Coldplay (vencedor)
Melhor Colaboração Pop com Vocais
Alicia Keys e John Mayer "Lesson learned"
Madonna, Justin Timberlake e Timbaland "4 Minutes"
Robert Plant e Alison Krauss "Rich woman" (vencedores)
Rihanna e Maroon Five "If I never see your face again"
Jordin Sparks e Chris Brown "No air"
Melhor Álbum de Rock
"Viva la vida or death and all his friends," Coldplay (vencedor)
"Rock N Roll Jesus," Kid Rock
"Only by the night," Kings of Leon
"Death magnetic," Metallica
"Consolers of the lonely," The Raconteurs
Artista Revelação
Adele (vencedora)
Duffy
Jonas Brothers
Lady Antebellum
Jazmine Sullivan
Gravação do Ano
"Chasing pavements," Adele
"Viva la vida," Coldplay
"Bleeding," Leona Lewis
"Paper planes," M.I.A
"Please read the letter," Robert Plant e Alison Krauss (vencedor)
Melhor performance pop de dupla ou grupo com vocais
"Viva la vida", Coldplay
"Waiting in the weeds", Eagles
"Going on", Gnarls Barkley
"Won"t go home without you", Maroon 5
"Apologize", OneRepublic
Melhor Álbum Vocal Pop
"Detours," Sheryl Crow
"Rockferry," Duffy
"Long road out of Eden," Eagles
"Spirit," Leona Lewis
"Covers," James Taylor
Melhor Performance Vocal Pop Masculina
"All summer long," Kid Rock
"Say," John Mayer (vencedor)
"That was me," Paul McCartney
"I"m yours," Jason Mraz"
"Closer," Ne-Yo
"Wichita Lineman," James Taylor
Melhor Gravação Dance
"Harder better faster stronger", Daft Punk (vencedor)
"Ready for the floor", Hot Chip
"Just dance", Lady Gaga & Colby O"Donis
"Give it 2 me", Madonna
"Disturbia", Rihanna
Brian Kennedy, producer; Phil Tan, mixer
"Black & Gold", Sam Sparro
Melhor Álbul Dance / Eletrônico
"New York City", Brazilian Girls
"Alive 2007", Daft Punk (vencedor)
"Bring ya to the brink", Cyndi Lauper
"X", Kylie Minogue
"Last night", Moby
"Robyn", Robyn
Melhor Performance Vocal Solo de Rock
"Gravity", John Mayer (vencedor)
"I saw her standing there", Paul McCartney
"Girls in their summer clothes", Bruce Springsteen
"Rise", Eddie Vedder
"No hidden path", Neil Young
Melhor Performance de Rock em Dupla ou Grupo com Vocais
"Rock N Roll", Train, AC/DC
"Violet Hill", Coldplay
"Long Road Out Of Eden", Eagles
"Sex On Fire", Kings Of Leon (vencedor)
"House Of Cards", Radiohead
VENCEDORES DO GRAMMY LATINO
"La vida... es un ratico", Juanes
Melhor Álbum Latino Rock, ou Alternativo:
"45", Jaguares
Melhor Álbum Urbano Latino:
"Los Extraterrestres", Wisin y Yandel
Melhor Álbum Latino Tropical:
"Señor Bachata", José Feliciano
Melhor Álbum Texano
"Viva la revolución", Rubén Ramos y The Mexican Revolution
Melhor Álbum Nortenho:
"Raíces", Los Tigres del Norte
Melhor Álbum Regional Mexicano:
"Amor, Dolor Y Lágrimas: Música Ranchera", Mariachi Los Camperos de Nati Cano
"Canciones De Amor", Mariachi Divas
Melhor Álbum de Grupo:
"No es de madera", Joan Sebastián
Melhor Álbum de "World Music" contemporânea:
"Global drum project", Mickey Hart, Zakir Hussain, Sikiru Adepoju e Giovanni Hidalgo
Melhor Álbum de Jazz Latino:
"Song for Chico", Arturo O"Farrill e The Afro-Latin Jazz Orchestra
Álbum do Coldplay é o mais vendido em 2008
A banda britânica Coldplay emplacou o disco mais vendido de 2008. O álbum "Viva la Vida Or Death And All His Friends" vendeu 6,8 milhões de cópias em todo o mundo, informou nesta segunda-feira a Federação Internacional da Indústria Fonográfica (IFPI, na sigla em inglês), sediada em Londres.
Só nos Estados Unidos, o disco vendeu 2,1 milhões de cópias, conforme levantamento feito pelo instituto Nielsen SoundScan. Em segundo lugar no ranking da IFPI veio o álbum "Black Ice", o primeiro da banda de rock australiana AC/DC depois de oito anos sem gravar. Em seguida, na terceira colocação, ficou a trilha sonora do filme "Mamma Mia!". A IFPI informou ainda que "Viva la Vida" vendeu mais downloads que qualquer outro álbum na história em apenas um mês.
Neste mês, o Coldplay, que definiu seu estilo como um "rock soft bem pesado" levou três prêmios Grammy nos Estados Unidos., incluindo melhor disco de rock. Ainda este ano, a banda faz turnê pela Austrália, Estados Unidos e Europa.
A lista dos dez álbuns mais vendidos de 2008 incluem quatro artistas britânicos, três americanos e duas trilhas sonoras. O aguardado disco do Guns n' Roses "Chinese Democracy" alcançou a 14a posição, apesar das péssimas críticas. O relançamento de aniversário de 25 anos do célebre álbum "Thriller", de Michael Jackson, foi o 32o mais vendido.
Veja a lista dos 20 discos mais vendidos em 2008:
1. Coldplay - "Viva La Vida Or Death And All His Friends"
2. AC/DC - "Black Ice"
3. Vários - "Mamma Mia!" (trilha sonora)
4. Duffy - "Rockferry"
5. Metallica - "Death Magnetic"
6. Leona Lewis - "Spirit"
7. Amy Winehouse - "Back To Black"
8. Vários - "High School Musical 3: Ano de Formatura" (trilha sonora)
9. Lil Wayne - "Tha Carter III"
10. Rihanna - "Good Girl Gone Bad"
11. Madonna - "Hard Candy"
12. Beyonce - "I Am... Sasha Fierce"
13. Pink - "Funhouse”
14. Guns N' Roses - "Chinese Democracy"
15. Britney Spears - "Circus"
16. Jack Johnson - "Sleep Through The Static"
17. Il Divo - "The Promise"
18. Taylor Swift - "Fearless"
19. Jonas Brothers - "A Little Bit Longer"
20. Vários - "Camp Rock" (trilha sonora)
Axl Rose diz que jamais tocará com Slash novamente
"Um de nós vai morrer antes que a reunião aconteça", afirmou Axl
Depois de nove anos sem falar com a imprensa, o vocalista do Guns n" Roses, Axl Rose, decidiu conceder uma entrevista ao site da "Billboard". Na conversa, ele afirma que está preparando clipes para promover o álbum "Chinese Democracy", diz que não há planos para começar uma turnê e é conclusivo quanto às especulações de que ele poderia voltar a tocar com o guitarrista Slash: "Um de nós vai morrer antes que uma reunião aconteça".
Axl pegou de surpresa os fãs do Guns ao conceder essa entrevista, já que ele vem sendo criticado por sua gravadora por permanecer trancado em sua mansão em Malibu sem promover o novo disco.
Durante a entrevista, Axl disse que se vê fazendo turnê com o também guitarrista Izzy Stradlin e tocando algo com o baixista Duff McKagan, ambos membros da formação clássica da banda. Quanto ao guitarrista Slash, no entanto, Axl foi taxativo ao afastar qualquer possibilidade de voltar a tocar com ele.
"O que está claro é que um de nós dois morrerá antes que uma reunião aconteça", disse. "E ainda que isso seja triste, feio ou infeliz como qualquer um por aí veja, as coisas são assim."
Axl deixou a entender que a decisão não foi dele, mas de Slash. "Essas decisões foram tomadas há muito tempo e reiteradas por um único homem. Há alguns atos que, uma vez acordados de forma individual, são o que são", concluiu.
Turnê e clipe
Apesar da entrevista, os chefões da gravadora do Guns não devem ter ficado satisfeitos com a declaração de Axl sobre a possibilidade de uma turnê, uma das principais formas de divulgar um disco. "Não há planos [para uma turnê], há apenas conversas sobre." Já um clipe está saindo do forno. Ele disse que o vídeo da faixa "Better" está sendo finalizada e que "alguns outros [clipes] estão sendo escritos".
O anúncio do clipe, no entanto, não veio sem uma nova cutucada na gravadora: "Fomos desencorajados pelas Interscope a fazer vídeos, mas daí, após o lançamento, a BestBuy [empresa que vende com exclusividade o "Chinese Democracy"] nos solicitou um, e a Interscope acabou vindo com isso também, dizendo "onde está o vídeo?", pegando todo mundo de surpresa".
Axé e sertanejo dominam mercado fonográfico
Vitor Chaves, da dupla sertaneja "Vitor & Leo" é o campeão de arrecadação
Axé e sertanejo romântico. São os gêneros mais bem-sucedidos do mercado de shows do Brasil, segundo dados obtidos a partir do relatório anual do Escritório Central de Arrecadação e Distribuição (Ecad) referentes a 2008.
O Ecad é um órgão privado formado por dez associações musicais, cuja função é arrecadar e distribuir os direitos autorais de execução de compositores filiados a essas associações brasileiras.
Uma das principais fontes de arrecadação dos compositores são as apresentações ao vivo. E, segundo o relatório, das dez músicas mais executadas no país em 2008, três foram cantadas por Ivete Sangalo.
Já o campeão de arrecadação com direito autoral referente a shows foi o ultrarromântico (brega para alguns) compositor e músico Victor Chaves.
Não é à toa que Ivete Sangalo é a artista mais lucrativa do Brasil (com cachê que bate nos R$ 400 mil, dependendo do evento). "Berimbau Metalizado" (quarta música mais tocada ao vivo no país), "A Galera" (a sexta) e "Não Precisa Mudar" (décima) ganharam a interpretação de Sangalo. A faixa mais executada em shows no Brasil foi "Praieiro", de Manno Góes (integrante da banda baiana de axé Jammil e Uma Noites). A segunda mais executada também vem da Bahia: "Quebra Aê", de Durval Lelys, músico do grupo Asa de Águia. Em terceiro, vem "100% Você", de Alexandre Peixe e Beto Garrido, que foi martelada pelo Chiclete com Banana.
O compositor que mais arrecadou com a execução de suas músicas em shows no Brasil foi o mineiro Victor Chaves, que com seu irmão Leo forma a dupla Victor & Leo. A dupla já lançou seis álbuns, incluindo um cantado em espanhol, e no ano passado percorreu o país realizando shows. O segundo maior arrecadador foi o inglês Sting, que se apresentou no Brasil com o Police em dezembro de 2007 (a quantia arrecadada entrou na planilha de 2008 do Ecad). "O direito autoral é cobrado com base na receita da venda de ingresso dos shows", afirma Gloria Braga, superintendente do Ecad. "O Sting é o principal compositor do Police, e a banda realizou shows grandes, portanto a receita é vultosa. Já o Victor Chaves é um compositor que está em primeiro no ranking porque possui um número grande de faixas cantadas por outros artistas. Ele ganha na quantidade de shows, enquanto o Sting ganhou porque fez alguns mega-eventos."
Rádios
Além dos números relativos a shows, o Ecad planilha dados referentes às canções mais executadas em rádios AM e FM nas diversas regiões do país. A mais tocada no último trimestre de 2008 no Sudeste foi "Mina do Condomínio", do carioca Seu Jorge. Em segundo, aparece "Take a Bow", da norte-americana Rihanna, seguida por "No One", de Alicia Keys, "Cedo ou Tarde", do NX Zero, e "With You", de Christopher Brown.
Leandro Lehart e o primeiro DVD solo
Ex-vocalista do Art Popular recebe muitos convidados em show
Em agosto de 2008, após um ano de preparação, o compositor e multi-instrumentista Leandro Lehart gravou seu primeiro DVD solo, “SambaPopBrasilMestiço – ao vivo”, no bairro do Itaquera, Zona Leste, de São Paulo, que chega às lojas de todo o país neste mês.
Após quatro discos solo, e uma carreira sólida pelo Art Popular, com mais de 7 milhões de discos vendidos, só agora Leandro resolveu lançar um DVD. “Acho que me senti mais preparado para fazer o DVD. Tenho uma autocrítica muito ferrenha. Acho que valeu a pena o esforço, to bem orgulhoso do trabalho”, explica o músico.
“SambaPopBrasilMestiço – ao vivo” foi dirigido e produzido por Leandro Lehart, que durante um ano estudou muito bem o projeto, desde a escolha do repertório ao palco. “Sempre pensava em alguma coisa pra usar no palco e alguém já tinha feito”, conta.
O DVD contou com ilustres convidados como Seu Jorge, Alcione, Jorge Aragão, Mv Bill, Jair Rodrigues, Planta e Raiz, o músico sul-africano de hip hop MXO e a Velha Guarda da Vai-Vai. “Alcione é a maior cantora desse país”, afirma Leandro que se emociona ao falar comentar a participação dos veteranos da escola de samba paulistana.
“A Velha Guarda da Vai-Vai é a mais importante de São Paulo. É tão atuante quanto a Velha Guarda da Portela. O convite foi uma forma de homenageá-los. Eles fizeram até uma roupa especial para o DVD”.
Gravado apenas em um dia, pela disponibilidade dos artistas e para não triplicar os custos da produção, “SambaPopBrasilMestiço – ao vivo” ganhou ares mais realistas, sem retoques de estúdio. “O que valeu foi a química entre os convidados. Eu e a Alcione passamos a música no camarim e já fizemos. Preservei as vozes e o som original”.
No repertório de “SambaPopBrasilMestiço – ao vivo” estão sucessos como “Pimpolho” e “Agamamou”, está segunda um dos maiores hits do Art Popular, uma parceria com o produtor Rick Bonadio, companheiro de longa data de Leandro e responsável pelo lançamento do DVD, pela Arsenal Music. *** 3 ESTRELAS / Bom
Comunhão de Paula Toller com seus fãs
Primeiro DVD solo da cantora desenvolve o conceito do CD ‘SóNós’
“Enfim, só nós”, deleita-se Paula Toller para o público que compareceu ao Teatro Oi Casa Grande no Rio de Janeiro (RJ), em 12 de agosto de 2008, para conferir a gravação ao vivo do primeiro DVD de sua carreira solo, iniciada há dez anos com o lançamento do CD Paula Toller.
O comentário espirituoso foi feito logo após o primeiro número do show,
a canção ? (O Q É Q Eu Sou), tremendo presente de Erasmo Carlos para SóNós, segundo álbum da discografia individual da artista, editado em junho de 2007.
? (O Q É Q Eu Sou) abria o CD e dá também a partida no roteiro exibido no DVD, não por acaso intitulado Nosso, um anagrama do disco que o originou. Enfim sós, no show captado com requinte pelas lentes do diretor Lui Farias, Paula e seus fãs celebram uma comunhão que já soma 26 anos e que está expressada nos espelhos do cenário e na bela foto da capa: um close de Paula no meio do público.
Marco inaugural da fase independente de Paula Toller, Nosso é realização da La Toller LMC Filmes – em parceria com a Posto 9 Música – e chega às lojas (nos formatos simultâneos de CD e DVD) com distribuição da empresa Microservice. Nosso registra um espetáculo refinado que desenvolve o conceito do disco SóNós, pautado por um pop de sotaque globalizado, marcado por conexões da artista com compositores estrangeiros como o panamericano Kevin Johansen, convidado da gravação ao vivo em Glass e na versão em espanhol de Anoche Soñe Contigo (disponível nos extras do DVD).
As câmeras detalhistas de Lui Farias captaram o show com intimidade – perceptível já no close inicial nos pés descalços da cantora, que calça suas sandálias no palco, nas vistas do público. Intimidade que reforça a comunhão entre Paula e o público. Essa atmosfera continua na exibição de um filme caseiro de Paula em homenagem a seu filho em Barcelona 16 (Paula Toller, Caio Fonseca e Paul Ralphes). Sinalizada já no título Nosso, tal interação é o mote do espetáculo e atinge seu clímax quando, no segundo ato, Paula desce do palco e arma uma roda com seus músicos para fazer - literalmente próxima dos fãs – números como o mix que agrega o refrão de Só Love (música irresistível da saudosa dupla Claudinho & Buchecha) à melodia de Saúde, feliz momento pop da dupla Rita Lee e Roberto de Carvalho.
O mix de Só Love com Saúde é destaque de um roteiro que extrapola o repertório do CD SóNós sem prejuízo do conceito do disco. Pelo filtro refinado da voz afinadíssima de Paula Toller, cada vez mais bonita, passam tanto uma canção da Tropicália como Mamãe, Coragem (Caetano Veloso e Torquato Neto) quanto um standard da canção norte-americana, Fly me to the Moon (Bart Howard), que já levantou vôo na voz de ícones como Frank Sinatra e Tom Jobim. Fly me to the Moon é herança do repertório do primeiro CD solo da artista, o Paula Toller, de dez anos atrás. Assim como Oito Anos (Paula Toller e Dunga) - o tema de atmosfera lúdica que Adriana Partimpim transformou em hit infantil em 2004 - e como o samba 1.800 Colinas (Gracia do Salgueiro). Neste samba, quem se junta à banda, ao bandolim, é Dado Villa-Lobos, o colega da Legião Urbana apresentado por Paula como “um amigo e um cúmplice de geração” ao ser convocado à cena, momentos antes, para tocar guitarra em Pane de Maravilha (de Paula, Dado e Fausto Fawcett).
Grand' Hotel (Paula Toller, George Israel e Lui Farias) - uma das mais sofisticadas baladas do Kid Abelha - é revivida em momento íntimo, com a cantora sentada no piano, tão elegante e sedutora quanto sua interpretação.
Contudo, o roteiro é essencialmente marcado pela junção dos repertórios dos CDs Paula Toller e SóNós, mistura plenamente justificada pelo fato de a artista não ter feito show para promover seu primeiro disco solo. Fãs da cantora nunca a tinham visto em cena entoando a canção Derretendo Satélites (Paula Toller e Herbert Vianna) ou o samba E o Mundo Não se Acabou, composto por Assis Valente e lançado em 1938 por Carmen Miranda. Como na gravação do disco, Paula Toller deu em cena leve apimentada na letra do tema, que ganha introdução amaxixada, tocada por Caio Fonseca ao piano, na gravação ao vivo.
A banda teve participação decisiva no processo coletivo de criação dos arranjos. Por isso, no filme Bastidores, exibido nos extras do DVD, o foco principal repousa sobre Adal Fonseca (bateria), Caio Fonseca (teclados), Coringa (guitarra e violão), Jam da Silva (percussão) e Jorge Ailton (baixo). Takes de estúdio – em que Paula canta Rústica com os músicos – se misturam com cenas de camarim. Paula tira a maquiagem e revela a cara de seus bastidores. E uma das imagens mais curiosas, sobretudo para os fãs que não puderam ir à gravação, é o momento em que a cantora começa a entoar The Sound of Music enquanto sua maquiagem é retocada. No camarim, Paula comenta sobre a diversidade estilística do roteiro. E o documentário culmina com sua entrada em cena, num link perfeito com o início da exibição do show no menu principal.
Enfim, agora é você a sós com Paula Toller no seu home theater. Oportunidade única de ver e ouvir na intimidade como o tempo somente fez bem à artista. Prepara-se: cantando cada vez melhor, e cada vez mais bonita, La Toller vai entrar em cena para fazer um show que é dela, mas que, a partir de agora, também é meu e seu. Numa palavra, Nosso.
Sucesso inesperado da banda Little Joy
Integrantes das bandas Los Hermanos e Strokes lançam CD elogiado pela crítica e lotam shows
Little Joy. Rodrigo Amarante, Binki Shapiro e Fabrizio Moretti formam a banda.
Ele nasceu por acaso, como projeto paralelo de integrantes de duas conhecidas bandas. Para um grupo como esse, de pretensão zero, foi uma surpresa a intensa procura por ingressos para os shows do Little Joy em São Paulo.
Inicialmente, fora anunciada apenas uma apresentação na cidade, hoje, no clube Clash. As entradas evaporaram. Anunciou-se nova data: amanhã. De novo, lotação esgotada (500 lugares). Para saciar a sede dos fãs, haverá um show extra, em 5 de fevereiro, cujos ingressos começam a ser vendidos hoje. "Não imaginava, foi surpreendente, vendeu muito rápido", disse Rodrigo Amarante. "São Paulo já nos recebeu bem antes mesmo de a gente chegar aí", falou o músico, em Porto Alegre, onde a banda faria show ontem, o primeiro no Brasil.
Parte dessa expectativa gerada pelo Little Joy vem do currículo dos integrantes da banda: Amarante é guitarrista do Los Hermanos, e Fabrizio Moretti, baterista dos Strokes (o Little Joy é formado ainda pela vocalista americana Binki Shapiro). Mas o Little Joy saiu da sombra de Los Hermanos e Strokes graças a um disco elogiável, que acaba de sair no país. Em canções como "Brand New Start" e "No One's Better Sake", o trio amarra influências de pop ensolarado dos anos 1960, folk e canções de clima relaxado. "As versões ao vivo são bem parecidas [com as do disco]", conta. "Tocamos o disco todo, até porque é curto." (O álbum, homônimo, traz 11 faixas que se estendem por 30 minutos.)
"Tocaremos música nova, que fizemos na estrada, e um cover", adianta. "É uma banda nova, não dá para fazer show de uma hora e meia." O Little Joy nasceu de um encontro entre Amarante e Moretti, durante um festival em Lisboa, em 2006. Os dois se deram bem, começaram a compor juntos e a parceria foi progredindo. "A banda começou por acaso. Fizemos música sem a intenção de lançar disco. Aí a coisa foi crescendo. Depois de dois meses, gostamos das canções e resolvemos gravá-las." Então surgiu a Rough Trade, lendário selo britânico. "A Rough Trade mostrou interesse em lançar o álbum, e foi aí que percebemos que outras pessoas poderiam gostar da música", lembra Amarante.
"O primeiro disco que comprei foi 'Hatfull of Hollow', dos Smiths, que havia sido lançado pela Rough Trade. É uma gravadora importante." No final de 2008, o Little Joy iniciou uma série de shows que desembocam agora no Brasil. E o que começou por acaso ganha força inesperada. "Fizemos uma intensa turnê pelos EUA e, depois, alguns shows na Europa. E recebemos convites para tocar em vários festivais. Agora vamos ver o que fazer." Explica-se o "ver o que fazer": os Strokes devem entrar em estúdio para gravar novo disco e o Los Hermanos retornará aos palcos no festival Just a Fest, em 20 e 22 de março.
"Vamos tentar conciliar o Little Joy com os Strokes, ver se o Fabrizio consegue fazer os shows. Mas vamos continuar." Se o Little Joy vai continuar, a situação do Los Hermanos é um pouco diferente. "Recebemos convite para abrir para Radiohead e Kraftwerk. Adoramos as duas bandas, não tinha como dizer não. Mas é algo isolado. O Marcelo [Camelo] tem vários shows solo, eu tenho os meus com o Little Joy..."
A gravadora Som Livre - idealizada em 1969 - vai festejar seus 40 anos ao longo de 2009 muito bem colocada no ranking do diluído mercado fonográfico brasileiro. Segundo um levantamento da Associação Brasileira de Produtores de Discos (ABPD), referente ao ano de 2008, a companhia - cujo catálogo prioriza coletâneas, registros ao vivo de shows editados em CD/DVD e as trilhas de novelas da Rede Globo - abocanhou em 2008 a terceira maior fatia do mercado fonográfico brasileiro, 16,5%, estando na frente de gravadoras multinacionais como a EMI Music (15,01%) e a Warner Music (13,4%). A campeã de 2008 é a Universal Music, com 27,3%, seguida bem de perto pela rival Sony BMG, que teve 26,9% do bolo (cada vez com menos recheio).
Talento da nova geração
Paulo José e seu novo CD
Ceará, terra de grandes compositores e intérpretes como Fagner, Belchior, Ednardo, Amelinha, presenteia o público brasileiro com mais um talento: Paulo José Benevides, ou simplesmente Paulo José. Ele já foi a atração de mais de 5 mil cerimônias e recepções promovidas no estado do Ceará, nas principais capitais brasileiras e até mesmo nos Estados Unidos. Com uma influência musical que vai de Elvis Presley até Luciano Pavarotti e Andréa Bocelli, Paulo José lançou quatro CDs de música religiosa, que ultrapassaram mais de 100 mil discos vendidos e faz show hoje e amanhã no Teatro José de Alencar, lançando seu novo disco pela Som Livre, “Minha voz”, às 20h.
Agora o grande desafio de Paulo José é expandir ainda mais o seu nome no cenário musical brasileiro e alçar vôos maiores no cenário internacional. Produzido por José Milton, considerado um dos maiores produtores da Música Popular Brasileira, tem 12 faixas escolhidas a dedo pelo produtor juntamente com o cantor.
Em “Minha Voz”, Paulo José está cercado por grandes músicos como João Lyra, Cristovão Bastos, Chico Batera, Eduardo Souto Neto, Jorge Helder, Sérgio Barroso, Paulo Braga dentre muitos outros. Outro grande destaque do CD é a participação do Coral das Meninas Cantoras de Petropolis, com 54 crianças, na faixa Ave Maria, de Charles Aznavour e G. Garvvarentz. Esta é a segunda vez que essa música é gravada em todo o mundo. Antes, só havia sido gravada pelo seu autor o próprio Charles Aznavour. Todo o trabalho fotográfico ficou por conta de outro grande nome da arte cearense no caso o fotográfo Gentil Barreira, enquanto o trabalho de capa foi produzido por Marina Parente.
Para esse show, hoje e amanhã, haverá um serviço de manobrista e segurança o que dará uma maior garantia para as pessoas que forem ao Teatro José de Alencar (3101-2583).
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