domingo, 1 de fevereiro de 2009

CINEMA DE ARTE

Woody Allen em cineclube especial

A Vila das Artes promove um festival com todos os filmes do cineasta americano

O Cineclube Vila das Artes apresenta esta semana a Mostra "Woody Allen Por Ele Mesmo"- filmografia completa. De segunda a sábado será exibido um filme do cineasta, a partir das 18h30. Às quartas-feiras haverá debate com um pesquisador, professor ou cineasta convidado. A entrada é gratuita. Confira a programação dos filmes:

Dia 2: Woody Allen – Uma vida em Filmes (documentário) e Um assaltante bem trapalhão (1969). Dia 3: Bananas (1971).Dia 4: Tudo o que você queria saber sobre sexo, mas tinha medo de perguntar (1972).Dia 5: O Dorminhoco (1973). Dia 6: A última noite de Boris Grushenko (1975).Dia 7: Noivo neurótico, noiva nervosa (1977).Dia 9: Manhattan (1979).Dia 10: Memórias (1980). Dia 11:Sonhos Eróticos de uma noite de verão (1982). Dia 12: Zelig (1983). Dia 13: Broadway Danny Rose (1984). Dia 14: A Rosa Púrpura do Cairo (1985).Dia 16: Hannah e suas irmãs (1986). Dia 17: A era do rádio (1987). Dia 18: Crimes e pecados (1989). Dia 19: Maridos e esposas (1990). Dia 20: Neblina e sombras (1992). Dia 21: Um misterioso assassinato em Manhattan (1993). Dia 23: Poderosa Afrodite (1995). Dia 24: Todos dizem eu te amo (1996). Dia 25: Desconstruindo Harry (1997). Dia 26: Poucas e Boas (1999). Dia 27: Trapaceiros (2000). Dia 28: O escorpião de Jade (2001). Em Março - Dia 2: Dirigindo no escuro (2002). Dia 3: Igual a tudo na vida (2003). Dia 5: Melinda e Melinda (2004). Dia 6: Match Point (2005). Dia 7: Scoop – O grande furo (2006). Dia 9: O Sonho de Cassandra (2007). Dia 10: Vicky Cristina Barcelona (2008).Informações pelo telefone 3252-1444.



Festival de Berlim terá comédias e filmes sobre globalização

O Festival de Berlim inicia hoje sua 59ª edição, sem chances de consagrar (no próximo dia 14/2) a vitória de um filme brasileiro, conforme ocorreu no ano passado, com "Tropa de Elite", de José Padilha.

Embora Padilha esteja de volta ao festival --desta vez com o documentário "Garapa", sobre a fome no Brasil--, não há títulos nacionais na competição principal, pelo Urso de Ouro. "Garapa" integra a seção paralela Panorama, para a qual também foi selecionado o thriller "Vingança", primeiro longa do gaúcho Paulo Pons, 34.

Os 18 concorrentes ao Urso de Ouro têm em comum a abordagem dos efeitos da globalização em vidas particulares, segundo Dieter Kosslick, diretor do festival.

A seleção reúne tanto realizadores veteranos e consagrados, caso do britânico Stephen Frears e do polonês Andrzej Wajda, como estreantes em longa-metragem, como o britânico Peter Strickland e o israelense Oren Moverman.

A representação sul-americana na competição fica por conta do argentino Adrián Biniez (com o título uruguaio "Gigante") e da peruana Claudia Llosa ("La Teta Asustada"). De Llosa, o público brasileiro assíduo em festivais conhece "Madeinusa" (2006), exibido no Rio, no Ceará e em Gramado.

Embora prometa densidade na temática, o festival não deixará de exibir produções de viés cômico e romântico, que, para Kosslick, são bons "escapes" do público em épocas de crise. Um bom número de estrelas da galáxia do cinema é esperado no festival: Judi Dench e Jude Law, que estão em "Rage"; Gael García Bernal e Michelle Williams ("Mammoth"); Renée Zellweger e Kevin Bacon ("My One and Only"); Michelle Pfeiffer ("Chéri"), Demi Moore ("Happy Tears") e Tommy Lee Jones ("In the Electric Mist").

A romena Anamaria Marinca, que ganhou fama mundial por sua atuação no vencedor da Palma de Ouro "4 Meses, 3 Semanas e 2 Dias" comparece no elenco do alemão "Storm".

Efeitos da crise

Atento ao derretimento do sistema financeiro global, o Mercado do Filme, paralelo ao festival, promove um debate sobre os efeitos da crise sobre a produção cinematográfica.

Entre os "hors-concours" do festival estão "Singularidades de uma Rapariga Loira", do português Manoel de Oliveira, que completou cem anos enquanto o filmava, e "Eden à L'Ouest", do franco-grego Constantin Costa-Gavras, presidente do júri que premiou "Tropa de Elite". Neste ano, é a atriz britânica Tilda Swinton quem preside o grupo encarregado de definir os vencedores.

A abertura terá "Trama Internacional", de Tom Tykwer, em torno de trambiques financeiros. Para o encerramento, Kosslick promete "o retorno do bom-humor", com aventuras da "Pantera Cor-de-Rosa 2", na versão com Steve Martin.


Filme sobre corrupção em bancos abre Festival de Berlim no "ano da crise"

Clive Owen e Louis Salinger em cena do filme "Trama Internacional", do diretor Tom Tykwer, de "Corra, Lola, Corra" e "O Perfume"

O Festival de Cinema de Berlim abre nesta quinta-feira sua edição de número 59 com um suspense envolvendo a máfia dos banqueiros e suas trapaças financeiras que atravessam fronteiras.

"Trama Internacional", do alemão Tom Tykwer ("Corra, Lola, Corra" e "O Perfume"), inaugura o evento em uma noite de gala, com a história de dois agentes que tentam levar à Justiça um dos bancos mais poderosos do mundo.

A escolha do filme para a abertura já estava decidida mesmo antes do terremoto bancário, garante o diretor do festival, Dieter Kosslick.

Com a crise financeira, entretanto, a obra teria ganhado um "sentido metafórico".

"A credibilidade desse filme é extremamente alta. Há apenas seis meses ninguém teria acreditado nela dessa forma", disse Kosslick em entrevista a um jornal alemão.

Apesar dos atuais tempos difíceis, o festival de cinema --um dos "três grandes", ao lado de Veneza e Cannes-- promete 11 dias de muito glamour, 386 filmes e um desfile quase ininterrupto de estrelas sobre seu tapete vermelho.

Entre as presenças confirmadas estão Kate Winslet, Renée Zellweger, Keanu Reeves, Demi Moore, Ralph Fiennes, Steve Martin, Stephen Frears, Willem Dafoe, Monica Belucci e Michelle Pfeiffer.

O Brasil participa com três filmes que serão exibidos em sessões paralelas e, portanto, não compõem a lista das 18 obras concorrentes ao Urso de Ouro.

José Padilha, diretor de "Tropa de Elite", vencedor em Berlim no ano passado, exibe seu novo documentário, Garapa, na mostra não competitiva Panorama.

As outras contribuições brasileiras são "Vingança", de Paulo Pons, e o curta-metragem "Triangulum", coprodução de Brasil, Alemanha e Egito dirigida por Melissa Dullius e Ricardo Jahn.

Uma das atrações com gosto especial para os cinéfilos promete ser a retrospectiva "70 mm - Bigger than Life", onde serão mostrados 22 clássicos do cinema monumental, como "Ben Hur", "Cleópatra", "2001: Uma Odisseia no Espaço" e "Lawrence da Arábia" em alta resolução, com filmes cuja largura tem, originalmente, o dobro das películas convencionais, projetados em telas panorâmicas.


Em Berlim, José Padilha espera identificação de público com "Garapa"

No Festival de Berlim, como no Brasil, "Tropa de Elite" polarizou opiniões. José Padilha, que agora volta a encarar a plateia alemã, com o documentário "Garapa", acha que desta vez o público estrangeiro tem mais proximidade com o tema do filme --a vida de famílias que enfrentam a fome no Brasil.

"O problema da insegurança alimentar grave não é exclusivamente brasileiro. Ele afeta mais de 910 milhões em vários países. Neste sentido, 'Garapa' é diferente de 'Tropa de Elite', e o público de Berlim também tem envolvimento", diz.

Além de "Garapa", a mostra Panorama do Festival de Berlim terá o brasileiro "Vingança", de Paulo Pons, 34. Realizado com R$ 80 mil, foi exibido em 2008 no Festival de Gramado, no Festival do Rio e na Mostra de São Paulo, como ponta-de-lança da proposta do diretor de realizar filmes de baixíssimo orçamento e com a clara intenção de fazer sucesso comercial.

"Sempre achei que não é necessário se autodenominar artista ao fazer uma obra de arte. Adotei um discurso mais humilde. Era meu primeiro festival, e vínhamos com uma linha dura de um projeto de cinema que fosse preocupado com o público, mas o tempo todo em que fazia 'Vingança' eu tinha consciência de que era um bom trabalho de criação", diz Pons.

O longa ficou em cartaz por uma semana de novembro no Rio e em São Paulo, e foi visto por cerca de 2.000 pessoas --Pons diz agradecer à mostra alemã "a oportunidade de dar essa resposta ao Brasil". O filme trata de um crime sexual cometido contra uma jovem (Bárbara Borges) e da decisão dos homens de sua família de se vingarem, à revelia dela.

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