segunda-feira, 2 de julho de 2012

TOP DVD


Pitty larga o rock e se dedica exclusivamente ao “Agridoce”
 

Cantora lançou o DVD “Multishow Registro Agridoce – 20 Passos”
 

Para gravar o álbum de estreia, o duo Agridoce se mudou para uma casa na Serra da Cantareira, e durante 22 dias ficaram em um ambiente agradável, perto da natureza. Os bastidores da gravação, curiosidades de making of do projeto e músicas inéditas estão no DVD “Multishow Registro Agridoce – 20 Passos”, que já está nas lojas. Os fãs de Pitty e Martin ainda poderão ver detalhes, que vão da criação e composição até o registro final de 17 músicas. Tudo isso registrado pelas lentes de Otávio Sousa.
O público também poderá assistir a cenas do dia a dia de Pitty e Martin, momentos descontraídos, clipes e músicas exclusivas, como “La Javanaise”, de Serge Gainsbourg, “Alvorada”, “Bday” e “Beethoven Blues”, compostas por eles mesmos, a última em homenagem a Beethoven, o cachorro da casa. O DVD “Multishow Registro Agridoce” ainda tem clipes inéditos das músicas “130 anos” e “Beethoven Blues”; mini filmes; galeria de fotos e comentários do duo.
Foi anunciado oficialmente pela cantora Pitty através do seu blog que a cantora deve se afastar definitivamente do seu grupo de rock. O motivo seria que agora Pitty deverá se dedicar exclusivamente ao seu projeto Agridoce que surgiu em 2011 em parceria com o guitarrista Martin Mendezz.
Pitty revelou que no projeto Agridoce consegue expressar melhor sua arte e por isso estaria se afastando do seu antigo grupo.  ***


Veja a nota oficial na íntegra:

“Tudo bem quando dizem que o tempo é relativo, eles estão certos. Especialmente quando se referem ao tempo das artes: esse é relativíssimo, e aprendi isso na prática.
Estava aqui pensando sobre o tempo ao meu redor. Tudo tem acontecido aos montes e freneticamente, e confesso que me agrada esse turbilhão. Tenho feito mil coisas ao mesmo tempo e no fim do dia sempre restam algumas por fazer. O Agridoce que começou tão paralelo, tão distração, se tornou a totalidade desses meus dias por conta das circunstâncias. O disco cresceu e ganhou vida própria, e foram aparecendo muitas coisas boas pelo caminho. Shows. Especiais pra TV. Oportunidades artísticas instigantes.
O recesso em que minha banda de rock entrou no fim do ano passado abriu espaço para que eu pudesse me dedicar mais a esse projeto. Um recesso que foi necessário por diversas questões, algumas alheias a minha vontade. Eu tinha duas opções: continuar do jeito que estava, com tudo internamente bagunçado, fim de semana após fim de semana movida por expectativas externas e correr o sério risco de transformar minha obra num arremedo, num mero “bater de cartão”. Ou arrumar a casa, se renovar, se afastar e olhar de longe para não se perder de si mesmo. Obviamente escolhi a segunda alternativa porque me lembro sempre: desde que resolvi montar banda lá na adolescência, meu único compromisso é com a arte e com a expressão sincera da mesma. Não sei dizer isso em palavras que não soem como uma frase feita, mas é a real.
E é por causa desse compromisso ao qual não sei fugir mesmo que quisesse, que as coisas estão assim. Minha banda de rock está em recesso até a hora em que me aconteça aquela gana de escrever, criar, gravar. Aquela velha fagulha que dá início a tudo. Aquela fagulha que não se provoca nem se comanda; ela é. Isso pode ser amanhã ou daqui a tempos. De novo, o tempo das artes, aquele relativíssimo. E quando ele vem é sempre poderoso e forte, porque é honesto.
Existem outros tipo de funcionamento; tem muita gente que vive bem assim, entregando encomendas, satisfazendo apenas uma demanda de mercado. Eu mesma poderia pegar três ou quatro fórmulas, bolar um hit redondinho com as coisas que eu sei que funcionam e voilá, tem-se um disco. Mas acho triste. Meu âmago grita que isso seria uma traição sem tamanho; comigo mesma, com os outros, com o que a coisa é para ser. E eu me odiaria por isso.
Então é saber respeitar o tempo das coisas e estar de instintos a postos para o chegar da fagulha. E enquanto isso, aproveitar as coisas ótimas que têm acontecido e que têm me alimentado profundamente. Pegar essa onda que cresceu e dropá-la por inteiro sem medo de levar um caldo. Quem tem medo fica deitado agarrado na sua prancha. Ainda que tenha medo, eu sempre tento ficar de pé.”

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