quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

LIVROS - NÃO FICÇÃO

Editora Atlas lança Crônicas da Vida Gerencial

Livro trata da formação de funcionários e as tendências de mercado

Cada vez mais as empresas valorizam e/ou incentivam a formação de seus funcionários. As tendências atuais consideram o ser humano como fundamental em todos os setores de uma empresa, por essa razão todos têm a responsabilidade de se engajarem e se tornarem presentes, contribuindo com suas diferentes visões e sugestões. Os capítulos do livro Crônicas da Vida Gerencial, lançado este mês pela editora Atlas, tratam de temas atuais e instigantes, que chamam a atenção para problemas diários que podem ter grande impacto se não forem devidamente analisados e gerenciados.

O livro tem a pretensão de ajudar jovens executivos a pensar sobre eles, desafiá-los a discordar para que possam chegar a uma opinião mais clara sobre os assuntos abordados.

A obra destaca-se ainda pelo estudo sobre o tecnomarketing e endomarketing. Focados em marketing de relacionamento, os autores preocupam-se em mostrar o quão importante é todos estarem envolvem em uma cadeia criativa com o foco voltado sempre para o cliente, desde a recepcionista ao cargo mais alto da empresa.


Crônicas sobre a nova ordem sexual

“Como o mundo virou gay?”relata a cultura e a história do movimento LGBT no Brasil

Gays, heterossexuais, bissexuais, casados, enrustidos, transexuais, homens de meia idade, jovens à flor da idade, lésbicas, efeminados, objetos de desejo, metrossexuais, machossexuais e os famosos “pistas falsas”... Não importa a orientação sexual e o estilo de vida. No livro Como o mundo virou gay? – Crônicas sobre a nova ordem sexual, lançamento da Ediouro, o leitor é convidado a embarcar numa realidade onde todos têm espaço.

É o que propõe André Fischer nessa reunião de textos inéditos e outros publicados na Revista da Folha e no caderno Ilustrada, ambos da Folha de S.Paulo, entre 1996 e 2006, e de posts reeditados do seu blog no portal Mix Brasil, de 2002 a 2008. “Este livro traz uma luz para heteros que ainda não sabem o que fazer nesse mundo cada dia mais gay e para aqueles que precisam apenas de um empurrão para se encontrar. E também para quem já é gay e quer saber um pouco mais sobre sua história”, afirma o autor.

Em muitas das crônicas, Fischer é o personagem principal e compartilha a sua experiência íntima com bastante desprendimento; em outras, atua como coadjuvante em aventuras ou narra fatos vividos por amigos e conhecidos. Um panorama em que é possível se defrontar com as idéias do líder de uma causa tratada com naturalidade e com um punch descontraído dos tipos que freqüentam a antropologia LGBT.

A prosa de Fischer envolve casos de ciúmes, infidelidade, desilusões amorosas, casados que se revelaram gays, freqüentadores de academias, configurações triangulares, amigos liberais e troca-troca, fantasias sexuais, adeptos do sexo virtual e casais improváveis. São recortes em que o leitor é levado a se identificar ou se posicionar contra legislações severas a práticas homossexuais e manifestações de preconceitos e intolerância.

Em Como o mundo virou gay?, Fischer entra ainda na seara da moda e do estilo de se vestir dos gays – “Ser gay é mais do que uma orientação sexual: é um estilo de vida que requer certo compromisso visual” - e compartilha seu diário particular de viagens pelos quatro cantos do mundo em visitas a tradicionais festas, festivais e mostras de filmes gays.

Para ajudar na compreensão, o livro traz um glossário para entender gírias e expressões. Há também textos dedicados à história dos 12 anos da Parada Gay de São Paulo, depoimentos sobre os clubes que marcaram a noite gay paulistana e os momentos inesquecíveis de personagens gays da teledramaturgia e de programas da TV brasileira. *** 3 ESTRELAS / Bom



Editora Peirópolis lança ‘Florbela Espanca:
Antologia de poemas para a juventude’


Obra editada com o apoio do Instituto Português do Livro e das Bibliotecas apresenta seleção de poemas da autora portuguesa considerada uma das maiores vozes poéticas de Portugal

Leste os meus versos? Leste? E adivinhaste
O encanto supremo que os ditou?
Acaso, quando os leste, imaginaste
Que era o teu esse olhar que os inspirou?
Florbela d’Alma da Conceição Espanca

A Editora Peirópolis lança, este mês, a obra Florbela Espanca - Antologia de poemas para a juventude, organizada por Denyse Cantuária. Trata-se de uma seleção de poemas da autora portuguesa considerada uma das maiores vozes da poesia feminina de Portugal. O livro faz parte da Coleção Madrinha Lua, e foi editado com o apoio do Instituto Português do Livro e das Bibliotecas.

Florbela Espanca nasceu em 1894 e faleceu em 1930, construindo em pouco tempo uma obra intensa e muito presente nos dias atuais, resultado de uma sensibilidade deslocada no mundo em que viveu. Suas cartas e poemas descrevem constantemente seus excessos: Há em mim uma sede de infinito... um querer maior que a consciência de si próprio, uma busca – um desejo de infinito... Uma angústia constante que eu nem mesma compreendo....

Conforme as palavras de Denyse, “Florbela Espanca poeta nasce da busca perfeita para o canto. Uma busca que soa para os ouvidos do leitor como amplificada, como se no ato de aumentar o tom da voz deixasse soar um grito pelas perdas sociais e pelas tristezas vividas. Ela narra seus encontros e desencontros no verso. Todos os empecilhos se transformam em fragmentos na busca pelo verso perfeito, questões aparentemente resolvidas no encontro com a escrita”.

“Comentar a obra de um autor é muito mais do que interpretar seus gestos de escrita ou tentar dizer com outras palavras o que ele disse”, afirma a organizadora da obra, Denyse Cantuária. O que essa voz traz de novo para o leitor que procura a poesia do mundo das palavras que lhe são entregues parece daquelas perguntas sem respostas.

Segundo ela, essa é apenas uma entre as possíveis leituras dessa voz poética que constrói um tipo de teatro da escrita, um teatro nos moldes antigos, com máscaras trocando de lugar no rosto dos seus atores. E personagens entre a alegria e a dor, incansáveis na busca pela melhor atuação diante de quem assiste a eles.

O livro faz parte da coleção Madrinha Lua, que homenageia a poeta mineira Henriqueta Lisboa (1901-1985), um dos grandes nomes da lírica modernista. Madrinha Lua é uma de suas obras mais conhecidas, publicada pela primeira vez em 1952, reunindo poemas inspirados em personagens da Inconfidência Mineira e paisagens de sua terra.

FICHA TÉCNICA: Título: Florbela Espanca: Antologia de poemas para a juventude Organização: Denyse Cantuária Formato: 26 x 19 cm Nº de páginas: 64 ISBN: 978-85-7596-088-2 Capa: Brochura Preço: R$ 21,00 **** 4 ESTRELAS / Ótimo



Roberto Carlos “explicado” em livro

Oscar Pilagallo apresenta o rei da canção e sob quais aspectos o cantor modernizou o gosto musical brasileiro
Roberto Carlos é o artista mais popular da música brasileira de todos os tempos. Nas palavras de Chico Buarque, “Roberto é o mais moderno dos cantores românticos latinos”. Para conhecer e compreender a história do rei da música brasileira, a Publifolha lança Roberto Carlos, vol. 79 da série “Folha Explica”.
Escrito pelo jornalista Oscar Pilagallo, o livro defende que Roberto Carlos, para além dos juízos de valor, é uma expressão do Brasil – mais do que qualquer outro, ajudou a formar o gosto médio do brasileiro, em chave moderna. “Na raiz dessa atitude está o carisma excepcional de Roberto Carlos. Carisma não se explica, claro, mas pode ser dimensionado”, avalia o autor. Suas composições têm sido regravadas pelos mais diferentes intérpretes, em sucessivas gerações. A arte, a carreira e os mitos de Roberto Carlos são apresentados no livro de modo sucinto, estimulando uma avaliação do seu legado.
O ensaio musical-biográfico conta histórias que entraram na música – e as músicas que entraram para a história. No primeiro capítulo, o leitor conhecerá a história do rei antes de 1964, ainda em Cachoeiro de Itapemirim. O capítulo seguinte trata da “Jovem Guarda” e do iê-iê-iê, a versão abrasileirada do rock, nascido de uma brincadeira de Erasmo Carlos que Roberto resolveu levar a sério. Já o terceiro capítulo aborda o compositor inspirado e o intérprete perfeccionista, que faz a passagem do soul para as baladas românticas dos anos 70.
O livro estuda também a fase seguinte, em que o cantor se supera e, nos shows, amparado por seu repertório, sustenta o sucesso de uma carreira que o levou a vender mais de 100 milhões de álbuns no mundo todo, o único latino a atingir tal marca.
O último capítulo pode ser lido como um guia da recepção de Roberto Carlos por novos intérpretes e jovens roqueiros. Seguem-se cronologia e discografia (incluindo álbuns em espanhol, inglês, italiano e francês), e a filmografia do cantor.
Sobre o autor
Oscar Pilagallo é autor de A História do Brasil no Século 20 (5 vols., série “Folha Explica”), O Brasil em Sobressalto (Publifolha, 2002) e A Aventura do Dinheiro (Publifolha, 2000). Participou da obra coletiva Música Popular Brasileira Hoje (“Folha Explica”, vol. 50, Publifolha, 2002). Jornalista, é colaborador da Folha de S.Paulo, onde foi repórter especial e editor dos cadernos “Dinheiro” e “Sinapse”. Criou em 2005 a revista EntreLivros, que editou por dois anos. Nascido em São Paulo, morou em Londres entre 1986 e 1991, quando trabalhou no Serviço Brasileiro da BBC. Em 1993, recebeu o Prêmio Esso de Reportagem Especializada.

Folha Explica Roberto Carlos
*** 3 ESTRELAS / Bom
Autor: Oscar Pilagallo
Editora: Publifolha
168 páginas
R$ 20,90
O livro pode ser adquirido nas principais livrarias, pelo televendas 0800-140090 ou pelo site http://www.publifolha.com.br/



Os benefícios de se adotar uma vida simples

Você já pensou em ter uma vida mais simples? Uma vida não só descomplicada, mas também mais autêntica? Já parou para pensar se você é apaixonado pela sua profissão, ou se apenas trabalha para ganhar dinheiro? Se cultiva os seus relacionamentos, ou se eles não passam de conseqüência de suas atividades? E quanto ao seu corpo? Cuida dele? Dá a ele o exercício de que ele necessita? O que você come? E que alimentos da ao seu cérebro? O que você tem lido, visto, ouvido?
Como lida com a moda e a tecnologia? Simplesmente compra o que a publicidade anuncia? É fissurado pelo último modelo de tudo? Acha que roupa de grife é um símbolo importante de status? Não sai de casa sem carro e não passa um dia sem surfar na Internet? Não sabe como viveria sem a empregada, pois não se vê fazendo tarefas domésticas?
Quem quiser saber se está preparado para adotar uma vida simples, precisa avaliar bem essas questões. É o que explica o escritor e jornalista Odir Cunha no lançamento da Editora Novo Conceito, Viva Simples. Com este livro o autor dá continuidade a algumas propostas levantadas há sete anos em Dinheiro é possível ser feliz sem ele e direciona o leitor para os benefícios que terá ao adotar uma nova filosofia de vida.
“A vida simples pregada nesse livro está relacionada ao conceito de simplicidade voluntária, no qual pessoas procuram não se deixar levar pelas imposições do mercado de consumo e optam por viver mais ligadas a espiritualidade, qualidade de vida, uso melhor do tempo, saúde, preservação do meio ambiente, redução de estresse, justiça social, enfim, valores que privilegiam o ‘ser’, em contraposição ao ‘ter” induzido pela publicidade que nos cerca”, afirma Odir Cunha.
Dessa forma, o autor elenca cinco características interligadas para identificar pessoas que aderiram à vida simples e que provocaram profundas mudanças no seu dia-a-dia – são contrárias ao consumismo, à poluição e à degradação do meio-ambiente; a favor de uma vida saudável, do crescimento e da paz interior e da igualdade entre as pessoas. Ele ainda inclui uma outra definidora – a racionalidade, no sentido de “inteligência” mesmo.
Por trás dos escritos de Odir Cunha corre solto um incentivo para as pessoas repensarem seu estilo de vida e perceberem que a maneira como vivemos não diz respeito somente a nós mesmos, mas afeta e pode colocar em risco a sobrevivência da humanidade. De como podemos viver sem excessos e ganâncias e, assim, acrescentar valores éticos em oposição aos bens materiais. Como sentencia o autor: “Um jeito diferente de olhar o planeta e de se relacionar com os outros seres vivos”.
Sobre o autor:
Jornalista, escritor e palestrante com 32 anos de profissão, Odir Cunha já trabalhou como repórter, redator e editor no Jornal da Tarde, no O Globo e em diversas revistas e jornais de esportes segmentados, além de emissoras de rádio, como a Record. Foi laureado com dois Prêmios Esso, em 1978 e 1979 pelo Jornal da Tarde, e três prêmios da Associação Paulista de Críticos de Arte pela Rádio Excelsior, hoje CBN. Atualmente colabora com os sites “Observatório da Imprensa” e “Comunique-se”, dirigidos a profissionais da imprensa. Adepto da vida simples, o autor já ministrou várias palestras sobre o assunto.
Entre seus 14 livros publicados, estão a biografia do jogador de basquete Oscar Schmidt, a quem também escreve o roteiro de suas palestras; Dinheiro, é possível viver sem ele; Time dos Sonhos – A história completa do Santos, Pedrinho escolheu um time; Heróis da América, a história completa dos Jogos Pan-americanos; e O Barqueiro de Paraty. Além de Viva Simples, escreveu pela Novo Conceito as histórias brasileiras para o livro O herói dentro de você, de Allan Zullo e Mara Bovsun. *** 3 ESTRELAS / Bom

Ficha técnica:
Livro: Viva Simples
Autor: Odir Cunha
Nº de páginas: 152
Preço: R$ 29,90
www.editoranovoconceito.com.br
Telefone de Atendimento ao Consumidor: (11) 3512-5500

Novo livro da série “Acredite se quiser”

Casos incríveis garimpados nos quatro cantos do mundo - fatos reais surpreendentes que desafiam os limites da imaginação.

Ediouro lança mais um livro da série “Ripley’s Acredite se quiser!". Esta edição intitulada “Ripley’s Acredite se quiser! Espere… o inesperado”, traz em suas 256 páginas fatos, curiosidades e fotos quase inacreditáveis coletados pela Ripley’s Entertainment.
A atração "Acredite se quiser" que se popularizou no Brasil durante anos 80, sob o comando de Jack Palance, foi exibida na extinta Rede Manchete e recentemente ganhou versão brasileira pela Rede Record.Em 1918 o jornalista esportivo Robert Ripley apresentou sua primeira coleção de fatos e feitos estranhos, que deram origem ao cartum “Believe It or Not”, que no Brasil ganhou o nome de “Acredite se quiser”, e o sucesso foi imediato.
Em 1940 Robert Ripley já tinha visitado 201 paises em busca de fatos bizarros para suas tiras e mesmo após sua morte, em 1949, esta pesquisa continuou com sua equipe. Os cartuns de Ripley foram traduzidos para 17 idiomas diferentes atingindo 80 milhões de leitores e continuam sendo produzidos diariamente. São os cartuns há mais tempo publicados no mundo. “Ripley’s Acredite se quiser! Espere… o inesperado” está dividido em 8 capítulos, são eles: Mundo Estranho, Esquisito e Maravilhoso, Rompendo Limites, Animais Fascinantes, Maior que a Vida, Feitos Impossíveis, Simplesmente Inacreditável e A Contagem Final.
Entre as inúmeras curiosidades está a companhia austríaca que vende lápides que brilham no escuro e são alimentadas por energia solar, a foto de um elefante de duas trombas que foi morto no Zimbábue em 2004, uma padaria perto de Bangkok vende pães com formato de cabeças humanas e até mesmo o caso de um adolescente brasileiro que presenteou sua namorada com uma ovelha prenha, no dia dos namorados de 2005.
Os brasileiros que acham que os impostos cobrados por nosso governo são inacreditáveis podem se surpreender ao saber que no século XVIII o governo dos Países Baixos cobrava dos proprietários de moinhos um imposto sobre o vento. E que não é apenas dinheiro que as pessoas escondem em suas roupas, em 2005 uma mulher foi detida no aeroporto de Melbourne por transportar 51 peixes tropicais, vivos, escondidos sob sua saia. *** 3 ESTRELAS / BOM


Os horrores da guerra

Diário de berlinense narra os estupros e atrocidades que sofreu durante a ditadura Hitler

O comovente e trágico diário de uma jovem berlinense, escrito entre 20 de abril de 1945 e 22 de junho do mesmo ano, durante a invasão e conseqüente ocupação russa da capital alemã, « Uma mulher em Berlim » (Editora Record), traz um relato preciso e emocionante, a autora descreve a vida miserável que levou e os repetidos estupros que sofreu durante este período. A morte da autora em 2001 suscitou o interesse dos leitores, e o livro foi relançado em vários países.
A jovem berlinense que escreveu este diário, de 20 de abril de 1945 até 22 de junho do mesmo ano, desde a primeira publicação do livro, não quis ter sua identidade revelada. Ao lermos seu testemunho, entendemos os motivos.
Este é um relato detalhado da invasão e conseqüente ocupação russa da capital alemã. A princípio, a situação da autora é imaginável, até para os mais familiarizados com os reveses de uma guerra. Ela encontra um lugar seguro para se esconder, o sótão de uma casa qualquer, e passa alguns dias vagando por Berlim, em filas, esperando por comida e conversando com os vizinhos sobre a iminente chegada dos russos.
Gradativamente, a situação da jovem se torna mais difíceis. Quando as tropas russas chegam a Berlim e invadem as casas ao redor de seu abrigo, ela se vê obrigada a abandonar o sótão e se instalar em um porão sem janelas, onde já viviam outras 15 mulheres. Em determinado momento, os soldados descobrem o esconderijo e as obrigam a deixá-lo. Expostas aos homens, quase sempre embriagados, as mulheres, incluindo a autora destes diários, sofrem violências e abusos sexuais.
Com um tom objetivo, que beira a frieza e o sarcasmo, o relato é preciso sobre a vida cotidiana de uma mulher que habitou um imóvel quase em ruínas: uma vida miserável, povoada pelo medo, o frio, a sujeira, a fome, além dos bombardeios seguidos por uma brutal ocupação. A essas adversidades, somam-se os repetidos estupros, a vergonha e a banalização do pavor.
Este livro foi publicado pela primeira vez na Inglaterra em 1955 e uma edição em alemão foi feita em 1960. Apesar de a guerra ter acabado havia 15 anos, a publicação causou um forte impacto e foi recebida com tamanho ultraje que a autora pediu que o livro só fosse comercializado após sua morte. Os alemães, mesmo depois de tanto tempo, não conseguiam suportar a verdade da experiência feminina durante a ocupação em Berlim.
A sinceridade e a lucidez do olhar sobre uma Berlim tetanizada pela derrota dão grande valor a esse terrível relato, um retrato de uma luta desesperada pela sobrevivência durante a Segunda Guerra Mundial. **** 4 ESTRELAS / Ótimo


Muggiati perfila jazzistas com textos elegantes

Com escrita de fraseado elegante, o jornalista Roberto Muggiati - um dos maiores críticos de jazz do Brasil - defende em seu saboroso livro Improvisando Soluções que o jazz não é apenas um estilo musical, mas uma forma de encarar a própria vida. Para tal, ele apresenta breves perfis de lendas do gênero que superaram adversidades em nome da música. Um dos casos mais pungentes é o do violonista Django Reinhardt (1910 - 1953), que se viu induzido a criar um novo estilo de tocar seu instrumento por conta de um incêndio que lhe queimou parte do corpo e paralisou dois dedos de sua mão esquerda. Outro é o do pianista Art Tatum (1910 - 1956), que, praticamente cego desde o nascimento, fez da música a sua janela para o mundo - com a mesma garra e força de vontade com que outro virtuose do piano, Michel Petrucciani (1962 - 1999), driblou congênita doença degenerativa que moía seus ossos e conseguiu se impôr com toque raro na cena jazzística.

Além de perfilar músicos que superaram tragédias pessoais, sem nunca cair em tom melodramático, o novo livro de Muggiati é, de certa forma, excelente introdução ao mundo do jazz por retratar com exatidão a arte, o som e a personalidade de mitos como o saxofonista Charlie Parker (1920 - 1995), o pianista Thelonious Monk (1920 - 1982) e a cantora Billie Holiday (1915 - 1959), entre outros ícones que enfrentaram resistências e somente passaram para a posteridade porque souberam improvisar tanto na vida como na música. Por fim, o autor se expõe de forma pessoal e confessional no capítulo O Jazz Salvou a Minha Vida, em que conta como, na juventude, um solo do saxofonista Barney Wilen, ouvido nas ruas de Paris, o desviou do caminho do suicídio. Nem o destoante epílogo que roça a literatura de auto-ajuda, em capítulo intitulado O Jazz como Estratégia para o Sucesso, tira o brilho de livro preciso para quem quer entender o espírito do jazz. *** 3 ESTRELAS / Bom



O câncer sob outro ponto de vista

Câncer- e agora?, lançamento da Editora Globo, traz um relato pessoal de vítima da doença, de forma bem-humorada, informativa e inspiradora

Depois de uma longa ressaca, não melhorada nem por uma aula de yoga, a atriz e fotógrafa Kris Carr resolveu ir ao médico. Descobriu que seu fígado parecia “queijo suíço”, coberto por tumores malignos. Foi diagnosticada com um tipo raro de câncer, mas não se entregou à doença. Ao contrário. Semanas depois, começou a documentar toda a sua jornada nessa nova fase, no livro Câncer- e agora? (que também deu origem ao filme homônimo), transformando uma situação a princípio trágica em uma história inspiradora de coragem, força e, surpreendentemente, muito bom-humor.
Kris percorreu os Estados Unidos entrevistando amigos famosos e desconhecidos que tiveram câncer. Conversou também com especialistas de todas as áreas, tanto da medicina tradicional quanto da alternativa. Ao longo do caminho, encontrou jovens mulheres como ela, também vítimas do câncer, mas determinadas a sobreviver da melhor forma possível. Entre elas, a escritora Marisa Marchetto, a editora Erin Zammett, a modelo Sharon Blynn e a cantora Sheryl Crow, que assina o prefácio do livro.
Em Câncer- e agora?, Kris compartilha com os leitores suas lições e experiências sobre a doença. Fotos pessoais acompanham histórias e revelações, além de informações sobre o câncer. A autora aborda as mudanças na vida social, sexual e na aparência física, traz dicas de saúde para melhorar o sistema imunológico, receitas, fontes médicas, links úteis e leituras recomendadas. A edição brasileira foi adaptada com informações sobre hospitais, instituições, planos de saúde e legislação local.
O resultado é um livro emocionante, divertido e informativo, sobre vida, amizade e crescimento. Kris mostra que, por mais assustadora que seja a doença, o principal é não desistir, nem perder o bom-humor. Câncer- e agora? é uma excelente leitura para quem está passando por isso e para as pessoas à sua volta. Mas também para todos aqueles que querem aprender e se emocionar com uma bela e verdadeira história de vida.

Sobre a autora:

Kris Carr é fotógrafa, escritora, diretora, produtora e atriz. Além do livro Câncer- e agora?, produziu e dirigiu um documentário de mesmo nome. Atualmente, mora em Woodstock, Nova York, e é autora do blog www.crazysexycancer.blogspot.com.

Ficha técnica:
Título: Câncer – e agora? – como lutar contra a doença sem deixar a vida de lado
**** 4 ESTRELAS / Ótimo
Autora: Kris Carr
Gênero: Saúde
Formato: 19 cm x 23,5 cm
Preço: R$ 49,00
Número de páginas: 204



VIDAS SECAS – EDIÇÃO ESPECIAL 70 ANOS

Clássico de Graciliano Ramos ganha edição comemorativa com fotos de Evandro Teixeira

Para celebrar os 70 anos de um dos maiores clássicos da literatura nacional, a Editora Record lançou mês passado uma edição comemorativa de VIDAS SECAS, de Graciliano Ramos. Um belíssimo livro fotográfico com o texto integral de Graciliano entremeado por um ensaio de fotos feito especialmente para esta edição por Evandro Teixeira, um dos mais aclamados nomes do foto-jornalismo nacional.

Durante mais de dez dias, em diversas viagens, Evandro percorreu o sertão de Alagoas e Pernambuco, trilhando os caminhos de Graciliano e registrando em imagens atuais os lugares que deram vida aos personagens criados pelo magistral escritor alagoano há sete décadas. Deste casamento de imagem e textos em tempos distintos resulta uma obra surpreendente, ao mesmo tempo clássica e moderna.

Nesta edição, o leitor pode revisitar o mundo real e imaginário dos sertanejos, os muitos fabianos, as sinhás vitórias, os meninos e suas cachorrinhas. Em duas viagens consecutivas ao sertão, Evandro fotografou lugares como Qebrangulo, onde Graciliano nasceu; Buíque, onde viveu parte da infância na fazenda do avô; Palmeira dos Índios, de onde foi prefeito, entre outras localidades.

“Foi gratificante revisitar Alagoas e Pernambuco com o olhar guiado por “Vidas Secas”. Nessa viagem, a todos reencontrei: homens e mulheres, crianças e animais, secas e chuvas, intempéries sempre ao encalço do homem. Suas vidas, suas lutas, suas baleias. Mas encontrei também o que Graciliano certamente gostaria de presenciar: um inegável olhar de esperança no futuro e uma nova afetividade no homem do sertão, antes tão somente árido, dramático e seco” diz Evandro Teixeira, ele também um nordestino, na abertura do livro.

A edição vem com a apresentação do professor Wander Melo Miranda, grande conhecedor da literatura de Graciliano e supervisor do trabalho de reedição de toda a obra do escritor realizado pela Editora Record e concluído este ano.

“Passados setenta anos da publicação de Vidas secas, tudo mudou e nada mudou de verdade. O compromisso assumido pelo escritor de ir contra a corrente da história para

melhor apreendê-la permanece intacto nas múltiplas leituras que o texto engendra, na firme posição que mantém ao lado dos condenados da terra. Por muito tempo ainda – não sabemos se alegria ou danação – essa pequena obra-prima continuará a ser nossa face mais luminosa e escura”, escreve Wander a apresentar esta edição.

Desde que foi lançado pela primeira vez, em 1938, Vidas Secas já vendeu mais de um milhão e meio de exemplares. Hoje está na sua 107º edição. A editora Record também orgulha-se de ter renovado, até 2018, os direitos de publicação de toda a obra de Graciliano, um dos autores mais conhecidos da nossa literatura, capaz de conquistar um número cada vez maior de leitores. Entre 2005 e 2008 as vendas de seus livros cresceram 20%.

Ficha Técnica:
Livro: VIDAS SECAS – EDIÇÃO ESPECIAL
*** 3 ESTRELAS / Bom
Graciliano Ramos (fotografias de Evandro Teixeira)
Editora Record
208 páginas
Formato: 24 x 30 cm
Preço: R$ 99,00


Gloria Kalil lança versão atualizada do Chic[érrimo] pela Ediouro

“Não é um vexame usar um talher errado para comer um molusco raro que você nunca viu mais gordo; ou não ter uma panela de fondue em casa para ser usada numa única noite de inverno. Bom humor e simplicidade resolvem qualquer situação.” Este é o espírito do novo regime que Gloria Kalil propõe para a moda e a etiqueta no seu livro Chic[érrimo], que a Ediouro está lançando em versão revisada e atualizada.

Nas 240 páginas do livro, Gloria Kalil ajuda o leitor a responder de maneira simples às dúvidas de comportamento que surgem nas situações mais corriqueiras – quem apresenta quem, como convidar e ser convidado -- e também nas ocasiões importantes – o que vestir nos casamentos, o que servir nas festas, como arrumar a mala para um cruzeiro, etc.

Chic[érrimo] traz ainda uma retrospectiva dos códigos de convivência ao longo do tempo e sugere um novo jeito de se comportar em tempos de supervalorização da imagem e excesso de narcisimo. Por isso mesmo, além de repensar os códigos de etiqueta para homens e mulheres, propõem outros para serem adotados pelas celebridades: esse grupo de pessoas tão valorizadas hoje em dia e que freqüentam páginas de revistas (e nossa imaginação) como se fossem exemplos de comportamento. Serão mesmo?

Sem estabelecer regras rígidas, Gloria Kalil mostra a etiqueta como manifestação de civilidade e a moda como expressão da personalidade e valorização da identidade. Etiqueta e moda como formas de inclusão, não de discriminação.

Este novo jeito de se comportar privilegia a liberdade e a autonomia, sem nunca perder de vista a existência do Outro. O que é ser chic nos dias de hoje? Para a autora, ser chic é ser civilizado.

O grande interesse por estes temas e a confirmação de que vivemos a “era das celebridades” anunciada por Gloria Kalil já na primeira edição do livro, em 2004, justificam a reedição atualizada, compactada e graficamente reformulada deste Chic[érrimo] – uma obra que, como todas as outras da autora, não pode faltar em sua biblioteca.

Ficha Técnica:
Livro: Chic[érrimo]
*** 3 ESTRELAS / Bom
Autora: Gloria Kalil
Nº de páginas: 240
Preço sugerido: R$ 49,90
Serviço de Atendimento ao Leitor: (21) 3882-8416


Manual prático de ajuda ao dependente químico

O que fazer quando você descobre que seu filho é usuário de maconha ou que sua melhor amiga é dependente de remédios para emagrecer? Como lidar com o funcionário da empresa em que você trabalha que se viciou em cocaína? Qual é a atitude correta diante de um usuário de drogas que não quer ajuda? É possível levá-lo ao tratamento? Em Drogas.Sem, de Analice Gigliotti, Elizabeth Carneiro e Gisele Aleluia, estas e outras questões encontrarão respostas.

Drogas.Sem, promete auxiliar um usuário em recuperação, além de orientar os familiares que convivem com o universo de usuários e de adictos em recuperação. Na obra, Analice Gigliotti, Elizabeth Carneiro e Gisele Aleluia apresentam tudo o que é preciso saber sobre as drogas e seus efeitos, e mostram como lidar com pessoas que passam por esse tipo de problema. As autoras também expõem opções de tratamento, as possíveis dificuldades enfrentadas pelos envolvidos e as formas de evitar que este problema atinja a sua família.

Drogas.Sem une o profundo conhecimento técnico das autoras a histórias reais e emocionantes. É nesse ponto que a obra transcende sua função de esclarecer questões que ainda representam um tabu social ao abordar dilemas com tamanha sensibilidade e ética. “Esse livro propõe-se a ajudar pessoas a ajudarem outras pessoas. Oferece dicas práticas sobre como lidar com um filho que fuma maconha, com uma mulher que bebe, com um funcionário de uma empresa que é compulsivo sexual, e muito mais. Tudo através de exemplos práticos que ilustram cada situação”, revela Analice, que além de autora, é psiquiatra e presidente da Associação Brasileira de Estudos do Álcool e Outras Drogas (Abead).

A médica também informa que, de acordo com as opções que o mercado oferece hoje, não há nenhuma publicação semelhante. “Não acredito que tenhamos no momento um livro tão completo, cobrindo desde a ciência por traz da dependência até os mecanismos de ação e malefícios de todas as drogas”.

Analice Gigliotti é formada em Medicina e pós-graduada em Psiquiatria pela UFRJ. Especialista em dependência química, é presidente da Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas (ABEAD) e membro do comitê global da Society for Research on Nicotine and Tobacco.

Elizabeth Carneiro é psicóloga formada pela PUC-Rio e doutoranda pela Escola Paulista de Medicina. Especialista em adicções, psicoterapia focal e terapia familiar sistêmica, ela é pioneira na adoção e ensino da Entrevista Motivacional, abordagem mais moderna na área de mudança de comportamento.

Gisele Aleluia é psicóloga, especialista em terapia familiar sistêmica, fundadora e docente do Instituto de Integração da Família (INIF) e professora da pós-graduação da PUC-Rio. Ela mantém cursos de treinamento profissional na área de adicção.

“Dizem que todos os livros são autobiográficos, e este não é exceção. Todo homem se identifica com a escolha de sua profissão e dos livros que escreve. Esta obra é a união das experiências de uma psiquiatra especializada em drogas, uma psicóloga que cuida das angústias pessoais e uma psicóloga que presta assistência a famílias. Hilke dizia que a arte só existe se é necessária ao autor. É o nosso caso, precisávamos escrever este livro. A estratégia foi realizar uma série de reuniões com pacientes e familiares, cujo objetivo seria descobrir quais perguntas sobre álcool e drogas pulsavam em suas cabeças e precisavam ser respondidas. Somente um texto que nasce das angústias poderia servir de antídoto para elas. Afinal, devemos reconhecer, dependência química não é nem nunca foi um problema dos outros. É um problema de cada um de nós, sem exceção” (as autoras). *** 3 ESTRELAS / Bom


DIVIRTA-CE recomenda

A Coleção Obras de Referência do Programa Monumenta publica mais um livro fundamental para a educação dos que se iniciam no conhecimento do Patrimônio Cultural Brasileiro: a edição revista e atualizada do Atlas dos Monumentos Históricos e Artísticos do Brasil, do professor Augusto Carlos da Silva Telles. As primeiras edições de 1975 e 1980 deste Atlas, ambas patrocinadas pelo Ministério da Educação e Cultura, tornaram-se referência para professores, pesquisadores e educadores, por oferecer uma análise segura de nosso acervo histórico, arquitetônico e artístico e sua distribuição pelas diferentes regiões brasileiras. ***** 5 ESTRELAS /Excelente

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