quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

MÚSICA

A turma antiga do funk

Segundo volume do álbum “Clássicos do Funk” relembra mais hits do passado


Comparados a alguns funks de hoje, os produzidos há pouco mais de uma década pareciam bastante inocentes. Sucessos dessa época foram relançados no álbum Clássicos do Funk, em 2006, que relembrou o melhor do estilo, mas ainda deixou de fora importantes hits cariocas. Reunindo 18 temas, o volume Clássicos do Funk 2 apresenta mais músicas que projetaram o ritmo para o Brasil. Cidinho e Doca, talvez donos do maior clássico de todos, o Rap da Felicidade (presente no primeiro volume) também gravaram o Rap das Armas. Pregando a paz, o inconfundível “Parapapapapapapapapa” que imitava o som das metralhadoras ficou famoso e abre a nova compilação.

O Endereço dos Bailes (Mc Junior / Mc Leonardo), recado da dupla Junior e Leonardo, citando as várias comunidades animadas pelo som, entrou na nova leva de funks com os sucessos Carrossel de Emoções, em que Claudinho e Buchecha também homenageavam as festas e pediam “paz nos salões”. A preocupação com a violência nos bailes também foi tema do conhecido Rap da Rocinha, de MC Neném e Rap do Pirão, de Mc Dieddy: “Vem pro baile, meu amigo e diga violência não”.
Outro assunto recorrente, o amor também fez sucesso em letras mais românticas. O funk Melody de Latino tem seu lugar com o estourado Me leva (Latino), um dos primeiros “chicletes” do cantor. De Mc Marcinho e Cacau é Quero seu amor (Mc Marcinho).


CD faz a festa sertaneja

Coletânea “Pinga Cowboy” reúne clássicos animados do gênero

Eles andam de bar em bar, brindam suas alegrias, choram desilusões, bebem, “tropicam, mas não caem”. São “chorões apaixonados”, “pinguços abarrotados”, “cachorros vira-latas”, os personagem retratados nas canções do CD Pinga Cowboy, que a Som Livre lança este mês. Na coletânea, artistas consagrados da música sertaneja, como Bruno & Marrone, Leonardo, Daniel e Rick & Renner, se juntam a novos nomes, como João Neto & Frederico, Tchê Garotos e Rud & Robson, para cantar divertidos causos de gente que não desperdiça a oportunidade de beber - seja no boteco, no churrasco, no rodeio, ou mesmo em casa.

Gino & Geno abrem o álbum com a música Bebo Pa Carái. Na faixa, a dupla mineira, que já tem mais de 30 anos de estrada, abusa do bom humor para contar como um homem encontra na bebida sua fiel escudeira toda vez que briga com a mulher. Bruno & Marrone cantam em Chorão Apaixonado o caso do homem que vai “de buteco em buteco, enchendo o caneco” buscar o consolo pelo amor não correspondido, enquanto Rick & Renner – dupla de brasília que quebrou a tradição rock ‘n’ roll local e conquistou o mundo da música sertaneja – contribuem com os sucessos Bebedeira e Nóis tropica, mas não cai. Os cantores Daniel e Leonardo contribuem com Melhor pingar que secar e Rola pinga, respectivamente.

Pinga Cowboy apresenta novos nomes da música sertaneja, como Henrique Marx e Tchê Garotos. Já os rapazes do Tchê Garotos – grupo que mescla tradição e modernidade da música gaúcha, com influências do sertanejo moderno e pop – aparecem no álbum com a bem-humorada É Problema Meu. *** 3 ESTRELAS / Bom


Quatro álbuns de Maysa ganham edição em CD

>>> Minissérie sobre a cantora ajuda no relançamento de antigos álbuns

A exibição da minissérie Maysa - Quando Fala o Coração motivou a gravadora Som Livre a relançar em CD quatro títulos da discografia de Maysa (1936 - 1977) até então inéditos no formato digital. Herdeira do acervo da RGE, a gravadora na qual Maysa registrou a fase inicial de sua obra fonográfica, a Som Livre está pondo nas lojas os álbuns Maysa É Maysa... É Maysa, É Maysa (1959), Voltei (1960), Maysa Canta Sucessos (1960) e Maysa Amor... e Maysa (1961).

O primeiro marcou a volta de Maysa ao Brasil após temporada européia e destaca no repertório duas músicas, A Felicidade e Manhã de Carnaval, propagadas em escala mundial naquele ano de 1959 pelo filme francês Orfeu Negro. Voltei - álbum de maio de 1960 cujo título alude ao retorno da cantora à cena após sumiço estratégico para internação em hospital de São Paulo (SP) - mistura clássicos instântaneos da Bossa Nova (Meditação e Dindi) com boleros (Alguém me Disse) do período pré-bossa.

Já Maysa Canta Sucessos - editado em outubro de 1960, cinco meses depois de Voltei - tem título típico de coletânea, mas apresentou gravações inéditas. O título se refere ao fato de Maysa abordar sucessos de cantoras como Elizeth Cardoso (1920 - 1990) e Sylvia Telles (1935 - 1966). Por fim, Maysa Amor... e Maysa trouxe a cantora de volta à RGE - após breve passagem pela Columbia, por onde lançou no mesmo ano de 1961 o LP Barquinho, sopro de ar fresco em sua discografia - e aos boleros e sambas-canções que predominaram nessa fase bem irregular da discografia da cantora. **** 4 ESTRELAS / Òtimo


Bangalafumenga brilha no 'Barraco Dourado'

Grupo carioca mantém coquetel de ritmos no segundo CD


"Eu tô no samba-funk, tô no sambalanço / Tô na batucada, minha rede eu mesmo tranço", canta Rodrigo Maranhão sob a pulsação de metais, quase no tom do samba-rap, em Baseado em Fatos Reais. A intenção é traçar a evolução do samba na letra desta música do terceiro disco do Bangalafumenga, mas os v
ersos funcionam também como uma carta de intenções deste grupo carioca - formado em 1998 pelo poeta Chacal e pelos músicos Rodrigo Maranhão e Celso Alvim (da Parede) - que mistura e manda em Barraco Dourado um coquetel de ritmos brasileiros com atitude e baticum pop. Parte do samba (cuja batida dá o tom em faixas como Chapéu Mangueira) para ritmos como maracatu (caso da funkeada faixa-título, Barraco Dourado) e ciranda (Sexta-Feira / Bonfim). No todo, o CD mantém o alto nível do primeiro álbum da banda (Bangalafumenga, 2001) - no qual, aliás, apareceram músicas como a Ciranda do Mundo (Edu Krieger) - e do EP Vira-Lata, de 2004. Barraco Dourado é, sobretudo, a confirmação do talento de Rodrigo Maranhão como compositor (como cantor, ele não chega a brilhar). É de Maranhão a autoria da maioria das músicas do álbum, a começar pelo ponto afro Mãe d'Água, que abre Barraco Dourado. Há faixas como Quebra-Quilos - composta por Pedro Luís em homenagem a Celso Alvum - marcadas pelo baticum percussivo da Parede, mas, no geral, os arranjos combinam levadas percussivas com a pulsação dos metais. É o que acontece no tema instrumental Especial de Agogô. Mesmo que uma ou outra música soe menos inspirada - caso de Brother, soul criado por Maranhão em tributo a Serjão Loroza - o Barraco Dourado ostenta o viço da moderna música popular produzida no Rio de Janeiro sem fronteiras rítmicas. E, de quebra, oferece dois covers. O rebolado latino da Lourinha Bombril - modelado pelos Paralamas do Sucesso no álbum 9 Luas (1996) - cai bem no repertório do Bangalafumenga. Já a tentativa de seguir os Trilhos Urbanos (Caetano Veloso, 1979) na batida seminal do jongo soa mais curiosa do que propriamente empolgante. Nada, contudo, que tire o brilho de disco vibrante. 2009 começou bem. *** 3 ESTRELAS / Bom


O SambaChic de Paula Lima

Cantora lança seu primeiro registro em DVD


Vem com um samba envolvente, “benjoriano”, um monum
ento à beleza brasileira. A banda segura o groove e ela entra “chic”, puro style, arrebatando a platéia já de cara, comandando a massa. Paula Lima… mulher brasileira, bonita, exuberante. Ela tem a qualidade da estrela, pertence ao palco e o palco, sem dúvida, é o seu lugar.

“SambaChic” é seu primeiro registro em DVD, depois de três discos solo, depois de marcar presença no paulistano Funk Como Le Gusta e participar de vários projetos de hip hop, funk, soul e o que mais pintasse de boa música brasileira ou black brasileira. O “SambaChic” de Paula Lima é diferente, urbano e contemporâneo.
O show foi gravado na Casa das Caldeiras em São Paulo (SP), em agosto de 2008. No comecinho da festa já se pode ver a animação do público: palmas no ritmo e corpos no balanço. De cima do palco e em cima do salto, Paula samba “no miudinho” o primeiro Arlindo Cruz da noite. O baile SambaChic alterna os gêneros, mas sempre com o groove comendo solto, arrepiando. Tem balada, algum acento funk, tem charme, tem balanço e tem samba. Tem samba “no sapatinho” de Guto Bocão da Vai Vai, chamando a platéia pra dançar: uma fera que divide palcos e estúdios com Paula Lima há pelo menos 7 anos. A intimidade tá na cara, tá no som, na alegria. Quando entra “Sai Daqui Tristeza” (balada boa do primeiro disco), Paula aproveita para soltar a voz, exibe sua fabulosa extensão; o som sai aberto e contagiante.

Em todo momento ela transmite sem medo e sem pudor a felicidade de estar no palco, de se mostrar inteira nessa opção por cantar. E vem “Negras Perucas” com Toni Garrido – só o encontro já é um manifesto de beleza negra. Mas é aqui também que se pode notar, com destaque, num solo de guitarra de Walmir Borges, que Paula Lima incorpora um Waly Salomão e rompe todas as fronteiras musicais. Entra Hendrix no samba com guitarras distorcidas e entram scracths em “Gafieira S/A” injetando hip hop num funk cheio de pressão. Paula Lima é musicista, o que pouca gente sabe. A moça estudou piano clássico dos 07 aos 17 anos e agora toma conta do seu som. O som finaliza único, coeso, forte, com pegada e personalidade própria, porque Paula Lima tem maturidade musical para gerenciar todas essas paixões e influências.


Beyoncé faz um brega-dance em seu terceiro disco

Não é por acaso que Beyoncé Knowles extrapola o universo do r & b pop neste terceiro CD solo, duplo e fraco. Seu disco anterior, B' Day (2006), emplacou hits, mas não surtiu o efeito bombástico do primeiro, Dangerously in Love (2003), que conquistou o Mundo já no primeiro delicioso single, Crazy in Love. Para impulsionar as vendas de B' Day, Beyoncé teve até que inserir na Deluxe Edition do álbum um providencial dueto com Shakira. Em I Am... Sasha Fierce, a cantora - revelada em 1990 no trio Destiny's Child - reaviva seu alter-ego Sasha Fierce, mas assume personalidade intencionalmente esquizofrênica. No CD 1, I Am..., Beyoncé surpreende ao entoar um punhado de baladas (com destaque para If I Were a Boy e Halo) e ao arriscar uma abordagem da Ave Maria. No CD 2, Sasha Fierce, mais irregular, ela flerta com o eurodance em Radio, evoca o soul mais tradicional através do arranjo de Ego e mira as pistas em faixas de atmosfera clubber. Contudo, o primeiro destaque dessa safra dançante, Single Ladies (Put a Ring on It), não reedita nem de longe a pulsação envolvente de hits anteriores como Check on It. Ao atirar para todos os lados, acertando em quase nada, Beyoncé Knowles parece perdida, sem identidade. Na pele de seu alter-ego Sasha Fierce, ela já viveu melhores momentos.



Venda de vinil surpreende e cresce 89% nos Estados Unidos em 2008

A indústria do vinil deu novo sinal de vida em 2008. Com 1,8 milhão de unidades vendidas nos Estados Unidos no ano passado, a comercialização de LPs cresceu 89% em relação a 2007, quando 990 mil unidades saíram das prateleiras.

De acordo com levantamento da SoundScan, o recorde anterior é do ano 2000, quando cerca de 1,5 milhão de LPs foram vendidos.

Os números de 2008 surpreendem principalmente se comparados com a vendagem de álbuns em todos os formatos (vinil, CD, DVD de áudio, downloads e ringtone), que despencou 14% nos Estados Unidos.

De acordo com o site "LA Weekly's", o vinil mais vendido em 2008 foi o "In Rainbows" (2007), do Radiohead, seguido por "Abbey Road" (1969), dos Beatles, e "Chinese Democracy" (2008), do Guns n' Roses.

Veja a lista dos dez vinis mais vendidos em 2008 nos Estados Unidos:

1 - Radiohead - "In Rainbows": 25.800 unidades vendidas
2 - The Beatles - "Abbey Road": 16.500 unidades vendidas
3 - Guns n' Roses - "Chinese Democracy": 13.600 unidades vendidas
4 - B-52's - "Funplex": 12.800 unidades vendidas
5 - Portishead - "Third": 12.300 unidades vendidas
6 - Neutral Milk Hotel - "In the Aeroplane Over the Sea": 10.200 unidades vendidas
7 - Pink Floyd - "Dark Side of the Moon": 10.200 unidades vendidas
8 - Fleet Foxes - "Fleet Foxes": 9.600 unidades vendidas
9 - Metallica - "Death Magnetic": 9.400 unidades vendidas
10 - Radiohead - "OK Computer": 9.300 unidades vendidas




O essencial romântico de Celine Dion

Aos 40 anos de idade (e 27 de carreira fonográfica, iniciada em 1981 com um álbum em francês, La Voix du Bon Dieu), Celine Dion ganhou real projeção mundial quando passou a gravar seus discos em inglês. O primeiro de uma série, Unison, saiu em 1990 e rendeu o mediano hit Where Does my Heart Beat Now, não por acaso escolhido para abrir a coletânea My Love - Essential Collection, lançada no Brasil pela gravadora Som Livre na forma de CD simples (no exterior, a edição é dupla). Na edição nacional, a compilação mapeia em 17 faixas, dispostas cronologicamente, a trajetória de Dion nas paradas globalizadas, cujo ápice ocorreu ao longo dos anos 90. De tom essencialmente romântico, a seleção inclui Beauty and the Beast - o tema gravado pela cantora em duo com Peabo Bryson para a trilha sonora do filme A Bela e a Fera - e My Heart Will Go on, hit da trilha do filme Titanic. Eis as 17 faixas da versão brasileira de My Love - Essential Collection:

1. Where Does my Heart Beat Now
2. Beauty and the Beast - com Peabo Bryson
3. If You Asked me to
4. The Power of Love
5. My Love
6. Because You Loved me
7. The Power of the Dream
8. It's All Coming Back to me Now
9. All by Myself
10. My Heart Will Go on
11. I'm your Angel - com R. Kelly
12. That's the Way It Is
13. A New Day Has Come
14. I'm Alive
15. I Drove All Night
16. Taking Chances
17. There Comes a Time




Biquini Cavadão insiste nos anos 80

Em 2001, ao lançar o CD 80, o Biquini Cavadão abordou o repertório de bandas de sua geração, projetadas na década de ouro do pop nacional. Havia um apuro nessa abordagem e na própria seleção do repertório - com mais lados B das bandas do que propriamente hits - que impediu que o disco caísse na vala comum dos projetos de covers. Sete anos depois, o grupo carioca faz nova incursão pelo repertório dos anos 80, mas, em vez de voltar ao estúdio, gravou ao vivo CD e DVD em show no Circo Voador (RJ), casa emblemática para a geração pop da época. Desta vez, no entanto, o cuidado pareceu ter sido menor. Não tanto na parte visual - o diretor Roberto de Oliveira captou boas imagens que traduzem o tom caloroso da apresentação gravada em 20 de setembro de 2008 - mas, sobretudo, na seleção do repertório e dos convidados. Talvez porque a preocupação com o resultado comercial tenha sido (bem) maior. Parece ter havido a intenção de incluir hits mais óbvios e populares como Inútil (Ultraje a Rigor, 1985), A Fórmula do Amor (Leo Jaime, 1986) e O Astronauta de Mármore (Nenhum de Nós, 1989) sem que tais sucessos ganhem um toque realmente especial do Biquini. Sim, há o bandolim tocado por Carlos Coelho que adorna a quilométrica Infinita Highway (Engenheiros do Hawaii, 1987). Há também o competente solo de guitarra de Hudson (da dupla sertaneja Edson & Hudson) em Revoluções por Minuto (RPM, 1985). Justiça seja feita: os arranjos, como um todo, pairam acima do nível populista do som das festas Ploc's 80. Basta conferir a pegada nervosa de Marvin (Titãs, 1983). Contudo, nenhuma das 20 músicas (14 no CD editado simultaneamente) ganha um brilho realmente especial - como o registro de Juvenília, para citar somente um exemplo do CD de estúdio 80. Para piorar, os cantores que duetam com o vocalista Bruno Gouveia - cheio de energia e garra - fazem suas intervenções via telão. A participação de Tico Santa Cruz em Índios (Legião Urbana, 1986) até se justifica pelo caráter politizado do vocalista do grupo Detonautas. Mas qual o propósito de convidar Claudia Leitte, estranha no ninho do rock, para um dueto virtual na balada Romance Ideal (Os Paralamas do Sucesso, 1984)? A cantora de axé nem tantos recursos vocais que legitime a incursão por território alheio. Da mesma forma, um dos hinos do saudoso Ira!, Envelheço na Cidade (1986), não merecia ser associado a Egypcio, vocalista de uma banda dos anos 90/2000, Tihuana, nada identificada com a ideologia do pop dos 80. E, a propósito, o que credencia Sexta-Feira (Biquini Cavadão, 1998) para figurar em repertório centrado em década anterior? Enfim, fica a impressão de que o grupo foi menos rígido na concepção dessa segunda abordagem dos 80. É pena, pois, a julgar por seu último bom CD de inéditas, Só Quem Sonha Acordado Vê o Sol Nascer (2007), o Biquini Cavadão tem fôlego e inspiração suficientes para evitar olhares burocráticos para o passado alheio.



Sony repõe em catálogo álbum clássico de Dylan

Enquanto a EMI Music badala o CD e DVD em que o profeta Zé Ramalho canta versões em português de músicas de Bob Dylan, a Sony BMG repõe em catálogo uma histórica obra-prima do compositor norte-americano. O disco Highway 61 Revisited tinha saído em CD no Brasil, mas numa edição desleixada. A atual é digna por reproduzir as fotos e o texto escrito pelo próprio Bob Dylan para conceituar esse álbum de 1965 que chocou os puristas do folk por aproximar o artista das guitarras e do universo do rock. Basta dizer que foi nesse álbum que aparecem as gravações originais de Like a Rolling Stone, de Tombstone Blues e da clássica faixa-título.



O picadeiro de Britney


Como o anterior Blackout (2007), álbum em que Britney Spears retomou sua carreira fonográfica após uma série de escândalos que a tornaram um dos principais alvos dos vorazes tablóides mundiais, Circus é trabalho em que o time de produtores (Dr. Luke, Danja, Max Martin, Guy Sigsworth e Bloodshy & Avant) dá as cartas. Contudo, Circus soa mais orgânico em faixas como Unusual You. O álbum é mediano. Não tem o peso das batidas de Blackout e tampouco a coesão do repertório do CD que marcou o renascimento artístico de Britney. Em contrapartida, baladas como Out from Under e Blur fazem com que Circus soe um pouco menos artificial do que seu antecessor. Algum sentimento é até detectável quando a voz miúda da cantora entoa os versos de uma canção como My Baby. E, justiça seja feita, o primeiro single, Womanizer, produzido pelo grupo The Outsyders, está entre as melhores gravações da artista. O estrondoso sucesso da faixa sinaliza que Circus cumpre sua (única) missão de manter Britney Spears em estéril picadeiro pop.




Compilação reúne 18 baladas na voz de Mariah

Como seu título já explicita, o disco Mariah The Ballads - nas lojas em dezembro pela Som Livre - compila baladas gravadas por Mariah Carey na década de 90, na fase em que ela era do elenco da gravadora hoje denominada Sony BMG. Hero, My All, Against All Odds (o sucesso de Phil Collins que a cantora regravou em parceria com a boyband Westlife) e Without You (hit de Harry Nilson) estão entre os 18 fonogramas selecionados para a boa compilação.



Rei canta Jobim com Caetano

Nas lojas desde 3 de dezembro de 2008, o CD ao vivo com o registro do show que reuniu Caetano Veloso e Roberto Carlos em torno da música soberana de Tom Jobim parece ser álbum mais do Rei do que do compositor de Força Estranha. Seja pelos dominantes tons de azul da capa, seja por ostentar o selo da Sony BMG (a gravadora que lança os discos de Roberto desde 1961), seja por trazer um agradecimento escrito na primeira pessoa, não assinado, mas com referências religiosas típicas do compositor de Debaixo dos Caracóis de seus Cabelos. E talvez seja isso mesmo. No fundo, Roberto Carlos e Caetano Veloso e a Música de Tom Jobim tem aura especial por recolocar o Rei no trono. Roberto vinha perdendo a coroa ao gravitar em torno de obra autoral que já tinha dando progressivos sinais de desgaste desde o início dos anos 80. Nesta gravação ao vivo, captada em agosto de 2008 no Auditório Ibirapuera (SP), nas duas apresentações paulistas do show idealizado pela série ItaúBrasil para festejar os 50 anos da Bossa Nova, Roberto sai de sua inércia (à sua moda) e aproveita a oportunidade de mostrar que ele ainda é, sim, um grande cantor. Que se agiganta ao pôr sua voz de afinação e emissão exemplares a serviço da melhor música produzida no Brasil pela inspiração (sempre única) de Tom Jobim.

Mesmo sem o amparo das imagens do encontro, que poderão ser vistas no DVD que chega às lojas a partir de 15 de dezembro para atestar a real interação entre os cantores, o CD já se impõe como um dos melhores discos do ano. E um dos melhores da discografia iniciada por Roberto Carlos em 1959. Ainda que os arranjos de Jaques Morelenbaum para Garota de Ipanema e Wave, sejam excessivamente reverentes aos registros clássicos destas músicas. Ainda que a opção de Roberto por cantar Insensatez em espanhol tenha sua infelicidade realçada no disco. Ainda que, das 16 faixas do CD, somente quatro sejam duetos. Com todos esses pequenos detalhes, o encontro resulta sublime. E, sim, é histórico por si só...

Ainda que sem as imagens do DVD, o CD reproduz com fidelidade o caráter e o conceito do show. Dá para sentir a suntuosidade do bloco camerístico em que, sozinho, Caetano canta músicas como Inútil Paisagem e Meditação. Sob cordas clássicas de seu maestro Jaques Morelenbaum, Caetano atinge o ápice da solenidade em Por Toda Minha Vida (Exaltação ao Amor) e descontrai em Ela É Carioca, um dos poucos números em que se detecta a leveza da bossa cinqüentenária. Sob a batuta conservadora de seu maestro Eduardo Lages, Roberto faz pulsar sua tradicional veia romântica ao cantar majestosamente Por Causa de Você, Eu Sei que Vou te Amar (com inserção do Soneto da Fidelidade, de Vinicius de Moraes, o parceiro mais importante de Tom Jobim) e Lígia. Essa faixa, contudo, vai poder ser apreciada de forma mais plena no DVD, pois, antes de começar a entoar a música, Roberto exibe no telão imagens do encontro que teve com Jobim no seu especial global de 1978, quando o Rei e o soberano Jobim cantaram Lígia.

Coroando o disco que termina com Chega de Saudade, em outro arranjo reverente ao universo de Jobim, há o gracioso dueto em Tereza da Praia, em que Roberto e Caetano recriam o dueto feito por Dick Farney (1921 - 1987) com Lúcio Alves (1927 - 1993) na gravação original de 1954. Em suma, um encontro em Tom maior, com as bossas particulares de dois grandes cantores. E de Jobim!!


DVD de Rei e Caê exclui duetos ausentes do CD

Para decepção dos fãs de Roberto Carlos e Caetano Veloso, o DVD que perpetua o show feito pelos cantores em tributo à música de Tom Jobim (1927 - 1994), em agosto de 2008, não exibe os dois duetos que tinham ficado fora do CD. Os registros de A Felicidade e Se Todos Fossem Iguais a Você não passaram pelo crivo rigoroso do Rei, perfeccionista ao extremo. Com isso, o DVD Roberto Carlos e Caetano Veloso e a Música de Tom Jobim - à venda desde a última quarta-feira, 10 de dezembro de 2008 - pouco extrapola o conteúdo do CD homônimo que chegou às lojas em 3 de dezembro. Além de breve entrevista com os cantores nos extras, os únicos números exclusivos são Caminho de Pedra (destaque do bloco solo de Caetano) e a instrumental Surfboard, tocada pela banda que acompanhou os cantores no palco do Auditório Ibirapuera (SP). A boa tiragem inicial do DVD é de 100 mil cópias.



Coletânea mapeia primeira década de Aguilera

Em 1998, ao ser escolhida para gravar a canção Reflection para a trilha sonora de um filme da Disney, Mulan, Christina Aguilera deu o pontapé inicial numa carreira fonográfica que já rendeu três álbuns de estúdio em dez anos. Ou quatro, se levado em conta o natalino My Kind of Christmas (2000). Trajetória resumida na coletânea Keeps Gettin' Better -A Decade of Hits, lançada no Brasil neste mês de dezembro de 2008 pela gravadora Sony BMG com duas músicas inéditas. As novidades são Dynamite e a faixa-título, Keeps Gettin' Better. Felizmente, a edição nacional segue a seleção de repertório da edição européia e inclui os sucessos inexplicavelmente esquecidos na compilação que saiu nos Estados Unidos, terra natal de Aguilera. Entre eles, Lady Marmalade, o bem-sucedido cover gravado pela cantora em 2001 para a trilha sonora do filme Moulin Rouge. Também de 2001 é outro fonograma extra-oficial da discografia de Aguilera incluído na coletânea: Nobody Wants to Be Lonely, feito em dueto com Ricky Martin a convite do astro latino para seu álbum Sound Loaded.


Minissérie sobre Maysa gera CD duplo

Em exibição pela Rede Globo a desde segunda-feira, 5 de janeiro de 2009, a curta minissérie Maysa - Quando Fala o Coração já tem sua trilha sonora editada pela gravadora Som Livre em CD duplo. Na realidade, trata-se de mais uma compilação de Maysa (1936 - 1977) que rebobina 27 gravações feitas entre 1956 e 1974. A boa seleção abrange do primeiro ao último álbum da cantora. O repertório é fiel ao que vai ser ouvido na trama de ficção escrita por Manoel Carlos com base na trajetória real da artista. Tanto que quem aparece na capa do CD é a atriz Larissa Maciel, que encarna Maysa escorada em impressionantes caracterizações que retratam as - muitas - fases e faces da cantora.

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